Tenho perdido muitos lances por aqui, refiro-me à arte
Coisas que ninguém vê, acho que não
Quem disse que o belo não existe por aqui?
É assim que pensam as pessoas do grandes centros
O sul do Maranhão?
Lá só fome, miséria, falta de cidadania para as minorias e destruição ambiental
Sim, isto tem demais por aqui
Mas junto disso tem o belo, coisas que tem-me deslumbrado pelo intenso significado, momentos, pessoas, visões, sonhos, paisagens
Pena que eu tenha partido de Goiânia para cá com o propósito de ficar offline
Por isso não trouxe máquina fotográfica nem filmadora nem nada que me retirasse da minha tão desejada quietude
Ocorre que não resisti diante do que vi e saí da toca
Cadê meus apetrechos de registro?
Como pude deixar de apreender estas coisas que encheram meus olhos?
Como pude ser tão rude?
Sei que amanhã, ao voltar, será outra luz, aquela estrela, aquele momento passou rápido demais, tão rápido como, noutra ocasião, passou o Duchamp do Maranhão
Não era uma apenas uma estrelha mas um bordado no canto do espaço do santuário de paisagem borroca
Amanhã aquela mesma cena terá outro significado que não aquele momento ímpar
Meu deus, onde eu estava para não ter atentado prá isso?
Que tipo de artista eu sou?
Onde eu estava para não ter trazido minhas ferramentas?
Pessoas, caminhos, sonhos, histórias e bichos
Estas coisas que eu vi e que, sem a menor sombra de dúvida, encantariam as pessoas em espaços memoriáveis
Em SP, RJ, Nova York, Roma e Paris
Inclusive na Revista G
Hummmm
( Um momento, um amigo me chama, vamos a uma cidade próxima, aqui não tem caixa eletrônico do BB, de lá continuo este texto)
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