06/12/2007


2007 - 48/73 - V/A

Chega! (Ou: Cansei)

link para a imagem acima
http://viomundo.globo.com/site.php?nome=MinhaCabeca&edicao=1572

Já está me estressando esta velha cantilena
Refiro-me à minha preocupação com comportamentos
Incrível como perdi tempo com isso
Desde pequeno debati-me com esta problemática
Quando comecei a escrever, escrevi sobre isso
Sempre sobre comportamento
Décadas e décadas repercutindo este assunto
Sabes duma coisa?
Cansei! De repente fiquei rico. Ganhei na Mega Sena
Não quero mais
Comportamento, regra, postura....
Isso é coisa da classe média=mediana=medíocre
Os hippies=pobres=marginais=marginalizados não estão nem aí
Nem a alta burguesia
Os hippies, por não terem nada, não têm medo de perder
A burguesia tem o bastante para ter medo de perder
Os pobres e os ricos não têm medo
Que bom não se estar nem aí para estas regras de comportamento, controle social, etc

A classe média é mendiga por um abraço
Vive por um triz

Entre a cruz e a espada
Medo de tudo
Medo da morte
Medo da solidão
Medo de traição
Medo de rejeição
Medo de não fazer sucesso
Medo do fracasso
Medo de não ter amigos

Onde eu estava para ficar pensando nisso?
Coisa de tonto, gente que tem medo
Não quero mais

Esta gentalha da classe média procura ser assim=assado
Caso contrário perderá suas migalhas conquistadas=adquiridas ao longo da vida

Não quero mais
Agora sou rico
Ou pobre
Não quero mais!
Cansei
Tô fora
Rico ou marginal?
Silêncio
Que tal o silêncio?

E por acaso o rei de Espanha, não mandou calar-me?
Sim
Gostaria de
silenciar-me!
O desafio é como arrancar das minhas entranhas a saudade=voz daquela pessoa
Lembranças do passado presentes
Quem me pintou assim=assado
Um momento, o celular chama para um bate-papo
na web
É aquela pessoa

Eu: o que aconteceu? Vc sumiu...

Aquela pessoa (em letras garrafais=gritantes): 
NÃO QUERO MAIS
Eu: o que aconteceu?
Aquela pessoa:
NÃO QUERO MAIS
Eu: fiz alguma coisa de errada?
Aquela pessoa:
NÃO QUERO MAIS
NÃO QUERO MAIS
NÃO QUERO MAIS
NÃO QUERO MAIS
NÃO QUERO MAIS

Eu: nem o meu dinheiro você não quer mais?
Aquela pessoa:  somente o dinheiro..você terá que despositar na minha conta corrente...
NÃO QUERO MAIS
Eu: tenho que cair na real....pelo jeito, não adianta mesmo... não tenho uma HiLux=Toyota
Ouça-me
Quero te contar uma história

O meu primeiro livre foi escrito no meu corpo
O tema central do livro era sobre postura física
Escrevi por todo o corpo a frase "ser simples" repetida várias vezes
Ser simples
Ser simples
Ser simples
Ser simples
Escrevi as regras que eu=você teria que seguir para ser simples=cool
Distensão
Espontaneidade
Sorrir
Respirar
Soltar a língua=cabelos=lábios=olhos=seres
Tais regras tinham como objetivo ser aceito e, portanto, ter amigos
Ninguém na cidade ou no colégio ficou sabendo que eu era escritor
Para ocultar o texto no corpo eu usava blusas de manga comprida
Passei vários dias com o livro escrito no corpo
Vi que tais regras de nada adiantaram
De nada adiantou ser cool
Fui rejeitado do mesmo jeito
A rejeição é porque, dizem, eu tinha traços femininos
Por causa da rejeição tomei banho
Passei sabão sobre o texto
Mergulhei no rio
A água levou o primeiro livro que escrevi na minha vida
Nem chegou a ser publicado
Fonte de águas bordadas sob o mar
Ocultei o livro escrito no corpo para que ninguém tomasse conhecimento da minha obra
Como as regras de postura de nada adiantaram escrevi um novo livro, também no corpo
Título: Ser Carrancudo
Contéudo: regras de comportamento para se ter amigos
Ser carrancudo é o contrário de ser cool=simples
Postura: f
echar o corpo=olhos=sombrancelhas=nádegas=pênis=diafragma=voz
Como ser carrancudo, sai por aí dando porrada
Enfiei o lápis no corpo do primeiro que fez referências=gracejos ao meu jeito de olhar=ser
Joguei futebol
Bati
Apanhei
Com o tempo, vi que este Segundo Livro Escrito no Corpo de nada adiantou
Não arrumei amigos...muito pelo contrário...isso me angustiou

Foi quando começou meu dilema
O que fazer para se ter amigos?
Hoje não sei o que=quem sou
Tem hora que sou cool
Outros momentos sou carrancudo
Hoje sou uma mistura
Um misto do que foi outrora

Lembranças do passado presentes
.

PS1: uma coisa para a qual eu ainda não havia atentado e que me levou a
percber através da elaboração deste post. É que se aquela pessoa aceita o meu dinheiro mas não minha presença física, alguma coisa de muito grave aconteceu.
Não tenho a menor idéia do que possa ter ocorrido. Agora me lembro que
na penúltima vez que aquela pessoa esteve aqui, quando ficou a sós por todo a tarde, deixei o meu exame de AIDS sobre a mesa. O resultado
do exame é "NÃO REAGENTE." Como aquela pessoa é semi-alfabetizada, deve
ter entendido que "NÃO REAGENTE" quer dizer "SOROPOSITIVO" ou seja, alguém que não reage ao vírus.
Pode ter ocorrido isso. Será? Como saber se aquela pessoa é de poucas
palavras? Será que algum(a) invejoso(a)  colocou medo naquela pessoa com esta história ou coisas do tipo "olha, aquele cara sofre de problemas mentais, cuidado com ele!"


PS2: ou tudo foi gerado por contendas de ordem financeira? Se é isso, qual é a
moral da História? Quando eu tornar-me marginal=milionário  não precisarei preocupar-me
com postura física
, profissional, este blog nem será assim tão comportamental...o rei da Espanha não me mandará calar a boca...eu serei livre, totalmente livre...as pessoas me procurarão...o meu celular não cessará de tocar...a minha casa será lotada e, na condição milionário, eu poderei ser inclassificável...qual outra forma de sermos inclassificáveis senão através da arte?

Isso:

"ADAM BUDAK EM ONDREJ BRODY & EM KRISTOFER PAETAU EM TRABALHOS QUERIDOS:

Anonymous said...

Par artístico neo-dadaistic-dadaistic conceptual que assombra para aspectos grotesque do mundo institutionalized da arte e dos fenômenos very da produção da arte próprio. Sua estratégia é óbvia e quase embarrassing em seus literacy e straightforwardness mas aparentemente aquele é seu aspecto mais forte. Seus edições e alvos são elemental também: os ethics diários, para não dizer livretos morais do código, transformam-se sua fonte do vocabulário do assunto-matterlike. A investigação é sempre e primeiramente de tudo na consideração ao psychology do comportamento como influenciado ou provocado pelos aspectos externos da vida e da política. Oscilando entre o uso e o abuso, manipulação avançada e registo untouchable frio da realidade absurd, seu trabalho é verdadeiramente crítico e sincere em seu desejo descobrir os pathologies e os normalcies escondidos de relações inter-humanas. Suas ações são sempre estruturado bom e o dramaturgy é quase perfeito, preciso e calculado, frio e emocionalmente perturbar, bold(realce) e vicious, penetrando completamente. Necessita talvez somente ser balançado mais com cuidado: o scandal desejado usado corretamente como uma ferramenta emfatizar uma deterioração de determinados valores e de seu corruption repentino.

December 6, 2007 1:47 AM
Anonymous said...

Conceptual neo-dadaistic artistic couple which haunts for grotesque aspects of both institutionalized art world and the very phenomena of art production itself. Their strategy is obvious and almost embarrassing in its literacy and straightforwardness but apparently that is their strongest aspect. Their issues and targets are elemental as well: everyday ethics, not to say moral code booklets, become their source of subject-matterlike vocabulary. The investigation is always and first of all in regards to the psychology of behavior as influenced or provoked by the external aspects of life and politics. Oscillating between use and abuse, advanced manipulation and cold untouchable registration of absurd reality, their work is truly critical and sincere in its desire to uncover the pathologies and hidden normalcies of inter-human relations. Their actions are always well structured and the dramaturgy is almost perfect, precise and calculated, cold and emotionally disturbing, bold and vicious, thoroughly penetrating. It perhaps only needs to be more carefull

December 6, 2007 1:48 AM"


Fonte: http://quarentenabienal.blogspot.com


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