Socorro Patello compartilhou a foto de Jandira Feghali.
"Você é praticamente da família", dizem. Vi essa imagem postada por Anna Muylaert e não pude deixar de lembrar de seu filme Que Horas Ela Volta?. Preconceito histórico. Raízes da servidão que se alastra ao longo do tempo, em diferentes formatos...
postagem da página da Jandira Feghali
postagem da página da Jandira Feghali
Jandira Feghali
"Você é praticamente da família", dizem. Vi essa imagem postada por Anna Muylaert e não pude deixar de lembrar de seu filme Que Horas Ela Volta?. Preconceito histórico. Raízes da servidão que se alastra ao longo do tempo, em diferentes formatos...
Socorro Patello Sim. Comprada e escravizada, que dava o próprio leite e sangue aos filhos de seus algozes ...
José Carlos Lima Spin sim...convivi com uma...eu chamava a minha de Mãe Preta...ela foi a parteira e acompanhava como se fosse uma mãe de fato embora nem eu soubesse onde ela morasse...era sertão...ela passava lá em casa para ver a meninada...ela teceu meu cobertor cujas linhas produzi, eu tinha uns 7 anos e acordava cedo para bater algodão com duas varetas...fiei, fiz os novelos...ah sim, eu era pequeno mas ajudava meu pai na roça, de forma que o processo começou pelo plantio e colheita do algodão, havia uns algodões coloridos,,ah Mãe Preta inesquecível, em 1969, com 10 anos de idade, vim para uma pequena cidade e nunca mais vi Mãe Preta,..um ser descartável mas fundamental na vida de muitos
Socorro Patello Emocionante... essas cicatrizes são as escritas de suas vitórias grande guerreiro! Quantas histórias de pessoas doces, humanas e invisíveis... você foi uma criança-herói! Não tem pai-herói? Assim tem também criança-herói... você é uma delas!
José Carlos Lima Spin Quando ela gritou por socorro em seus instantes finais não estávamos por perto, nunca mais a vi, não me recordo se, no dia em que sai da roça ela veio se despedir da gente ou se tomada por banzo, talvez ela tenha vindo e a tenha dado branco na minha memória, não me lembro, só me lembro dos momentos agradáveis http://jornalggn.com.br/.../luisn.../a-historia-de-mae-preta
Via José Carlos Lima Spin - emocionante!
Música em Prosa
José Carlos - Spin
Mãe Preta/Barco Negro. Uma melodia. Uma toada. Um fado. Duas canções.
José Carlos - Spin
Mãe Preta/Barco Negro. Uma melodia. Uma toada. Um fado. Duas canções.
Uma música, duas letras, dois sucessos. A toada brasileira Mãe Preta, o fado português Barco Negro.
A música Mãe Preta
Piratini e Caco Velho
Pele encarquilhada carapinha branca
Gandôla de renda caindo na anca
Embalando o berço do filho do sinhô
Que há pouco tempo a sinhá ganhou
Gandôla de renda caindo na anca
Embalando o berço do filho do sinhô
Que há pouco tempo a sinhá ganhou
Era assim que Mãe Preta fazia
criava todo o branco com muita alegria
Porém lá na sanzala o seu pretinho apanhava
Mãe Preta mais uma lágrima enxugava
criava todo o branco com muita alegria
Porém lá na sanzala o seu pretinho apanhava
Mãe Preta mais uma lágrima enxugava
Mãe Preta, Mãe Preta
Enquanto a chibata batia no seu amor
Mãe Preta embalava o filho branco do sinhô
Mãe Preta embalava o filho branco do sinhô
Na verdade, a música Mãe Preta faz referência à lenda gaúcha da Mãe Preta, que teria dado origem à cidade de Passo Fundo. Seu compositor é o Sambista infernal, conhecido como Caco Velho (nome de batismo Matheus Nunes), que já fora objeto de uma postagem anterior.
A composição Mãe Preta, de Caco Velho, foi inspirada, segundo o sitehttp://www.samba-choro.com.br/artistas/cacovelho, na imagem de uma Mãe Preta pintada num quadro de sua casa. Caco Velho, então, mostrara a música a Piratini (líder de um dos mais requisitados regionais de Porto Alegre, onde Caco Velho tocava), que, aperfeiçoada a letra, fora concluída.
A canção original “Mãe Preta” é brasileira, sendo seus autores Piratini (António Amabile) e Caco Velho (Matheus Nunes). A letra, todavia, fora proibida pela censura em Portugal (o momento político ditatorial que vivia Portugal não recomendava textos que fizessem referência à escravatura), sendo a sua letra considerada subversiva.
Pode ser um adendo desnecessário, mas, para quem não sabe, Portugal viveu mais de 40 anos de ditadura, de 1933 a 1974, quando havia um serviço de censura prévia às publicações periódicas, emissões de rádio e de televisão, protegendo permanentemente a doutrina e ideologia do Estado Novo Português e defendendo a moral e os bons costumes.
A letra foi proibida em Portugal. David Mourão-Ferreira escreveu, então, outra letra falando da tragédia de um desaparecido no mar. Eis a letra:
Barco Negro – David Mourão-Ferreira
De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n’areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.[Bis]
Acordei, tremendo, deitada n’areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.[Bis]
Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu Barco Negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:
E o teu Barco Negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:
São loucas! São loucas!
Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu’estás sempre comigo.[Bis]
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu’estás sempre comigo.[Bis]
No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.
A primeira a gravar Barco Negro foi a portuguesa, “Maria da Conceição”. No entanto, a lusitana que transformou “Barco Negro” num dos fados mais conhecidos de todos os tempos foi Amália Rodrigues, no tema do filme “Amantes do Tejo”. Apenas em 1978 que Amália Rodrigues gravou a versão original com a letra de Caco Velho.
Um fado combina com lamento; combina com saudade; com a tristeza de um barco que vai longe. Uma melodia. Duas tristezas. A da mãe que embala o filho do sinhô enquanto seu filho apanha; a tristeza da saudade de quem foi no Barco negro...
Um fado combina com lamento; combina com saudade; com a tristeza de um barco que vai longe. Uma melodia. Duas tristezas. A da mãe que embala o filho do sinhô enquanto seu filho apanha; a tristeza da saudade de quem foi no Barco negro...
Vídeo 1: Mãe Preta (1a. versão), por Maria da Conceição, 1943
Video 2: Mãe Preta (Barco Negro), por Amália Rodrigues - Brasov (Romania), 1968
Vídeo 3: Mãe Preta (Barco Negro), por Ney Matogrosso, 1975
Video 4: Rolando Boldrim e Germano Mathias cantam "Mãe Preta" (1a. versão)
Video 5: Mãe Preta (música original do Barco Negro), por Dulce Pontes
Video 5: Barco Negro, por Mariza -na Ópera de Sydney, em 2006
Video 6: Barco Negro, versão italiana, por Amália Rodrigues
Vídeo 7: Barco Negro, por Kátia Guerreiro (Portugal)
Vídeo 8: Mãe Preta (1a. versão), por Deolinda Bernardo (Portugal)