Por Luis Nassif, para o GGN
Primeiro morto político a ter autorização para mudar certidão de óbito, 39 anos após sua morte, a história do diplomata José Jobim é um caso clássico a ilustrar a falta de limites do regime militar brasileiro.
Não era guerrilheiro, nem militante, nem mesmo um crítico do regime. Era um diplomata aposentado que toda manhã saía de sua casa, usando uma indefectível gravata-borboleta, para suas rotinas diárias.
Foi sequestrado, torturado e morto. Na certidão de óbito informava-se que se suicidara. Na semana passada, foi o primeiro morto político a conquistar o direito de retificar o atestado de óbito, graças ao trabalho da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).
Nos anais da Comissão da Verdade narra-se parte de sua história. Teria mencionado em um coquetel sua intenção de publicar um livro de memórias relatando casos de corrupção ocorridos na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Poucos dias depois, apareceu morto. A versão inicial é que se suicidara.
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O episódio serve para mostrar a face sem álibi da repressão. Torturaram e mataram um cidadão pacato, diplomata aposentado, para abafar um crime do regime.
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