Por Miguel do Rosário - em seu blog
Não interessa que o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, assinado dia 21 de dezembro pelo presidente Lula, seja muito parecido à segunda edição do documento, assinada em maio de 2002 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Não importa que Paulo Sérgio Pinheiro, relator da ONU e ex-membro de FHC, seja um de seus maiores defensores. Não importa que o programa reflita, basicamente, as orientações da ONU. Nada disso importa. A mídia decidiu que se trata de um programa chavista, e agora irá tocar a trombeta do apocalipse bolivariano até o dia das eleições.
A estratégia é muito parecida com o que fizeram os conservadores americanos quando viram que um negro democrata tinha reais chances de chegar ao poder. Reativar o terrorismo ideológico. Não creio que isso tenha influência no grande eleitorado, mas prejudica severamente o candidato junto à setores centristas e moderados da sociedade civil e dos partidos políticos.
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Atualização em 12/01/2010
Mudei de idéia: III PNDH veio em boa hora
No post anterior, declarei que o decreto presidencial que criou o III Programa Nacional de Direitos Humanos havia sido um grande erro. Pensei melhor e mudei de idéia. Ninguém fica imune à histeria midiática. É como doença a contaminar toda a sociedade, mesmo aqueles que se crêem imunes. Eu achei um erro porque considerei o prejuízo eleitoral. Mas um governo não pode fazer tudo pensando em eleições, sob o risco de... perder eleições. Também me arrependi da defesa que fiz do não-confronto. Porquê não? Qual é o limite entre a estratégia eleitoral e a covardia?
A coragem, usada com justiça, sempre será valorizada.
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