02/11/2009

Um jornal bêbado

Por Eduardo Guimarães - em seu blog

De todos os veículos de comunicação que compõem o aparato de propaganda da direita brasileira, provavelmente a Folha de São Paulo é o mais embriagado, o que menos consegue enxergar o que está acontecendo no país.

Aliás, o porre do jornal é tão grande que ele não consegue enxergar nem o que acontece consigo mesmo.

A hemorragia de leitores que a Folha sofre parece não lhe dizer nada, como não diz aos outros veículos que se transformaram em partidos políticos.

Talvez isso aconteça porque ter público não seja o objetivo desses jornais, tevês, revistas, rádios e portais de internet.

Talvez porque a sobrevivência deles há muito tenha deixado de depender dos resultados comerciais que obtêm...

Publicando falsificações contra uma ministra de Estado em sua primeira página, por exemplo, a Folha acha que “cola” sua alegada “isenção”. E para “provar” como tem tido sucesso em ludibriar seu público, publicou, em sua edição de ontem, a matéria abaixo, a qual comento logo em seguida.

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Comentário meu


A internet está sendo um ponto de repercussão maior do que os manchetões das Folhas da vida. A Folha de SP é do Grupo Folha. O Grupo Folha é dono da Gráfica Plural. A Gráfica Plural foi a responsável pela impressão, com garantias de segurança, das provas do ENEM, isto conforme contrato. No entanto o que se viu foi que o pssoal da Folha, apesar de terem filmado os furtos das provas do ENEM, fazendo vista grossa para que algumas pessoas, empregados da gráfica, saissem por aí, batendo de jornal em jornal, para divulguar mais um "escândalo" do governo Lula, quando na verdade eram eles mesmo os criminosos. Os mesmos criminosos de sempre. E Serra sempre atrás da moita, só esperando um "motivo" para boicotar as provas do ENEM, como de fato boicotou o exame. Se estava faltando o "motivo' a Folha deu um jeito né. Como sabemos, a Folha de SP é um partido político empenhado na eleição de Zé Serra. Falando nisso, o pessoal do Grupo Folha já devolvou aos cofres públicos o prejuizo causado ao país com o furto das provas do ENEM?

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Marilena Chauí denunciou que o PIG (*) quis atribuir a Lula o desastre da TAM

Por Paulo Henrique Amorim - em seu blog

Em “Simulacro e poder” me refiro ao virtual produzido pelos novos meios tecnológicos de informação e comunicação, que substituem o espaço e o tempo reais – isto é, da percepção, da vivência individual e coletiva, da geografia e da história – por um espaço e um tempo reduzidos a um única dimensão; o espaço virtual só possui a dimensão do “aqui” (não há o distante e o próximo, o invisível, a diferença) e o tempo virtual só possui a dimensão do “agora” (não há o antes e o depois, o passado e o futuro, o escoamento e o fluxo temporais). Ora, as experiências de espaço e tempo são determinantes de noções como identidade e alteridade, subjetividade e objetividade, causalidade, necessidade, liberdade, finalidade, acaso, contingência, desejo, virtude, vício, etc.

Isso significa que as categorias de que dispomos para pensar o mundo deixam de ser operantes quando passamos para o plano do virtual e este substitui a realidade por algo outro, ou uma “realidade” outra, produzida exclusivamente por meios tecnológicos. Como se trata da produção de uma “realidade”, trata-se de um ato de criação, que outrora as religiões atribuíam ao divino e a filosofia atribuía à natureza.

Os meios de informação e comunicação julgam ter tomado o lugar dos deuses e da natureza e por isso são onipotentes – ou melhor, acreditam-se onipotentes. Penso que a mídia absorve esse aspecto metafísico das novas tecnologias, o transforma em ideologia e se coloca a si mesma como poder criador de realidade: o mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A “crise aérea” a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de “realidade”.


Mas essa onipotência da mídia tem sido contestada socialmente, politicamente e artisticamente: o que se passa hoje no Iraque, a revolta dos jovens franceses de origem africana e oriental, o fracasso do golpe contra Chavez, na Venezuela, a “crise do mensalão” e a “crise aérea”, no Brasil, um livro como “O apanhador de pipas” ou um filme como “Filhos da Esperança” são bons exemplos da contestação dessa onipotência midiática fundada na tecnologia do virtual.

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(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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