Será mesmo que deixaram de ser o que são[quentes apocalipticos infernais] para entrar na nova onda da brisa
Ou será fingimento dessa mídia escravocrata, todo cuidado é pouco, não dá prá acreditar né
Veja admite que Lula tinha razão e que seus assinantes ficaram com ideia deformada sobre o Brasil.
A revista Veja desta semana fez matéria de capa com 16 páginas sobre a nova classe média, com viés positivo sobre a periferia e reconhecendo o funk, pegando o gancho nos rolezinhos (**).
Mesmo com atraso de pelo menos uns 7 anos, antes tarde do que nunca (*). A matéria repetiu tudo o que Lula, Dilma e a blogosfera vem falando durante esse tempo todo.
O problema é que, a esta altura do campeonato, a matéria soa mais como uma confissão de que a revista passou dez anos alienando seus leitores sobre o que se passa no Brasil real.
O próprio título da capa diz tudo: "Você não me conhece", referindo-se a 155 milhões de brasileiros que vivem na periferia, até ontem invisíveis nas páginas da revista.
Ou seja, o assinante da Veja só ontem "descobriu" qual é a realidade de 77% da população brasileira: "um país pujante, no consumo e no empreendedorismo", escreveu a revista, confirmando o que Lula, Dilma e nós já cansamos de falar.
Como a Veja é a Veja, além de tardar, falha. Alguns clichês p'rá lá de preconceituosos não escapam nem na capa. Trata a periferia como se fosse "um país de 155 milhões de habitantes à parte dentro do Brasil".
Não, dona Veja. Esses 155 milhões de habitantes é o próprio Brasil. É a cara e a identidade do Brasil, tanto quanto os demais que completam 202 milhões de habitantes.
Até quando tenta agradar, a Veja deixa escapar seu olhar preceituoso de apartheid social.
(*) O nunca, no caso da Veja, não é só força de expressão, pois a revista parece estar com os anos contados para fechar. Se Alckmin (PSDB-SP) perder as eleições em São Paulo e não renovar as assinaturas em massa feitas com dinheiro público, o efeito cascata na queda da tiragem pode ser devastador.
(**) Não leio esta revista e me recuso a comprá-la. Não li a matéria, mas pelas chamadas e pela página publicada pelo Radá Ricci, dá para ter uma ideia. Pode ser que na íntegra do texto tenha mais "vejices".
P.S. - Isso vai para o armário número 7 do SPIN
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