13/07/2007

13/70 - I

Racismo

Comentários ao artigo Cotas e “meritocracia”, de Eduardo Guimarães, em11/07/07
http://edu.guim.blog.uol.com.br/


[Paulo] [Belo Horizonte, Minas Gerais] [Professor Universitário]
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Muitas vezes amigos e amigas me chamam para ir a restaurantes, bares, danceterias, etc.
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Um dos estímulos é dizer que o lugar em questão é muito legal e tem MUITA GENTE BONITA.
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Fui percebendo que nestes lugares não há negros.
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Se há algum é com alguma roupa da última moda de Londres ou alguma indicação de posses, ou ainda, representante uniformizado de alguma atividade cultural afro-brasileira que se quer consumir, aí toda a GENTE BONITA não se incomoda.
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O certo é que percebi como o racismo troca a semântica para continuar na moda.
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12/07/2007 15:44
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[Pierri] [Santos/SP] [Advogado]
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Paulo, vc tem toda a razão.
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"Gente bonita" é código para "brancos bem de vida na moda", assim como "gente de bem" é código para "gente de bens".
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São expressões elitistas, pra dizer o mínimo.
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E essa mudança de linguagem tem um nome: neurolinguística.
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É uma técnica muito explorada politicamente, tanto que os dois grandes partidos estadunidenses têm especialistas nessa área.
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Mudar as expressões permite estabelecer a discussão e seus limites.
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E quem estabelece a discussão e os limites sempre vence.
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Os termos neoliberais de "mercado livre", "lógica de mercado", etc é o velho laissez faire com nova roupagem, sem a bagagem que o termo antigo carrega.
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E são aceitos por aqueles que jamais aceitariam o laissez faire.
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Os exemplos dessas mudanças são muitos.
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Reapresentar velhos, batidos e inaceitáveis conceitos com nova roupagem é um truque velho, mas que ainda funciona, infelizmente.
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Linguagem é a arma mais poderosa que existe.
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12/07/2007 18:55

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