03/10/2010

Pelo voto útil





Todas as pesquisas divulgadas no sábado mostram uma eleição apertada.

Para que serve as pesquisas ao eleitor nas véspera da eleição?

A primeira utilidade é informação sobre as tendências e saciar a curiosidade.

A segunda utilidade é para, quando a eleição está apertada, pensar no voto útil.

O eleitor que está preferindo Marina, mas não rejeita Dilma, e vai votar em Dilma no segundo turno, chega às vésperas da eleição com um dilema.

Marina cresceu na reta de chegada, mas não conseguiu um volume de votos suficiente para ameaçar Serra. Então ao votar em Marina, não está ajudando em nada elegê-la, está apenas votando contra Dilma e a favor de Serra. Vale a pena votar dessa forma?

Sinceramente, se a situação fosse inversa, e Marina tivesse em torno de 51%, e Dilma estivesse com a eleição perdida na faixa dos 17%, sabendo que Serra tem mais de 12 pontos na frente, eu votaria em Marina contra Serra.


A mesma coisa acontece com eleitores que estão votando em Plínio, sobretudo que vota por mera simpatia ou por detalhes.

É preciso lembrar que votar na Dilma contra Serra, é votar contra o retrocesso à políticas que fizeram e fazem o povo brasileiro sofrer.

Serra não mudou desde o governo FHC. Ele como governador de São Paulo seguiu o mesmo receituário neoliberal de FHC. Arrochou o funcionalismo (professores e policiais que o digam), e tem o mesmo pensamento quanto aos salários, aposentadorias e pensões do funcionalismo civil e militar federal, e do INSS. Ele vê tudo como custo a ser cortado.

Por mais que Serra faça promessas mirabolantes de que aumentará aposentadorias do INSS no primeiro ano, se cumprisse de fato, nos anos seguintes iria arrochar para compensar.
FHC quebrou o Brasil para ganhar eleição em 1998, e a conta veio salgada nos anos seguintes, com reflexos que atingiram todo o primeiro mandato do presidente Lula. O que Serra promete, se cumprisse, repetiria o FHC de 1998.

Serra, quando governador, tentou privatizar sua empresa estadual de energia, a CESP (Lula e Dilma impediram ao recusarem a renovar antecipadamente as concessões das hidrelétricas da empresa), então o que ele fará com a Petrobras?

Serra não teve escrúpulos em vender a Vale do Rio Doce a preço de banana, com reservas de minérios subavaliadas, mesmo sendo uma empresa lucrativa. Porque teria escrúpulos com a Petrobras? No mínimo, pode privatizar pelas bordas, em fatias, como FHC estava fazendo.

E a riqueza do petróleo do pré-sal? Um simples retrocesso no novo modelo de partilha feito por Dilma e Lula, para o antigo modelo de concessões de FHC (como Serra já declarou que se for eleito pode voltar ao antigo sistema), transfere uma gigantesca parte dessa riqueza para empresas estrangeiras em leilões lesa-pátria, gerando um rombo de trilhões no patrimônio do povo brasileiro. É uma riqueza muito, mais muito maior do que qualquer dívida pública que ainda temos.

Serra, como governador, privatizou a Nossa Caixa, mesmo sem estar precisando. Felizmente o Banco do Brasil comprou e salvou. Quem garante que ele não venha a fazer o mesmo com o Banco do Brasil ou com a CEF, se Serra achar que é bom negócio vender? Ainda que não venda a empresa toda, pode vender áreas de negócios, seguradora, carteira de clientes, etc.

Em eleições normais, eu sou contra o voto útil no primeiro turno. Mas essa não é uma eleição normal, e no final chegou polarizada entre Dilma vencer agora, ou Dilma e Serra disputar o segundo turno.
Não existe outra possibilidade real no horizonte.
Não existe a possibilidade real de Marina diputar o segundo turno com Dilma.

Sinto muito, mas é isso que está posto para quem está decidindo votar em Marina ou Plínio, em vez de votar em Dilma.

O povo brasileiro tem muita coisa a perder, para desprezar a motivação do voto em Dilma, e votar em Marina ou Plínio apenas por capricho pessoal, político, ou por desconfiar de Dilma por causa de boatos mentirosos, levianos e baixarias.

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/10/ou-e-dilma-ja-ou-e-serra-x-dilma-nao.html

Rodrigo Vianna: votar em Marina é votar em Serra

Não é possível ter ilusões: votar em Marina no primeiro turno é votar em Serra. É servir aos interesses dos setores mais conservadores desse país. É dar a Serra a chance de estar num segundo turno.
Não é à toa que ontem, véspera da eleição, o presidente do PV já anunciava que num segundo turno o partido estaria com Serra. As urnas nem foram abertas e o aceno já foi dado. Ninguém tem dúvidas que o caminho seria esse mesmo.

Ah, mas num eventual segundo turno é possível votar em Dilma e impedir a volta do tucanato – devem pensar os eleitores mais progressistas de Marina. Claro, isso é possível.

Acontece que, num eventual segundo turno, a máquina de escândalos e calúnias consevadora vai voltar a operar com toda força, e com todo apoio do aparato midiático.

Teremos um mês de conflagração. O que há de mais atrasado nesse país fará o impensável para voltar ao poder.

A decisão sobre a vitória de Dilma no primeiro turno (que significa a vitória de um projeto de centro-esquerda, com todos seu acertos e erros ao longo dos últimos anos) vai-se dar por estreita margem – como venho prevendo há algumas semanas.

O Brasil tem a chance concreta de liquidar a fatura nesse domingo. E esse eleitorado progressista de Marina pode fazer toda a diferença.

Aqui o texto na íntegra: Dia “D”: votar em Marina é votar em Serra

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