19/06/2011

Arte em processo (Em memória do meu irmão Turiba)

I Salão de Arte Contemporânea do Centro-Oeste
Por Murilo Santos, no Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=_B6X4Pigju4

Na maioria das vezes gasto meu tempo extra buscando referências ou experimentando novas formas de expressão. Quando consigo juntar essas duas atividades fico num estado de espírito muito bom. O fato de estar com a câmera quando passava próximo à galeria UFG foi pura sorte e mais ainda de conseguir a permissão para fazer o vídeo. Na semana anterior fui barrado no Museu Nacional de Brasília em uma exposição chamada "Miragem". Não deixaram eu entrar com a câmera para fazer umas fotos. As pessoas ainda têm medo da difusão da arte, acreditam que a massificação dos conhecimentos sobre, vai trazer uma desvalorização artística. Talvez estejam certos, mas deixar a arte inacessível também não é o caminho. Qual foi a última vez que você foi em uma exposição aberta? Quantas vezes você viu obras de arte no ano passado? Estou impressionado com o exelente trabalho do curador, Carlos Sena Passos por disponibilizar as obras na internet e distribuir os catálogos gratuitamente.
Este vídeo foi feito para aqueles que não vão ter acesso ao salão =)
Trilha Sonora: Dustin O'Halloran - Runner
Artistas Participantes:
Ana Ruas (MS)
Ana Behatriz de Azevedo (GO) - Prêmio
Corpos Informáticos (DF)
Camila Soato (DF)
Dalton Paula (GO)
Enauro de Castro (GO)
Evandro Prado (MS)
Fernando Aquino (DF)
Gervane de Paula (MT)
Grupo Mesa de Luz (DF)
Hortência Moreira (GO)
João Angelini e André Valente (DF) - Prêmio
Luiz Mauro (GO) - Prêmio
Miguel Penha (MT)
Pitágoras Lopes (GO) - Prêmio
Polyana Morgana (DF)
Ricardo Teixeira Armarinhos (GO)
Rodrigo Paglieri (DF)
Sandro Gomide (GO)
Virgílio Neto (DF)
Mais informações: http://www.salaodeartedocentrooeste.com

Piratas e a ágora contemporânea

Por Emiliano José*, no Blog Conversa Afiada/PHA


Penso que a internet faz parte dessas ironias da história. E de seus aparentes paradoxos. Ela surge, como lembra Sérgio Amadeu, no contexto da Guerra Fria, como fruto de um projeto militar norte-americano e da reordenação das verbas e projetos de pesquisa dos EUA diante do avanço tecnológico soviético no fim dos anos 50. Vejam só: do então avanço tecnológico da ex-URSS. Foi dessa iniciativa que surgiu a rede mundial, rede que não tem dono, não é controlada por nenhuma empresa, sempre na esteira do que diz Sérgio Amadeu em artigo publicado na revista Teoria e Debate, número 78, de julho/agosto de 2008. Os protocolos essenciais dessa rede foram e são desenvolvidos com colaborações, sem patentes nem restrições de uso. É um território de uso comum. É território dos comuns.


Antes que prossiga, e para não perder uma afirmação preciosa, valho-me de observação de Luiz Fernando Franco Martins Ferreira, procurador federal da Advocacia Geral da União, também em artigo na revista Teoria e Debate, este no número 91, de março/abril de 2011, segundo a qual a internet confirmaria as previsões de Marx e Engels de que o desenvolvimento das forças produtivas, no caso a informática, deve necessariamente, em dado estágio de sua evolução, entrar em contradição com as velhas formas da superestrutura política, e aqui ele se referia especificamente ao fenômeno do site Wikileaks, que tanto rebuliço tem causado mundo fora, a par da impressionante perseguição ao seu idealizador Julian Assange. A democracia, em sentido amplo e não restrito à idéia da democracia representativa apenas, deve muito à internet.


A internet colocou em causa o mundo dos monopólios da comunicação. Situou de modo claro o que é o direito à comunicação. Não se trata do direito de receber o que alguns monopólios e oligopólios distribuem a seu talante, a seu exclusivo critério. O direito à comunicação, como se entende contemporaneamente, quer dizer o direito de ser comunicado e de comunicar. Não se trata do processo unidirecional, onde o cidadão apenas recebe o noticiário ou o entretenimento que as grandes redes das velhas mídias querem. Mas, o direito à comunicação implica, necessariamente, uma troca, a possibilidade de todos se comunicarem, inclusive produzir conteúdos, coisa que até bem pouco tempo era impensável.


Trata-se, como diz o professor Bernardo Kucinski no prefácio ao livro do também professor Venício Lima denominado “Regulação das Comunicações – História, Poder e Direitos”, de todo um novo processo de elaboração coletiva do discurso midiático, um processo tão rico e sedutor, que está cativando até mesmo os jornalistas, cada vez mais dedicados aos blogues e twitters do que às suas colunas opinativas nos grandes jornais”, afora, naturalmente, os milhares de cidadãos comuns que também estão produzindo seus blogues e twitters.


Essa nova realidade tem um potencial revolucionário. Representa um novo patamar de participação da cidadania. Representa um extraordinário avanço político. Representa que o mundo se torna comum. Já disse em outro artigo que a internet exige um novo olhar sobre o jornalismo tradicional. Não se pode imaginar apenas a intervenção dos especialistas, que se dedicam a educar o povo, a orientá-los sobre os acontecimentos e a selecionar quais acontecimentos podem ser conhecidos. Hoje, os comuns entraram no jogo pra valer. Não é por acaso que muitos dos fatos de relevância jornalística nos dias de hoje ao invés de chegarem pelas grandes e velhas redes, às vezes chegam por tuiteiros, por manipuladores de celulares. Cito apenas um: o assassinato de Bin Laden chegou primeiro por um tuiteiro, e não por qualquer grande rede norte-americana.


A internet virou o mundo de cabeça pra baixo. Tudo que é sólido desmancha no ar. A comunicação se dá hoje em tempo real. Nada mais é para amanhã. O acontecimento, que nós leríamos ou veríamos no noticiário da noite, ou nos horários dos programas noticiosos dispersos pelo dia e noite, pode irromper aqui e agora, e não necessariamente pela rede tradicional, que não tem a capilaridade dos comuns, dos milhões que estão em rede, acompanhando o mundo a cada segundo. Não nos iludamos: as grandes redes tem percebido isso e utilizam também o potencial dos comuns, e não é incomum vermos matérias feitas a partir de fotos de celular, tiradas por anônimos não assalariados que, talvez, se sintam muito orgulhosos por aparecerem na velha mídia, sem saber que na verdade estão sendo explorados.


O importante a reter aqui, do meu ponto de vista, é o significado político dessa sociedade em rede, espécie de ágora ampliada, a grande assembléia mundial, a quase impossibilidade do segredo, a exigência quase natural da transparência dos negócios públicos, o mundo sob a hegemonia comum ou pelo menos apontando para isso. As forças produtivas, a força da inteligência humana expressa na internet, malgrado em sua origem utilizada para a Guerra Fria, escapam ao controle de seus criadores, e longe de se tornar uma arma simplesmente da guerra, pode se tornar, e vem se tornando crescentemente, um instrumento de paz entre os povos, de insubmissão dos povos contra quaisquer tiranias, de afirmação da democracia em sentido ampliado, superando muitas vezes a simples democracia representativa sem que a descarte. As revoltas árabes estão aí para comprovar.


No caso brasileiro, para não me alongar, a internet colocou a velha mídia em causa. Um encontro de blogueiros progressistas como o realizado na Bahia, entre os dias 10 e 11 de junho, secundando tantos outros realizados país afora, e que terá seu ápice nos dias 17, 18 e 19 de junho, com o encontro nacional, é a evidência de que a roda gira, de que nada será como antes. É evidente que esse processo está no início. Que a velha mídia ainda tem muita força, não podemos nos iludir. Mas, insistamos, há um movimento novo, e foi a internet que o possibilitou.


Nos últimos anos, a nova mídia exibiu o seu potencial emancipatório, sem que se exclua o fato de que no interior da internet há também vastas camadas conservadoras, como seria óbvio prever. Não fossem as novas mídias, e as dificuldades nas últimas eleições seriam muito maiores, pois as velhas mídias estavam perfiladas disciplinadamente ao lado do candidato da direita, candidato delas próprias, aliás.


A internet é um susto. Algo que, como disse, fugiu ao controle de seu criador. É um susto menos para os comuns, e mais, muito mais, para as classes dominantes. Por isso, por variados caminhos, pelo potencial emancipatório que ela contem, está sob ataque permanente. E a todos os que defendem a importância da internet no formato de hoje recomenda-se estar atentos a esse ataque e defendê-la contra os que pretendem constrangê-la, colocá-la sob censura, castrá-la de seus poderes emancipatórios. Insista-se, porque nunca é demais, e outra vez estou me baseando no artigo de Sérgio Amadeu, já citado, que a rede viabilizou a livre participação popular na produção e distribuição de conteúdos, coisa que a indústria cultural havia posto sob seu total controle. Podemos dizer, acompanhando Amadeu, que a rede está destruindo as atividades de intermediação.


Entre os tantos sustos causados pela internet está a da cultura da convergência, que está reconfigurando inteiramente o modo de criar, como diz o professor Henry Jenkis, citado por Sérgio Amadeu, no artigo já lembrado por nós. Nunca foi tão fácil compartilhar conhecimentos e bens culturais, e sobre isso, direitos autorais, participei de debate proposto pelo Ministério, propondo a linha de compartilhamento, e não a proposta por Ecad e seus congêneres.


A internet é hoje o maior acervo de informações já construído pela humanidade. Conta com um grupo de internautas de milhões de pessoas, a gigantesca ágora da contemporaneidade, como já disse. Essa ágora não pode ser bem recebida pelos dominantes. Ela incomoda. Causa urticárias em quem pensa em modelos restritivos, em que não gosta de participação, em quem não quer a realização da democracia, a participação crescente dos comuns.


Por tudo isso, essa onda conservadora contra ela. Sarkozi, na França, fez aprovar lei que obriga os provedores de acesso a desconectar e a delatar os usuários de redes P2P. A Inglaterra seguiu o mesmo caminho. Felizmente, Sarkosi foi derrotado no Parlamento Europeu. Não conseguiu o bloqueio às redes de compartilhamento para todo o Continente, como informa Sérgio Amadeu, no artigo citado.


No Brasil, como se sabe, o então senador Eduardo Azeredo, hoje deputado federal (PSDB-MG), queria exigir a identificação positiva para que se acessasse a rede no Brasil. Dito de outra maneira, queria acabar com a navegação anônima na internet. Este artigo, por suas pretensões policialescas, foi retirado do projeto. Com tantos protestos, acabou melhorado no Senado, e está tramitando na Câmara, neste momento na Comissão de Ciência e Tecnologia. Foi melhorado, mas ainda é um grave ataque à internet, especialmente porque pretende criminalizar a troca de arquivos digitais para uso justo, para fins pessoais e não comerciais. E isso seria feito pela violação do dispositivo de segurança. Para se copiar, só haveria acesso autorizado de acordo com as regras do dono do dispositivo.


Como diz Amadeu, se a proposta de Azeredo tivesse sido aprovada, os milhares de internautas que obtiveram nas redes P2P a cópia do filme Tropa de Elite teriam sido criminalizados. O que o projeto pretende, para além de aparentar lutar contra ladrões de senhas e pedófilos, é criminalizar o compartilhamento, a utilização das redes P2P e o uso justo de obras culturais. É preciso retomar a luta contra o projeto Azeredo. Não podemos chorar depois de aprovada. A hora é essa.


Como falamos dos milhares de blogueiros sujos, como diria o candidato a presidente José Serra, hoje um quase proscrito em seu próprio partido, é o caso de recordar a onda conservadora contra eles, e essa onda vale-se do Judiciário, que tem dado sentenças e mais sentenças que agridem claramente o princípio constitucional da liberdade de expressão. Curioso constatar que são dois pesos e duas medidas: as velhas mídias lutam pela liberdade de expressão e o Judiciário normalmente é muito zeloso com suas reivindicações; quando se trata de blogueiros, o procedimento é distinto, e chovem condenações que atentam contra constituição e contra a liberdade. Os blogueiros não fazem mais do que fazer valer o direito de se comunicar, e nada pode impedi-los.


A internet deve ser o reino da liberdade. O caminho de uma regulamentação democrática foi aberto por uma consulta feita pelo Ministério da Justiça, com a colaboração de milhares de internautas de todo o País. Acredita-se que dentro de pouco tempo, o governo da presidenta Dilma envie o projeto do Marco Civil da Internet, com medidas para preservar e regulamentar direitos fundamentais do internauta, como a liberdade de expressão e a privacidade e, quem sabe, o Marco Civil deverá fixar princípios e diretrizes que garantam premissas de funcionamento e operacionalidade da rede, como a neutralidade da internet.


Ao fim, volto ao tema dos direitos autorais. Talvez fosse aconselhável a Azeredo e quantos se guiem pelas lógicas ecadianas e das grandes corporações, ler Paulo Coelho, que aconselhou em recente artigo na Folha de S. Paulo (29/5/2011) que pirateassem os livros dele. Disse que a “pirataria” – as aspas são dele – constitui o primeiro contato com o trabalho do artista. “Se a ideia for boa, você gostaria de tê-la em sua casa; uma ideia consistente não precisa de proteção. O resto é ganância ou ignorância”. Ponto.


*jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA)
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/06/18/emiliano-jose-piratas-e-a-agora-contemporanea/

06:00 -
Agora mesmo no pé do spin,,,....pé ou rodapé ou base, tanto faz
A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.
Fernando Pessoa

09:00 - Acabei de sonhar ou olhar ser ou ser meu irmão morto, o Turiba,
Ele era a parte mais delicada da nossa familia
Por causa da sua delicadeza ele morreu
Seresta fúnebre ou Nesta noie ele tocou para mim

Música: Dustin O'Halloran - Runner

Uma bandeira negra em sinal de luto na janela para sinalizar o endereço


Obra em andamento,,,,....cantar para a familia do morto
Usar o pífano de bambu
Eles estarão com uma bandeira negra na janela

Agora sei
Quando éramos crianças tocávamos pífanos de bambus
Ele era a nossa parte mais delicada

Executar a obra, anunciá-la aqui


Divulgue esta arte em processo

Anuncie-a via celular, assim como no sonho desta noite

Ao ler este artigo sobre como organizar-se para ter uma maior restituição do IR lembrei-me do quanto ele(Turiba) era organizado. Tudo era anotado, guardado,   todos os pagamentos recebidos bem como os efetuados,  empréstimos a pagar. Constamos isso ao verificarmos seus documentos tendo em vista a continuidade da vida através dos filhs que ele deixou, percebi isso, sua preocupação com o futuro. Uma pessoa antes de tudo honesta, ele e sua esposa Rosa. Ele, como substituto,  respondia como Secretário de Infraestrtura de Sambaíba e ela pelo  Bolsa Familia. Eram pessoas delicadas no atendimento à comunidade. Não foi por outro motivo que a população fez-se presente, em peso,  ao sepultamento dos dois.

Há alguns anos atrás o meu pai construiu um sepulcro coletivo no cemitério onde, segundo ele, deverão ser sepultados eles(marido e esposa), bem como  os filhos.  Ele brincava com minha mãe quanto a quem iria inaugurar aquela necrópole.  Até uma placa de mármore já estava reservada. Por isso foi muito doido para ele sepultar o filho e esposa naquele local. Pelo que eles foram, pelo que deixaram em termos de afeto, de delicadeza, trasladei seus corpos ou nomes ou espíritos ou olhos ou seres para a Necrópole de Saturno

No dicionário D:

Em  spin integral ou Integral Perfeito: Ad Aeternum ou eternamente

Em spin jornalista:  O mundo midiotizado


Em spin avatar: Cassada decisão do juiz que  anulou a união homoafetiva em Goiás Um dos traços de meu irmão Turiba era o respeito ao outro, ele sempre teve um carinho especial pelas pessoas, sempre senti isso, desde pequeno

Coletivo LNO: Ivana Bentes, sobre as novas mídias: A esquerda nos eixos e o novo ativismo


Meu comentário à postagem Corpus Christie    , no LNO



Missa solene celebrada em 03.06.2010, dia de Corpus Christi, No Mosteiro de São Bento, Vinhedo-SP, presidida por D. Paulo Sérgio OSB, prior do Mosteiro, e cantada pelo Coro do Mosteiro. Regência de Virgílio Solli, e Anderson Favrin como organista.

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