O "Bom Gestor" Zé Serra
Em que área mesmo Zé Serra acertou? Que maravilha governar como Zé Serra governa: os meios de comunicação funcionando em pool, um grande monopólio da fala transformado em agências de publicidade em sua defesa.
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Desta forma Zé Serra tem uma imagem de "bom gestor", o que na verdade é uma grande mentira propagada Brasil afora pelas famílias Marinho, Civita, Globo e Mesquita, uma casta que funciona em rede na qual os demais meios de comunicação não passam de repetidores de leituras determinadas pelo monopólio da fala.
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Imagina só o carnaval que o imprensalão não estaria fazendo se esta tragédia nas escolas de SP estivesse ocorrendo num Estado governado por alguém que não fosse da base do presidencável tucano-demo-pefelê. Com certeza Arnaldo Jabor, Jô Soares e suas meninas, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Miriam Leitão, etc, estariam arrancando os cabelos por causa do que eles talvez apelidassem de "apagão educacional" para nos azucrinar com o assunto durante as 24 horas do dia.
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Como o fato ocorreu em SP, ninguém viu nada, o "bom gestor" correu rapidinho para retirar das escolas os livros que, por falta de uma olhadinha básica quando foram escolhidos, foram aprovados.
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É que os "bons gestores" de SP verificam apenas se os conteúdos são ou não de autores com "viés de esquerda", tipo Paulo Freire e, não o sendo, vale tudo.
José Carlos Lima
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Fernando Borgonovi, no blog da UJS
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Anda pródiga em produzir más notícias a secretaria de Educação de São Paulo sob o governo tucano de José Serra. A novidade da vez é o livro, distribuído a alunos da terceira série do ensino fundamental das escolas da rede pública, que traz palavrões, conteúdos de conotação sexual e chega mesmo a fazer alusões ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que se notabilizou por atuar no crime organizado em São Paulo.
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Em março, a secretaria já tinha ocupado as manchetes por enviar livros didáticos com conteúdos errados na parte de Geografia. O lapso "ensinava" que o mapa da América do Sul tem dois Paraguais, alterava a posição do Uruguai e sumia com o Equador dos países fronteiriços ao Brasil. Constatado o equívoco, o governo alegou ser "apenas" um problema de impressão das apostilas e a vida seguiu em frente.
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O escândalo atual está na obra "Dez na Área, um na Banheira e Ninguém no Gol", que traz expressões "edificantes" como "chupa rola", "cu" e "chupava ela todinha". Ao falar sobre jogos de futebol em presídios, o livro apresenta um desenho, com presos portanto armas e bandeirolas da facção criminosa. Em outra gravura, um balão faz propaganda de entorpecentes das "organizações PCC".
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Em si, o fato de uma publicação tratar de sexualidade e trazer elementos da atualidade não deve ser visto como problema. A grande mancada da secretaria foi distribuir tal conteúdo para crianças da terceira série, muitas delas abaixo dos dez anos de idade. Isso, sim, configurou o verdadeiro absurdo.
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Alarmado com nova pauta negativa vinda da secretaria - cujo comando recentemente foi trocado e o posto assumido por Paulo Renato de Souza, ex-ministro de FHC -, José Serra lamentou o fato, que considerou mais grave que o anterior, determinou o recolhimento das obras e a abertura de sindicância para apurar responsabilidades.
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Culpados à parte, os casos são reveladores da falta de prioridade dada à educação em sucessivas gestões do PSDB, partido que governo o estado desde 1995, mas estão longe de serem únicos. Somam-se a já conhecida lotação das salas de aula, à desvalorização dos profissionais da educação, aos resultados constantemente constrangedores obtidos em avaliações.
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Espera-se que a sucessão de pautas negativas sirva, ao menos, para chamar atenção para escuridão que reina neste setor e, numa projeção talvez exageradamente otimista, desperte no poder público um lampejo de boa vontade para melhorar a situação do ensino público paulista.
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