Irei até o fim
Por Eduardo Guimarães, em seu blog
Quando sugeri aqui um ato de protesto contra a difamação do presidente Lula pela Folha a ser realizado no próximo sábado, sabia que não seria fácil. Há pouco tempo para mobilizar as pessoas e jornalistas respeitáveis temem se expor como inimigos da “liberdade de imprensa”, conforme me disse um deles no sábado, o que reduz a capacidade de mobilização.
É compreensível e não vou ficar aqui cobrando o que deve ser dado espontaneamente. Cada um deve agir dentro de critérios pessoais honestos consigo mesmo e por meios que julgue que não o prejudicarão individualmente. Eu que não sou jornalista, porém, não tenho que me preocupar com isso.
Não vejo por que não é atentado à liberdade de opinião fazer manifestação contra editorial que disse que a ditadura militar foi uma “ditabranda” e atentaria contra a mesma liberdade de opinião fazer manifestação contra artigo calunioso contra o chefe da nação sem o menor cuidado do autor e do jornal que publicou a mentira em oferecer alguma prova de acusações tão graves.
Enfim, como eu disse aqui desde o primeiro momento, este poderia ser um ato de um homem só que assim mesmo aconteceria, pois esse caso do artigo da Folha caluniando pesadamente o presidente Lula não pode ficar por isso mesmo, sem uma manifestação corajosa de repúdio a esse tipo de prática.
Quero repetir aqui, pela milionésima vez, que não tenho medo de exercer minha cidadania. Se tivesse, jamais teria criado este blog ou proposto a criação do Movimento dos Sem Mídia. O que faço é justamente estimular as pessoas a tomarem atitudes concretas contra o que está errado, e não consigo pensar em nada mais errado, neste momento, que o que fez a Folha.
É preciso que essa gente saiba que para cada ação haverá uma reação da sociedade, ou de parte dela. Enfrento, portanto, essa próxima luta assim, como representante de uma parcela da sociedade civil por ter todas as condições de dizer que não atuo em prol de qualquer tipo de interesse, seja político ou econômico.
Além disso, como sempre foi nos atos públicos do Movimento dos Sem Mídia, os manifestantes agirão de forma pacífica, ordeira, respeitando o trânsito, o patrimônio público e todos os aspectos legais que regulam o direito de reunião e manifestação.
Será um ato solene, de leitura de um documento de protesto que jamais chegaria à mídia, mas que será lido e entregue à Folha.
Não sei quantos irão, ainda mais com o déficit de mídia alternativa que teremos desta vez por razões que compreendo, aceito e respeito. Temos promessa, até agora, de mais ou menos uns cinqüenta paulistanos e até de pessoas de outros Estados que prometem vir a São Paulo protestar. É pouco? Não importa. O importante é não fugirmos da raia.
Pessoas como eu estão feridas. Nosso líder político foi atacado de uma forma inaceitável sem a existência de indícios mínimos de sua culpa além da palavra de um antigo desafeto. Temos o direito e o dever, pois, de defender a instituição Presidência da República, sem falar do seu eventual ocupante.
Assim mesmo, a despeito de todas as dificuldades, irei até o fim, reiterando que não mudarei de idéia nem que todos desistam. Enquanto houver resistência, eles não vencerão com esse tipo de tática suja, baixa e covarde. Desta maneira, cada um que vier ao ato do próximo sábado representará milhões de outros que repudiam o que a Folha fez, mas que não podem se expor.
Dia 5 de dezembro, às 10 horas, estarei diante da Folha de São Paulo, na Alameda Barão de Limeira, centro da cidade, próximo ao metrô Santa Cecília, para ler um protesto contra a mentira de que o presidente Lula foi um maníaco sexual durante a ditadura militar. Esperarei até as dez e quinze para ler o documento ao megafone do MSM.
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