30/11/2008

Trivial das boas noticias (clique aqui)

Não entendo as criticas depreciativas que os de barriga cheia, como por exemplo a Veja/Mainardi, fazem ao Bolsa Família.
É que a mísera quantia de 15 reais pode abrir o sorriso de muitos famintos e isto muitos não entendem ou fazem de conta que não entendem ou puxam pela ideologização do tema, o anti-lulismo, sei lá.
Uma das lembranças que trago até hoje é a de uma velha que morava na minha rua, em Sambaíba-MA.
Ela era corcunda e cega e não tinha como prover o próprio sustento, por isso era magérrima, uma magreza provocada pela fome diária.
O nome dela era Dona Gertrudes.
Eu ainda criança ia quase todos os dias ao encontro daquela senhora, é que minha mãe me mandava levar alimentos para ela.
Na minha santa ignorância, eu não entendia aquilo, não sabia o porque daquela situação.
Ficava eu a fitar aquela coitada.
Olhava olhava olhava e depois me pronunciava.
Ela, trêmula de fome, recebia a comida e agradecia com a voz igualmente trêmula.
O que me conforta hoje em dia é ter a certeza que as Donas Gertrudes são, por causa do Bolsa-Família e do Amparo Assistencial, um triste passado.
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