Em 2014 o Brasil prometia mas, por causa do golpe do impeachment, isso fora interrompido.
Ao invés de livros e mais livros sobre esse genio chamado Lula, uma injusta sentença de 300 páginas. A condenação de Lula é a manifestação de uma das elites mais burras do mundo, uma classe dominante que rasga dinheiro, que afunda um pais que tinha tudo para acontecer e que no entanto, por motivo que nao consigo entender, preferiu o suicidio nas maos da quadrilha dos verdadeiramente corruptos que tomaram de assalto o poder através de m golpe de Estado, uma vez que pelo voto não teriam chances.
Hoje temos uma JBS que faturava 4 bi por ano e que Lula colocou no patamar de mais de 170 bi de faturamento anual, ....e que está virando pó, com partes sendo americanizado....o mesmo ocorrendo com a Odebrecht..ai vc vai conversar com um coxinha e la vem o blábláblá de que o a o BNDES isso o BNDES aquilo como se o BNDES não tivesse lucrado com tais investimentos...como se o BNDES não tivesse financiado centenas de milhares de outras empresas, obras públicas em cidades, Estados...como se a União não fosse proprietária de 21% da JBS....
Muito trise ver este pais virando pó: a condenação de Lula, ao invés de livros e mais livros sobre Lula, é um sinal da burrice nacional: sim, Lula preso como parte da sua exclusão do cenário politico nacional dentro de um processo de golpe, mas Lula continuará sendo citado como um gênio que demonstrou que este pais tinha jeito...Lula que é depreciado como um sujeito analfabeto tem sido comemorado mundo afora por economistas e cientistas sociais, sejam eles profissionais ou pesquisadores, enquanto isso no Brasil, uma sentença de 300 páginas...tá bom
Em 128 anos de republica, 13 presidentes não terminaram seus mandatos, ou seja, um a cada 9 anos. E 7 golpes de Estado, ou seja, um a cada 18 anos. Temos a elite mais salafrária do mundo, enquanto a Senzala não fizer uma coisa que nunca fez neste pais, ou seja, não se rebelar, este ciclo perverso continuará a se repetir.
JK está para Lula assim como Mazzilli está para Temer. Tal como Lula, JK foi acusado pela máfia midiático-penal de ser corrupto e de ser dono de triplex. Tal como Mazzilli, Temer será substituido por um Castelo Branco, mais palatável às massas ignaras. Dando sequênia ao script golpista de sempre, a direita procura erradicar do cenário politico a esquerda..,.interessante se notar que, quando o campo progressista é eleito, convive tranquilamemte com a direita, no entanto basta que a direita suba a rampa do Planalto, geralmente através de golpe uma vez que sem chances pelo voto, a primeira coisa que fazem é darem inicio a um processo de destruição da esquerda, o Escola Sem Partido faz parte deste marcathismo: o caso Miriam Leitão se insere nessa lógica de erradicação da esquerda através de uma campanha que visa transformar em "terroristas" a oposição ao regime golpista, já vimos este filme.
Leonardo Stoppa: Entenda e divulgue porque o triplex não é do Lula
Leonardo Stoppa: Entenda e divulgue porque o triplex não é do Lula
Porque eles tem medo do Lula, por Emir Sader
"(...) Além de tudo, Lula representa para eles o sucesso de um presidente que se tornou o líder político mais popular da história do Brasil, não proveniente dos setores tradicionais, mas um operário proveniente do nordeste, que se tornou líder sindical de base desafiando a ditadura, que perdeu um dedo na máquina – trazendo no próprio corpo inscrita a sua origem e as condições de trabalho dos operários brasileiros.
Enquanto o queridinho da direita partidária e midiática brasileira, FHC, fracassou, Lula teve êxito em todos os campos – econômico, social, cultural, de políticas internacional -, elevando a auto-estima dos brasileiros e do povo brasileiro. Lula resgatou o papel do Estado – reduzido à sua mínima expressão com Collor e FHC – para um instrumento de indução do crescimento econômico e de garantia das políticas sociais. Derrotou a proposta norteamericana da Alca – fazer a América Latina uma imensa área de livre comércio, subordinada ao interesses dos EUA -, para priorizar os projetos de integração regional e os intercâmbios com o Sul do mundo.
Lula passou a representar o Brasil, a América Latina e o Sul do mundo, na luta contra a fome, contra a guerra, contra o monopólio de poder das nações centrais do sistema. Lula mostrou que é possível diminuir a desigualdade e a pobreza, terminar com a miséria no Brasil, ao contrário do que era dito e feito pelos governos tradicionais.
Lula saiu do governo com praticamente toda a mídia tradicional contra ele, mas com mais de 80% de apoio e apenas 3% de rejeição. Elegeu sua sucessora contra o “favoritismo” do candidato da direita.
Não se prende a esperança, por Emir Sader
Em algum momento o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que não haveria eleições antecipadas porque Lula ganharia. Não porque fosse democrático ou antidemocrático, sino porque a vontade da maioria se imporia e os que assaltaram e se agarraram ao poder teriam seus interesses e os daqueles que eles promovem, contrariados.
Agora, em seminário do Instituto Millenium, se diz que as eleições de 2018 colocariam em risco a estabilidade do país e, com ela, as (contra)reformas que o neoliberalismo propõe. A voz do povo, expressa democraticamente, coloca em risco não o país, mas o projeto neoliberal. Lula é essa imagem do risco.
Diante do desespero do esfarelamento do governo do golpe que tirou o PT do poder e diante do crescimento irresistível do Lula nas pesquisas, resta a operação mágica de prender Lula. Tudo estaria resolvido. Ninguém mais protestaria, a economia voltaria a crescer, os investimentos externos viriam, o apoio ao governo se elevaria rapidamente.
Só resta essa solução mágica, a verdadeira obsessão da direita brasileira: prender Lula. Porque as outras não deram certo. O governo Temer não uniu o país, salvo contra ele. O governo Temer não recuperou o prestígio do governo. O governo Temer não atraiu novos investimentos. O governo Temer não recuperou o crescimento da economia. O governo Temer sequer uniu a direita.
O fantasma do Lula paira sobre a cabeça das elites brasileiras, que somente fortalecem sua imagem na cabeça dos brasileiros pelo tipo de governo desastroso que realizam. Tentaram gerar um alto nível de rejeição do Lula mediante o acumulo de suspeitas que, mesmo que nenhuma delas provada, geraria uma sensação de culpa, de algum tipo de envolvimento de Lula com casos de corrupção. Mas conforme o povo sente que o problema central do país não é esse, mas suas condições básicas de vida, atacadas duramente pelo governo surgido do golpe, a imagem de Lula volta com todos os seus contornos na cabeça das pessoas, seu apoio nas pesquisas sobre rapidamente e sua rejeição baixa.
Diante do beco sem saída a que o golpe conduziu o país e a própria direita, não lhes vem à cabeça outra alternativa senão a de tirar Lula de sua frente. Condená-lo em suas instâncias e impedir que o STF anule as condenações, pela quantidade imensa de ilegalidades e de falta de provas, ou simplesmente prendê-lo.
Prender Lula, realizar o sonho da direita de tirar a liberdade de falar, de circular, de conversar, de dizer suas verdades, de se encontrar com o povo. Eliminar a imagem de Lula para o povo, para o país e para suas próprias cabeças, eliminar esse fantasma que lhes tira o sono.
Mas Lula não é produto ocasional de uma campanha de marketing, como foi Fernando Collor, como foi João Doria. Lula está inscrito profunda e irreversivelmente na história do país e na vida das pessoas. Lula representa dignidade das pessoas, esperança das pessoas. E isso não se prende.
Em 1968, Sartre e Simone de Beauvoir foram repartir um jornalzinho maoísta proibido por lei no Quartier Latin, em Paris. A direita gritou em coro para que o governo os prendesse. De Gaulle que sabia que um governante representa a sociedade, a historia do pais, sua cultura, com seu espírito de estadista que encarnava a própria França, respondeu: "Não se prende Voltaire." Ele queria dizer que não se prende a dignidade, a liberdade, a esperança.
Como agora podemos dizer: "Não se prende a esperança. Não se prende a dignidade." A direita não vai se ver livre de Lula, porque não pode se livrar da própria realidade injusta que ela criou ao longo da nossa história. O Instituto Millenium convoca a que 2002 não seja de novo possível. O que só seria possível sem eleições, sem democracia, sem o voto popular, sem Lula representando a esperança e a dignidade do Brasil. Mas democracia com restrições à participação de Lula não é democracia, é regime de exceção, é tirar do povo o direito de decidir os seus destinos.
Brasil 247
Os outros nomes da UDN, por Mauro Santayana
"(...) Quando, enfim, os bacharéis mais reacionários ocuparam o poder com os militares, coube-lhes encontrar as fórmulas jurídicas para defender o estupro do Estado de Direito. Totalitários por sua natureza, Carlos Medeiros da Silva e Francisco Campos, antigo fundador da corporação fascista ¿Legião de Outubro¿, e redator solitário da Constituição de 1937, redigiram o Ato Institucional, em que se valiam do argumento absoluto da força. Em sua visão do Direito, a Revolução (na verdade apenas um golpe militar clássico) se legitimava por si mesma, ou seja, pela sua vitória sem combate. Outros juristas, como Gama e Silva e Alfredo Buzaid dariam seu aval à Ditadura. Esses fatos servem para realçar a corajosa resistência democrática de tantos outros grandes advogados, alguns até mesmo de origem oligárquica, como Victor Nunes Leal e Evandro Lins e Silva, perseguidos sistematicamente pelo Poder. A partir de certo momento, os advogados, em sua maioria, decidiram partir para a resistência. A bomba contra a OAB atesta essa bravura.
O ¿corrupto¿ Juscelino sofreu todas as perseguições conhecidas. Foi humilhado por um interrogatório movido por oficiais inferiores. Reproduzia-se, de alguma forma, o que pretenderam os golpistas contra Getúlio, ao instaurar Inquérito Policial Militar em uma dependência da Força Aérea: a fim de o interrogar, julgar e condenar o Presidente - também sob o pretexto da corrupção ¿ com o aplauso da UDN dos bacharéis. Getúlio os venceu, ao denunciá-los em sua Carta Testamento e na corajosa decisão de deixar a vida. E tanto os venceu que seu sucessor, Juscelino, retomou seu Projeto Nacional.
Hoje, o cerco é contra o presidente Lula. A imprensa, de modo geral, se soma aos bacharéis da velha UDN, que trocou de nome, mas não de alma. O desvario da chamada ¿opinião publicada¿ chega aos limites da insânia: o Procurador Geral da República entrou no clima geral. Na realidade ¿ e se trata também de um crime, que deve ser combatido ¿ houve o uso de recursos do chamado Caixa Dois. Esse é um velho mal do sistema político brasileiro e de outros sistemas (o caso norte-americano é exemplar). Se formos andar para trás, chegaremos a Mauá e ao financiamento que sempre fez aos candidatos da Monarquia, da qual ¿ não obstante seus conhecidos méritos ¿ foi sócio privilegiado.
A oposição tem várias faces, e uma muito nítida, a de Tartufo. Se seus líderes, que dominam a maioria do Parlamento, estivessem interessados em moralizar o processo eleitoral, teriam proibido taxativamente o uso de caixa-dois e das doações clandestinas às campanhas e teria imposto um teto às doações registradas. Como no velho exemplo de Lampedusa, mudou-se tudo, para tudo continuar no mesmo. E para confirmar essa postura, o Senador Artur Virgílio reconhece ( uma vez que os tucanos foram apanhados com o bico na gamela) que o uso do caixa-dois é corriqueiro nas campanhas eleitorais (...)"
http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Os-outros-nomes-da-UDN/21590
Lula é referência em escolas de economia mundo afora: Leonardo Stoppa, mestrando numa faculdade de economia na Inglaterra, desenha para vc Dalanhol, e contente-se com sua pequeneza e não tente brilhar às custas de apagar o sol alheio, certo: "em apenas 4 minutos você irá descobrir que os cursos de Economia na Inglaterra estudam Lula e que mais de 5 mil teses de doutorado citam Lula. Lula ensina economia para o mundo todo."
O "não-diploma" de Lula não impede que universidades de ciências sociais o citem e o chamem para receber títulos de Dr. Honoris Causa, foram dezenas de títulos recebidos e os vira-latas como moro, dalanhol e marionetes teleguiadas se mordendo por isso...
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1750934168267519&id=640377075989906&fs=5"Triplex do Lula" não é do Lula nem da OAS e sim da CEF
http://www.tijolaco.com.br/blog/o-triplex-do-lula-e-da-caixa-diz-sua-defesa/
Deputados alertam sobre palestras de Dallagnol a CNMP
http://jornalggn.com.br/noticia/deputados-alertam-sobre-palestras-de-dallagnol-a-cnmp
Com fim de prazo para Lula, quanto tempo até a sentença de Moro sobre o triplex?
http://jornalggn.com.br/noticia/com-fim-de-prazo-para-lula-quanto-tempo-ate-a-sentenca-de-moro-sobre-o-triplex
Enquanto um Moro e um sistema midiatico-penal procura cassar Lula e, se possivel matá-lo, o "impoluto" Demóstenes Torres tem seu processo arquivado...
https://josecarloslima.blogspot.com.br/2017/06/processo-contra-demostenes-torres-no.html
A crise do governo Temer e a posição da esquerda, por Rui Costa Pimenta
http://jornalggn.com.br/blog/jose-carlos-lima/a-crise-do-governo-temer-e-a-posicao-da-esquerda-por-rui-costa-pimenta
Jorge Furtado: a Casa Grande não aceita a ideia de que cada brasileiro vale um voto
http://www.tijolaco.com.br/blog/jorge-furtado-a-casa-grande-nao-aceita-a-ideia-de-que-cada-brasileiro-vale-um-voto/
Bye, bye, Brasil. Friboi à venda; Odebrecht, chinesa?
http://www.tijolaco.com.br/blog/bye-bye-brasil-friboi-venda-odebrecht-chinesa/
O sociólogo e pesquisador Jessé Souza rebateu, em sua página no Facebook, um artigo publicado por Celso Rocha de Barros na Folha de S. Paulo nesta semana, questionando a teoria de que a classe média, na verdade, usou a Lava Jato de pretexto para apoiar o golpe quando, na verdade, o motivo velado que a levou às ruas das principais capitais do País foi o ódio contra classes mais desfavorecidas, alimentado paulatina e discretamente pela grande mídia.
http://www.vermelho.org.br/noticia/292318-1
A zelite zelote de Pindorama começou a afundar o Brasil em 2013, quando a Globo se apropriou das Jornadas de Junho para dar o golpe de Estado...assim como ocorreu nos movimentos primaveris mundo afora: o mercado sanguinário não dorme no ponto, entendam isso patos sem noção: voltem para casa (ou para a escola) e procurem saber, o que é, por exemplo, luta de classes: não foi Marx que inventou isso, ele apenas apontou o que já existia...
https://josecarloslima.blogspot.com.br/2017/06/mutirao-jornadas-de-junho2013-ou-e-o.html
Nosso parecer sobre o “Lawfare” contra o ex-presidente Lula, por Afranio Silva Jardim
Nesta oportunidade, colocamos aqui, na nossa coluna do site Empório do Direito, o parecer que, em breve espaço de tempo, elaboramos a pedido dos excelentes advogados do ex-presidente Lula.
Na verdade, conforme explicitamos na sua parte introdutória, trata-se de um relatório do que ocorria em nosso país, até aquela data, em termos de perseguição ao mencionado líder político, um verdadeiro “Lawfare”. Por isso, esclareci que, menos do que uma peça jurídica sofisticada, o texto mais representava um “testemunho qualificado” de um velho professor de 37 anos de magistério e ex-membro do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por 31 anos consecutivos e ininterruptos.
Novamente esclareço que tudo foi feito de forma absolutamente gratuita, inexistindo também qualquer interesse outro que não a preservação do valor supremo chamado “Justiça”.
“Parecer para o Comitê de Direitos Humanos da ONU
Breve introdução
Inicialmente, quero deixar consignado que ficamos bastante honrados com a solicitação dos advogados do ex-presidente do Brasil, Inácio Lula da Silva, para nos manifestarmos sobre algumas questões jurídicas relativas à perseguição de que ele é vítima em nosso país.
Na verdade, todos os sofrimentos que vitimaram o ex-presidente Lula na sua infância pobre e dramática agora se repetem em sua velhice, sendo que, atualmente, de forma deliberada e por interesses políticos.
Desta forma, como humanista, não poderia me furtar a dar este “testemunho qualificado” sobre o que se passa em nosso país. Faço isto de forma desinteressada, sem objetivar qualquer interesse econômico ou político. Movo-me pelo meu inseparável sentimento de justiça.
Não vou elaborar um parecer formal, mas quero apenas registrar alguns dados que julgo relevantes para o esclarecimento deste verdadeiro “Lawfare”, instituído contra o ex-presidente Lula, de forma permanente e sistemática. Falei em “testemunho”, porque não vou desenvolver nenhuma tese jurídica, não pretendo substituir a sua excelente defesa técnica, muito bem desenvolvida pelos aguerridos e competentes advogados e professores renomados.
Vou dizer o que se passa aqui, ficando no plano dos fatos, embora sejam fatos com relevância jurídica.
Nestas minhas afirmativas, empenho meus 37 (trinta e sete) anos de professor de Direito Processual Penal, em várias universidades, meus títulos acadêmicos e também meus 31 (trinta e um) anos de atuação no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (hoje, aposentado). Por isso, ousei usar a palavra “qualificado”, embora possa parecer um pouco pretensioso de minha parte. Não mais sou advogado e não fui e não pretendo ser filiado a qualquer partido político.
Disse tudo isto, fugindo dos padrões formais das peças forenses, para que as minhas palavras tenham o crédito que deve merecer um velho professor e autor de vários livros jurídicos, que sempre primou pela ética e correção de comportamento, embora crítico e militante em prol da necessária justiça social.
Estou convicto de que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva está “previamente condenado”. Contra ele, criou-se um “clima” de verdadeira perseguição, através de investigações policiais e processo penal carentes de tipicidade penal e do mínimo de provas de conduta de autoria ou participação em delitos.
Como se costuma dizer: escolheram o “criminoso” e estão agora procurando o crime …
Na verdade, por motivos vários, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Poder Judiciário, principalmente o juiz Sérgio Moro, da 13ª. Vara Criminal Federal de Curitiba, se “irmanaram” naquilo que acham ser um “severo combate à corrupção”, daí o nome “Força-Tarefa da Lava-Jato”, que se tornou popular em nosso país. Tudo isso lastreado em massivo e constante apoio da grande imprensa.
É de todos sabido, e consta até de trabalhos acadêmicos, que a estratégia da “Lava-Jato” foi cooptar a opinião pública, através de acordos com a grande imprensa que, constante e enfaticamente, louva a atividade persecutória da Lava-Jato, suas medidas coercitivas, as prisões e condenações proferidas pelo referido magistrado, de forma acrítica e parcial.
Acordos com a mídia permitiram “vazamentos” seletivos de dados sigilosos que eram, reiteradamente, veiculados pela televisão e jornais. Estes “vazamentos” objetivavam denegrir a imagem de determinados investigados, sendo o ex-presidente Lula o mais atacado e prejudicado.
Tudo isto está dito e documentado pelos advogados do ex-presidente. Aqui estou apenas ratificando, de forma genérica e sucinta.
O sistema processual penal brasileiro, decorrente de um código datado de 1941, imposto à nação por um decreto-lei do então ditador Getúlio Vargas, está longe de consagrar um sistema acusatório efetivo. Não chego a classificá-lo como um sistema misto, como alguns colegas professores afirmam. Acho que devemos evitar expressões que possam confundir o nosso sistema processual com o chamado “juizado de instrução”.
No Brasil, embora haja uma investigação inquisitória prévia ao exercício da ação penal, as funções de acusar, defender e julgar estão bem definidas no referido código e os princípios caracterizadores do sistema acusatórios estão expressamente consagrados na Constituição Federal de 1988.
Entretanto, a investigação policial prévia, que não é desempenhada sob o crivo do contraditório, é documentada em um procedimento chamado de inquérito policial, que é anexado aos autos do processo, sendo, por conseguinte, objeto de avaliação do magistrado.
Embora este magistrado não possa condenar o réu exclusivamente com base na “prova” do inquérito policial, evidentemente que ele influi na formação da convicção do julgador. Daí a relevância da legalidade estrita desta peça de investigação.
O mesmo se diga em relação aos chamados “acordos de cooperação premiada”, popularmente conhecidos como “delação premiada”. Embora a defeituosa lei n.12.850/13 diga expressamente que o juiz não pode condenar com base neste “negócio jurídico processual” e o depoimento do delator, tal vedação se mostra absolutamente ineficaz.
Lógico que o magistrado não vai explicitar que a sua condenação se fundamenta apenas nestas peças. Nada obstante, formada a sua convicção pela leitura destes atos inquisitórios, o juiz vai buscar fundamentos fáticos outros no conjunto probatório.
Por outro lado, não há lei no Brasil autorizando e disciplinando a chamada “investigação direta do Ministério Público”, embora seja “tolerada” pelo nosso Supremo Tribunal Federal, que a admitiu para casos específicos, como exceção.
Em nosso sistema processual, o juiz não pode participar das investigações prévias à instauração do processo, embora algumas leis específicas tenham outorgado algumas funções incidentais e tais investigações inquisitivas. A lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, por exemplo, só autoriza a chamada “interceptação telefônica” com prévia decisão judicial, que deve assegurar o seu sigilo. Ademais, recente diploma legislativo dispõe que cabe ao juiz homologar os acordos de cooperação entre o órgão do Ministério Público e o investigado ou réu, (lei n.12.850/13). Vale dizer, o juiz acaba “acompanhando de perto” a atividade persecutória dos órgãos policiais e do Ministério Público. Passam todos a “ficar do mesmo lado” …
Enfim, o nosso sistema processual permite, como regra, o necessário distanciamento, por parte do juiz, das investigações policiais. O juiz não deve produzir prova, para que tenha sua imparcialidade preservada. Ele é o destinatário da prova, equidistante dos interesses conflitantes das partes no processo. Entretanto, as exceções previstas na legislação, de constitucionalidade discutível, podem colocar tudo a perder. Vale dizer, se o magistrado não tiver a devida cautela, a sua imparcialidade ficará mortalmente prejudicada.
Esta desejada e absolutamente necessária imparcialidade do juiz penal deixa de existir quando todos os agentes do chamado “sistema de justiça penal” estão irmanados em um determinado “combate à corrupção”. Se todos “estão do mesmo lado”, ficam amesquinhadas, por inteiro, as garantias que lastreiam o sistema acusatório, inclusive os chamados direitos fundamentais que estão consagrados na Constituição Federal.
Vale a pena repetir, em outras palavras: quando Polícia, Ministério Público e Poder Judiciário estão “do mesmo lado”, estão de “braços dados” no combate a isto ou aquilo, não temos mais as garantias do Estado Democrático de Direito. Não temos o conhecido sistema de “freios e contrapesos”, trazido ao plano processual.
Pior ainda quando o Ministério Público resolve fazer o papel de polícia ou atuar em conjunto com ela, como ocorre nos processos instaurados contra o ex-presidente Lula. Nesta hipótese, como ter um efetivo controle, pelo Ministério Público, da atividade de polícia judiciária, como exige a Constituição da República? Como controlar seus próprios atos?
Tudo isto fica agravado com as violações da várias regras processuais que tratam da competência jurisdicional. Embora juiz federal, o Dr. Sérgio Moro passou a ter sua competência prorrogada quase que indefinidamente, em razão de falsas conexões de infrações penais. Virou um verdadeiro “juiz penal universal”, em detrimento do relevante princípio constitucional do “Juiz Natural”.
Tudo isso foi alegado e demonstrado pelos ilustres advogados do ex-presidente Lula. Aqui estou apenas dando o “testemunho” de um velho jurista e ex-membro do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Já escrevi sobre isto.
Na verdade, os nossos tribunais de segundo grau se encontram acuados, constrangidos e pressionados por parte virulenta da opinião pública.
A chamada “força-tarefa da operação Lava-Jato” e o seu juiz “justiceiro” foram “endeusados” pela grande imprensa e cultuados por parcela expressiva da sociedade, que grita querer ver “os corruptos na cadeia”, quando não falam abertamente até em “fuzilamentos”. O combate à corrupção está justificando o recrudescimento do fascismo em nossa sociedade, com claros reflexos nos órgãos estatais envolvidos na persecução penal.
Saiba mais
Uma imagem vale mais que mil palavras
Sem comentários
Uma imagem vale mais do que mil palavras, dizem....é verdade: O Brasil, com sua sociedade desigual e suas elites políticas incultas, é um espaço privilegiado para a proliferação da violência
Foi prá isso que o Teori foi assassinado, sem falar que pelo menos 9 tiveram o mesmo destino que teriam os delatores antes da delação: a morte...
Filho de Teori diz que seu pai pode ter sido assassinado
"(...) O problema é que as investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram como única saída, realmente, brecar a Operação a qualquer custo. Para isso, precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?
O pai sabia de tudo isso. Sabia quanto cada um estava afundado nesse mar de corrupção. Não é por acaso que o pai estava tão afilho com o ano de 2017. Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim!
Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o “cortejo dos delatados”. Impeachment já! Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!
Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o “cortejo dos delatados”. Impeachment já! Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!
Retomando o fio da meada: apenas três protagonistas de esquerda em cem anos. Não seria motivo suficiente para, apesar de críticas e discordâncias eventualmente procedentes, o conjunto das forças progressistas tratar esses personagens com a prudência devida aos nossos maiores patrimônios?
Mesmo que os listados tenham distintos alinhamentos ideológicos, é inegável seu papel comum, cada qual em um ciclo determinado, de simbolizar a esperança e a unidade do povo contra a oligarquia. Mais que isso, a possibilidade real de derrotá-la.
Dos três, apenas Lula segue vivo e em função.
Como os demais, é nossa dor e nossa delícia. Sofremos com possíveis vacilações e erros, lamentando e até nos revoltando contra certas decisões que parecem desastrosas, além de apoiarmos e aplaudirmos tudo o que fez de positivo. Mas, como cada um de seus antecessores, representa o que de melhor o povo brasileiro conseguiu produzir em sua longa luta emancipatória.
Por essas e outras, defender Lula contra os inimigos de classe é tão importante. A burguesia o ataca com tamanha intensidade exatamente pela esperança que representa junto à classe trabalhadora. Porque ele continua a expressar o caminho mais visível para os pobres da cidade e do campo se imporem sobre os interesses oligárquicos.
Quem não consegue entender isso, e se julga de esquerda, deixa-se paralisar pelo sectarismo, vira as costas para a história e, infelizmente, joga o jogo que a direita joga.
Luis Felipe Miguel: Sem provas, condenação de Lula seria baseada apenas no cinismo
Publicado no Facebook de Luis Felipe Miguel, professor da UnB.
A bola está com Sérgio Moro.
A defesa de Lula apresentou hoje suas alegações finais no caso do triplex. Dallagnol já havia apresentado suas convicções antes.
A ausência de materialidade da denúncia é patente desde o começo. Isso não mudou.
O que mudou foi a posição da acusação – termo que, no caso, vejam só, inclui não só o promotor, mas também o juiz.
Desde o embate de Curitiba, quando Lula foi interrogado, a imagem pública tanto de Moro quanto de Dallagnol sofreu acelerada deterioração.
Mesmo para seus mais entusiásticos seguidores está difícil sustentar o discurso de que há imparcialidade, ética ou competência profissional.
O que há, claramente, é apenas a vontade apaixonada – ou interessada, ou ambos – de atingir o ex-presidente.
Sem provas, sem uma narrativa convincente e, agora, sem sequer uma fachada de força moral para sustentá-la, a condenação de Lula seria baseada apenas no cinismo.
Meu palpite: Moro vai condená-lo, agora com mais ímpeto ainda, já que não tem mais nada a perder.
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O tal triplex que ta mais pro pombal e que dona marisa não quis e o devolveu a oas, não é do Lula
O deputado Decio Lima explica
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