22/06/2017

Não se prende a esperança, por Emir Sader

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Em algum momento o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que não haveria eleições antecipadas porque Lula ganharia. Não porque fosse democrático ou antidemocrático, sino porque a vontade da maioria se imporia e os que assaltaram e se agarraram ao poder teriam seus interesses e os daqueles que eles promovem, contrariados.
Agora, em seminário do Instituto Millenium, se diz que as eleições de 2018 colocariam em risco a estabilidade do país e, com ela, as (contra)reformas que o neoliberalismo propõe. A voz do povo, expressa democraticamente, coloca em risco não o país, mas o projeto neoliberal. Lula é essa imagem do risco.

Diante do desespero do esfarelamento do governo do golpe que tirou o PT do poder e diante do crescimento irresistível do Lula nas pesquisas, resta a operação mágica de prender Lula. Tudo estaria resolvido. Ninguém mais protestaria, a economia voltaria a crescer, os investimentos externos viriam, o apoio ao governo se elevaria rapidamente.
Só resta essa solução mágica, a verdadeira obsessão da direita brasileira: prender Lula. Porque as outras não deram certo. O governo Temer não uniu o país, salvo contra ele. O governo Temer não recuperou o prestígio do governo. O governo Temer não atraiu novos investimentos. O governo Temer não recuperou o crescimento da economia. O governo Temer sequer uniu a direita.
O fantasma do Lula paira sobre a cabeça das elites brasileiras, que somente fortalecem sua imagem na cabeça dos brasileiros pelo tipo de governo desastroso que realizam. Tentaram gerar um alto nível de rejeição do Lula mediante o acumulo de suspeitas que, mesmo que nenhuma delas provada, geraria uma sensação de culpa, de algum tipo de envolvimento de Lula com casos de corrupção. Mas conforme o povo sente que o problema central do país não é esse, mas suas condições básicas de vida, atacadas duramente pelo governo surgido do golpe, a imagem de Lula volta com todos os seus contornos na cabeça das pessoas, seu apoio nas pesquisas sobre rapidamente e sua rejeição baixa.
Diante do beco sem saída a que o golpe conduziu o país e a própria direita, não lhes vem à cabeça outra alternativa senão a de tirar Lula de sua frente. Condená-lo em suas instâncias e impedir que o STF anule as condenações, pela quantidade imensa de ilegalidades e de falta de provas, ou simplesmente prendê-lo.
Prender Lula, realizar o sonho da direita de tirar a liberdade de falar, de circular, de conversar, de dizer suas verdades, de se encontrar com o povo. Eliminar a imagem de Lula para o povo, para o país e para suas próprias cabeças, eliminar esse fantasma que lhes tira o sono.
Mas Lula não é produto ocasional de uma campanha de marketing, como foi Fernando Collor, como foi João Doria. Lula está inscrito profunda e irreversivelmente na história do país e na vida das pessoas. Lula representa dignidade das pessoas, esperança das pessoas. E isso não se prende.
Em 1968, Sartre e Simone de Beauvoir foram repartir um jornalzinho maoísta proibido por lei no Quartier Latin, em Paris. A direita gritou em coro para que o governo os prendesse. De Gaulle que sabia que um governante representa a sociedade, a historia do pais, sua cultura, com seu espírito de estadista que encarnava a própria França, respondeu: "Não se prende Voltaire." Ele queria dizer que não se prende a dignidade, a liberdade, a esperança.
Como agora podemos dizer: "Não se prende a esperança. Não se prende a dignidade." A direita não vai se ver livre de Lula, porque não pode se livrar da própria realidade injusta que ela criou ao longo da nossa história. O Instituto Millenium convoca a que 2002 não seja de novo possível. O que só seria possível sem eleições, sem democracia, sem o voto popular, sem Lula representando a esperança e a dignidade do Brasil. Mas democracia com restrições à participação de Lula não é democracia, é regime de exceção, é tirar do povo o direito de decidir os seus destinos.
Brasil 247



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Porque eles tem medo do Lula, por Emir Sader

"(...) Além de tudo, Lula representa para eles o sucesso de um presidente que se tornou o líder político mais popular da história do Brasil, não proveniente dos setores tradicionais, mas um operário proveniente do nordeste, que se tornou líder sindical de base desafiando a ditadura, que perdeu um dedo na máquina – trazendo no próprio corpo inscrita a sua origem e as condições de trabalho dos operários brasileiros.

Enquanto o queridinho da direita partidária e midiática brasileira, FHC, fracassou, Lula teve êxito em todos os campos – econômico, social, cultural, de políticas internacional -, elevando a auto-estima dos brasileiros e do povo brasileiro. Lula resgatou o papel do Estado – reduzido à sua mínima expressão com Collor e FHC – para um instrumento de indução do crescimento econômico e de garantia das políticas sociais. Derrotou a proposta norteamericana da Alca – fazer a América Latina uma imensa área de livre comércio, subordinada ao interesses dos EUA -, para priorizar os projetos de integração regional e os intercâmbios com o Sul do mundo.

Lula passou a representar o Brasil, a América Latina e o Sul do mundo, na luta contra a fome, contra a guerra, contra o monopólio de poder das nações centrais do sistema. Lula mostrou que é possível diminuir a desigualdade e a pobreza, terminar com a miséria no Brasil, ao contrário do que era dito e feito pelos governos tradicionais.

Lula saiu do governo com praticamente toda a mídia tradicional contra ele, mas com mais de 80% de apoio e apenas 3% de rejeição. Elegeu sua sucessora contra o “favoritismo” do candidato da direita.




Os outros nomes da UDN, por Mauro Santayana

"(...)  Quando, enfim, os bacharéis mais reacionários ocuparam o poder com os militares, coube-lhes encontrar as fórmulas jurídicas para defender o estupro do Estado de Direito. Totalitários por sua natureza, Carlos Medeiros da Silva e Francisco Campos, antigo fundador da corporação fascista ¿Legião de Outubro¿, e redator solitário da Constituição de 1937, redigiram o Ato Institucional, em que se valiam do argumento absoluto da força. Em sua visão do Direito, a Revolução (na verdade apenas um golpe militar clássico) se legitimava por si mesma, ou seja, pela sua vitória sem combate. Outros juristas, como Gama e Silva e Alfredo Buzaid dariam seu aval à Ditadura. Esses fatos servem para realçar a corajosa resistência democrática de tantos outros grandes advogados, alguns até mesmo de origem oligárquica, como Victor Nunes Leal e Evandro Lins e Silva, perseguidos sistematicamente pelo Poder. A partir de certo momento, os advogados, em sua maioria, decidiram partir para a resistência. A bomba contra a OAB atesta essa bravura.

O ¿corrupto¿ Juscelino sofreu todas as perseguições conhecidas. Foi humilhado por um interrogatório movido por oficiais inferiores. Reproduzia-se, de alguma forma, o que pretenderam os golpistas contra Getúlio, ao instaurar Inquérito Policial Militar em uma dependência da Força Aérea: a fim de o interrogar, julgar e condenar o Presidente - também sob o pretexto da corrupção ¿ com o aplauso da UDN dos bacharéis. Getúlio os venceu, ao denunciá-los em sua Carta Testamento e na corajosa decisão de deixar a vida. E tanto os venceu que seu sucessor, Juscelino, retomou seu Projeto Nacional.

Hoje, o cerco é contra o presidente Lula. A imprensa, de modo geral, se soma aos bacharéis da velha UDN, que trocou de nome, mas não de alma. O desvario da chamada ¿opinião publicada¿ chega aos limites da insânia: o Procurador Geral da República entrou no clima geral. Na realidade ¿ e se trata também de um crime, que deve ser combatido ¿ houve o uso de recursos do chamado Caixa Dois. Esse é um velho mal do sistema político brasileiro e de outros sistemas (o caso norte-americano é exemplar). Se formos andar para trás, chegaremos a Mauá e ao financiamento que sempre fez aos candidatos da Monarquia, da qual ¿ não obstante seus conhecidos méritos ¿ foi sócio privilegiado.

A oposição tem várias faces, e uma muito nítida, a de Tartufo. Se seus líderes, que dominam a maioria do Parlamento, estivessem interessados em moralizar o processo eleitoral, teriam proibido taxativamente o uso de caixa-dois e das doações clandestinas às campanhas e teria imposto um teto às doações registradas. Como no velho exemplo de Lampedusa, mudou-se tudo, para tudo continuar no mesmo. E para confirmar essa postura, o Senador Artur Virgílio reconhece ( uma vez que os tucanos foram apanhados com o bico na gamela) que o uso do caixa-dois é corriqueiro nas campanhas eleitorais (...)"

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Os-outros-nomes-da-UDN/21590

Leonardo Stoppa: Entenda e divulgue porque o triplex não é do Lula


 https://www.facebook.com/stoppaleonardo/videos/1763646836996252/?hc_ref=NEWSFEED

O tal triplex que ta mais pro pombal e que dona marisa não quis e o devolveu a oas, não é do Lula

O deputado Decio Lima explica



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