18/10/2009

Paulo Nogueira compara os cariocas e paulistas(bufunfeiros)

Rio e São Paulo
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Por Paulo Nogueira Batista Júnior, economista e diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no Fundo Monetário Internacional.
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A minha irmã casou-se no sábado passado com um alemão, em Berlim. Foi uma grande festa familiar. Foram irmãos, cunhadas, tios, tias, primos, amigos e afilhados, principalmente do Rio e de São Paulo. A brasileirada, eufórica e ululante, tomou conta do evento.(…)
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Para mim foi uma oportunidade de reencontrar meus familiares.
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Desde que me mudei para Washington, vejo muito menos a família, principalmente o ramo carioca. Sou carioca, leitor, e gosto especialmente dos meus parentes do Rio, que são bem representativos do astral da cidade. Grande Rio de Janeiro! Andou por baixo nas últimas décadas, mas vai se recuperar.
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O que define o espírito do carioca em comparação, digamos, com o de São Paulo? Leveza, em primeiro lugar. Depois, um certo senso de humor, uma certa vibração, um espírito mais crítico e irônico – em suma, um refinamento que confere ao carioca uma superioridade natural.
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Estou generalizando, é claro, e toda generalização admite as exceções de praxe. (…) No ramo paulista da família, a turma da bufunfa está solidamente incrustrada. Não sei se o leitor conhece a minha marcação, já antiga, com essa turma. Os bufunfeiros são, a meu ver, a praga do mundo moderno.
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A crise financeira de 2008-2009 demonstrou, acredito, que essa marcação tinha razão de ser. As extravagâncias dos bufunfeiros americanos provocaram estragos em escala planetária.
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Os bufunfeiros paulistas, entretanto, conseguiram escapar da déclâbe. Estão meio abalados pelo fracasso dos seus modelos e mentores no Primeiro Mundo, mas preservam sua empáfia mais ou menos intacta, como pude confirmar em Berlim.
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(…)Não sei o que acontece, leitor. Mas parece que a constante aplicação da mente a assuntos financeiros leva a uma perda permanente de massa encefálica.
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Fora do âmbito estritamente financeiro, o integrante da turma da bufunfa e, em geral, uma triste figura, incapaz de um pensamento próprio, de uma reflexão independente – principalmente o paulista.
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Por exemplo, sobre a afirmação de Lula de que gostaria de ser o presidente da Petrobrás num possível futuro governo Dilma, um bufunfeiro observou, impávido, que isso era rigorsamente inviável, uma vez que o presidente da República “não sabe ler um balanço”.
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Só um bufunfeiro, e paulista, seria capaz de uma enormidade dessas.
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(…)Os bufunfeiros paulistas cansaram a paciência dos cariocas em Berlim. Deram renovados motivos para a velha observação de Nelson Rodrigues: “A pior forma de solidão é a companhia de um paulista”.
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Comentário
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Esplêndido!!!
As pessoas deveriam prestar mais atenção em reuniões familiares como esta que, com certeza, acontece na sua também.
Dias atrás tive esta experiência, parentes da bufunfa atacando Lula mesmo que eles (bufunfeiros) tenham aumentado a bufunfa exatamente por causa das melhoras proporcionadas por Lula em vários setores.
Por exemplo, a migração de mais de 20 milhões de pessoas da classe pobre para a média, o que quer dizer aumento do poder de consumo e, portanto, melhora para os bufunfeiros.
Ótimo estes termo "bufunfeiro" para referir-se aos "capitalistas", melhor dizer pequenos burgueses.
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