Quem transporta: aquele que fez a "obra" ou quem a viu e a apreendeu
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No campo da demonstração, existe a arte bem como a forma ilustrativa. Demonstrar de forma ilustrativa seria a racionalização de uma determinada questão, sendo que existe outra forma de exposição: a arte.
Diante da ilustração são necessários os nossos sentidos corriqueiros, enquanto na arte, pelo menos certos tipos/estado da arte, há o transporte do espírito e não apenas do exercício do olhar à procura de um entendimento.
Se a demonstração através da arte tem a ver com a movimentação de formas de sentir, ilustrar diz respeito à demanda por uma explicação.
Quem transporta: aquele que fez a "obra" ou quem a viu e a apreendeu
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O personagem A, aliás, melhor nominar - minha irmã Anastácia - preparou esta mesa para servir um suco verde. Evidente que trata-se de uma obra de arte, embora quem a compôs não não a tenha feito com intenção de estar fazendo arte, sendo daqui que brota a questão: vem cá,...mas se o objeto/composição me transporta do ponto vista artístico e do belo ou do conceitual/demonstrativo, como fica a questão....
Diante disso lembro-me agora de um sonho onde sonhei olhei fui uma roda de bicicleta numa oficina de conserto de bicicletas. Encantei-me diante daquele objeto e perguntei-me: vem cá, isso é arte, mas o mecânico não tem noção de que ele, Duchamp do Maranhão, fez uma obra de arte...como fica isso então...
Fiquei com isso na cabeça e resolvi dirigir-me a uma oficina de bicicletas e, chegando lá, vi a mesma cena com a qual havia sonhado na noite anterior: o mecânico, um sujeito humilde lá no fundo, e no primeiro plano do espaço, a roda de bicicleta no torno...e a mesma luz...vou fotografar! Sem máquina fotográfica, não pude fotografar aquele momento. Retornei no dia seguinte mas não dei vontade de fotografar: a luz era obra...a obra havia desaparecido...
Ao buscar na web por Duchamp do Maranhão deparei-me com este post que eu havia publicado na época do evento:
Duchamp do Maranhão
A imagem desta roda de bicicleta sobre este pedestal faz-me lembrar de um sonho intitulado "Duchamp do Maranhão"
No sonho eu estava passeando por uma pequena cidade do Maranhão quando vi numa oficina de bicicleta uma obra como esta aí de Duchamp.
Neste momento me veio a idéia de que aquele mecânico de bicicletas teria construído uma obra.
Em seguida veio-me a seguinte indagação: ele sabe que é Duchamp? Ele sabe da existência desta bela obra? Ele sabe o que fez?
Ao acordar sair perambulando pela cidade à procura do tal Duchamp do Maranhão, sendo que o encontrei numa cidade vizinha, onde vi-me diante de uma obra magnífica, uma roda de bicileta sobre um pedestal, girando num movimento que me chamou a atenção. Para completar havia uma luz. Naquele momento eu não havia levado nenhuma máquina fotógrafica ou vídeo, nada que pudesse registrar aquilo.
No dia seguinte voltei com a máquina fotográfica. Não dei vontade de fotografar. A roda estava parada. A luz era outra.
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