Cotidiano/arte.
Registro de vida, visões internas, pensamentos e anamneses. Resolver o problema de ANTARES, sigla para Análise das Tarefas da Elaboração SPIN, Sistema Poético Informativo Nato: poético ou patológico, tanto faz....
Serra fez tantas promessas incríveis, ainda bem que os brasileiros não cairam nesta história de salário mínimo de 600 reais.
De que adianta aumentar o salário mínimo para 2 mil reais se este valor poderia não significar nada dentro de uma semana por causa do aumento dos preços.
Apesar das mil promessas de Serra, o povo optou por Dilma.
Houve momentos em que pensei que o Brasil fosse fazer com Lula tal como no filme o "Rei Leão", o velho amigo e amparador sendo derrotado pelos seus.
Estou aliviado, pois nada disso ocorreu e seria um dia muito triste se Serra tivsse sido eleito na data de hoje.
Juntamente com Serra, saem derrotados outros atores tais como Veja, Folha, Globo, Estadão, CBN e repetidoras destes jornais Brasil afora.
Formou-se um forte rolo compressor para que Dilma fosse derrotada.
Nada disso adiantou.
Que alívio.
Num dado momento eles pensaram estar fortes e, como se vê nesta matéria de O Globo, chegaram a tratar da transição.
FHC correu para um hotel em Itaipú para, reunido às portas fechadas com grandes investidores internacionais, tratar da venda do pré-sal.
Ainda bem que o povo brasileiro barrou esta ignomínia.
Além do mais Serra trazia na garupa o que de pior há na política nacional: TFP, racistas, homofóbicos, neonazistas, etc.
O tucano, que trocou momentaneamente o martelo da privataria por falsos beijos em Nossa Senhora, teve a resposta que merece.
Eles não passaram, jamais passarão.
Na foto, Sérgio Guerra trata da divisão dos cargos no governo Serra
07- Noto um novo no rosto ao olhar para a mulher brasileira, quando as vejo agora noto o rosto de Dilma.
Brava mulher brasileira!!!!
Kd o "guru" indiano, na verdade um especialista em boataria que veio aqui montar uma rede de boatos para derrotar Dilma
A campanha contra Dilma continuará assim como continuou contra Obama, o pós-eleição, eles não desistem
Isso aqui sobre a guerra Lula x Veja é da época da reeleição de Lula, 2006, mas é tão atual...
STF pede que Lula aponte quem é o jornalista bandido
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai notificar o presidente Lula para que ele esclareça qual jornalista da revista Veja ele chamou de "bandido, mau caráter, malfeitor e mentiroso". O pedido de explicação foi encaminhado ao STF pelo colunista da Veja Diogo Mainardi.
Lula desferiu o ataque à revista depois que o veículo publicou reportagem em que um espião da Kroll atribuiu ao presidente Lula uma conta num paraíso fiscal. O autor da reportagem é o repórter Márcio Aith, mas Diogo Mainardi, em sua coluna, fez um adendo à matéria de Aith e por isso quer saber a quem o presidente Lula se referia quando fez os xingamentos.
Lula disse ainda que a revista "Veja tem alguns jornalistas que merecem o prêmio Nobel de irresponsabilidade".
O ministro Gilmar Mendes, relator da questão, determinou que o presidente seja notificado para, se quiser, no prazo de 48 horas, explicar a quem se referia. O presidente não é obrigado a responder ao pedido de explicações, que é uma ação preparatória de ação penal.
Fonte: Congresso em Foco
Hoje, a esperança progressista de todo o mundo dirige seu olhar para o Brasil. Dois projetos de futuro confrontam-se aqui numa síntese dos antagonismos históricos realçados pela crise econômica mundial. Trata-se de decidir a quem pertence o destino da sociedade e do desenvolvimento no século XXI: ao escrutínio da cidadania organizada e ativa –que não restringe sua participação ao momento do voto-- ou à supremacia das finanças desreguladas, cujos impulsos irracionais, mais uma vez evidenciados nesta crise, esfarelam ciclicamente não apenas a riqueza fictícia, mas os direitos que sustentam a convivência compartilhada e, cada vez mais, os recursos que formam as bases da vida na Terra. A América Latina representa hoje a fronteira do mundo onde o embate entre essas duas lógicas evolui de forma cada vez mais nítida e veloz a favor das forças populares. A eleição brasileira representa sem dúvida o grande guarda-chuva político que influenciará decisivasmente o passo seguinte da história regional . As diferentes concepções de desenvolvimento e de estratégia internacional ficaram claramente demarcadas ao longo da campanha que desemboca agora na urna eletrônica. Por isso, hoje, vote 13, vote com orgulho, vote pelo Brasil. Mas também pelo futuro de uma América Latina mais justa e solidária.
O QUE ESTÁ EM JOGO HOJE NAS URNAS?
O aborto ou os 70 bilhões de barris do pré-sal; uns seis trilhões de dólares; o maior impulso industrializante do país desde Vargas? Quais valores estão em jogo, esses, confirmados hoje nos 15 bilhões de barris, só no poço de Libra, ou os da água benta falsa de Serra? Se prevalecer o modelo tucano de exploração, o pré-sal vira remessa de lucros e exportação de óleo bruto nas mãos das petroleiras internacionais. Perde-se seu efeito multiplicador numa cadeia de suprimento industrial da ordem de 55 mil itens, desde plataformas e navios, a válvulas, aço e parafusos. Porém mais que isso, perder-se-ia a chance histórica deste país eliminar a miséria e abrir uma avenida de ampla convergência de oportunidades e direitos para as gerações do presente e do futuro. Qual é a discussão mais relevante? É essa, por isso não sai no Jornal.
(Carta Maior; 31-10)
06- E-mail de Edson Barrus
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: edson barrus
Data: 30 de outubro de 2010 23:50
Assunto: É Dilma sim, porque eu não penso só em mim!
Para:
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Arthur Leandro vota 13
Data: 30 de outubro de 2010 23:49
Assunto: orkut - http://www.youtube.com/watch?v=-KWbM9MhBu0
Para:
Meus
amigos, quero dizer que nós da comunidade do Mansu Nangetu estamos
muito felizes com a eleição da presidenta Dilma, porque entendemos a sua
eleição como a garantia da continuidade das conquistas que tivemos no
governo Lula.
E também pelo fato de termos uma mulher na presidência,
fato que também nos é importante, pois o princípio feminino é a
garantia da fertilidade e pra nós ter uma mulher presidente é presságio
de boa sorte, é Ngunzo !E esperamos reconhecer no governo Dilma a
ancestralidade de guerreiras com a Rainha Nzinga।
Ao mesmo tempo,
queremos declarar nossa solidariedade com a governadora Ana Júlia,
outra exemplar guerreira que governa o Pará até o fim deste ano.
Governadora Ana, saiba que temos muito orgulho de sua gestão no
governo do estado, e que a reeleição que não veio neste ano de 2010 não é
a sua (nossa) derrota, é um motivo a mais para nos fortalecermos e
planejar a futura volta do governo do povo, um governo que converse
conosco e com o qual a sociedade novamente poderá se sentir parceira.
Que todos os Jinkisses abençoem este momento.
Mametu Nangetu uá Nzambi
Passadas as eleições, e qualquer que seja o resultado, as operadoras de telefonia celular devem ser severamente punidas pela atitude que estão tomando, facilmente comprovável pelas denúncias que estão sendo feitas às duzias, ao mandar mensagens em favor de José Serra tanto para os usuários da Claro quanto para os da Vivo.
Além de sórdida, pois procura iludir o eleitor com a frase “para o Brasil seguir mudando”, usada por Dilma como slogan, é flagrantemente ilegal, além de imoral.
Embora não haja na lei previsão específica na lei eleitoral sobre telemensagens, há vários princípioos sendo feridos.
O primeiro é que as empresas de telefonia celular são concessionárias, como as rádios e televisão, de serviços públicos. Não podem, portanto, veicular propaganda, senão aquela autorizada em lei, na forma equilibrada e proporcional entre os partidos que ela prevê.
Segundo é o de que toda propaganda eleitoral deve ser claramente identificada com o nome da coligação ou partido, seu CNPJ e sua tiragem ou custo. No caso dos cadastros – o que é o caso da relação de números de celular – o seu uso ou cessão para propaganda é terminantemente proibido pela lei.
Terceiro, porque ela está sendo feita 48 horas depois de a Ministra Nancy Aldrighi ter expedido medida liminar suspendendo este tipo de abuso.
E há elementos na lei para enquadrar não apenas o candidato José Serra quanto as operadoras que são intrumentos desta transgressão.
Lamentavelmente, o nosso Ministério Público Eleitoral está mais preocupado com outra ordem de problemas.
As teles Vivo e Claro tem que ser punidas uma vez que, enquanto concessionáariaas de serviço público não podem tomar partido nestas eleições.
Inadmissível estaas mensagens anti-Dilmaaa que estas empresas estão enviando aos milhões de clientes, praticamente todo o eleitorado, mesmo após decisão do TSE contra tal atitude, o que as coloca fora da lei.
Isto me faaz lembraar que na época da privatização do Sistema Telebrás, quem se opunha a tal privatização alegava que, além de FHC estar vendendo a galinha dos ovos de ouro, estava abrindo mão de um setor estratégico para o desenvolvimento nacional, raciocínio com o qual o tucano Bresser Pereira veio a concordar embora tardiamente, conforme este seu artigo na Folha:
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA
O menino tolo
Só um bobo dá a estrangeiros serviços públicos como as telefonias fixa e móvel
JOÃO É DONO de um jogo de armar. Dois meninos mais velhos e mais espertos, Gonçalo e Manuel, persuadem João a trocar o seu belo jogo por um pirulito.
Feita a troca, e comido o pirulito, João fica olhando Gonçalo e Manoel, primeiro, se divertirem com o jogo de armar, e, depois, montarem uma briga para ver quem fica o único dono. Alguma semelhança entre essa estoriazinha e a realidade?
Não é preciso muita imaginação para descobrir. João é o Brasil que abriu a telefonia fixa e a celular para estrangeiros. Gonçalo é a Espanha e sua Telefônica, Manuel é Portugal e a Portugal Telecom; os dois se engalfinham diante da oferta "irrecusável" da Telefônica para assumir o controle da Vivo, hoje partilhado por ela com os portugueses.
Mas por que eu estou chamando o Brasil de menino bobo? Porque só um tolo entrega a empresas estrangeiras serviços públicos, como são a telefonia fixa e a móvel, que garantem a seus proprietários uma renda permanente e segura.
No caso da telefonia fixa, a privatização é inaceitável porque se trata de monopólio natural. No caso da telefonia móvel, há alguma competição, de forma que a privatização é bem-vinda, mas nunca para estrangeiros.
Estou, portanto, pensando em termos do "condenável" nacionalismo econômico cuja melhor justificação está no interesse que foi demonstrado pelos governos da Espanha e de Portugal.
O governo espanhol, nos anos 90, aproveitou a hegemonia neoliberal da época para subsidiar de várias maneiras suas empresas a comprarem os serviços públicos que estavam então sendo privatizados. Foram bem-sucedidos nessa tarefa.
Neste caso, foram os espanhóis os nacionalistas, enquanto os latino-americanos, inclusive os brasileiros, foram os colonialistas, ou os tolos.
Agora, quando a espanhola Telefônica faz uma oferta pelas ações da Vivo de propriedade da Portugal Telecom, o governo português entra no jogo e proíbe a transação.
A União Europeia já considerou ilegal essa atitude, mas o que importa aqui é que, neste caso, os nacionalistas são os portugueses que sabem como um serviço público é uma pepineira, e não querem que seu país a perca.
O menino tolo é o Brasil, que vê o nacionalismo econômico dos portugueses e dos espanhóis e, neste caso, nada tem a fazer senão honrar os contratos que assinou.
Vamos um dia ficar espertos novamente? Creio que sim. Nestes últimos anos, o governo brasileiro começou a reaprender, e está tratando de dar apoio a suas empresas.
Para horror dos liberais locais, está ajudando a criar campeões nacionais. Ou seja, está fazendo exatamente a mesma coisa que fazem os países ricos, que, apesar de seu propalado liberalismo, também não têm dúvida em defender suas empresas nacionais.
Se o setor econômico da empresa é altamente competitivo, não há razão para uma política dessa natureza. Quando, porém, o mercado é controlado por poucas empresas, ou, no caso dos serviços públicos, quando é monopolista ou quase monopolista, não faz sentido para um país pagar ao outro uma renda permanente ao fazer concessões públicas a empresas estrangeiras.
A briga entre espanhóis e portugueses pela Vivo é uma confirmação do que estou afirmando.
A religiosidade popular está hoje em alta, pois foi um dos eixos fundamentais da campanha eleitoral, especialmente em sua vertente fundamentalista. Foi induzida pela oposição e por uma ala conservadora de bispos de São Paulo, à revelia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acolitada depois por pastores evangélicos. Sem projeto político alternativo, Serra descobriu que podia chegar ao povo, apelando para temas emocionais que afetam à sensível alma popular, como o aborto e a união civil de homossexuais, temas que exigem ampla discussão na sociedade, fora da corrida eleitoral. Política feita nesta base é sempre ruim porque faz esquecer o principal: o Brasil e seu povo, além de suscitar ódios e difamações que vão contra a natureza da própria religião e não pertencem à tradição brasileira. Historicamente a religiosidade popular sofreu todo tipo de interpretação: como forma decadente do cristianismo oficial; os filhos da primeira ilustração (Voltaire e outros) a viam como reminiscência anacrônica de uma visão mágica do mundo; os filhos da segunda ilustração (Marx e companhia) a consideravam como falsa consciência, ópio endormecedor e grito ineficaz do oprimido; neodarwinistas como Dawkins a lêem como um mal para a humanidade a ser extirpado.
Estas leituras são canhestras, pois não fazem justiça ao fenômeno religioso em si mesmo. O correto é tomar a religiosidade por aquilo que ela é: como vivência concreta da religião na sua expressão popular. Toda religião significa a roupagem sócio-cultural de uma fé, de um encontro com Deus. No interior da religião se articulam os grandes temas que movem as buscas humanas: que sentido tem a vida, a dor, a morte e o que podemos esperar depois desta cansada existência. Fala do destino das pessoas que depende dos comportamentos vividos neste mundo. Seu objetivo é evocar, alimentar e animar a chama sagrada do espírito que arde dentro das pessoas através do amor, da compaixão, do perdão e da escuta do grito do oprimido. E não deixa de fora a questão do sentido terminal do universo. Portanto, não é pouca coisa que está em jogo com a religião e a religiosidade. Ela existe em razão destas dimensões. Um uso que não respeite esta sua natureza, significa manipulação desrespeitosa e secularista, como ocorreu nas atuais eleições.
Não obstante tudo isso, importa tomar em conta as instituições religiosas que possuem poder e um peso social que desborda do campo religioso. Este peso pode ser instrumentalizado em diferentes direções: para evitar a discussão de temas fortes como a injustiça social e a necessidade de políticas públicas orientadas para quem mais precisa e outros temas relevantes.
É nesse campo que se verifica a disputa pela força do capital religioso. E ela ocorreu de forma feroz nestas eleições. Curiosamente o candidato da oposição, se transformou num pastor ao fazer publicar num jornal que eu vi: "Jesus é verdade e justiça", com a assinatura de próprio punho, como se não nos bastassem os Evangelistas para nos garantirem esta verdade. O sentido é insinuar que Jesus está do lado do candidato, enquanto o outro é satanizado e feito vítima de ódio e rejeição. Eis uma forma sutil de manipulação religiosa.
Um católico fervoroso me escreveu que queria "me retalhar em mil pedaços, queimá-los, jogá-los no fundo do poço e enviar a minha alma para os quintos dos infernos". Tudo isso em nome daquele que mandou que amássemos até os inimigos. O povo brasileiro não pensa assim porque é tolerante e respeitador das diferenças e porque crê que no caminho para Deus podemos sempre somar e nos dar as mãos.
Só não desnatura a religiosidade aquela prática que potencia a capacidade de amor, que nos ajuda na autocontenção da dimensão de sombras, nos desperta para os melhores caminhos que realizam a justiça para todos, garante os direitos dos pobres e nos torna não apenas mais religiosos, mas fundamentalmente mais humanos. A quem ajuda a difamação e a mentira? Deus as abomina.
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O Papa e o aborto no Brasil
Por Leonardo Boff
É importante que na intervenção do Papa na política interna do Brasil acerca do tema do aborto, tenhamos presente este fato para não sermos vítimas de hipocrisia: nos catolicíssimos países como Portugal, Espanha, Bélgica, e na Itália dos Papas já se fez a descriminalização do aborto (Cada um pode entrar no Google e constatar isso). Todos os apelos dos Papas em contra, não modificaram a opinião da população quando se fez um plebiscito. Ela viu bem: não se trata apenas do aspecto moral, a ser sempre considerado (somos contra o aborto), mas deve-se atender também a seu aspecto de saúde pública. No Brasil a cada dois dias morre uma mulher por abortos mal feitos , como foi publicado recentemente em O Globo na primeira página. Diante de tal fato devemos chamar a polícia ou chamar médico? O espírito humanitário e a compaixão nos obriga a chamar o médico até para não sermos acusados de crime de omissão de socorro.
Curiosamente, a descriminalização do aborto nestes países fez com que o número de abortos diminuísse consideravelmente.
O organismo da ONU que cuida das Populações demonstrou há anos que quando as mulheres são educadas e conscientizadas, elas regulam a maternidade e o número de abortos cai enormemente. Portanto, o dever do Estado e da sociedade é educar e conscientizar e não simplesmente condenar as mulheres que, sob pressões de toda ordem, praticam o aborto. É impiedade impor sofrimento a quem já sofre.
Vale lembrar que o cânon 1398 condena com a excomunhão automática quem pratica o aborto e cria as condições para que seja feito. Ora, foi sob FHC e sendo ministro da saúde José Serra que foi introduzido o aborto na legislação, nas duas condições previstas em lei: em caso de estupro ou de risco de morte da mãe. Se alguém é fundamentalista e aplica este cânon, tanto Serra quanto Fernando Henrique estariam excomungados. E Serra nem poderia ter comungado em Aparecida como ostensivamente o fez. Mas pessoalmente não o faria por achar esse cânon excessivamente rigoroso.
Mas Dom José Sobrinho, arcebispo do Recife o fez. Canonista e extremamente conservador, há dois anos atrás, quando se tratou de praticar aborto numa menina de 9 anos, engravidada pelo pai e que de forma nenhuma poderia dar à luz ao feto, por não ter os órgãos todos preparados, apelou para este cânon 1398 e excomungou os médicos e todos os que participaram do ato. O Brasil ficou escandalizado por tanta insensibilidade e desumanidade. O Vaticano num artigo do Osservatore Romano criticou a atitude nada pastoral deste Arcebispo.
É bom que mantenhamos o espírito crítico em face desta inoportuna intervenção do Papa na política brasileira fazendo-se cabo eleitoral dos grupos mais conservadores. Mas o povo mais consciente tem, neste momento, dificuldade em aceitar a autoridade moral de um Papa que durante anos, como Cardeal, ocultou o crime de pedofilia de padres e de bispos.
Como cristãos escutaremos a voz do Papa, mas neste caso, em que uma eleição está em jogo, devemos recordar que o Estado brasileiro é laico e pluralista. Tanto o Vaticano e o Governo devem respeitar os termos do tratado que foi firmado recentemente onde se respeitam as autonomias e se enfatiza a não intervenção na política interna do país, seja na do Vaticano seja na do Brasil.
A Vale bateu novo recorde em seu lucro liquido. Isto ocrreu não graças à privatização da estatal e sim devido ao aumento do preço dos minérios no mercado internacional. O inacreditável em tudo isso é que FHC sabia que tal valorização iria ocorrer, o que não impediu que ele(FHC que, por sua vez, culpa Serra) vendesse este valioso patrimônio nacional por 3 bi, quando 1 dólar valia 1 real, para facilitar a doação de nossas riquezas. Este valor pelo qual a estatal foi vendida(ou doada?) não paga nem os navios da companhia, e muito menos os mais de 800 mil hectares de terras contendo minérios, que entraram no rolo da privataria, prédio, etc. E olhe lá que, antes de ser "vendida', FHC investiu 35 bi na empresa, arcou com débitos fiscais e trabalhistas da estatal, os tais esqueletos da privataria. E mais: o BNDES, que naquele momento virou balcão da bandidagem, deu os 3 bi para o "comprador". Não é por outro motivo que atualmente muitos tucanos estão em cargos de direção da Vale. Alguma dúvida que noutro país FHC estaria no xilindró? Por muito menos o seu congênere o ex-presidente Carlos Menem foi preso, embora tenha ficado depois em prisão domiciliar. Por aqui esta Justiça leniente, sob a batuta do ministro Gilmar Mendes(STF), arquivou o processo criminal aberto contra seu padrinho FHC.
Eta nóis
Segue interessante artigo:
A Vale abocanhou um lucro líquido recorde no terceiro trimestre deste ano, equivalente a R$ 10,5 bilhões, o que equivale hoje a cerca de 6,2 bilhões de dólares. Vale lembrar que o governo FHC entregou a empresa à iniciativa privada por apenas US$ 3 bilhões, valor que arrecadou em dobro durante apenas três meses de atividade. Foi, como diz o ditado, um verdadeiro negócio da China.
Os números falam alto sobre o caráter das privatizações realizadas no governo neoliberal de FHC. O falso discurso da modernização, maior eficiência da iniciativa privada e outros trololós, foi na verdade produzido para encobrir interesses menores de alguns grupos capitalistas que estão em franca contradição com os interesses nacionais.
China
A performance da Vale se deve à recuperação da demanda mundial por minério, alavancada sobretudo pelo extraordinário desempenho da economia chinesa, que apesar dos efeitos deletérios da crise continua crescendo em torno de 10% ao ano.
Foi isto que impulsionou os resultados da mineradora, que estabeleceu um novo recorde para o lucro trimestral, superando em 33% a marca anterior, registrada há dois anos, antes do início da crise mundial. Se a empresa continuasse nas mãos do Estado, o saldo não seria muito diferente, mas o povo brasileiro ganharia mais na medida em que o excedente seria apropriado pelo poder público, podendo ser usado, em parte, para aumentar os investimentos estatais e melhorar os serviços públicos.
Reajustes trimestrais
Os reajustes no preço do minério de ferro, que este ano passaram a ser trimestrais, e a recuperação da demanda mundial elevaram o lucro líquido da empresa ao patamar recorde de R$ 10,554 bilhões, 33,5% maior do que o último recorde da empresa, no segundo trimestre de 2008, imediatamente antes do baque provocado pela crise mundial do capitalismo.
Se comparado ao terceiro trimestre de 2009, quando a mineradora ainda buscava recuperar o mercado que a crise reduziu, o aumento foi de impressionantes 253,4%. O documento de divulgação do resultado, distribuído na noite de ontem, intitulado “Um excepcional desempenho”, destaca recordes de receita operacional bruta, lucro e geração de caixa. "Este desempenho resultou da forte demanda por minerais e metais e dos nossos esforços para aumentar a produção, mantendo os custos sob controle", diz o documento, sintetizando a estratégia da empresa de elevação de preços, aproveitando o aquecimento da demanda, e de segurar custos de produção.
Receita recorde
A receita operacional também foi recorde: chegou a R$ 26,4 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 23,3% em relação ao recorde anterior, de R$ 21,4 bilhões, registrado no segundo trimestre de 2008. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o crescimento foi de 39%.
Classificando os meses posteriores a setembro de 2008, quando foi deflagrada a crise mundial, como "a grande recessão", a empresa projeta uma manutenção do crescimento, acompanhando a recuperação do mercado global - principalmente a forte demanda da China, que respondeu, no terceiro trimestre, por 46% de todas as compras de minério de ferro da companhia.
Investimentos
"Há motivos sólidos para se esperar melhora expressiva nas perspectivas de crescimento global para a primeira metade de 2011", prevê a empresa. O documento lembra que os últimos dados mostram que o nível de atividade econômica na China está bastante robusto, "o que sugere que o crescimento do PIB tenha atingido seu pior momento no segundo trimestre de 2010". De acordo com cálculos da Vale, o PIB chinês anualizado cresceu 8,5% no terceiro trimestre.
A Vale destacou, ainda, seus investimentos no terceiro trimestre, que somaram US$ 3,081 bilhões, sem contar as aquisições - US$ 1,902 bilhão foi gasto na execução de projetos, US$ 346 milhões em pesquisa e desenvolvimento e US$ 833 milhões na manutenção das operações existentes. Em aquisições de ativos foram gastos, de janeiro a setembro, US$ 6,37 bilhões nas áreas de fertilizantes (US$ 5,78 bilhões), minério de ferro (US$ 500 milhões) e carvão (US$ 92 milhões).
Vendas
As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale totalizaram 78,628 milhões de toneladas no terceiro trimestre, um incremento de 7,8% se comparado ao mesmo período de 2009. Esse é o terceiro melhor resultado trimestral da história do grupo. As vendas de minério somaram 68,043 milhões de toneladas, 1,9% a mais do que no mesmo trimestre de 2009. No acumulado do ano, as vendas de minério e pelotas alcançaram 313,873 milhões de toneladas, um aumento de 19,6% frente ao apurado entre janeiro e setembro de 2009.
Em posição financeira bastante confortável, a geração de caixa da Vale será suficiente para financiar seu crescimento e "satisfazer o acionista". A dívida total da empresa em 30 de setembro de 2010 era de US$ 25,267 bilhões, com prazo médio de 9,6 anos. A alavancagem (relação entre dívida e patrimônio) da empresa caiu substancialmente, ficando em 1,3 vez. Em setembro do ano passado, era de 2,2 vezes.
Com o caixa desafogado, a empresa se dedica a novas captações de recursos no mercado internacional. "Como parte da estratégia de financiamento, estamos assinando contratos com instituições oficiais de crédito de vários países, envolvendo financiamento de longo prazo nos nossos projetos de mineração e logística", diz a empresa.
Está de parabéns a Justiça Eleitoral por ter liberado a internet.
Com esta atitude este meio de comunicação avançou e muito.
A mobilização das pessoas para defender seu(a) candidato(a) obrigou a todos nós a aprender mais sobre o uso das ferramentas de comunicação via internet, da twitcam ao gif
Uma coletânea sobre o assunto "internet na eleição"
Já havia lido o discurso do Papa Bento XVI, aos Bispos do Maranhão, em visita ad limina apostolorum. Muito interessante o discurso do Papa. Ele não pode deixar de cumprir sua missão de Pastor Universal, exortando o Povo de Deus, especialmente no que diz respeito à defesa da VIDA.
O Santo Padre foi muito oportuno e feliz nas suas colocações, porque o Estado Brasileiro é laico, mas seu povo é religioso, e isto precisa ser respeitado. Quando digo que o povo é religioso é porque está disposto a fazer a Vontade de Deus e não somente dizer: Senhor, Senhor..., como às vezes se pretende, de maneira especial dentro da própria Igreja. Existem facções sociais, políticas e religiosas especializadas em fazer lavagem cerebral, deixando as pessoas sem convicções, mas com obsessões, e com a consciência invencivelmente errônea. Ficam semelhantes aos grãos de pipoca que levados ao fogo não estouram, e com mais fogo, mais duros ficam. Tornam-se donas da "verdade". Estão até manipulando o texto do Papa, para justificar a sede do poder. (cf.http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp)
É a Vontade de Deus que nos salva e não a nossa, e sobre isto precisamos sempre nos exortar mutuamente, como diz o Apóstolo São Paulo. Portanto, que nossa fé seja sempre vivificada pela mútua exortação. Pode ocorrer de nos esquecermos que somos todos peregrinos caminhando para a Casa do Pai, e quando lá chegarmos, poderemos ouvir de Jesus o seguinte: "Afastai-vos de mim, vos que praticastes a injustiça, a maldade" (Lc13,27). Creio que ninguém vai querer ouvir isto naquela hora. Seu passaporte está em dia? Pode ter certeza de que a eternidade existe... Assim, busquemos alimentar nossa fé, sem esquecer, como diz o Papa, que ela deve implicar na política. A fé sem obras é morta, diz a Escritura Sagrada. E uma das obras que deve provir da fé, é o nosso voto consciente em pessoas que vão governar para o bem comum, respeitando a vida em todas as suas etapas e dimensões.
No mesmo dia em que li o discurso do Papa, assistindo ao telejornal, à noite, escutei o pronunciamento da candidata e do candidato à presidência do Brasil a respeito do discurso do Papa. Ambos concordaram com as Palavras do Papa, dizendo que é missão dele exortar para uma vida coerente com os valores da fé e da moral, e que as palavras do Papa valem para todas as pessoas de fé, no mundo inteiro.
O Papa falou, também, que o voto deve estar a serviço da construção de uma sociedade justa e fraterna, defensora vida.
Como Bispo da Igreja Católica, e como cidadão brasileiro, fico feliz por saber que nosso Presidente tem defendido a vida, e sempre se pronunciou contra o aborto. Nesses últimos anos o Brasil tem crescido e melhorado em todos os aspectos, de maneira especial no respeito à vida e a valorização da dignidade humana. Esta é a Vontade de Deus! E as pessoas, em plena posse de suas faculdades mentais, vão reconhecer esta verdade.
Nosso país está em pleno desenvolvimento e assim queremos continuar e, depois de 500 anos, nosso povo quer eleger, pela primeira vez, uma mulher que tem compromisso com a vida e provou isso com sua própria vida. Como? Ela não fugiu para o exterior durante a ditadura, mas a enfrentou com garra e, por isso, foi presa e torturada. Ela queria um país livre, e que todas as pessoas pudessem viver sem medo de serem felizes, vencendo a mentira e o ódio com a verdade e o amor, servindo aos ideais de liberdade e justiça, com sua própria vida. Disse Jesus: "Ninguém tem maior amor do aquele que dá a própria vida pelos irmãos" (Jo 15,13).
Obrigado Santo Padre por suas sábias palavras! A Dilma é a resposta para as nossas inquietações a respeito da vida. Quem sofreu nos porões da ditadura, não mata. Mas teve gente que matou a vida no seu ventre para fugir da ditadura, e portanto não deveria se comportar como os fariseus, que jogam pedras, sabendo-se pecadores. E Jesus disse: "Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, e quem entregar sua vida por causa de mim, vai salvá-la"(Mt 10,39)
Vamos fazer o nosso Brasil avançar ainda mais, com Dilma, que já provou ser coerente, competente e comprometida com a VIDA. O dragão devastador não pode voltar ao poder.
Deus abençoe os leitores e eleitores, governos e governados. Saúde e paz a todos (as)!
Tudo o que você me desejar, eu lhe desejo cem vezes mais. Obrigado.
--
Artistas mambembes apresentam seu trabalho em espaços públicos, e depois 'passam o chapéu' pedindo contribuições espontâneas, eu mostro o que faço nos links abaixo, sou um mambembe cibernético, portanto peço que financiem as ações de Etétuba, e depositem a quantia que considerarem justa, ou a possível, na conta
Banco do Brasil
ag 3702-8
cc 19097-7
Etetuba = Arthur Leandro - telefones (91) 30872755 ou 81982430
CPF 279.114.462-53
Resposta ao mais recente vídeo infame da campanha do candidato José Serra
Depois do debate da Globo, indecisos cercaram Dilma para fotos com ela. Até Kamel, mulher e filha tiraram a sua
.
Por Antônio Mello, em seu blog
O fim de debate para Serra ontem foi melancólico. Era sua última oportunidade, mas ele provou ser apenas o que é, um medíocre, que só chegou aonde chegou por usar de golpes contra os adversários, como no caso Lunus, pelo apoio incondicional do PIG, pelas calúnias e mutretas armadas por sua campanha, aliada às áreas mais reacionárias da sociedade, a direitona mais safada das igrejas, o masoquismo religioso do Opus Dei. Tudo com o apoio financeiro inestimável do pessoal que queria a vitória de Serra para que ele nomeasse novo engavetador-mor para sentar em cima de todas as mutretas, falcatruas e roubalheiras das privatizações.
Mas, como se não bastasse isso - seu desempenho pífio no debate - Serra teve que assistir, isolado, à plateia de indecisos que participaram do programa correr para os braços de Dilma. Até, humilhação das humilhações, Kamel, esposa e filha tiraram uma foto com nossa futura presidenta (com "a" mesmo), segundo informa o Blog Marinildadas Cansadão:
O AlibabáKamel precisou pedir à Dilma pra sair, hihihihihihihihi, tava atrapalhando os "indecisos" do Seu Zé!
Contaram (@alansilva1974) no twitter bastidores do debate: o Ali Kamel ficou desesperado, chamando ate Joao Santana para "apartar" Dilma dos "indecisos"! Aí alguém comentou: "O melhor do debate foi o Ali Kamel pedindo para a Dilma sair".
E o outro respondeu: Não, o melhor foi ele levar mulher e filha, linda, para tirar foto com Dilma!
Pode uma coisa dessas? O gajo nos violenta todo dia e no debate final bajula a Dilma! Pensei, a família deve ter pedido (tipo você não gosta de mim, mas sua filha gosta). Mas não, segundo o @alansilva1974, ele queria ter uma foto com a futura presidenta.
E mais: "Enquanto Dilma estava nos braços dos 'indecisos', Zerra ficou escanteado, até constrangido esperando para ir para a coletiva!"
Toma, Serra! Toma, Globo!
Garanto que por essa nem a Dilma esperava. É o medo das Lei dos Meios de Comunicação...
Dilma, quero parabenizá-la por seu ótimo desempenho no debate, só se esqueceste, como apontou Nassif em seu blog, de falar do Tietê entupido na gestão Serra.
Enfim, missão cumprida, se vc não ganhar, com certeza não terá sido por causa deste debate, apesar da Globo ter mostrado Serra grande e vc transformada numa anã.
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: edson barrus
Data: 24 de outubro de 2010 20:28
Assunto: Pra descontrair
Para:
1- No dia 02 de Janeiro de 2011, um senhor idoso se
aproximou do Palácio da Alvorada e, depois de atravessar a
Praça dos Três Poderes, falou para o "Dragão da
Independência" que montava guarda: Por favor, eu gostaria
deentrar e me entrevistar com o Presidente Serra. O soldado
olhou para o homem e disse: Senhor, o Sr. Serra não é
presidente e não mora aqui. O homem disse: Está bem. E
se foi.
2- No dia seguinte, o mesmo homem idoso se aproximou
do Palácio da Alvorada e falou com o mesmo Dragão: Por
favor, eu gostaria de entrar e me entrevistar com o Presidente
Serra. O soldado novamente disse: Senhor, como lhe falei
ontem, o Sr Serra não é presidente e nem mora aqui. O
homem agradeceu e novamente se foi.
3- Dia 04 de janeiro ele voltou e se aproximou do Palácio Alvorada e
falou com o mesmo guarda: Por favor, eu gostaria de entrar e me
entrevistar com o Presidente Serra. O soldado,
compreensivelmente irritado, olhou para o homem e disse:
Senhor, este é o terceiro dia seguido que o Senhor vem
aqui e pede para falar com o Sr. Serra. Eu já lhe disse que
ele não é presidente, nem mora aqui. O Senhor não
entendeu? O homem olhou para o soldado e disse: Sim, eu compreendi
perfeitamente, MAS EU ADORO OUVIR ISSO!!! O soldado, em
posição de sentido, prestou uma vigorosa continência e
disse: Até amanhã, Senhor!!!
Essa é uma corrente que não pode ser quebrada. Por isso,
mande pelo menos para 20 amigos, senão você receberá
uma praga e ficará com Serra, FHC e seu bando por 8 anos.
Não
arrisque!
Um irmão me liga pedindo-me que eu lhe ajude num trabalho da faculdade, ele é estudante de Direito.
Ele: O tema é "a legitimidade da eleição".
Eu: Do poto de vista jurídico você tem que pesquisar. Posso te enviar alguma coisa na área da ciência política, da sociologia, tendo como base textos que leio nos blogs.
Ele: é do ponto de vista multidisplinar.
Eu: O voto sempre foi usado como forma de dominação de grupos econômicos sobre a população. Antigamente só podiam votar os endinheirados, aqueles que possuissem uma certa quantia em dinheiro vivo.
Com o tempo o direito ao voto foi se ampliando, de forma hoje até as mulheres, como também os anafabetos podem votar. Isto é justo, pois todos os cidadãos tem sim, direito de intervir no destino de seu país.
No momento em que a população apodera-se do voto e ver nele uma forma de conquistar mais direitos, mais cidadania, a elite econômica começa a se incomodar e parte para o ataque, sendo que há inclusive uma doutrina vindo dos EUA, a qual já questiona a legitimidade do voto. Segundo tal doutrina, se um governo eleito não colocar em prática as diretrizes de uma certa gestão, claro, aquela que satisfaz aos grandes grupos econômicos, tal governo pode ser derrubado através de um golpe.
Qundo o voto se converte em arma de libertação a elite já trama para colocar em campo o discurso segundo o qual o que vale não é a eleição mas a gestão, o que permitiria um governo eleito pelo povo ser derrubado caso não siga à risca a tal receita fiscal, de gestão neoliberal.
Segue o texto A doutrina Hillary: a gestação do argumento golpista, de José Vicente Rangel, na Carta Maior:
Os apologistas do processo eleitoral passaram a questioná-lo. Os argumentos que tiram da manga são de uma imoralidade que beira o ridículo. Dizem, por exemplo, que o que conta não são as eleições, mas sim a ação de governo; ou que o sufrágio contaminado de populismo é um engano (quando ganha a esquerda, é claro) e outras afirmações no mesmo estilo. A “doutrina desqualificadora da eleição” vem ganhando terreno em diversos setores políticos e já foi expressa, em reiteradas declarações, pela atual secretária de Estado dos EUA.
Como a velha mídia manipulou imagens e fatos, para tentar forçar a vitória de Serra. O papel da blogosfera na desmontagem da farsa e a necessidade de uma democratização radical das comunicações (Este artigo é a primeira parte do Dossiê Globogate: veja ao final links para outros textos)
A esta altura, restam muito poucas dúvidas: tudo indica que também o vídeo da suposta “segunda agressão” a José Serra no bairro carioca de Campo Grande (20/10) foi manipulado pela Rede Globo. Denunciada mundialmente no Twitter, na sexta-feira (22/10), após a aparição de análises que demonstram fusão falsificadora de imagens, a emissora não procurou se defender, nas edições seguintes do Jornal Nacional. Sua redação paulista fora palco, na véspera, de uma cena insólita. Os próprios jornalistas vaiaram a “edição” das cenas em que o candidato do PSDB é atingido por um rolo de fita adesiva, materializado do nada. (leia relato de Rodrigo Vianna). Na madrugada posterior às denúncias de fraude (23h09 de 22/10), o site da Globo exibiu discretamente uma nota do “perito” “Ricardo Molina. Redigido depois que os sinais de fusão fraudulenta de imagens tornaram-se evidentes, o texto procura, em essência isentar a emissora em investigações futuras sobre falsificação. Molina alega que analisou material “encontrado na internet” (veja análise de CDM, no Blog do Nassif).
À medida em que a primeira certeza se consolida, começa a se desenhar uma segunda. A provável manipulação de imagens não foi um fato isolado. Ela articula-se com outro assunto que dominou o noticiário da velha mídia esta semana. Vazaram os depoimentos que o jornalista Amaury Ribeiro prestou à Polícia Federal, no inquérito sobre a quebra dos sigilos fiscais de Verônica Serra e outros expoentes do PSDB. O processo corre em sigilo de justiça. Porém, por serem parte envolvida, os advogados de Eduardo Jorge Caldas, ex-tesoureiro de campanha do partido, pediram, através de liminar, acesso às peças. São a fonte óbvia da inacreditável sequência de matérias publicadas, também a partir de 22/10, pela Folha de S.Paulo e Jornal Nacional.
Aqui, já não se trata, como se verá no terceiro texto desta série, de manipulação de imagens – mas de substituição explícita do jornalismo pelo panfleto partidário. Tendo acesso exclusivo ao depoimento de Amary Ribeiro, a Folha e o JN esconderam de seus leitores uma série assombrosa de informações ou pistas de grande relevância. Preferiram destacar em manchete, durante quatro dias, uma penca de ninharias, pinçadas com claro intuito de servir à campanha de José Serra. A tentativa foi reforçada pela edição de Veja que circula este fim-de-semana.
Iniciado na quarta-feira – poucas horas, portanto, depois de o candidato tucano comparecer à Globo para uma entrevista ao vivo no Jornal Nacional – o movimento inclui sinais de ataque flagrante ao direito à informação, praticado por empresas que se beneficiam de concessão e pesados subsídios públicos. Foi, provavelmente, concebido para desencadear, a onze dias do pleito, a última tentativa de vitória do candidato conservador, numa disputa em que está em jogo, também, o destino das reservas do Pré-Sal.
A força da velha mídia chocou-se, porém, com a rebeldia da internet. Entre quarta e sexta-feira, as manipulações imagéticas e factuais foram desfeitas por uma rede – auto-organizada e informal, porém muito potente – de busca e difusão da verdade. Personagens quase-anônimos desmontaram, com inteligência e conhecimento, as tentativas da Globo de fabricar a “agressão” a Serra. Jornalistas como Luís Nassif demonstraram o caráter partidista das “reportagens” da Folha. Graças ao Twitter e ao Facebook, cada nova descoberta era retransmitida instantaneamente por milhares de pessoas, o que estimulava novas investigações.
No momento em que este texto é concluído, a batalha não está decidida. O contra-ataque da blogosfera – reforçado por uma fala corajosa, de Lula, denunciando a farsa pró-Serra (na quinta-feira, 21/10) – amedrontou temporariamente a Rede Globo, a Folha e a própria campanha do PSDB. Desde sexta à noite, quando difundiram-se os vídeos que desmentiam o Jornal Nacional, a investida refluiu. O recuo, a esta altura, pode ter sido fatal para as Serra. Após as eleições será indispensável investigar o episódio da semana passada. A depender da mobilização social, ele poderá ser conhecido, no futuro, como o GloboGate. Ou o momento em que o setor mais conservador das elites brasileiras abusou descontroladamente do controle que exerce sobre a mídia, a ponto de provocar, como resposta, um amplo movimento pela democratização das comunicações.
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Este texto é a primeira parte do Dossiê GloboGate. Na mesma série: 2. A batalha de Campo Grande Produzir um incidente grave, e atribuí-lo ao adversário, é uma das formas de virar uma eleição quase perdida. Serra e a Globo parecem ter tentado esta estratégia, em 20 de outubro. Foram derrotados por milhões de internautas – e pelo Twitter 3. Como tutelar o seu leitor Num caso exemplar de partadarismo, Folha e Jornal Nacional triaram as denúncias relacionadas à quebra de sigilos fiscais. Alardearam o que interessava a Serra e esconderam o que o comprometia
06- Acabei de enviar para meu irmão isto que segue abaixo, um texto escrito por gente da área jurídica:
AUTOR: Frederico de Almeida
Pelo que foi noticiado essa semana, juristas paulistas de renome realizaram, no dia 22 de setembro último, ato e manifesto de repúdio à "marcha rumo ao autoritarismo" e de "defesa da democracia", realizado no tradicional Largo de São Francisco, em São Paulo, no parlatório da não menos tradicional Faculdade de Direito da USP. O alvo do ato era o presidente Lula e suas críticas recentes à imprensa, interpretadas pelos autores do ato como ameaças à democracia e à liberdade. Embora o ato e o manifesto divulgado naquele dia tenha tido a participação de outros intelectauis de outras áreas - com destaque para professores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP - a presença dos juristas foi a mais destacada pela imprensa. Isso porque, acredito, eu, por razões históricas e filosóficas, a imagem dos juristas, em geral, está associada à liberdade e à justiça, e a lutas políticas em defesa desses valores.
Mas é preciso perguntar: quem são os juristas que participaram do ato? Os nomes mais citados e destacados da turma, conforme noticiado por Estadão e Folha, são Hélio Bicudo, Miguel Reale, José Gregori e José Carlos Dias. Todas essas figuras são prestigiadas e reconhecidas no mundo jurídico, especialmente no "mundinho" jurídico paulista - que tem, muitas vezes, a pretensão de ser todo o campo jurídico brasileiro. Todos eles atuaram, em algum momento e de alguma forma, contra a ditadura militar e pelos direitos humanos. Isso tudo foi lembrado pelas reportagens do Estadão e da Folha. O Estadão, da quatrocentona família Mesquita, toda ela cunhada ideologicamente no mais "puro" liberalismo da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, fez menção, inclusive, à presença de boa parte desses mesmos juristas em outro ato, no mesmo local, supostamente com os mesmo objetivos, e que ficou famoso na história política brasileira: a leitura da Carta aos Brasileiros, pelo professor emérito daquela mesma Faculdade, Goffredo da Telles Júnior, no ano de 1977.
O que não está em nenhuma das reportagens, da Folha ou do Estadão, é: quem são, realmente, esses juristas, além de "notáveis" especialistas em leis (sentido comum da expressão "juristas"). O que eles representam, social e politicamente?
Bicudo, Gregori, Dias e Reale Júnior são representantes típicos das elites jurídicas (e, em grande parte, da elite brasileira em geral): todos eles formados por faculdade tradicional (no caso, todos pela "São Francisco"), brancos, homens, com trajetórias de sucesso em profissões que dão muito prestígio aos seus membros (a advocacia criminal e o Ministério Público paulistas), e com passagens, em algum momento, pela política "tradicional" (como secretários e ministros de governo, parlamentares e lideranças partidárias). Também possuem outra característica comum, que os aproximou em determinado momento político, e que explica muito de suas convicções e de suas posições políticas: católicos mais ou menos praticantes, formaram o grupo de juristas organizados em torno de D. Paulo Evaristo Arns e da Comissão de Justiça e Paz para a denúncia do regime militar e a defesa de presos políticos. Daí estarem acompanhado, no ato dessa semana, por Henry Sobel o ex-todo poderoso líder da Congregação Israelita Paulista, e parceiro desses juristas e de D. Paulo nas lutas do fim da ditadura. O próprio D. Paulo assinou o manifesto, embora com algumas ressalvas.
Todos eles também tiveram, ainda estudantes, algum grau de envolvimento com a política estudantil - fator presente em muitas das trajetórias de membros das elites jurídicas, treinadas nas disputas por Centros Acadêmicos para as contendas "de gente grande" da política "de verdade" (no caso desses juristas, serviu-lhes de centro de treinamento o centenário Centro Acadêmico XI de Agosto, que também formou figuras como Ulisses Guimarães, Jânio Quadros, vários ministros do Supremo e o atual ministro da Educação Fernando Haddad). Por fim, pelo menos no caso de Dias e de Reale Jr., há outra característica que os aproxima de parte considerável das elites jurídicas: o pertencimento a "dinastias" de presítigio no mundo do direito. Dias é de tradicional família de advogados, e seu pai foi desembargador do Tribunal de Justiça de Sâo Paulo. Reale Jr., como o nome diz, é filho de Miguel Reale, ícone do pensamento jurídico nacional, com atuação política e acadêmica de destaque - foi, entre outras coisas, um dos líderes máximos do Integralismo, ao lado de Plínio Salgado e Gustavo Barroso, dirigente do Departamento de Administração do Serviço Público local (o "daspinho" paulista) no Estado Novo e reitor da USP.
E por que só a trajetória de Hélio Bicudo foi destacada nas reportagens sobre o ato? A Folha chegou mesmo a dizer que a leitura do manifesto por Bicudo foi o momento mais importante do ato. Porque Bicudo é fundador e dissidente do PT, e por isso encarna com perfeição a figura do descontente, do fundador do Partido que ousa desafiar Lula, seu líder máximo, em defesa dos princípios e contra o desvirtuamento da sigla e do presidente da República. Mais do que Helóisas Helenas, Zé Marias e Lucianas Genros, Bicudo tem ao seu lado a idade e a trajetória pessoal e profissional (foi ministro de Jango e o promotor responsável pela investigação do Esquadrão da Morte do delegado Fleury, no fim da ditadura), que o colocam além e acima da própria história do PT e de Lula. Por essa razão sua participação no ato foi tão destacada pela imprensa, com a finalidade de dar maior legitimidade ao ato e ao manifesto. Não se trata de qualquer dissidente petista. Também não se trata de qualquer jurista. É um jurista ex-petista, e um ex-petista jurista.
O que Estadão e Folha não escreveram - ou melhor, não escreveram com todas as letras - foi que Dias, Gregori e Reale Jr. são ligados ao PSDB, em maior ou menor grau. Todos eles foram Ministros da Justiça de FHC (o Estadão até menciona o cargo, mas não o governo) e secretários do governo Montorno (do então PMDB, mas do grupo que daria origem ao PSDB); Reale Jr. foi inclusive vice-presidente do Partido e suplente de Serra no Senado; Gregori foi deputado estadual e ainda ocupa cargo na gestão Kassab, à frente da Secretaria Especial e da Comissão Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo. Na cobertura da imprensa sobre o ato, o Estadão chega até a mencionar a participação de "partidos de oposição" no movimento, citando expressamente apenas a presença de Roberto Freire, do PPS. Já o jornal O Globo reproduz a posição dos líderes da articulação no sentido de que o movimento é "apartidário". A Folha, focada apenas nos juristas, não cita nada relacionado a partidos.
A vinculação partidária tira o direito de que eles se manifestem? De forma alguma. Mas, por essas circunstâncias e características de seus organizadores, esse ato não pode deixar de ser lido como parte da campanha eleitoral, e de um embate político maior, no qual as pessoas e as partes têm lados e posições muito bem definidas. Divulgá-lo como um manifesto sincero de notáveis juristas acima de qualquer interesse que não a liberdade e a justiça, contra uma suposta ameaça de fato à democracia é inocência que eu não acredito que caracterize jornalões como Folha e Estadão. Dias, Bicudo, Gregori e Reale Jr podem sim, por suas trajetórias, serem considerados homens "de esquerda" - mas uma esquerda de elite, ou melhor, a esquerda da elite paulista, em disputa ideológica com a elite da esquerda, uma contra-elite de sindicalistas, funcionários públicos e intelectuais de classe média, social e geograficamente mais heterogênea, que chegou ao poder do Estado com a eleição de Lula, um operário nordestino e sem diploma, em 2002.
Contra essa nova elite, a esquerda da elite paulista, embora fale em nome da democracia e contra o autoritarismo, legitimados por suas trajetórias de luta contra a ditadura militar e pelos direitos humanos, é tão elite quanto a direita da elite, representada pelo raivoso DEM e por dinastias políticas como as dos Magalhães, na Bahia, e dos Bornhausen, em Santa Catarina. Para tomar um exemplo mais próximo das trajetórias dos líderes do ato dessa semana, esses juristas católicos de esquerda em muito pouco se diferenciam (a não ser pelo direcionamento pontual que dão à política e à doutrina católica) de outros juristas católicos da elite paulista, como Ives Gandra da Silva Martins e José Renato Nallini, ambos vinculados à Opus Dei. Não à toa, a esquerda da elite paulista, representada pela social-democracia tucana, e a direita da elite nacional, representada pelos prolongamentos da ARENA no PFL e no DEM, formaram uma bem sucedida aliança política de sustentação dos governos FHC, Alckmin, Serra e Kassab nos planos nacional e estadual. A par de qualquer contradição aparente entre seus projetos, eles são o que são: elites.
Por fim, apenas reitero uma observação que já fiz neste blog, sobre a suposta ameaça que Lula e o PT representam à democracia e à liberdade de imprensa. Comparar Lula a Chávez é uma bobagem sem tamanho (não vou nem entrar no mérito das comparações que os juristas do ato fizeram com Mussolini, porque aí já é demais...). Isso porque, como também acusam os mesmos críticos da suposta ameaça à liberdade, Lula optou por alianças com outra parte da elite de direita (Sarney, Collor, Renan Calheiros, etc), que já foi aliada de tucanos e DEM. Por ter feito essa aliança que muitos, inclusive eu, criticamos, é que Lula e o PT não precisaram atropelar a oposição e mudar o quadro constitucional para implementar seu projeto popular. Chávez, ao contrário, partiu para a estratégia plebiscitária de mobilização popular justamente para não ter que se aliar aos grupos dominantes da Venezuela. Evo Morales, num meio termo que não foi necessário a Chávez por vacilo da própria oposição venezuelana, teve que recuar de sua estratégia de mobilização predominantemente popular para chegar a alguma solução de compromisso com as elites tradicionais que ameaçavam jogar a Bolívia numa guerra fraticida.
Embora não o queiram ver seus críticos da elite brasileira, de esquerda ou de direita, a opção de Lula e do PT, ao se aliarem a velhas elites da política sem perder a essência de seu projeto modernizador de matiz popular, foi a de preservar, ao final, as regras do jogo democrático definido pelo pacto centrista da Constituição de 1988, ainda que sob o bombardeio de uma imprensa que, em nenhum momento, sofreu censura administrativa, teve suas empresas confiscadas ou seus proprietários presos pelo governo. Tanto é assim, que falam o que falam, da maneira como querem (inclusive quando deixam de falar o que poderiam ou deveriam) sem qualquer risco ao seu pleno funcionamento. No mais, se o enorme apoio popular de Lula e a expressiva votação que deve ter Dilma Rousseff nas eleições de outubro não são parte da democracia, essa elite esqueceu (ou nunca soube) o que é povo.
Frederico de Almeida
Advogado e cientista político. Participou de diversas pesquisas sobre a administração e a reforma da justiça. Foi pesquisador e Coordenador-adjunto do Núcleo de Pesquisas do IBCCRIM; pesquisador do CEBEPEJ e do Ministério da Justiça; Coordenador de Prática Jurídica da Escola de Direito de São Paulo da FGV; e Coordenador-Geral de Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação. Atualmente é assessor de Relações Institucionais da PROTESTE Associação de Consumidores.