03/07/2013

Ida ao Observatório da Imprensa - 1/70 (Sat 13)

Há um comando: Quem está na direção? Até pensei que estava variando quando comecei a ver coisas que a nossa vã filosofia jamais poderia imaginar: OTAN, grandes corporações e outros penduricalhos de olho na nossa grana, no pré-sal, etc. Será mesmo que estou variando? Ah, para quem não sabe, o termo "variar" é usado em algumas regiões do nordeste para se referir a alguém que vê coisas fora da realidade, ou seja, saindo do real,  o que ocorre quando se está em estado febril, quando a febre passa dos 40 graus a pessoa começa a variar. Será mesmo que estou variando? Eu sei que vc vem por aqui que nem uma borboleta, um beija-flor que entra rapidamente e sai, não presta muita atenção nas coisas, que tal parar um pouco e ler os posts que reuni aqui: Leia-os e tire suas próprias conclusões, depois não diga que não avisei, ah, e prometo que não toco mais neste assunto, aliás, estou entrando num processo de interlocução com um filósofo clínico, um médico que não ministra remédios mas apenas conhecimento e para quem e com quem tenho muito a dialogar, fora o fato de que, ao falar com as pessoas nas ruas sobre os tais interesses ocultos por trás das manifestações (sem desmerecer o lado bom de tudo isso), o que noto que as pessoas vivem no mundo da lua, não cai a ficha, não querem chegar perto de si mesmas, do seu próprio país, da sua cidade, da realidade que o cerca e terem controle sobre isso, ficam com um olhar distante, quando falo com as pessoas nas ruas tenho a impressão que estou falando inglês, uma língua estrangeira, sei lá, da minha parte noto que a massa ignara não liga o desconfiômetro, os que tem uma visão crítica não passam de 25% dos brasileiros, 75% dos brasileiros, apesar da independência adotada em muitos momentos, isto em período eleitoral, quando havia espaço para o contraditório no horário eleitoral gratuito, agora impera o monopólio da fala, somente um lado se manifesta, de forma que , no momento, os brasileiros não passam de bois sendo conduzidos pela mídia para o matadouro: O alheamento  é assustador, não conseguem ler a realidade que os cerca, o que se resume a uma rejeição impingida pelos meios de comunicação contra "contra tudo o que está aí",  não lhes interessa se o Brasil passa a ser governado por uma ditadura, por um governo de direita seja ele militar ou uma teocracia islâmica ou cristã, tanto faz,  para a grande maioria tanto faz como tanto fez, não se importam  ou não compreendem ou não tem cabeça para entender que temos sob nossos pés, o nosso derredor e muito menos querem saber se estrangeiros estejam ou não interessados em se apossar de tudo isso, o pré-sal, sabem de uma coisa, é melhor ficar fora disso, tenho muito o que fazer, minhas coisas estão acumuladas, tudo por fazer, refiro-me às minhas idas, ao meu processo artístico que nem sei se é artístico e nem me interessa saber, pode ser patológico, tanto faz,  fui

P.S.- Há um artigo, se não me engano, de Wanderley Guilherme dos Santos,  no qual o autor aponta conspiração internacional contra o Brasil. Infelizmente não localizei o artigo, vai então esse editorial do Jornal do Brasil:


JORNAL DO BRASIL DENUNCIA: “CONSPIRAÇÃO CONTRA A PÁTRIA !”



Por Fernando Brito

“O Jornal do Brasil, infelizmente agora apenas eletrônico, publicou ontem, sábado, um corajoso editorial – “Conspiração contra a democracia” em que aponta a existência de um “ataque histérico dos grandes meios político-financeiros” ao Governo Dilma Rousseff. Segundo o jornal, “o pretexto agora é a inflação” e que, diante da crise mundial criada pelo capital financeiro, “os governos se sentem amedrontados, ou cúmplices, e poucos deles resistem”.

A leitura é imperdível e dá orgulho a todos que somos de uma geração em que a expressão “deu no JB” significava a força do centenário jornal:

CONSPIRAÇÃO CONTRA A DEMOCRACIA

O mundo inteiro passa por uma crise econômica e social, decorrente da ganância dos banqueiros, que controlam o valor das moedas, o fluxo de crédito, o preço internacional das commodities. Diante deles, os governos se sentem amedrontados, ou cúmplices, conforme o caso e poucos resistem. 


A União Europeia desmantela-se: o fim do estado de bem-estar, o corte nos orçamentos sociais, a desconfiança entre os países associados, a indignação dos cidadãos e a incapacidade dos governantes em controlar politicamente a crise, que tem a sua expressão maior no desemprego e na pauperização de povos. Se não forem adotadas medidas corajosas contra os grandes bancos, podemos esperar o caos planetário, que a irresponsabilidade arquiteta.


A China, exposta como modelo de crescimento, é o caso mais desolador de crescente desigualdade social no mundo, com a ostentação de seus bilionários em uma região industrializada e centenas de milhões de pessoas na miséria no resto do país. Isso sem falar nas condições semiescravas de seus trabalhadores – já denunciadas como sendo inerentes ao “Sistema Asiático de Produção”. Os Estados Unidos, pátria do capitalismo liberal e neoliberal, foram obrigados a intervir pesadamente no mercado financeiro a fim de salvar e reestruturar bancos e agências de seguro, além de evitar a falência da General Motors.

Neste mundo sombrio, o Brasil se destaca com sua política social. Está eliminando, passo a passo, a pobreza absoluta, ampliando a formação universitária de jovens de origem modesta, abrindo novas fronteiras agrícolas e obtendo os menores níveis de desemprego de sua história.

Não obstante esses êxitos nacionais, o governo está sob ataque histérico dos grandes meios político-financeiros. Na falta de motivo, o pretexto agora é a inflação. Ora, todas as fontes demonstram que a inflação do governo anterior a Lula foi muito maior que nos últimos 10 anos. 

O Jornal do Brasil, fiel a sua tradição secular, mantém a confiança na chefia do Estado Democrático e denuncia, como de lesa-pátria, porque sabota a economia, a campanha orquestrada contra o Governo – que lembra outros momentos de nossa história, alguns deles com desfecho trágico e o sofrimento de toda a nação.”


FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog “Tijolaço”   (http://www.tijolaco.com.br/index.php/jb-conspiracao-contra-a-patria/).

Drones espionam protestos no Brasil
Por Antonio Brasil, no Observatório da Imprensa
Continuamos surpresos com a magnitude, diversidade e persistência dos protestos nas principais cidades brasileiras. Estamos ávidos por notícias, explicações e principalmente imagens que tentem explicar aquilo que não entendemos. Em meio a um cenário ainda confuso, e muitas vezes violento e hostil, os jornalistas seguem enfrentando enormes dificuldades para cobrir os fatos.
Todos os dias, recebemos notícias de repórteres ameaçados ou atacados pela polícia e pelos manifestantes. As instituições tradicionais – como o governo, a polícia e o jornalismo – estão sendo questionados e desafiados.
É muito difícil mostrar o que está acontecendo no presente com ideias, atitudes e recursos ultrapassados. Nunca foi tão difícil fazer um jornalismo sério, responsável e competente.
Estamos diante de novos e inesperados personagens que passaram a frequentar o noticiário brasileiro. Temos os manifestantes de primeira viagem, protestadores profissionais, baderneiros exaltados, vândalos violentos e velhos especialistas que tentam mas não conseguem explicar muito.
Diante de manifestações populares que exigem novas soluções, também cabe ao jornalismo buscar novas narrativas e tecnologias apropriadas para mostrar o que está acontecendo.


Segurança e vigilância
Temos que nos preparar para conviver com grandes, constantes e perigosas manifestações populares. Talvez uma possibilidade de inovação seja o “jornalismo imersivo”, aquele que ao invés de se distanciar dos fatos, de preferir “subir no telhado” ou embarcar em helicópteros e se afastar da realidade, procura “mergulhar” nos acontecimentos.
Esse novo jornalismo procura aproximar o repórter dos fatos com atitudes diferenciadas, narrativas audiovisuais inovadoras e ferramentas profissionais mais específicas e apropriadas para cobrir uma nova realidade. E é nesse novo cenário que entra em cena os “drones jornalísticos”.
Drone (zangão, em inglês) ou Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) é todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses aviões-robôs são pilotados a distância por meios eletrônicos e computacionais.
Parece coisa de ficção científica, mas essa inovação tecnológica já existe há muitos anos. Os norte-americanos têm utilizados sofisticados drones para espionagem e para matar terroristas ou pessoas indesejáveis. Na mão dos militares, essas pequenas aeronaves tornaram-se uma arma poderosa. O problema, no entanto, são as questões éticas e legais para a sua utilização. Críticos falam em “assassinatos sem julgamento”, “guerra suja” e “violação das leis internacionais”.
As forças de segurança nacionais – como a polícia – também utilizam os drones para monitorar o trânsito urbano, controlar áreas consideradas perigosas, fronteiras internacionais e investigar criminosos.
Câmeras ocultas
Na mão de jornalistas, os drones também são armas poderosas. Nos últimos dias, as pequenas aeronaves passaram a frequentar com destaque o noticiário brasileiro. A Folha de S.Paulo e o Globotestaram seus drones durante as últimas grandes manifestações no Rio e em São Paulo (ver aqui e aqui).
Essas pequenas aeronaves parecem brinquedos sofisticados e possuem versões de baixo custo que são mais fáceis de operar e podem ajudar o jornalista a produzir boas reportagens. Mas os drones também podem ser mais uma forma de ameaça às liberdades individuais. Na mão de editores e paparazziinescrupulosos, essa tecnologia invade os segredos de celebridades, mas também pode invadir a privacidade de cidadãos comuns.
Olhe para cima, você pode estar sendo gravado por um drone neste instante sem sequer perceber. Esses pequenos aviões ou helicópteros de controle remoto transportam câmeras de vídeo de alta resolução com capacidade de gravar e transmitir imagens ao vivo a grandes alturas e distâncias. As imagens captadas pelos drones podem ser consideradas simplesmente como mais uma curiosidade tecnológica para mostrar os protestos a distância. Mas, assim como as famigeradas “câmeras ocultas”, também podem criar muitos problemas, suscitar dúvidas éticas e oferecer perigos inusitados para os manifestantes.
Os drones podem ser um “olho no céu” tirando fotos ou vídeo de protestos para os jornalistas, mas também podem ser os “espiões” da polícia ou agências de inteligência do governo. Pelo lado positivo, os drones são ferramentas poderosas e precisas para avaliar o tamanho das multidões que participam dos protestos. Mas, pelo lado negativo, elas podem ser utilizadas para identificar e denunciar manifestantes, líderes informais e ativistas políticos.
Nessas horas de crise, é sempre bom recordar o passado, a História. No século 19, outra inovação tecnológica, a fotografia, que tinha sido recém-inventada, foi utilizada pela polícia francesa pela primeira vez para identificar os revoltosos da Comuna de Paris. Eles estavam entrincheirados em barricadas nas ruas e a polícia pôde utilizar imagens individuais como prova jurídica para incriminar os manifestantes franceses.
Novas tecnologias demandam novas posturas éticas, e principalmente nova legislação. E esse é o problema dos drones. Nos Estados Unidos, a operação dessa tecnologia por jornalistas é considerada ilegal. No Brasil ainda não temos legislação específica que regulamente e controle a utilização de aviões-robôs.
Além da cobertura jornalística de protestos populares, os drones também podem ser úteis para outras situações de risco como coberturas de guerra e operações policiais, além de oferecer alternativas para a captação de imagens em desastres naturais como enchentes, incêndios ou terremotos. Eles também substituem, com mais eficiência, os caríssimos e perigosos helicópteros que sobrevoam multidões de manifestantes. Há sempre o risco de queda ou colisão com utilização indiscriminada de aeronaves que congestionam o espaço aéreo das capitais brasileiras.
Mas nenhuma tecnologia exclui riscos. As aeronaves não tripuladas que portam câmeras de vídeo para cobrir grandes eventos, mas precisam ser operadas por profissionais qualificados, podem apresentar problemas técnicos e cair causando muitas vítimas.
Ameaças do passado
A imprensa especializada descreve a “revolução dos drones” e projeta milhares de aparelhos nos céus, em breve, seja a serviço do governo e de empresas civis. Isso pode ser considerado uma boa notícia com grandes benefícios para todos. Aviões-robôs com câmeras ocultas podem mostrar os fatos, mas também podem espionar e denunciar aqueles que ousaram sair às ruas para mudar o país.
Nesses momentos de crise, a maioria silenciosa, indiferente e tímida que assiste a tudo pela TV, não deve jamais menos menosprezar o poder das imagens dos noticiários ou esquecer as palavras da história recente:
“Primero mataremos a todos los subversivos, luego mataremos a sus colaboradores, después a sus simpatizantes, enseguida a aquellos que permanecen indiferentes y, finalmente, mataremos a los tímidos.” [Declaração do general argentino Saint Jean, governador da província de Buenos Aires, publicada no diário Internacional Herald Tribune (Paris), em 26/7/1977]
***
Antonio Brasil é jornalista, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, pesquisador do Grupo Interdisciplinar de Pesquisas em Telejornalismo (GIPTELE) e autor do livro Telejornalismo Imaginário(Editora Insular)



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O uso de drones (aviões pequenos não tripulados) pelo jornalismo, que antes se restringia a fotos ou documentários, começa a se disseminar pelas coberturas “quentes”. É o que afirma Robert Picard, diretor de pesquisa do Instituto Reuters, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, ao ser questionado sobre experiências como a do TV Folha – que usou drone para a cobertura dos protestos da semana passada.
Picard lançou há duas semanas um relatório do instituto sobre “Oportunidades e desafios dos drones na coleta de informações” e, na semana passada, comandou um dia inteiro de debates no congresso da Global Editors Network (GEN), em Paris.
“Uma série de grandes emissoras, como a CNN, a BBC e a ABC australiana, estão agora experimentando com o uso de drones para o jornalismo diário”, diz ele. “Alguns jornais também.”
O uso já chegou até à cobertura de zonas de guerra como Afeganistão e Síria, para garantir imagens de perspectivas diferentes, tomadas de posições “inseguras”.
Um dos maiores desafios na nova atividade, diz Picard, é a ausência de regulação para o uso civil de drones, sobretudo do ponto de vista de segurança. Mas “as autoridades de aviação civil internacional já estão se mexendo para estabelecer padrões”, o que deverá chegar “à maioria dos países em algum momento”, inclusive ao Brasil. Do Observatório da Imprensa
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 Protestos seguem um roteiro: quem são os autores?
Caminhoneiros protestaram na Castello Branco (SP) por 15 horas /
Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo
Com o esvaziamento das manifestações nas ruas e praças das cidades, os protestos tomaram o rumo das estradas e caminhoneiros bloquearam ontem 22 rodovias em nove Estados, fechando inclusive o acesso ao porto de Santos, que só foi liberado na manhã desta terça-feira.
Desde o dia 6 de junho, quando dois mil manifestantes do Movimento Passe Livre protestaram na avenida Paulista, em São Paulo, contra o aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus, os protestos se espalharam por todo o pais e foram multiplicando sua pauta de reivindicações, que foi da PEC 37 ao combate à corrupção, dos gastos com a Copa à melhoria nos serviços públicos, atacando todos os governos, políticos e partidos.
Depois de três semanas, os protestos urbanos perderam o folego e foram para as estradas. O Movimento Brasil Caminheiros, liderado há 14 anos pelo empresário Nélio Botelho, que em 1999 fechou as principais rodovias do país e provocou até desabastecimento em algumas cidades, apresenta agora as mesmas reivindicações daquele tempo: redução do preço dos pedágios e do óleo diesel, entre outras benfeitorias para a categoria.
Mesmo depois que o governo de São Paulo suspendeu a cobrança de pedágio para caminhões sem carga, razão primeira do protesto, o movimento decidiu que continuará nas estradas até quinta-feira, infernizando a vida de quem precisa viajar.
É no mínimo estranho que os caminhoneiros de Nélio Botelho voltem aos bloqueios justamente agora que a situação estava começando a se normalizar nas cidades, depois que a maior parte das reivindicações do povo nas ruas foi atendida rapidamente pelos três poderes.
Na mesma hora em que as estradas eram fechadas, apenas 100 gatos pingados apareceram ontem no mesmo Largo da Batata, em São Paulo, que reuniu 65 mil pessoas do Movimento Passe Livre no último dia 17 de junho, desta vez para protestar contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-SP).
No início da noite, 40 pessoas saíram às ruas de Florianópolis para pedir mais ética na politica; 200 manifestantes pediram o fim da corrupção em Manaus; mais 200 saíram em Maceió contra a contratação de médicos estrangeiros; outros 80 fecharam a PR-116 em Fortaleza, pedindo sinalização e uma passarela; com pedidos variados, 60 protestaram em Foz do Iguaçu, o mesmo número que saiu às ruas em Santos para pedir a integração das tarifas de balsas e ônibus; só em Vitória o número chegou a 1.000 para pedir o fim da cobrança de pedágio.
Geradas nas redes sociais e amplificadas pela cobertura generosa da grande mídia, inclusive durante transmissões esportivas e em programas de auditório, as manifestações de protesto parecem seguir um roteiro para que não parem nunca mais, encadeando uma pauta na outra. Certamente não se trata da obra de um único e criativo pauteiro. Pode ser tudo uma grande coincidência, mas não custa perguntar quem podem ser seus autores e quais seriam seus reais objetivos, já que até hoje tudo nos é apresentado como algo espontâneo, que brota de uma difusa insatisfação popular não registrada pelas pesquisas nem pelos agentes da Abin.
Em seu artigo de hoje no "Observatório da Imprensa", sob o título "A história ainda não foi contada, falta o narrador", Alberto Dines deixa uma pergunta no ar:
"No sábado, 6 de julho, o vulcão completará um mês de atividade ininterrupta. Hora de perguntar: alguém já contou esta história _ como começou, mudou e o que ainda vai acontecer?".
Em busca de respostas, Dines constata: "Estamos observando os escombros, identificando vítimas, avaliando efeitos, conscientes da dimensão do ocorrido, testemunhas mais ou menos informadas. Poucos, no entanto, sabem com exatidão por que a cratera adormecida, de repente, começou a cuspir fogo".
Talvez só os historiadores do futuro, daqui a muitos anos, nos contem como foi construído e desenvolvido este roteiro.
E isso que eu já havia publicado aqui mas vale a pena ler de novo:

William Blum, que viu os golpes por dentro: “Fiquem de olho no dinheiro”



Dia de fama para Blum no Washington Post, em 2006
por Heloisa Villela, de Nova York, especial para o Viomundo
Olho no dinheiro. Em síntese, esse é o conselho de quem conhece de perto décadas de truques e artimanhas usados pela CIA e por outras organizações do governo estadunidense para virar o jogo político alheio.
William Blum, mais conhecido como Bill, é norte-americano e anti-imperialista convicto, graças à guerra do Vietnã.
Foi quando ele se tornou funcionário do Departamento de Estado, durante a guerra, que teve um choque de consciência. O que já era uma convicção se tornou conhecimento ainda mais profundo quando acompanhou, no Chile, o golpe de estado orquestrado pela CIA contra o governo de Salvador Allende, em 1973.
Por enquanto, não há qualquer indício de ação externa nas manifestações brasileiras, embora — estranhamente — brasileiros tenham tomado a iniciativa de denunciar o Brasil, em vídeo, no Exterior.
Porém, momentos de instabilidade política — como os enfrentados agora pelos governos da Turquia e do Brasil — prenunciam mudanças e atores externos muitas vezes se aproveitam da conjuntura para enfiar sua colher. Por isso, fomos ouvir Blum.
Escritor, historiador e crítico contumaz da política externa dos Estados Unidos, Bill Blum não usa meias palavras para descrever a atuação da superpotência.
No livro Killing Hope: U.S. Military and CIA Intervention since World War II, ele faz um relato detalhado da intervenção estadunidense em vários países. Blum dedica um capítulo a cada nação, começando com a China. Depois de percorrer todos os continentes, ele termina, no capítulo 55, com o Haiti. Passa, claro, pelo golpe militar no Brasil e pelos similares na vizinhança.
Blum se encaixa na longa lista de “dissidentes” do império, que inclui do ex-agente da CIA Philip Agee ao soldado Bradley Manning e, mais recentemente, o ex-funcionário terceirizado da NSA, a agência de segurança nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, que vazou dados sobre os programas de espionagem em massa do governo de Barack Obama.
Por conta de ter denunciado o poder, Blum vive uma espécie de “exílio branco”: seus livros nunca são resenhados e suas ideias nunca são reproduzidas na mídia local. A não ser em circunstâncias extraordinárias: em 2006, num audio tape, Osama bin Laden citou um dos livros de Blum, Rogue State, e o autor foi parar na capa do Washington Post.
No trecho do livro mencionado por Osama, Blum descreve o que faria para acabar com os ataques terroristas se fosse eleito presidente dos Estados Unidos:
“Primeiro eu pediria desculpas — publica e sinceramente — a todas as viúvas e órfãos, os empobrecidos e torturados e todas as milhões de vítimas do imperialismo norte-americano. Depois eu anunciaria que todas as intervenções globais dos Estados Unidos — inclusive os terríveis bombardeios — teriam fim. E informaria Israel que o país deixaria de ser tratado como um estado da União, mas — estranhamente — como um país estrangeiro. Depois eu reduziria o orçamento militar em pelo menos 90% e usaria o dinheiro para pagar reparações às vítimas e reconstruir os danos das invasões e bombardeios norte-americanos. O dinheiro seria suficiente. Sabe qual é o orçamento militar de um ano dos Estados Unidos? É mais que 20 mil dólares por hora para cada hora desde que Jesus Cristo nasceu. Isso é o que faria em meus primeiros três dias na Casa Branca. No quarto dia, eu seria assassinado”.
Aos 70 anos de idade, Blum continua muito ativo. Agora, toca o site www.williamblum.org.
Na entrevista, ele disse que não sabe se organizações norte-americanas (National Endowment for DemocracyFreedom House e semelhantes) tiveram algum contato com manifestantes no Brasil. Mas acha importante que os brasileiros fiquem atentos. Ao se depararem com um grupo, um site, uma organização nova, tentem descobrir quem está financiando o grupo.
Só assim, seguindo a trilha do dinheiro, é possível descobrir quem está por trás de certas palavras de ordem e campanhas.
No caso das organizações dos Estados Unidos, o objetivo segundo Blum é sempre o mesmo, há décadas. Garantir, no poder, representantes fiéis aos interesses econômicos de Washington. A ideologia pouco importa. Contanto que o mercado, e as mercadorias, continuem circulando na direção certa. “Os Estados Unidos não estão nada preocupados com liberdade e democracia e sim com a dominação do mundo. Esta é a política externa dos Estados Unidos”.
William Blum é autor de vários livros sobre a política externa dos Estados Unidos e suas consequências. Antenado nas movimentações e protestos em diferentes países do mundo, ele nos deu a seguinte entrevista:
Viomundo – Sobre os protestos no Brasil e na Turquia, o senhor vê alguma dessas organizações – National Endowment for Democracy (NED), United States Agency for International Development (USAID) ou Freedom House – tentando participar, direcionar o movimento político?
BB – Não sei quão ativas essas organizações são no Brasil. Mas parto do princípio de que são porque todas elas são a mesma coisa. Todas seguem o exemplo da National Endowment for Democracy, que foi criado claramente para ser uma fachada da CIA. E esse é o papel que vem desempenhando nos últimos 25 anos, mais ou menos. Estão no mundo inteiro. E têm vários braços, como o National Democratic Institute e oInternational Republic Institute, que são todos parte do NED, criado nos anos 80 para fazer, abertamente, o que a CIA estava fazendo secretamente. O NED é simplesmente uma organização de fachada para a CIA. Mas não sei quão ativos eles são hoje no Brasil. Não estou acompanhando de perto.
Viomundo – Então, me permita reformular a pergunta. Se o senhor fosse brasileiro, sabendo tudo que sabe a respeito da maneira como o império opera, em que sinais estaria de olho, agora, enquanto estão acontecendo todos esses protestos no país?
BB – Eu procuraria saber quem está pagando as contas. Quem está financiando isso ou aquilo. Que Organizações Não Governamentais estão ativas. Pode ser que surjam nomes conhecidos, ou alguns mais obscuros. Mas é preciso pesquisar para descobrir quem está financiando essas organizações mais obscuras. Pode ser que você encontre a ligação com o NED.
Viomundo – Como o senhor com certeza sabe, existe essa nova “coalizão” entre o Departamento de Estado e as grandes empresas da internet, como o Google, para desenvolver ativismo digital no mundo. Todos participando com o mesmo objetivo que, dizem, é promover a democracia.
BB – Eu escrevi sobre o homem do Google, que era do Departamento de Estado. No Google ele se encarrega, entre aspas, de promover a democracia aqui e ali. Mas para essas organizações e o NED, o que eles chamam de democracia é simplesmente capitalismo. Eles trabalham contra qualquer movimento socialista que veem, por definição, como antidemocrático. E promovem o mercado livre, que na definição deles é democracia. Então, você tem que prestar atenção no que eles dizem porque frequentemente usam os mesmos termos quando defendem a democracia.
Viomundo – Que semelhanças o senhor vê entre o que está acontecendo no Brasil e na Turquia? Com toda essa insatisfação dos jovens, que não estão vendo perspectiva? O senhor vê uma insatisfação com a vida que estamos levando hoje? Um esgotamento do modelo neoliberal?
BB – Olha, não sei qual é o grau de sofisticação dos manifestantes, desses jovens. Acho que muitos talvez tenham dificuldades de explicar contra o que são e a favor do que, apesar de terem uma boa reação intuitiva. Eles sabem que a sociedade os frustrou porque não conseguem encontrar um emprego, não lhes deu uma educação adequada pela qual possam pagar, não lhes deu um padrão de vida adequado. Eles sabem disso tudo, mas não necessariamente sabem exatamente qual é a conexão com o neoconservadorismo ou o liberalismo. Mas o instinto está lá e deveria acontecer o mesmo aqui nos Estados Unidos. Mas os jovens aqui, em sua maioria, ainda não acordaram. Com exceção do movimento Occupy que foi bom enquanto durou. Mas não chegou ao ponto de fazer demandas específicas.

Viomundo – E o movimento Occupy não conseguiu mobilizar um número grande de pessoas…
BB – O movimento Occupy foi esmagado pela polícia. Eles esmagaram um local ocupado após o outro. Prenderam mais de mil pessoas. Bateram em centenas de pessoas. Muitas tiveram sérios problemas de saúde por conta disso. Então, não é tão ruim como parece. Os jovens aqui não são tão apolíticos como se pensa. Eles têm que se recuperar do esmagamento do movimento. A polícia tomou até as bibliotecas deles e jogou os livros fora. Isso é um comportamento fascista. O governo americano hoje, na minha opinião, é um estado policial. Então, não é tão ruim como se pensa. Não sei o que vai ser preciso para que o movimento Occupy acorde novamente. Mas estou esperando por isso.

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Viomundo – O senhor acha que é por conta desse estado policial que é ainda mais difícil, aqui, brigar por mudanças?
BB – A polícia no Egito ou na Turquia não foi exatamente boazinha e gentil. A polícia, no mundo todo, é  bem ruim. Mas os jovens da Turquia, do Brasil e do Egito têm sido bem mais corajosos, continuam voltando. Foram espancados, seus acampamentos esmagados, e continuam voltando. Aqui, depois que foram esmagados, no fim de 2011, ainda não voltaram. Mas estou esperando que algo aconteça.

Viomundo – E as revoluções coloridas na Georgia, na Ucrânia e na Bielorrússia, quando a participação das organizações norte-americanas foi muito bem documentada? Elas investiram uma boa quantidade de dinheiro para unir a oposição ou garantir a vitória deste ou daquele candidato. Qual foi o resultado?
BB – Se a democracia era o grande objetivo dessas revoluções coloridas, não temos muito do que falar. A Georgia é um dos muito exemplos e não é exatamente uma sociedade muito livre. E o homem que era o líder da revolução, [Mikheil] Saakashvili, não é muito bem quisto agora. Mas eles todos aprenderam, uns com os outros. As organizações norte-americanas que se envolveram, como NED e Open Society [do especulador George Soros], levaram pessoas da Iugoslávia para ensinar os manifestantes da Georgia, por exemplo, para dividir com eles a experiência a respeito de como derrubaram o governo [de Slobodan] Milosevic [na Sérvia, em 2000]. Você pode chamar a isso de conspiração internacional, o uso de um país para derrubar o sistema de outro. E isso tudo foi coordenado pela organização que mencionei, o NED, e pelo Departamento de Estado.
Viomundo – No fim, qual foi o resultado? O que os Estados Unidos ganharam?
BB – O propósito é sempre instalar governos que serão ativos confiáveis para Washington. O objetivo, certamente, não é democracia e liberdade. O objetivo é garantir que os que estão no poder sejam bons clientes de Washington. É nisso que você tem que prestar atenção em todos esses lugares. Não examine quem está mais ou menos feliz. Olhe apenas quão subserviente aos Estados Unidos ou à OTAN é o novo governo.
Mais e mais, esses governos estão entrando na OTAN. Nesse sentido, tem sido um sucesso do ponto de vista de Washington. Os Estados Unidos cercaram a Rússia de membros da OTAN. E eles ainda não terminaram. Ainda querem colocar a Georgia e a Ucrânia na OTAN. É um processo em andamento para cercar a Rússia de amigos da OTAN. E é um dos motivos pelos quais a Rússia não entrega o Edward Snowden a Washington [Snowden é o ex-funcionário terceirizado da CIA que denunciou o programa secreto dos Estados Unidos de coleta de dados telefônicos e da internet, no mundo]. Eles têm muito motivo para estarem com raiva de Washington. Parece até que a Guerra Fria não terminou.
Viomundo – Considerando a sua história, em particular, quando deixou o Departamento de Estado, o senhor revelou os nomes e endereços de 200 funcionários da CIA, em 1969. O que teria acontecido com o senhor em 69, se as coisas estivessem como estão hoje, haja visto o que está acontecendo com Bradley Manning, Julian Assange, Edward Snowden…
BB – Não tinha pensado nisso. Consegui não ser punido. A mesma coisa hoje me deixaria com problemas graves. Não sei nem se faria a mesma coisa hoje. Talvez tivesse medo. Não sei. Mas se fizesse, sofreria sérias acusações na justiça.
Viomundo – Como foi que essa mudança aconteceu no país? Ela foi gradual?
BB – A transformação dos Estados Unidos em um estado policial foi gradual, mas se acelerou com o Obama. Ele se tornou um grande adversário de várias liberdades civis. O governo dele processou mais gente responsável por vazamento de informações do que todas as administrações anteriores somadas. E ainda não parou. Agora, um general [reformado, James Cartwright] está sendo processado porque vazou informações sobre o que os Estados Unidos fizeram com o programa nuclear do Irã. Eles puseram vários vírus no sistema de computador do programa. O general pode ter sido a fonte que revelou o programa há alguns anos e agora está sendo atacado. Obama parece obcecado em barrar todo tipo de vazamento de informação.

Viomundo – O senhor acha que isso é responsabilidade do presidente Obama? Não teria acontecido no governo de outro presidente? Isso não é um processo que ocorre nos Estados Unidos, não importa quem seja o presidente ou o presidente tem condições de barrar esse processo?
BB – Ele pode barrar. Ele tem o poder. Ele tem o poder de soltar todos os presos de Guantánamo. Tem o poder de suspender todos os ataques com drones e todas as guerras. Ele não usou esse poder. Ele vai entrar para a história como o responsável por todas essas coisas. Não pode fugir dessa responsabilidade.
Viomundo – Uma vez que você tem todas essas organizações (NED, Freedom House e outras) operando no mundo, elas ganham vida própria? Ou tudo isso é bem controlado pela Casa Branca?
BB – Você não pode absolver a Casa Branca de responsabilidade porque se essas organizações não estivessem fazendo o que devem fazer, não receberiam mais dinheiro [o NED é financiado pelo Congresso dos Estados Unidos com dinheiro público]. O fato de continuarem recebendo dinheiro mostra que o trabalho delas está sendo aprovado pela administração. Então, não se pode separar o governo dessas organizações. É a trilha do dinheiro. Sempre.
PS do Viomundo: No site de William Blum é possível ler alguns capítulos dos livros dele que foram traduzidos para vários idiomas, inclusive o espanhol. Mas não ainda para o português.
Clique abaixo para ouvir, em inglês, dois trechos da entrevista:

http://www.viomundo.com.br/denuncias/william-blum-ex-diplomata-dos-estados-unidos-fiquem-de-olho-no-dinheiro.html

Agora leia isso, ligue os pontos:

Ah, isso também:

Depois de passar o Reino Unido e se tornar a sexta maior economia do mundo em 2011, o Brasil voltou à sétima posição no ano passado. Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou em US$ 2,396 trilhões em 2012 – US$ 44,5 bilhões abaixo dos US$ 2,44 trilhões do Reino Unido.
Apesar do crescimento de apenas 0,9% do PIB brasileiro em 2012, é o câmbio que explica a perda de posição. Isso porque o PIB do Reino Unido cresceu ainda menos: 0,2%. Ou seja, a diferença veio na conversão das moedas dos países para o dólar, que se valorizou mais de 9% frente ao real no ano passado.
Mas depois da queda, o FMI prevê recuperação. Este ano, o Brasil deve voltar à 6ª posição entre as maiores economias globais, superando, novamente, o Reino Unido, ainda que por pouco: a projeção é que o PIB brasileiro fique em US$ 2,456 trilhões – US$ 34 bilhões a mais que o do Reino Unido, com US$ 2,423 trilhões.
E até 2018, último ano das projeções do fundo, o Brasil não deve voltar a perder posição entre as maiores economias. Ao contrário, deve ganhar. A previsão é que, em 2016, o Brasil chegue à 5ª posição no ranking dos maiores PIBs, ultrapassando a França.
A distância até a Alemanha, a quarta maior economia mundial, também deve diminuir, chegando a US$ 568 bilhões em 2018. Mas as duas primeiras posições ainda estarão longe: o PIB chinês deve equivaler, em 2018, a mais de quatro vezes o brasileiro, enquanto o dos Estados Unidos deve ser 6,6 vezes o do Brasil.
G1

Só prá terminar, isso também tem a ver com essa conspiração contra nosso país, ligue as coisas, se ligue:rescimto do PIB do Brasil no primeiro trimestre foi o segundo do mundo, igual ao dos EUA. #ForaDilma

Como dizia o agora imortal, ao lado do Merval, FHC, "assim não dá, assim não é possível". Enquanto a oposição aquartelada no Facebook e na mídia corporativa diz que o Brasil está uma merda, o noticiário econômico mostra que a realidade não é bem essa. Muito pelo contrário.

O mundo todo está em crise, e pouquíssimos países conseguem manter a cabeça fora da água e exibir um crescimento. O Brasil é um deles. Teve um crescimento do PIB igual ao dos EUA, atrás apenas da Coreia do Sul e do Japão, com pequeníssima diferença. 0,9 pros olhinhos puxados e 0,6 para nós e o país que espiona o mundo e promove guerra pelo planeta.

Veja os números abaixo, publicados no Estadão em maio passado - mas estranhamente só repercutidos agora. Por que será, heim?





http://blogdomello.blogspot.com.br/2013/07/crescimento-do-pib-do-brasil-no.html


Levante da juventude virou rebelião fascista?, por Miguel do Rosário, no Cafezinho



Agora o estrago está feito. Minhas paranóias iniciais, de que a coisa poderia degenerar numa espécie de rebelião descontrolada tipo Líbia, com infiltração de todo tipo de oportunistas, tornaram-se realidade. Ainda tentei sufocar minhas paranóias e acreditar um pouco no bom senso dos jovens. “Eles querem ser politizados. Tudo vai dar certo”, pensei. É legal ver os jovens indo às ruas protestar por um Brasil melhor. É a primavera da juventude. Quebrei a cara. Não apenas eu. Até a presidenta fez elogios às manifestações. Mas todas as ressalvas que fiz acabaram se tornando o ponto principal. A coisa toda virou um pesadelo golpista. Sem foco, o movimento degringolou numa revolta fascista, com jovens camisas negras espancando militantes de partidos de esquerda e gritando “ditadura já”, conforme relatos que li do que aconteceu em São Paulo.
A sede dos Correios no Rio foi depredada. A fachada do lindo prédio do Itamaraty, em Brasília, foi destruída e o interior quase incendiado, com coquetéis molotov e pedras.
Eu estive no protesto de Brasília hoje, mas saí antes do quebra-quebra. Notei o elemento difuso. Muitas placas diziam: “é tanta coisa para protestar que não cabe numa placa”. Havia cantorias anti-mídia, contra a Globo, muitas pessoas com placas com dizeres: O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo. E uma bandeira gigante com a logomarca da emissora cruzada com um X. Só que o principal alvo é a política e os políticos. Havia placas pedindo redução dos impostos, ao lado de outras pedindo mais investimentos em saúde e educação. Vi apenas um cara de uns cinquenta anos, estranhíssimo, segurando uma plaquinha Fora Dilma.
As pessoas chegaram ao espaço aberto em frente ao Congresso e notava-se uma ansiedade para ver alguma coisa acontecer.
O professor Wanderley Guilherme, mais uma vez, detectou o cheiro de golpe. Não é hora sequer mais de criticar o governo por ter se permitido ficar numa situação tão frágil. O Brasil não pode ficar na mão de baderneiros fascistas. Mas a Dilma deveria se pronunciar. Já deveria tê-lo feito!
Jovens bem intencionados tornaram-se massa de manobra. Eu estava lá, caminhando ao lado deles, em direção ao Congresso. A maioria dos manifestantes era realmente pacífica, com olhos brilhando com desejos de mudança. Mas fascistas também querem mudanças. Fascistas também são ingênuos. Não tínhamos idéia da corrupção moral da juventude até este momento. Eles falam em corrupção, sem noção todavia de que este não é um problema que se combate com palavras de ordem, mas através da implementação de programas de transparência pública e fortalecimento das instituições de controle. Não se vence corrupção com gritos de guerra, até porque todos os corruptos costumam engrossar os protestos. O verdadeiro corrupto é aquele que também discursa contra a corrupção.
O Brasil acordará amanhã com uma ressaca terrível. Rezo para que a nossa “juventude” não esteja totalmente desmiolada, e possa refletir melhor.
Entendo que há problemas terríveis que ainda faltam serem solucionados. Mas a caixa de pandora da insatisfação humana tem uma quantidade infinita de demônios. Eu assisti parentes morrerem tristemente em hospitais públicos ou serem mal atendidos. Eu também tenho muito o que protestar, mas jamais corroborarei a depredação de patrimônio público, porque evidentemente isso não contribui em nada para reduzir as agruras sociais do povo. Não se pode jamais vender às pessoas a falsa ilusão de que a democracia pode ser um mar de rosas. A democracia não elimina a podridão humana, nem os sofrimentos da vida, nem a eventual incompetência de funcionários públicos e privados. Os mesmos jovens que pedem mais educação muitas vezes são os mesmos que se recusam a estudar, mesmo estando em bons colégios. A transformação da vida não depende apenas de governos, mas também do esforço individual. Essa é uma verdade partilhada por comunistas e capitalistas, mas não por fascistas. Os jovens pobres, sim, merecem receber ajuda do governo. Os jovens de classe média podem mudar o Brasil se tornando cientistas e engenheiros (assim como os pobres também podem sê-lo), ajudando o Brasil a vencer seus desafios tecnológicos, não depredando monumentos nacionais e produzindo instabilidade no país.
Por outro lado, temos de fazer a auto-crítica. Onde falhamos? Não politizamos nossa juventude. Deixamo-la abandonada a um consumismo desenfreado, sob influência de um sistema de comunicação positivamente golpista. Na manifestação em Brasília, cantava-se repetidamente o refrão nacionalista: sou brasileiro, com muito orgulho. Agora que novamente estou paranóico, até isso me soa como um hino integralista e fascista. Afinal, o que significa, nesse momento, ter “orgulho de ser brasileiro” e ao mesmo tempo desprezar tão profundamente os símbolos nacionais: Correios, Itamaraty, Congresso, prefeituras. Até o terreirão do samba, lugar de diversão popular, foi destruído! Que merda de orgulho é esse?
O que significa ter orgulho de ser brasileiro e querer melar a Copa do Mundo? Depois de toda gastança construindo os estádios, na hora em que poderíamos ter o retorno a estes investimentos, com geração de milhares de empregos, impostos e promoção de imagem do país no mundo, a gente destrói tudo? Que palhaçada! Se houve superfaturamento, que se investigue os culpados e prenda-os, mas a Copa continua!
Enfim, tá tudo muito estranho, muito perigoso. A esperança agora é que a presidenta Dilma seja líder e encontre a melhor maneira de restabelecer a ordem pública.
- See more at: http://www.ocafezinho.com/2013/06/20/levante-da-juventude-virou-rebeliao-fascista/#sthash.XHsjphC3.dpuf

Ah, mas são tantos os artigos que não estou dando conta de fazer esse recorte sobre os tais interesses ocultos que nem são tão ocultos assim:

What is this, “companheiro”? Teoria da conspiração "1964-2.0",  por Daniela Novais, 


Crédito : Reprodução
Um texto publicado no blog Tijolaço dá mais indícios sobre que este Portal vem falando sobre asTeorias da Conspiração que surgem na esteira dos grandes protestos Brasil afora nos últimos dias e nós iremos copiar abaixo na íntegra, para manter levantadas a lebre da presença de grupos organizados de provocadores que tem se apropriado da pauta do movimento e incutido ideais conservadores e a lebre da preparação para um golpe de estado. 
Antes de disponibilizar o texto sobre o movimento #ChangeBrazil, também gostariamos de destacar que, logo após o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff desta sexta (21), vaias e boatos se proliferaram. Nós também replicamos aqui um texto que circula no facebook, do qual desconhecemos a autoria, mas como a informação é procedente, segue em tópicos:

1) PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO VETA EMENDA CONSTITUCIONAL. Sendo assim, não é para a Dilma que vocês têm que pedir a não aprovação da PEC 37 (ah, para quem não sabe, PEC significa Proposta de Emenda Constitucional), mas, sim, ao Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal).

2) PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO TEM O PODER DE DETERMINAR A PRISÃO DE NINGUÉM (ainda bem, né?!). Por esse motivo, caso vocês queiram ver os "mensaleiros" (sic) na cadeia, terão que pedir isso ao idolatrado Ministro Joaquim Barbosa, pois é o Poder Judiciário (no caso dos mensaleiros, o STF) que tem competência para fazê-lo.

3) NÃO É O PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUE ELEGE O PRESIDENTE DO SENADO. É o próprio Senado que escolhe o seu presidente. Assim, a Dilma não pode chegar lá no Senado e gritar: "Fora, Renan Calheiros".

4) TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL É DA COMPETÊNCIA (ADIVINHEM!) DOS MUNICÍPIOS. Então, a pessoa mais indicada para resolver esse problema, a princípio, é o prefeito de cada cidade, e não a Dilma.

5) TAMBÉM NÃO É ATRIBUIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA INSTAURAR CPI. Quem instaura CPI é o Poder Legislativo (no âmbito federal, a Câmara dos Deputados e/ou o Senado Federal).

6) O projeto de CURA GAY é de autoria de um deputado do PSDB . O Governo Dilma ja se posicionou contra o projeto da Cura Gay, por meio da SDH. Cabe agora agora ao Presidente Nacional do PSDB e os afiliados do PSDB retirarem o Projeto de Cura Gay, pois o mandato é do Partido e não do Deputado do PSDB.

É hora de colocar cada exigência endereçada para as pessoas corretas!

Tem boi na linha. #changebrazil?  Qual seus interesses?

Por Fernando Brito, no Tijolaço - ““Quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”  Diz porta-voz anônimo do movimento ChangeBrazil
Nem tudo que está acontecendo parece ser espontâneo. Qualquer pessoa que já tenha trabalhado com planejamento de campanha publicitária, especialmente online, sabe que algo assim é possível. Não é tão diferente de planejar o lançamento de um filme ou turnê para o público jovem.
Há um movimento na internet, que surgiu no dia 14 de junho, voltado principalmente para jovens, chamado #changebrazil (surgiu assim mesmo, em inglês). Em português o nome do movimento é Muda Brasil. Esse movimento postou vídeos, aparentemente espontâneos, que foram vistos por mais de 1 milhão de pessoas, a maioria deles jovens (muitos secundaristas) que estão indo para as manifestações em clima de festa e máscara V de Vingança.
Na quinta-feira, dia 13 de junho a polícia de Geraldo Alckmin (PSDB)  reprimiu de forma violenta manifestantes do Movimento Passe Livre, cidadãos e jornalistas. Logo no dia seguinte a grande imprensa passou a defender o movimento e surgiu um vídeo, em inglês, com legendas em inglês, que se intitulava “Please Help us” (Por favor, nos ajude). O vídeo, com um narrador com visual rebelde (alguém sabe quem ele é?) que já foi visto por mais de 1 milhão e 300 mil pessoas, passa rapidamente sobre tarifa de ônibus, critica a mídia e estimula aos jovens o ódio contras os políticos, enaltece o STF e estimula quem ver o vídeo a espalhá-lo e debater o assunto na internet. Sugiro que quem não entende o clima da juventude no protesto ou que tem ilusões de que eles são de esquerda, o assista. http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
O vídeo parece simples, mas a iluminação e fundo é profissional, foi feito em estúdio, e se prestar atenção, verá que o manifestantes (alguém o conhece?) de inglês perfeito, está lendo um teleprompter. O vídeo é feito em inglês, mas a maioria dos comentários é de brasileiros. Não há acessos a estatísticas. O vídeo foi feito e visto provavelmente por brasileiros, jovens, de classe média e alta que falam inglês. Fala da Copa do Mundo (preste atenção: todos falarão). E termina dizendo que “o povo é mais forte que aqueles eleitos para governá-los”.
Que movimento pelo Passe Livre faria um vídeo em inglês ? Que é esse sujeito? Quem pagou essa produção, feita em estúdio com teleprompter? http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
As dicas sobre quem ele é o que as pessoas que estão por trás disso querem estão no segundo vídeo, postado durante as manifestações de segunda-feira.  Este fala em português. Carregado de sotaque, celebra a tomada do Congresso Nacional por “protestantes” (sic). Esse vídeo foi menos visto, mas não pouco visto, são 66 mil pessoas. http://youtu.be/z-naoGBSX9Y Ele dá parabéns pela manifestação, pelas pessoas mostrarem que “amam” seu país. E segue para dar instruções. Cita as hashtags #changebrazil e o #brazilacordou. Diz que o público não pode se desconcentrar nisso pelo gol do Neymar, ou pelo BBB. Diz que não devem falar de outros assuntos. Mas ao mesmo tempo a mensagem é vazia além de “Muda Brasil”. Ele se refere sempre sobre o que acontece como isso. E no minuto 2:06 ele diz para as pessoas fazerem o material para o exterior porque “quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”.
Que movimento é esse que quer mudar o Brasil fazendo ele se dobrar?
Ele mistura nas pautas do seu “movimento coisas que todos defendem, como contra a corrupção, e mais verbas para saúde e educação. Talvez por “coincidência” as mesmas pautas centrais, com a mesma linha de discurso foi postada em um vídeo suspostamente feito pelo grupo Anonymous justamente quando as tarifas iam baixar para propor novas causas. Ele já foi visto por 1 milhão e 400 mil pessoas http://youtu.be/v5iSn76I2xs Importante lembrar que como os vídeos do Anonymous usam imagem padrão e voz falada por digitada pelo Google, e são postadas em contas do Youtube aleatórias qualquer um pode fazer um vídeo se dizendo Anonymous.
O nosso amigo de sotaque não é o único vídeo que veio de fora. Já ficou famoso o vídeo de uma menina bonitinha, Carla Dauden, uma brasileira que mora em Los Angeles, falando contra a Copa do Mundo. Na descrição do vídeo ela diz que tinha feito o vídeo antes dos protestos (talvez para justificar a produção apurada), mas postou no dia 17 de junho . Carla diz Mais de 2 milhões de pessoas o viram. De novo, em inglês com legendas. Pretensamente para o exterior, mas de novo a maioria dos comentários é brasileiro. Ou seja, são para jovens que falam inglês. Diz mentiras como que os custos do evento teriam sido 30 bilhões de dólares, o que parece que os estádios custaram isso. Quando na verdade os custos reais são 28 bilhões de dólares, a maior parte em obras de mobilidade urbana, não estádios – veja o vídeo aqui http://youtu.be/ZApBgNQgKPU Mas quem está checando acusações?
Prestem atenção. A soma de apenas esses 3 vídeos somente deu 5 milhões de visualizações no Youtube.
Dê uma busca por changebrazil ou Muda Brasil, o nome dos vídeos em português do “movimento” que quer dobrar o Brasil no Youtube, e descubra você mesmo. Será que está acontecendo um 1964 2.0?
“Quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”  Diz porta-voz anônimo do movimento ChangeBrazil
Nem tudo que está acontecendo parece ser espontâneo. Qualquer pessoa que já tenha trabalhado com planejamento de campanha publicitária, especialmente online, sabe que algo assim é possível. Não é tão diferente de planejar o lançamento de um filme ou turnê para o público jovem.
Há um movimento na internet, que surgiu no dia 14 de junho, voltado principalmente para jovens, chamado #changebrazil (surgiu assim mesmo, em inglês). Em português o nome do movimento é Muda Brasil. Esse movimento postou vídeos, aparentemente espontâneos, que foram vistos por mais de 1 milhão de pessoas, a maioria deles jovens (muitos secundaristas) que estão indo para as manifestações em clima de festa e máscara V de Vingança.
Na quinta-feira, dia 13 de junho a polícia de Geraldo Alckmin (PSDB)  reprimiu de forma violenta manifestantes do Movimento Passe Livre, cidadãos e jornalistas. Logo no dia seguinte a grande imprensa passou a defender o movimento e surgiu um vídeo, em inglês, com legendas em inglês, que se intitulava “Please Help us” (Por favor, nos ajude). O vídeo, com um narrador com visual rebelde (alguém sabe quem ele é?) que já foi visto por mais de 1 milhão e 300 mil pessoas, passa rapidamente sobre tarifa de ônibus, critica a mídia e estimula aos jovens o ódio contras os políticos, enaltece o STF e estimula quem ver o vídeo a espalhá-lo e debater o assunto na internet. Sugiro que quem não entende o clima da juventude no protesto ou que tem ilusões de que eles são de esquerda, o assista. http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
O vídeo parece simples, mas a iluminação e fundo é profissional, foi feito em estúdio, e se prestar atenção, verá que o manifestantes (alguém o conhece?) de inglês perfeito, está lendo um teleprompter. O vídeo é feito em inglês, mas a maioria dos comentários é de brasileiros. Não há acessos a estatísticas. O vídeo foi feito e visto provavelmente por brasileiros, jovens, de classe média e alta que falam inglês. Fala da Copa do Mundo (preste atenção: todos falarão). E termina dizendo que “o povo é mais forte que aqueles eleitos para governá-los”.
Que movimento pelo Passe Livre faria um vídeo em inglês ? Que é esse sujeito? Quem pagou essa produção, feita em estúdio com teleprompter? http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
As dicas sobre quem ele é o que as pessoas que estão por trás disso querem estão no segundo vídeo, postado durante as manifestações de segunda-feira.  Este fala em português. Carregado de sotaque, celebra a tomada do Congresso Nacional por “protestantes” (sic). Esse vídeo foi menos visto, mas não pouco visto, são 66 mil pessoas. http://youtu.be/z-naoGBSX9Y Ele dá parabéns pela manifestação, pelas pessoas mostrarem que “amam” seu país. E segue para dar instruções. Cita as hashtags #changebrazil e o #brazilacordou. Diz que o público não pode se desconcentrar nisso pelo gol do Neymar, ou pelo BBB. Diz que não devem falar de outros assuntos. Mas ao mesmo tempo a mensagem é vazia além de “Muda Brasil”. Ele se refere sempre sobre o que acontece como isso. E no minuto 2:06 ele diz para as pessoas fazerem o material para o exterior porque “quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”.
Que movimento é esse que quer mudar o Brasil fazendo ele se dobrar?
Ele mistura nas pautas do seu “movimento coisas que todos defendem, como contra a corrupção, e mais verbas para saúde e educação. Talvez por “coincidência” as mesmas pautas centrais, com a mesma linha de discurso foi postada em um vídeo suspostamente feito pelo grupo Anonymous justamente quando as tarifas iam baixar para propor novas causas. Ele já foi visto por 1 milhão e 400 mil pessoas http://youtu.be/v5iSn76I2xs Importante lembrar que como os vídeos do Anonymous usam imagem padrão e voz falada por digitada pelo Google, e são postadas em contas do Youtube aleatórias qualquer um pode fazer um vídeo se dizendo Anonymous.
O nosso amigo de sotaque não é o único vídeo que veio de fora. Já ficou famoso o vídeo de uma menina bonitinha, Carla Dauden, uma brasileira que mora em Los Angeles, falando contra a Copa do Mundo. Na descrição do vídeo ela diz que tinha feito o vídeo antes dos protestos (talvez para justificar a produção apurada), mas postou no dia 17 de junho . Carla diz Mais de 2 milhões de pessoas o viram. De novo, em inglês com legendas. Pretensamente para o exterior, mas de novo a maioria dos comentários é brasileiro. Ou seja, são para jovens que falam inglês. Diz mentiras como que os custos do evento teriam sido 30 bilhões de dólares, o que parece que os estádios custaram isso. Quando na verdade os custos reais são 28 bilhões de dólares, a maior parte em obras de mobilidade urbana, não estádios – veja o vídeo aqui http://youtu.be/ZApBgNQgKPU Mas quem está checando acusações?
Prestem atenção. A soma de apenas esses 3 vídeos somente deu 5 milhões de visualizações no Youtube.
Dê uma busca por changebrazil ou Muda Brasil, o nome dos vídeos em português do “movimento” que quer dobrar o Brasil no Youtube, e descubra você mesmo. Será que está acontecendo um 1964 2.0?





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