26/05/2008

Menos não sei o que

Um momento, o telefone está chamando
É um amigo.
Ele: como você está?
Eu: não consigo esquecer de H, o sentimento de culpa por não ter sido capaz de lidar com a situação me incomoda bastante. Há dias estou com vontade de telefonar para H mas não tenho coragem.
Ele: sua insegurança é crônica. Liga como amigo. Qual o problema? Leva um papo de amigo. De igual prá igual. Nada de complexo de inferioridade. Respira e conversa como você está conversando comigo agora, pergunta como está, convida para um encontro.
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Em tempo1: de fato, a minha insegurança é crônica. Só de pensar nesta possibilidade o medo já toma conta de mim. Incrível. Isto tem se repetido em todas as minhas tentativas de levar adiante um relacionamento. Alguma coisa que me impede decidir, optar. É como se eu não soubesse o que quero. É como se eu não merecesse. Uma auto-sabotagem que termina por estragar tudo. Eu mesmo tenho feito por onde as coisas não deem certo ao sabotar o próprio relacionamento. Demoro a decidir. A pessoa percebe minha indecisão = fuga. Não sei o que quero? Se sei, pelo menos a ficha demora a cair para que, assim, eu passe a comportar-me de forma a levar adiante a relação ao invés de começar, por minhas próprias mãos, a auto-sabotagem como seu eu não merecesse. O que levou-se a internalizar isso, este não merecimento, esta insegurança crônica, esta incapacidade de fazer uma simples ligação para uma fala de amigo para amigo.
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Em tempo2: alguma coisa acontece
"alguma coisa acontece no meu coração"
(Caetano Veloso)

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