03/03/2012

Mulher Rendeira, por Volta Seca, o mais jovem cangaceiro

A mulher no gangaço, por Dadá:
" A condição feminina no cangaço é registrada na entrevista de Dadá, enfatizando as 
dificuldades do cotidiano nos sertões nordestinos. De modo enfático, a narradora lembra 
que as maiores dificuldades eram quando do período de gravidez: 
“Era assim que as mulheres davam a luz no cangaço. No meio da 
caatinga, do mato, onde desse, ajudadas pelas companheiras, às vezes 
enfrentando tiroteio com barriga de fim de gravidez... Mas o pior de 
tudo ... O mais triste era não poder criar os filhos. Pois, como é que 
podia, levando uma vida sempre fugindo? Era ter o filho e 
entregar”
23
Na entrevista o amigo de Dadá afirma que cangaceiro não tinha projeto de 
transformação social e de que não se aproximava da imagem de Robin Hood, de roubar 
dos ricos para dar aos pobres: 
                                               
21
 Idem, p. 34. 
22

 Ibidem, p. 40. 
23
 Idem,, p. 45-48. 
Anais do SILEL. Volume 2, Número 2. Uberlândia: EDUFU, 2011.“
- Se vocês queriam ouvir que a gente era um movimento organizado 
que queria ajudar os pobres, não vão ouvir não. A gente não tinha 
essa motivação não. Cada um tinha entrado no bando por motivo de 
sobrevivência”
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Assim, a imagem romântica e idealizada do cangaço foi questionada pela própria Dadá:  
“... eu não defendo cangaceiro não. Aquela vida ninguém queria. Mas 
quando um vivente não tem meio de levar a sua vida, como é que vai 
fazer? Que teve abuso? Teve sim. [...] 
É, barbaridade teve dos dois lados, não vou negar. Só que só 
divulgavam as cometidas por cangaceiros. Então, se cangaceiro era 
bandido, volante era igual, quando não pior!”
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Por fim, a narrativa se aproxima dos problemas atuais das grandes cidades brasileiras, 
quando as crianças abandonadas à própria sorte entram no narcotráfico.

Armado, vai ser respeitado. Até quando? "
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