"(...) O extremismo esquerdista, em reação às capitulações social-democratas, rejeitava quaisquer compromissos: "uma tese pueril, que é inclusive difícil de levar a sério". Acrescenta ainda Lênin: "...toda história do bolchevismo, tanto antes quanto depois da Revolução de Outubro, está repleta de manobras, de acordos e de compromissos com outros partidos, sem excluir os burgueses". "Há compromissos e compromissos". Na realidade é preciso distinguir entre o compromisso que é capitulação diante da hegemonia do adversário, renúncia da própria autonomia política, e o compromisso que se tornou indispensável em função do nível das forças em luta, a fim de preservar as próprias fileiras e conseguir avançar, apoiando-se nas forças possíveis de serem unidas.(...)"
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Quem acompanha a blogosfera sabe que muitas vezes os comentários são muito mais inteligentes do que o próprio texto de um determinado autor, uma prova de que já se foi a era em que quando se publicava um artigo o mesmo continuava como saber incontestável.
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O texto encontra-se no final dos comentários.
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Diogo Costa (22/10/2009 - 16:28)
Gostaria de saber qual a alternativa política, econômica e social que o Sr. Lungaretti propõe para a situação atual do quadro político brasileiro. Ele talvez pense que o Brasil de 2009 é a Rússia de 1917... É muito fácil criticar e não propor alternativas viáveis, e por viáveis entenda-se não aquilo que é o nosso desejo, mas sim o que se pode fazer de acordo com a correlação de forças reais existentes na sociedade.Obrigado pelo espaço. Só para constar, sou comunista (da IV Internacional), filiado ao PT, e da tendência Democracia Socialista.
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jose carlos lima (22/10/2009 - 17:29)
Por Miguel do Rosário - em seu blog'
(...)aquele jeito ongueiro e reacionário de ser, que tanto prejudicou a esquerda durante a era da redemocratização. Aquela esquerda cabelo-no-suvaco, rancorosa, acadêmica, pusilânime na relação com a imprensa, eclesiástica, desprovida de astúcia, desleal, vaidosamente midiática, perdeu espaço para uma outra, com mais jogo de cintura, mais graça, experiente, popular, culta sem ser pedante, valente no enfrentamento da imprensa, leal, astuta, uma esquerda de mulheres bonitas e homens espirituosos. (...) Por isso insisto que a política não se resume às disputas mais visíveis - mas acontece também nos subterrâneos de cada consciência. Na literatura, na ciência, nas artes, na TV, no cinema. Na blogosfera, estamos bastante conscientes dessa competição: quem escreve melhor, quem leu mais livros, quem argumenta com mais elegância, tudo isso conta na guerra silenciosa e terrível que se trava no íntimo de milhões de mentes ainda inseguras quanto a seu caminho. Há toda uma geração de poetas no Brasil que lêem e admiram o senhor Olavo de Carvalho, que é um imbecil e um louco. (...)"
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Ronaldo Sanches (22/10/2009 - 18:09)
Foi assim que começou o golpe de 64, do qual o Lugaretti também foi vitima. A esquerda radical em vez de apoiar o Jango só sabia criticar, bem ao gosto da direita golpista, que agradeceu.
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22/10/2009 - 18:48)
Lungaret, meu filho, não foi só você que lutou contra a ditadura não, e o fato de ter lutado não lhe dá o direito de agir como o PIG, que coisa mais feia pinçar uma frase de uma oração e dar a ela o sentido que lhe convém. Marxistas Leninistas não fazem isso:FOLHA - A crítica básica do Serra é a seguinte: o Banco Central jogou fora na crise um bilhete premiado, que seria a oportunidade de baixar mais os juros sem custo. Agora, a crise acabou, a taxa está alta, pode ter que aumentar e jogou fora o bilhete premiado?LULA - Vivi os dois lados. Quando se é oposição, você acha, pensa, acredita. Quando é governo, faz ou não faz. Toma decisão. O Serra participou de um governo oito anos. Tiveram condições de tomar decisões e não tomaram. Obviamente, qualquer um que for presidente, tem o direito de tomar a posição que bem entender. É como jogador bater pênalti. Brincando todo mundo marca gol. Na hora do pega para capar, até pessoas como o Zico e o Sócrates perderam pênalti.
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francisco (22/10/2009 - 18:55)
cnbb não pensa, agrega um monte de politicos de direita.
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Renato Lira (22/10/2009 - 20:56)
Uma sugestão ao Celso:Candidate-se a presidente pelo PSOL; ou PSTU; ou PCO, ganhe a eleição e governe com essa ideologia purista, matusquela, ludista, sans-cullotte.E governe apenas com o apoio da base composta pelos citados partidos.E adote a guilhotina para abate quem reclamar de seu "governo progressista, revolucionário e salvador da pátria" para mostra ao "pelego Lula" como se faz.E mude o nome para Celso Robespierre Lungaretti.EVOÉ!!!
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Emília (22/10/2009 - 21:43)
Acho que tem alguma coisa errada aí.Esse texto deve ser ou do Jabor, ou do Clovis Rossi, ou da Catanhede, ou do Alexandre Garcia, ou da Miriam Leitão, ou do Reinaldo Azevedo, ou do Diogo Mainardi, ou do Olavo Carvalho, ou do Merval Pereira, ou do Sardemberg, ou do Boris Casoy, ou do Kamei, ou da Dora Kramer, ou do Noblat, ou de algum outro integrante desse mesmo time. Jamais uma pessoa verdadeiramente politizada, lúcida e comprometida com a luta pela justiça social escreveria esse monte de asneiras.Somente uma pessoa muito direitista ou cegada pelo fanatismo ideológico pode produzir um texto desse.
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adenilde petrina (22/10/2009 - 21:47)
até onde eu sei Judas fazia parte do partido dos zelotas que queria derrubar o domínio romano na Judéia e se juntou a Jesus na expectativa de que este fizesse a tal revolução e expulsasse os romanos de vez. Porém a proposta de Jesus era outra: uma revolução bem maior e Judas não entendeu daí a traição. E quanto aos políticos demo tucanos? eles traem mesmo o país e ao povo.... são falsários... com Judas daria até prá fazer aliança porque ele queria a potencia invasora fora de seu país e talvez uma vida melhor pro seu povo. Quanto a tucanos, demonhos, udr e outras cobras peçonhentas não é possivel aliança política. Eu entendí o Lula direitinho: tem traíras que são piores que Judas. Judas traiu porque tinha um projeto de seu grupo... ele queria os romanos fora, da mesma maneira que a gente quer fora esse políticos oportunistas e essa imprensa golpista. A gente sonha com um país mais justo e com menos desigualdade social e sem esses traidores do povo. A gente respeita judas que queria expulsar invasores, mas tambem quer um Jesus que quer mudar a mente do povo: pois o povo consciente é protagonista de seu destino.Jesus não era bobo. Chega de falsidades.
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Roberto Locatelli - São Paulo (22/10/2009 - 21:59)
Cheguei a divulgar a página de Celso Lungaretti em meu blog. Mas depois a tirei da lista, justamente por opiniões como essa.Como se não bastasse uma mídia furiosamente anti-Lula, como se não bastasse a truculência do coroné Gilmar Dantas, como se não fosse suficiente a traição de Marina, vem o Lungaretti querendo apedrejar o Governo Lula também.Sugiro que ele se junte a ex-esquerdistas como Demétrio Magnoli, Paulo Moreira Leite e outros. Acho que ele vai se identificar com eles.
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Fabio Passos (22/10/2009 - 22:52)
Leiam no excelente blog Georges Bourdoukan...
"Numa sociedade cuja cultura ainda é feudal e onde o exemplo das Capitanias Hereditárias é praticado diariamente, está mais do que na hora uma ação objetiva.Esse é um sistema que produz a cada dia, milhares, centenas de milhares de novos escravos pelo mundo, que nada mais são do que os excluídos, que vivem pior do que animais, já que estes não têm problemas com moradia ou alimentação.Alguém já viu uma ave sem ninho? Ou uma raposa sem toca? Seres humanos sem-teto há aos milhões; seres humanos sem-terra há aos milhões.É claro que seria ingênuo supor que um sistema planetário vai permitir qualquer mudança substancial sem que haja uma ruptura. A História é cheia de exemplos.Ruptura exige sacrifícios.Ninguém vai entregar os anéis em nome da solidariedade num sistema que faz da exploração e da exclusão prioridade única.Ninguém vai rasgar o mísero papel que lhe dá direito a latifúndios sem fim em nome da solidariedade.Ninguém vai compartilhar sua empresa com os funcionários só porque eles são a verdadeira razão da existência dessa empresa.A questão que se coloca é simples. Haverá coragem para a ruptura? Ou é mais fácil deixar tudo como está para ver como é que fica? Em todo o mundo, o que se vê é o sistema ruindo. E, se nada for feito, o planeta vai ruir com ele."
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Jair de Souza (22/10/2009 - 23:00)
Particularmente, acho que Lula poderia ter avançado mais do que fez nestes anos de governo. Gostaria que ele estivesse sendo muito mais agressivo em suas posturas relacionadas às oligarquias. Mas, daí a considerar que dá no mesmo ter Lula no governo ou FHC vai uma distância infinita. Apesar de meus gostos e desejos, tenho de reconhecer que não tem sido fácil para Lula governar em contra de quase toda a elite oligárquica do país e seus meios de comunicação. Lula governa sem contar com forças populares fortes e organizadas que pudessem forçá-lo a ir mais a fundo e, ao mesmo tempo, apoiá-lo quando dos contragolpes das oligarquias e de seus agentes. É muito fácil dizer que Lula deveria renacionalizar a Vale do Rio Doce e os demais bancos e empresas públicas entregues por FHC ao capital imperialista. Lula também não conta com um respaldo real nas forças armadas, as quais poderiam facilmente ser cooptadas para iniciativas golpistas no primeiro indício de que estaria havendo um rompimento com as estruturas sociais existentes. Se realmente queremos que haja avanços substanciais, o primeiro que devemos fazer é organizar e fortalecer os setores populares para deixar claro a Lula e a todos que há força suficiente para garantir o avanço. Caso contrário, embora façamos uso de um linguajar de esquerda, estaremos na verdade sendo funcionais para a direita oligárquica antipovo. A quem serviu o esquerdo-moralismo de Heloísa Helena nas eleições passadas? Seguramente, não às forças populares!
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Nonato (22/10/2009 - 23:40)
Não concordo com uma palavra sequer desse senhor, mas defenderei até o fim seu direito de dizê-las....blá, blá, blá, ......
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Atualização
Celso Lungaretti (23/10/2009 - 11:18)Detesto intervir em discussões de leitores sobre artigos que escrevo, pois é espaço alheio e eu já me manifestei na minha tribuna.
Mas, é muito irritante essa mania dos autoritários e monolíticos, de desqualificarem o adversário, ao invés de confrontarem honestamente sua verdadeira argumentação.
Eu realmente não acredito na democracia burguesa como solução para os problemas brasileiros, mas sim na organização autônoma dos cidadãos, contra o capitalismo e contra o Estado. Sou 100% coerente com a minha opção política pelo anarquismo.
Isto não quer dizer que pregue a entrega do poder para este ou aquele. Apenas que tanto importa, para um anarquista, quem esteja gerindo o estado burguês, se esse estiver priorizando os interesses burgueses.
Desde que fiz minha opção revolucionária, aos 16 anos, sempre li e ouvi que o que realmente define o caráter de um governo é sua política econômica.
A do Lula, tanto quanto a do FHC, é a política que fez com que os bancos ganhassem tanto quanto nunca antes haviam ganhado neste país. São os mais rentáveis do mundo.
Corri todos os riscos de lutar contra a pior ditadura que o Brasil já conheceu, aos 17 anos de idade. Saí mais morto do que vivo, com uma lesão que carrego até hoje, para nunca esquecer. Vários amigos e companheiros queridos morreram.
Hoje, aos 59 anos, luto com outras armas, mas a mesma convicção. E percorro o País motivando as novas gerações a escolherem um caminho mais solidário, em palestras e outros eventos.
Ao autor
Caro Lungaretti, dizer-se adepto do anarquismo é muito vago e não apaga incompreensões do leitores em relação ao seu texto.
Sim, houve exagero por parte dos leitores, no entanto isto ocorreu por sua culpa ao não deixar claro no seu texto seu ideário, pois que sem isso o seu texto coincide com os textos que estão hoje na midia imprensa da direita.
Na tentativa de entender oseu ideário, que até então ausente no seu texto, baseado nas referências que você mesmo apontou, penso que deva ser esta a sua base teórica, posso estar enganado.
http://www.rio.rj.gov.br/arquivo/anexo/anarquismo_texto_agcrj.pdf
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Discutindo a metáfora
Por Luis Carlos Azenha - em seu blog
"(...)A falsa polêmica sobre as declarações de Lula de que, se necessário, Jesus faria acordo com Judas em nome da governabilidade, não deixa de ser reveladora da estreiteza de nosso debate político. Querendo marcar pontos junto à opinião pública, opositores distorcem as declarações para dizer que Lula "fala com Cristo", cometeu algum tipo de heresia ou foi infeliz na metáfora.
Politicamente, Lula falou uma verdade incômoda para todos os progressistas e todos os candidatos à presidência da República que se apresentam como progressistas. Não dá para governar o Brasil sem alianças que impliquem na rendição prévia aos interesses da elite brasileira que descrevi acima. Os limites da mudança são dados antes mesmo de cada eleição presidencial.
E a sociedade brasileira, cada vez mais conectada e informada, tem pressa. Vivemos uma profunda crise social, da qual os meios não se dão conta por estarem unicamente interessados em noticiar para e em defesa da elite política e econômica. A crise sai nos jornais via noticiário policial: explosões de violência nos morros do Rio, confrontos nos trens de subúrbio cariocas, enfrentamentos entre moradores e a polícia em Heliópolis e outros bairros de São Paulo. A questão social sempre foi e continua sendo tratada essencialmente como um problema de polícia, no Brasil. A simples existência das polícias "militares" é uma demonstração clara disso.
Um aspecto pouco analisado da recente entrevista do presidente Lula diz respeito ao fato dela ter sido dada logo depois do fechamento da aliança PT-PMDB. Lula escolheu a Folha de S. Paulo, um jornal que tem entrada junto ao empresariado paulista. Em minha modestíssima opinião, o recado dele aos empresariado paulista foi claro:
Sou um realista político e jamais endossarei rupturas. É melhor mudar com Dilma do que embarcar em "aventuras". Vocês sabem muito bem que nem de esquerda eu sou.
À direita a oposição entendeu e tentou usar algumas opiniões e metáforas presidenciais para desqualificar o conteúdo da mensagem. À esquerda a mensagem de Lula foi entendida e causou desconforto por Lula ter prometido, indiretamente, que Dilma será mais do mesmo: um reformismo cauteloso que manterá intocados os interesses essenciais da elite brasileira.
Politicamente, a manobra de Lula é muito inteligente. Ele ocupa o centro político, incorpora a "moderação" diante dos "radicais" à esquerda e à direita. O único problema é saber se as demandas sociais, que se multiplicam junto com as tecnologias de informação, cabem dentro do velho molde de uma aliança entre o PTB e o PSD em pleno século 21.(...)"
A esquerda morreu. Viva a esquerda.
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Por Miguel do Rosário - em seu blog
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"(...)Acredito que Azenha e Lungaretti representam um segmento importante da opinião na blogosfera, e por isso, quando os cito, penso em todo um gupo.
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Outra observação: eu gostei do texto do Azenha. O debate com o texto dele é uma contribuição crítica. No caso do Lungaretti, com perdão da palavra, achei apenas uma diatribe adolescente. O fato dele ter 59 anos não significa nada. Os romanos tem uma frase que diz que cabelos brancos significam apenas velhice, não sabedoria.
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Não quero dizer que Lungaretti não seja sábio, mas que esse post em particular, na minha opinião, é uma tolice e não vou comentar agora. Amanhã, talvez, falo o que eu penso do anarquismo e como ele tem sido usado e abusado como refúgio de nefelibatas. Eu já me declarei anarquista e já li os clássicos do anarquismo e terei algumas palavrinhas sobre isso. Adianto apenas que Lungaretti ecoa um saudosismo que é muito mais cultural e, porque não, sexual, do que político. Quando ele fala em "idealistas" que acreditaram em Lula, ele se refere à meia dúzia de bêbados de botequim que, de qualquer maneira, provavelmente nem nunca votaram no metalúrgico. (...)"
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Segue abaixo link para ótimo texto sobre o discurso de Lula
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