Depois que eles(bb) se dispersaram, indo cada um para seu canto e não mais em grupo, os encontrei a sós pela cidade, e fiquei com dó ao perceber o quanto eles são frágeis. Perguntei a um deles: Como foi a manifestação? Ele me respondeu: Foi muito bagunçado. Foi quando vi que, para ele, a bagunça seria a polícia e não eles. Fiquei com dó. Mais à frente, no terminal Jardim Novo Mundo, encontrei uma moça que carregava uma bandeira feita de material bem pobre com o símbolo do anarquismo. No grupo ela era a mais destemida, tendo enfiado o dedo no nariz da polícia várias vezes. Ela estava esperando o ônibus em direção a periferia, um bairro chamado Valéria Perillo, nome da esposa do governador. Não sei pq, fiquei com tanta dó daquela moça ali a sós, nem parecia a Joana d´Arc de momentos atrás. Com essa não tive coragem de puxar papo, sei lá, achei-a muito agressiva e atenta a todo e qualquer sinal. Logo em seguida chegou um homem caindo de droga e puxou gracejos com ela quando a ouvi passar um belo sabão no intruso: Moço, para de beber, a vida não é assim. Uma pena que o ônibus chegou e ela tenha ido embora. Quem sabe eu a veja de novo com aquela bandeira rasgada que ela cuidava com tanto carinho como se preservasse alguma coisa que lhe é muito cara.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>continuidade>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Para ver o Dia 63 de Urano na íntegra - clique aqui