03/02/2012

A tragédia de Pompéia repetiu-se em Pinheirinho

Pompéia e Pinheirinho, duas tragédias que, a partir de agora, ecoam através da mesma imagem: Duas mães com suas crianças que, na pressa para sair, nada puderam levar levar sob pena de serem consumidas pelo poder destruidor do vulcão. Ou da polícia. Tanto faz.

Tanto em Pompéia como em Pinheirinho tudo foi deixado para trás. Não houve tempo para concluir nada, nem mesmo o gozo. Em Pompéia a fúria do vulcão Vesúvio cujas aparências enganaram até o último instante não tão menos furioso Estado com sua força destruidora em SP. Se em Pompéia o desastre foi provocado pela natureza, em Pinheirinho ele ocorreu por falta dela. Tanto em Pompéia como em Pinheirinho fizeram falta o Poder Curador, de curar, no lugar do Judiciário, de julgar. Tanto em Pompéia como em Pinheirinho se destacava o pomposo Forum, agora apagado sob a tragédia levada aos moradores destas duas cidades-estados.

Tanto em Pompéia como em Pinheirinho não fizeram o menor sentido a existência do Judiciário, uma vez que trata-se de uma instância que não fez a menor falta na cidade-estado, em Pompéia por exemplo. Em Pinheirinho então...
No lugar do Poder Judiciário, de julgar, deveríamos ter o Poder Curador, de curar. É isso que sinto quando vou diariamente ao Forum: Aquele batalhão de funcionários internados carregando processos prá  aqui e prá lá, os da Justiça Federal são mais refinados mas os da Estadual tenham dó. E fico olhando aqueles armários e me pergunto: Estes móveis deveriam servir para guardar relatos das pessoas, seus clamores em Pinheirinho, sua arte ao invés dessa farsa. É de uma caretice sem tamanho a Justiça. Cega de fato.


Quando terminar o mandato de Eliana Calmon e assumir um Marco Aurélio Mello à frente do CNJ esta vitória das redes sociais com a manutenção dos poderes do CNJ não fará muito sentido. De qualquer forma, resta-nos comemorar esta constatação de que a grande imprensa já não a sós  no terreiro. Embora com essa derrota os meios de comunicação passem a adotar a tática do disfarce e até dirão que foram vitorioss, a verdade é que Veja, Globo, Folha etc não se empenharam em defender o CNJ, muito pelo contrário. Afinal de contas o CNJ é uma "herança maldita" de Lula.
E olhe lá que o CNJ é autofiscalização, nem chega a ser controle externo do Judiciário, isso sim, seria o ideal, e devemos lutar por isso, por transparência total do Judiciário a ponto de os gastos serem acompanhados em tempo real, como ocorrerá no Executivo. Quando isso ocorrer, ai sim, não correremos o risco de termos um CNJ presidido por Marco Aurélio Mello e, caso isso ocorra, será sim um monstrinho. Vitória mesmo virá quando não corrermos o risco de sermos acossados pelo poder curador do porrete, como ocorreu em Pinheirinho num amanhecer de domingo. Que Eliana Calmon chame aquela Juiza incompetente e a toa às falas. Não faz o menor sentido esse Poder que, em nome de um bilionário mafioso, no caso Naji Nahas,  faz desaparecer em poucos segundos uma cidade de 7000 habitantes sem deixar vestígios como se fosse Pompéia.


Pinheirinho era maior do que muitas cidades brasileiras, o que me remeteu-me à tragédia de Pompéia, as pessoas indefesas diante de poderosas forças, em Pompéia o poder do vulcão Vesúvio e, em Pinheirinho, a polícia de Alckmin. O que era uma cidade em poucos minutos veio abaixo em Pinheirinho, onde só restou o chão limpo para o trambiqueiro bilionário Naji Nahas. A Justiça, a  imprensa de Dona Judith(ANJ), a Globo, a Veja a Folha, a juiza tresloucada, o médico e prefeito Cury e o governador comemoram. A "doutora Juiza" até tirou a toga, deixou de ser careta e numa inesperada quebra de ritual e discrição, dirigiu-se à terra arrasada, local onde comemorou os feitos do Vesúvio em Pompéia.


No horizonte dos que moravam em Pinheiro apenas o longo caminho a trilhar e o assombro da falta de solidariedade em São José dos Campos, a começar pelo prefeito da cidade, o médico Cury que, em se fascismo empresarial yuppie, não teve olhos para esta gente que se atreve em lutar pela sobrevivência. De formas diferentes as cidades de Pompéia e Pinheirinho desapareceram em questão de minutos sem deixar vestígios. Por outro lado serão eternizadas em nossas memórias através da história. Faltou e muito o respeito a estas pessoas deixadas no meio do caminho.  Talvez por ter pensado nestas coisas, acabei de sonhar que era deixado no meio da estrada. 


Pompéia e Pinheirinho, duas tragédias que, a partir de agora, ecoam através da mesma imagem: Duas mães com suas crianças que, na pressa para sair, nada puderam levar levar sob pena de serem consumidas pelo poder destruidor do vulcão. Ou da polícia. Tanto faz.
Na foto abaixo moradora foge da fúria do Vesúvio em Pinheirinho. Não poderia ser Pompéia?
Uma imagem que fala de Pompéia e Pinheirinho
P.S.- Está complicado baixar as imagens de Pinheirinho,  as fotos estão sumindo
Vamos então falar de Pinheirinho via Pompéia, quem sabe assim a "Justiça" deixa

"Em agosto do ano 79 d.C, uma erupção do monte Vesúvio escureceu o céu e sepultou a cidade. As únicas crônicas confiáveis do ocorrido foram escritas por Plínio o Jovem numa carta enviada ao historiador Tácito. Plínio observou desde a sua vila em Miseno (a 30 Km do Vesúvio) um estranho fenômeno: Uma grande nuvem escura com forma de pinheiro saindo do cume do monte. Ao cabo dum tempo, a nuvem desceu pelas bordas do Vesúvio e cobriu todo pelos arredores, incluindo o mar."


O Forum de Pompéia
Link para a imagem do Forum de Pompéia (clique aqui)
Comecei esta postagem no Coletivo SPIN Leitor  Luis Nassif Online

Fazendo um spin na rede:


1/70- Defensor Público desmonta versão oficial sobre Pinheirinho
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/defensor-publico-desmonta-versao-oficial-sobre-pinheirinho
2/70- Miguel do Rosário: Blogueiros visitam vítimas de Pinheirinho
http://www.ocafezinho.com/2012/02/01/blogueiros-visitam-vitimas-de-pinheirinho/



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