19/03/2009

Teste de HIV: você já fez? - Conceição Lemes (Link)

Segue abaixo meu ponto de vista, bem como comentários onde fui citado

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jose carlos lima (19/03/2009 - 07:36)

Cont...E olhe lá que os jornalistas não foram assim tão ingênuos ou vítimas de um erro científico, pois lembro-me que a mídia ficou de plantão esperando, por exemplo, que o cantor Ney Matogrosso fosse acometido pela epidemia. Como a praga não batia as portas do cantor a revista Contigo perdeu a paciência e estampou em sua capa "A AIDS DE NEY MATOGROSSO." Claro, uma mentira. O cantor entrou na Justiça contra a revista, ganhou a causa e foi indenizado.
Não acredito nem um pouco nas boas intenções e neutralidade científicas, sempre a favor de A ou B.
Por conta do erros de cientistas e jornalistas um grande porcentagem de pessoas ainda imagina ser a AIDS um assunto de homossexuais. Em 1993 este percentual era de 44% por cento.
O resultado está aí.
Não tiro nenhuma vírgula do que disse em comentários anteriores.
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Rogério Santiago (18/03/2009 - 23:28)

"(...)o olhar ingênuo ainda presente no jornalismo de ciência, de que o discurso científico é verdadeiro e, portanto, não é passível de ser criticado por um reles profissional da comunicação. Somada a isso está a comodidade de reproduzir notícias de agências, com a vantagem divulgá-las rapidamente e com a credibilidade de cada uma delas, a exemplo da BBC.(...)."

Isto foi extraído do artigo linkado pelo José Carlos Lima. O artigo em pauta foi publicado no Observatório da Imprensa. O autor fez uma interessante análise sobre os erros dos cientistas e jornalistas em cobetura de casos polêmicos e alarmantes tais como AIDS, bactéria MRSA e
Febre Amarela.

"(..)Ingenuidade, despreparo ou má-fé?
(...)É preciso apontar, debater, argüir e insistir na necessidade de um jornalismo responsável, prestador de serviços, analítico e de qualidade em todas as instâncias, mas, sobretudo, combater qualquer tentativa de preconceito e estigma social."

O artigo merece ser lido com atenção.
A desinformação em relação a AIDS tem muito a ver sim, com os erros cometidos por cientistas e jornalistas.
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jose carlos lima (18/03/2009 - 19:33)

Cont...
Enfim, na década de 80 a AIDS foi noticiada como "Peste Gay". No ano passado tal erro foi repetido com a "Bactéria Carnivora" que devoraria os homossexuais. Segue link para interessante artigo "Jornalistas e cientistas repetem erros do passado"

http://redecomsaude.zip.net/arch2008-03-01_2008-03-31.html#2008_03-09_15_56_29-7009950-0
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jose carlos lima (18/03/2009 - 19:09)

Sim, a ciência pode ter induzido as mídias brasileira e internacional a um grave erro ao passar a idéia de que a AIDS seria uma "Peste Gay".
Interessante se notar, portanto, que a mídia é contumaz neste tipo de "erro" induzido pela ciência. Deveriam ser pelo menos cautelosos antes de difundirem suspeitas como se fossem verdades.
Senão vejamos.
No final de 2007 esta mesma mídia que propagou mundo afora que a AIDS era uma "Peste Gay", difundiu que a bactéria Staphylococcus Aureus Oxacilina (MRSA, na sigla em inglês) teria como característica atacar tão e somente gays. A revista Época é que acalmou os ânimos ao publicar a matéria "Bactéria que ataca gays é falso alarde" Para infectologista David Uip, há muito alarde e pouca informação relacionada à pesquisa que identificou uma superbactéria que se alastraria pela comunidade gay. Por Laila Abou Mahmoud. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81141-8055,00-BACTERIA QUE ATACA GAYS E FALSO ALARDE.html

Se a culpa é da ciência ou a mídia, sei não ao certo. Talvez as duas, ciência e mídia, pois deveriam ao menos serem um pouco mais cautelosos.
" Os efeitos dessa ideologia, para as lésbicas e gays, são terríveis. Uma pesquisa realizada com 2 mil pessoas e publicada pela revista Veja, em sua edição de 12/05/93, demonstra o grau de discriminação que os vitima. Alguns exemplos:

%u2022 44% acreditam que os homossexuais provocaram o aparecimento da Aids.

http://www.pstu.org.br/secretaria_glbt_programa01.asp

Eduardo Guimarães (18/03/2009 - 15:49)
Conceição,

mais um comentário, agora sobre Aids e mídia.

De fato, nosso leitor comum José Carlos Lima talvez tenha exagerado nas cores sobre a mídia ao dizê-la responsável, em alguma medida, pelo aumento da Aids.

A mídia, ao menos nesse ponto, tem sido o fator a permitir que informações vitais sobre a doença se espalhem.Inclusive contrariando a Santa Madre Igreja.

Agora, se quisermos ser rigorosos, poderemos lembrar que a mídia brasileira, mais do que a a grande maioria dos de outros países, estimula a sexualidade precoce.

Ao mesmo tempo em que a mídia transmite informações vitais para o combate a Aids, fazendo a população tomar consciência de tais informações, estimula comportamentos, sobretudo em jovens, que podem induzi-los ao sexo muito mais do que em qualquer outra época da história humana.

É preciso cuidado com o maniqueísmo. Responsabilizar a mídia pelo que ela não fez, tendo ela o poder que tem, é um prato cheio para ela desqualificar seus críticos.

Por outro lado, o papel da mídia, nessa questão da Aids, vai muito além de sua mera disseminação (importantíssima) de campanhas contra a doença.

Quando se fala em mídia e Aids, é bom não esquecer moldagem dos costumes brasileiros que nossos meios de comunicação conseguem impor com grande êxito.

Para Eduardo Guimarães e José Carlos Lima (18/03/2009 - 14:13)
Caros,

A feminilização da aids é questão seriíssima de saúde pública. Diz respeito a todos nós, mulheres e homens.

Só que, Eduardo, a expansão entre as mulheres não se deve a relações extra-conjugais, maior liberação sexual, como muitos imaginam.

Tanto que as grandes vítimas são as donas de casa e as meninas de família. No Brasil, 70% das mulheres portadoras do HIV foram infectadas pelo seu parceiro fixo - esposo ou namorado. Outro detalhe: 26% tiveram um ou dois parceiros em toda a vida; 55% até quatro.

A ONU aponta a desigualdade de gênero como um dos fatores determinantes para o crescimento da vulnerabilidade feminina à doença.

Em relação à mídia, José Carlos, te asseguro que é injusto jogar tanta culpa nela. Estamos falando dos início dos anos 80, quando a mídia era outra.

Na verdade, foi a própria comunidade científica que, no começo da epidemia, dizia que aids era uma doença que atingia homossexuais nasculinos, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos/pessoas que haviam recebido transfusão de sangue.

Depois, descobriu-se que não era bem assim, mas aí a noção equivocada já havia se disseminado.

A entrevista do médico famoso à Veja trouxe muito prejuízo à prevençao . Mas, em geral, a mídia no Brasil teve um papel positivo na luta contra aids.

Uma curiosidade: a Playboy brasileira foi a primeira no mundo a abordar aids -- e pra valer. Deixou suecos, holandeses...boquiabertos. Ousadia do meu amigo JUca Kfoury.
Abs,
Conceição Lemes

jose carlos lima (18/03/2009 - 10:57)
Uma das causas do aumento de casos de AIDS.
"Falta de percepção das mulheres sobre o risco de se infectar pelo HIV."
Vejo esta agravante como uma das consequências da falta de caráter da mídia mundial. Me lembro como se fosse hoje que quando a AIDS surgiu no começo da década de 80 a grande preocupação da imprensa brasileira e internacional era passar a idéia de que AIDS era coisa de gay, que só gay pegava AIDS, houve até o caso de um renomado cientista que disse na Veja que mulher não pegaria AIDs porque, segundo ele, a vagina era protegida contra o vírus.
O resultado esta ai.
Naquela época já intui que isto poderia vir a acontecer e olhe lá que a grande maioria da população heterossexual ainda pensa ser imunizada contra o HIV.
Quem vai responder por este descalabro da mídia que enfiou estas mentiras nas cabeças das pessoas



jose carlos lima (16/03/2009 - 00:07)
No meu blog "Rede Isto" escrevo coisas minhas, coisas minhas extras escrevo em 70 outros blogs, um para cada dia do calendário isto. Isto que dizer natural de Histópolis. Além destes 71 blogs tenho outros 4, o Hospital, os Artistas, a Biblioteca e o Jornal de Histópolis, nestes 4 blogs publico coisas dos outros. O problema é que estou tendo dificuldade para achar na blogosfera coisas relativas ao conhecimento, para que eu possa atualizar a Biblioteca de Histópolis.
Uma deficiência da blogosfera?

www.josecarloslima.blogpsot.com
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jose carlos lima (15/03/2009 - 09:51)

Aqui em Goiânia funciona um serviço que talvez sirva de sugestão para outros Estados. Chama-se Centro de Referência de Doenças Sexualmente Transmissíveis, acho que é este o nome, que fica ao lado do Terminal Rodoviário, de fácil acesso. Ali são feitos vários exames com o sangue que é colhido da gente: aids, sífilis, hepatite, e até hemograma, se a pessoa quiser. E tudo de graça. Há mais 5 anos vou lá submeter-me aos testes, geralmente num espaço de 6 meses. Na primeira vez que fui assisti a uma palestra sobre doenças sexualmente transmissíveis, todas elas e não apenas a AIDS. Todas as vezes em que vou pegar o resultado, mesmo sendo resultado negativo, ou seja, tudo ok, converso com uma assistente social, com a qual converso e respondo a um pequeno questionário. Se o meu resultado tivesse dado positivo eu me sentiria totalmente tranquilo diante da notícia, acho que sim, isto por causa do profissionalismo da assistente social ou psicóloga. Quanto aqueles que ainda não fizeram o teste o que posso dizer por experiência própria é que, entre uma AIDS real uma AIDS imaginária, esta é tão danosa quanto aquela. Conheço gente que falava que não faria o exame nem transava com camisinha, isto porque a AIDS não existia. Esta pessoa descobriu ser portadora do vírus. E descobriu bem tarde, com os sintomas à vista, quando poderia ter-se poupado deste sofrimento. Depois do primeiro exame a gente perde o medo de repeti-lo, hoje isso para mim é como beber água.

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