22/04/2008

Antigas correspondências - 09/70 - I

Um momento, o telefone toca,
é o Edilson Alves Fiterman, o meu spin amigo,
eu: oi
ele: oi, estou te ligando para te dar uma notícia de morte. Está no jornal, no caderno Cidades http://www2.dm.com.br/digital/index.php?edicao=7473
foi morto um amigo meu.
eu: qual o motivo?
ele: crime de homofobia. Ele era gay.
eu: gente, mesmo assim, com tantas mortes, não se aprova uma lei para que a homofobia, estas mortes, agressões e humilhações contra os gays cheguem a um fim. eu sei o que é isso. já passei por isso. você viu o que ocorreu com a garota Isabella ( http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentID=6934385 ) ?
ele: tô acompanhando.
eu: pois é, você se lembra que escapei por um triz de um estrangulamento como este sofrido pela Isabella.
mas são duas coisas diferentes.
ninguém foi punido por causa da tentativa de morte que sofri.
a população nem tomou conhecimento.
tudo bem, agora todo o planeta vai ficar sabendo.
eu sou a vida e também a morte.
nada passa sem que eu saiba.
sem que eu seja.
todas estas mortes.
(me desculpem, perdi-me)
do que eu estava falando mesmo?
ah sim, destes atos de homofobia que, neste País, são vistos como coisa normal,
não é crime.
já falei disso em antigas correspondências.
volto ao assunto por causa desta notícia de morte do spin amigo.
email recebido.
De: Antônio Pinheiro
Para: jose carlos lima e outros
Data: 20/04/2008 20:57
Assunto: SEITAS EVANGÉLICAS FAZEM MARCHA CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA
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O impressionante é que estas seitas se dizem seguidoras de um líder, consideredo pelas próprias seitas, como o único filho de Deus. E este filho de Deus veio a este mundo, segundo eles, justamente em defesa dos fracos e dos oprimidos. Quanta cegueira, ignorância e preconceito. Imaginem o que fariam hoje, com ele, estes que se dizem seus seguidores, se este único filho de Deus estivesse entre nós. Mas temos que conviver e ser tolerantes com a ignorância, embora estes fanáticos tentem a todo custo mergulhar a sociedade num ciclo retrógrado. Como bem disse o filho de Deus: "Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem!".

SEITAS EVANGÉLICAS FAZEM MARCHA CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA E CONTRA O ABORTO
"Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem!"
Por Marcelo Hailer

Na terça feira (22/04) será realizada a "Jornada nacional evangélica pela família", organizada pelo Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (FENASP), que terá como pauta a contrariedade ao aborto, um ato contra o PLC 122 - aquele que criminaliza a homofobia em todo o território brasileiro. A Conferência Nacional GLBT também é um dos itens a serem "combatidos".Quais são os motivos? "Eu entendo que o PLC 122 irá retirar a liberdade de expressão, é uma mordaça, eu não terei mais liberdade de criticar o estilo de vida homossexual", afirmou Wilton Costa da secretaria nacional do FENASP. Já para a Senadora Fátima Cleide, relatora do PLC 122,"o que não pode mais acontecer é homossexuais continuarem a morrer ou serem expulsos de locais públicos por conta de sua orientação sexual".Além da Senadora Fátima Cleide, o projeto de lei tem em sua frente de apoio as senadoras Patrícia Saboya e Serys Slhessarenko. Todas, ao conversarem com a revista "A Capa", deixaram claro que respeitam a liberdade de expressão e/ou culto, porém, como atentou Patrícia Saboya, "só podemos esperar que esta marcha de fato defenda todas as famílias brasileiras, inclusive as famílias homossexuais"."Podem criminalizar a homofobia, desde que não nos calem. Não somos contrários às pessoas, e acima de tudo somos favoráveis a qualquer tipo de discussão. Mas, eles querem fazer descer goela à baixo que não é uma opção sexual, nós não concordamos com isso. É um pecado", disse Wilton sobre a tipificação de crimes decorrentes da homofobia e orientação sexual. Serys Slhessarenko, que faz parte da frente de senadores que defendem a diversidade sexual, argumenta sobre a laicidade: "o Estado é Laico e não pode adotar posturas baseadas na fé de ninguém, pois estaria indo de encontro (contra) ao princípio democrático da pluralidade e diversidade".A Conferência Nacional GLBT também entrou em pauta. "Olha, podem fazer a conferência, desde que não seja com o dinheiro do governo. Eles querem se igualar aos negros, aos índios, e não é. Nós não concordamos com isso", afirmou Wilton. Saboya reforça a não-discriminação. "Como mulher, nordestina e membro da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT, tenho pautado minha atuação política pela defesa da pessoa humana e por isso me posiciono contra toda forma de preconceito". A sen. Serys Slhessarenko enfatiza o respeito às minorias, "A manifestação para defesa de uma posição, entendimento e interesse faz parte da democracia, mas manifestar contra o direito da minoria em existir é um ato de afronta a democracia".

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