Dilma diz que, se eleita, não vai propor flexibilização na legislação sobre aborto
Candidata do PT à presidência afirmou que parceria com as igrejas é estratégica
Depois de se reunir na manhã desta quarta-feira com lideranças religiosas cristãs, a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse que tem o compromisso, caso eleita, de não enviar ao Congresso nenhuma proposta de mudança na legislação sobre o aborto. Ela explicou, no entanto, que vai tratar o assunto como uma questão de saúde pública, ou seja, mulheres com complicações devido ao aborto não podem deixar de ser atendidas na rede de saúde.
– Nessa situação, o aborto já ocorreu. Pessoalmente eu não sou a favor do aborto. Sou contra o aborto porque considero uma violência contra a mulher. No entanto, não acredito que uma mulher recorre ao aborto em condições precárias porque quer – disse a candidata – Nós já temos uma legislação sobre o assunto.
O Código Civil não considera crime o aborto quando praticado em casos de gravidez por estupro ou quando a gestação representa risco de vida para a mãe. Algumas igrejas atuam no sentido de manter atual legislação e outras querem até que essas exceções ao crime sejam retiradas. Por outro lado, mulheres organizadas no movimento feministas e até mesmo no próprio PT defendem uma flexibilização maior da lei.
Dilma Rousseff também manifestou ser contrária a um plebiscito sobre o aborto.
– Sou contra um plebiscito sobre esse assunto e vou dizer o porquê. Acho que um plebiscito sobre o aborto divide o país e, nesse caso, não é possível dizer quem vai ganhar ou perder. Nesse caso os dois lados perdem – disse.
Dilma afirmou ainda que, embora o Estado brasileiro seja laico, a parceria com as igrejas é estratégica na luta contra a pobreza, as drogas, a prostituição infantil, no combate à gravidez precoce e pela valorização da família.
– Me comprometi que, em caso de haver um governo meu, ele ouvirá sistematicamente os grupos religiosos. Essa parceria é estratégica para nós – afirmou.
A candidata petista aproveitou para desmentir boatos de que teria dito que "nem Cristo" tiraria dela a vitória nessas eleições.
– Repudio integralmente afirmações que colocaram na minha boca de que eu usei o nome de Cristo para falar que nem ele me derrotava nesse eleição. É um absurdo, uma calúnia, é uma vilania contra mim.
De acordo com Dilma, os boatos são típicos do fim de campanha e teriam saído do "submundo político".
AGÊNCIA BRASIL
FONTE: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Pol%C3%ADtica&newsID=a3057017.xml
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