Bom que a gente se retifique sempre. É o que vou fazer neste post onde escrevi bobagens e injustiças, o que me incomoda há dias. Por isso refiz tudo.
Eu havia escrito que "no entanto ele não pode revelar informações que possui em função do cargo que exerce e se faz isso está querendo virar mito, provocar sua própria demissão e em seguida entrar na política."
Qual o problema virar mito se se trata de algo positivo? Protógenes querendo provocar sua própria demisssão? De onde tirei isso? Claro que não. Ninguém quer isso, pois uma demissão não deixa de ser uma desmoralização diante dos familiares, amigos e da sociedade como um todo. Qual o problema Protógenes entrar na política? Que afirmação mais rala esta minha. Ele não pode entrar na política? Claro que sim e isto seria uma honra para todos nós. Como pude ser tão chulo ao escrever isto?
Pois siga este caminho Protógenes, se quiseres. Só não siga este caminho dos nossos deputados e senadores, esta festa com viagens mundo afora com nossa grana. A farra das passagens foi legalizada, se eles eles podiam agora podem ainda mais, agora até os não parentes dos deputados e senadores podem viajar mundo afora com nossa grana.
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Protógenes citou que Lula autorizou a Sartiagraha quando o governo constatou que DD estava mandando para fora do Pais uma grande soms de dinheiro. Tais declarações sairam no Jornal do Brasil, o que levou o deputado dantista (ou dantesco) Marcelo Itagiba a pedir explicações ao presidente através de um questionáro que lhe será enviado, situação que Protógenes teria evitado se não se dispusesse a revelar informações que possui em função do cargo que exerce. Alto lá, desde quando qualquer motivo não será motivo para os amigos de Dantas não sairem em defesa do Poderoso Chefão. Qualquer fato serve como desculpa para os empregadinhos tipo Itagiba, Gilmar Mendes e Jugman mostrarem serviço a favor do banqueiro bandido.
Uma vez que está se lidando com altas somas de dinheiro desviadas por DD, o comportamento no mínimo indiscreto de Protógenes coloca a vida de pessoas em risco, inclusive a do próprio presidente Lula, pois o poder de fogo deste esquema criminoso é muito grande. Eu disse isso? Pois retiro o que eu disse. Não será por este motivo que vidas estarão em risco. Vidas estão em risco por outros motivos.
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Uma Juiza da Justiça Federal do RJ, que baixou uma sentença contra Dantas sofreu ameaças de sequestro e morte, inclusive contra seus familiares, ameaças que se deram por abordagens físicas na rua, por telefone, email, etc. Diante da situação, esta juiza pediu para deixar de atuar no processo contra Dantas, tendo inclusive sua reputação destruida por uma jornalista a serviço de Daniel Dantas na Folha de SP.
Como se vê, esta gente é barra pesada, daí o cuidado que Protógenes deve ter ao abrir a boca. Dissso todos nós sabemos. Nem só o Protógenes como qualquer um de nós.
Isto é verdade.
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Tudo o que ajudar no retorno de FHC e cia é útil e bem vindo ao esquema criminoso e ao imprensalão.
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Isto é verdade.
Afinal de contas o retorno da direita traz a seguinte pauta:
1- o retorno da privataria,
2- o desfrute das reservas do pré-sal pela elite + crime organizado,
3- o desencalhe do imprensalão que, no momento, não anda muito bem das pernas
4- o aumento das vendas da Abril ao Governo,
5- a liberdade de ação do crime organizado.
Isto é verdade.
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ps1
Link enviado do site do PHA prá cá.
Estou Recomendando esse Texto para você: http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=9169
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ps2
Tudo bem, é um direito de Protógenes seguir o caminho que quiser. Com esta postagem quis apenas chamar a atenção para o uso que DD e cia + elite brasileira, a mais esperta, injusta e corrupta do mundo, fazem do delegado.
Como diria o Murilo,
Inté.
Que nada,,,,esta parte foi apenas uma tentativa de consertar as bobagens que eu havia escrito.
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ps3
No momento Daniel Dantas presta depoimento à CPI.
Já acabou?
Na época do “mensalão” os depoimentos varavam a noite.
Os deputados não se interessaram pelas inúmeras contradições e confissões criminosas de DD.
Os deputados quiseram que DD vencesse mais esta e conseguiram.
Assim é fácil fácil.
Como diria o Murilo,
Inté.
...Que nada, não adianta mexer para ficar bem na fita. Melhor seria ter feito o que fiz agora, refazer o texto, consertar-se, retificar-se.
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Segue links para textos sobre o assunto:
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Por Zé Augusto, do site http://www.osamigosodopresidentelula.blogspot.com/
Não assisti o depoimento de Dantas na CPI, só vi no noticiário e algumas partes, mas conforme previsto não reservou surpresas. Dantas é veterano em CPI's, repetiu muitas coisas que já falara em outras épocas, e é hábil em lidar com a bancada demo-tucana por um lado e o desejo de holofotes de outros.
Seria esperar demais que ele revelasse algo.
De ridículo, foi a atuação de Jungamann e Itagiba.E vamos deixar a modéstia de lado por um minuto, para lembrar principalmente aos leitores novatos, que foi este blog que descobriu e publicou em primeira mão que Jungmann e Itagiba receberam doação de campanha do ex-presidente do Opportunity (clique aqui para ler nosso furo no dia 6 de agosto, antes do primeiro depoimento do delegado Protógenes Queiroz à CPI).
Itagiba simulou irritação com Dantas, porque este disse que não abriria segredos, com medo de vazamento.Jungmann, fez pior. Foi um péssimo ator canastrão. Fingiu interessado no conteúdo dos Discos Rígidos de Dantas, depois fez meia dúzia de perguntas sob medida para Dantas expor sua defesa. Por fim deu um sermão moralista, dizendo que iria propor o indiciamento de Dantas na CPI.
Será que a platéia vai esquecer que Jungmann se prestou a apresentar uma denúncia (fracassada) contra o Juiz De Sanctis no CNJ presidido por Gilmar Mendes?Dantas repetiu suas estratégias de defesa, jogando na invalidação de provas, e recorreu aos mesmos argumentos infundados já lidos na página da Veja.
Dantas acusou de haver gravações ilegais e adulteradas. Ninguém achou grampos ilegais na Satiagraha. O sistema guardião da PF é auditável, e a Satiagraha foi auditada. Não tem como invalidar.Insinuou sobre invalidar a participação da ABIN, quando todos atestam serem legal, e previsto em lei pelo SISBIN. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região já refutou contestação dos advogados de Dantas, e refenderam a colaboração da ABIN e PF.
Dantas insinuou a participação de agentes privados (como aposentados do SNI). Mas policiais podem contratar serviços de terceiros sempre que precisam, sob sua responsabilidade. Um policial pode contratar um chaveiro fora dos quadros da PF para abrir um cofre, um mergulhador para procurar provas no fundo de um rio, um motorista de táxi para seguir uma pista, caso não tenha à disposição um carro, um tradutor autônomo para traduzir um texto. Assim como Protógenes contratou gente para separar e compilar dados. Isso não viola sigilo da operação, e não tem nada de ilegal.
Além do mais, só as gravações não seriam suficientes para incriminar. Elas subsidiam com informações para buscar provas documentais, como movimentações financeiras, documentados fraudados, uso de laranjas e fantasmas, etc.
De novidade, que não tinha visto ainda no noticiário, foi um laudo pericial pago pela defesa para invalidar a gravação do suborno de Humberto Braz e Hugo Chicaroni ao delegado Victor Hugo, dizendo que teria sido uma montagem. Dantas alega que o vídeo foi gravado por uma câmara mais distante, e o áudio foi gravado pelo celular do delegado Victor Hugo. Mas nos autos vale o gravação do som, independente do sincronismo da imagem. Além disso há os depoimentos, o flagrante do dinheiro. Enfim, as provas são irrefutáveis.
A atuação da maioria dos deputados é que é decepcionante. E é assim já há várias CPI's.
A bancada de Dantas fez o esperado: as perguntas certas que Dantas queria, como num jogo combinado. Para disfarçar, deram um sermão canastrão, como Jungmann e Itagiba.
Mas os outros deputados, poderiam ter se preparado melhor com perguntas mais instigantes. Não é que conseguiriam arrancar alguma coisa de Dantas, mas pelo menos causaria efeito, ao obrigá-lo a não responder, ou desviar o assunto.
Por exemplo, não vi ninguém perguntar sobre a nota na revista IstóÈ, logo após a operação Satiagraha, publicada pelo jornalista Ricardo Boechat:MIMOS DE DDÉ extensa a lista de agrados que Daniel Dantas andou distribuindo para conquistar aliados. Entre esses presentes estão duas caminhonetes Land Rover, modelo Freelander, rastreadas pela Polícia Federal. Uma foi entregue, em 2006, ao filho de um então senador tucano. Outra, no ano passado, encantou a filha de um governador.É claro que Dantas iria desconversar, mas colocaria o assunto na pauta, e rádio corredor do congresso acabaria revelando quem é o Senador e o governador.
O PSOL fez um discurso político aguerrido, mas infelizmente sectário, porque dirigido contra o campo político progressista. De olho nas urnas, preferiu atacar o governo Lula e a polícia Federal. Essa "brincadeira" irresponsável pode custar caro ao Brasil e aos brasileiros. Se Serra ou outro demo-tucano viesse a ganhar em 2010 (toc... toc... toc...), Dantas se livra e ainda se dá bem, porque ele tem demo-tucanos no bolso, e nomeará gente no governo, como Itagiba para comandar a PF.Além disso, o mandato do Procurador Geral da República dura 2 anos. Antonio Fernando de Souza deixará o cargo em junho, no fim do mandato. O nome mais cotado para substitui-lo é o subprocurador-geral Wagner Gonçalves, também um homem íntegro. Mas o mandato dele durará até junho de 2010, apenas. Serra, se eleito fosse, nomearia um procurador indicado por Gilmar Mendes.
Dantas, mesmo condenado, vai recorrer da sentença até ela chegar ao Supremo, e com suporte político de Serra e Gilmar, ele acaba conseguindo arquivar o caso, ou prorrogar até prescrever.Quanto aos deputados do PT, vi o Pellegrino (BA) comedido, procurando manter o foco da CPI nas escutas e contrário à nova prorrogação proposta por Jungmann. Mas dessa vez Pellegrino teve tenacidade: contra a prorrogação e fugir do foco da CPI, ele sugeriu criar uma CPI específica para investigar o Opportunity... todo mundo mudou de assunto.
Quem "mandou bem" foi Antônio Carlos Biscaia (PT/RJ). Praticamente não perguntou nada, dizendo que não adiantaria nada. Mas usou o tempo da pergunta para criticar a conduta de Gilmar Mendes, de conceder 2 habeas-corpus e comportar-se estranhamente e fez veemente defesa da Polícia Federal (inclusive do delegado Protógenes), da ABIN, do Juiz De Sanctis, da Satiagraha e do governo Lula.
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Por Edmar Melo
DEPOIMENTO DO PODEROSO CHEFÃO
Caro e nobre depoente
Caro e nobre depoente
Sente aqui no meu lugar
Já recebi as perguntas
Que devo lhe formular
Primeiro quero saber
Se aceitas pra beber
Uísque com caviar
Pra beber eu só aceito
O sangue de delegado
Daquele que foi adido
Ou do que foi afastado
Mas se tiver de juiz
Me sinto até mais feliz
Além de tudo vingado
Então eu passo a palavra
Para o nobre relator
Seu ilustre conterrâneo
Mas antes peço um favor
Fale tudo que quiser
Omita o quanto puder
Quem de nós financiou
Ilustríssimo depoente
Prove a este relator
Que você é inocente
E que nunca subornou
Demonstre para a Nação
Que tudo é perseguição
Do juiz que o condenou
Eu juro pela saúde
Da mãe dos dois delegados
Que sou inocente e bobo
Sou mais um injustiçado
Nunca mais roubei ninguém
Tampouco fraudei também
Mesmo assim fui condenado
Conforme foi combinado
Nós vamos lhe indiciar
Junto com os delegados
Pra não dar o que falar
Com você é faz de conta
Porque lá na outra ponta
Tem alguém pra lhe livrar.
Edmar Melo
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Dantas, o áudio e o vídeo do suborno
O argumento de Daniel Dantas, de que o áudio da proposta de suborno ao delegado - feito por seu assessor Humberto Braz - não bate com o vídeo é gozação. O áudio foi feito pela Polícia Federal; o vídeo (sem áudio)
pela TV Globo. Na edição da reportagem do Jornal Nacional, o editor da TV tentou juntar os dois.
Para efeito do inquérito, não muda nada: o que importa é o áudio. Para o show, importa o vídeo. Aliás, em editorial a própria Globo informou que não sobrepôs o áudio no vídeo, que deixou claro que eram gravações distintas.
A propósito, a Polícia Federal precisa entregar logo os resultados do inquérito sobre a suposta escuta ambiental no Supremo Tribunal Federal e sobre o suposto grampo envolvendo Gilmar Mendes, o senador Demóstenes Torres e a revista Veja. O próprio Gilmar já admitiu, na entrevista à Folha, que os sinais podem ter sido mal interpretados pela Segurança do Supremo.
Ora, esses dois factóides forneceram o álibi para a CPI do Grampo.
Comentário
Clique aqui (cpi-pq2) para acessar o depoimento de Protógenes na CPI.
O argumento de Daniel Dantas, de que o áudio da proposta de suborno ao delegado - feito por seu assessor Humberto Braz - não bate com o vídeo é gozação. O áudio foi feito pela Polícia Federal; o vídeo (sem áudio)
pela TV Globo. Na edição da reportagem do Jornal Nacional, o editor da TV tentou juntar os dois.
Para efeito do inquérito, não muda nada: o que importa é o áudio. Para o show, importa o vídeo. Aliás, em editorial a própria Globo informou que não sobrepôs o áudio no vídeo, que deixou claro que eram gravações distintas.
A propósito, a Polícia Federal precisa entregar logo os resultados do inquérito sobre a suposta escuta ambiental no Supremo Tribunal Federal e sobre o suposto grampo envolvendo Gilmar Mendes, o senador Demóstenes Torres e a revista Veja. O próprio Gilmar já admitiu, na entrevista à Folha, que os sinais podem ter sido mal interpretados pela Segurança do Supremo.
Ora, esses dois factóides forneceram o álibi para a CPI do Grampo.
Comentário
Clique aqui (cpi-pq2) para acessar o depoimento de Protógenes na CPI.
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Por Miguel do Rosário - em seu blog
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(uma foto bonita da Sophia Loren, apenas para enfeitar o blog)Sinto que as pessoas estão fazendo uma grande confusão entre política e polícia. A política é uma atividade que, embora com forte trabalho de bastidores, necessita de transparência e divulgação de seus atos. A polícia vive uma situação contrária. Precisa de segredo. O político trabalha ao sol (teoricamente, ao menos). O policial trabalha nas sombras. Por que? Porque o policial existe para prender bandidos, cujas atividades ilícitas levam-no às partes escuras do mundo.Um trabalho como o da Polícia Federal, que mexe com as altas esferas do poder, precisa ser conduzido com mais discreção ainda. Mais que isso: é obrigado a usar táticas de diversionismo, para distrair o adversário. É uma guerra, afinal. Num mundo sem grandes conflitos bélicos, o maior desafio dos estrategistas é vencer o crime organizado, cujos cérebros frequentemente ocupam poderosos cargos republicanos.As operações da PF, definitivamente, não necessitam ser acompanhadas pela imprensa ou pelos cidadãos. Ao contrário, precisam transcorrer em sigilo. Autorizados pela Justiça, policiais espionam suspeitos, grampeiam telefones, disfarçam sua identidade, enfim, fazem de tudo para pegar os vilões. Sobretudo, procedem de acordo com métodos específicos, criativos, sigilosos, surpreendentes.Portanto, os cidadãos, mesmo bem-intencionados, que continuam dando palpites sobre o que deveria ou não fazer a PF, sobre quem deveria ser ou não o seu diretor, estão fazendo-no sem ter a mínima idéia da seara em que se metem. Se os criminosos continuam sendo pegos, qual a diferença entre Paulo Lacerda ou Luiz Fernando Corrêa? A nossa democracia é representativa e hoje, pensando bem, acho ótimo que assim o seja. O brasileiro tem que votar no deputado, no senador e no presidente. Quem escolhe o diretor da PF é o ministro da Justiça, que por sua vez é designado pelo presidente da República. Com sua vaidade inflada por ter lido dois ou três jornais e lido quatro ou cinco blogues, o brasileiro se acha suficientemente informado não apenas para saber quem será o melhor técnico da seleção, como também o diretor mais preparado e honesto para a PF. Não é assim. Ele não tem informação suficiente para saber se Paulo Lacerda é realmente tão melhor que Corrêa.É como um leigo dar palpite numa conversa entre dois neuro-cirurgiões sobre a melhor forma de operar o cérebro de uma criança. O que importa, aos cidadãos, é ver as quadrilhas desbaratadas e os criminosos condenados. Isso está acontecendo e aconteceu com a Satiagraha. A PF praticamente acabou com a farra do Opportunity, iniciada pela privatização do sistema público de telefonia e permitiu que Dantas sofresse a sua primeira condenação pela Justiça Brasileira. No próximo pedido de prisão, ele não mais se beneficiará de um habeas corpus, porque não é mais réu primário - a menos que o excelentíssimo Gilmar Mendes, para proteger seu chefe, resolva mudar também esta lei.Protógenes é apenas um pião neste tabuleiro. Seu afastamento da PF talvez lhe proporcione a estabilidade emocional de que necessita, em vista de sua paranóia constante. E o que é pior: paranóia com razão de ser. Há poucos meses, o carro de Protógenes sofreu um problema em seu radiador, e o delegado assustou-se profundamente. Ao chegar em casa, escreveu em seu blog que havia sofrido um atentado. Talvez tenha sido apenas paranóia sua. Talvez não. Talvez alguém realmente haja mexido em seu carro.O que é imperdoável, no entanto, é o envolvimento de Protógenes com o PSOL. Ele está usando a notoriedade que conseguiu à frente da Satiagraha para dar prestígio a um partido de oposição. Ora, está usando o capital político da Polícia Federal contra a própria instituição. Agindo como se a Satiagraha tivesse sido a única operação importante da PF. Como se fosse a última. Como se fosse dele. Não acho legal ou ético esse envolvimento do Protógenes com a política partidária. É contra o regulamento da PF e tem um aspecto fortemente egocêntrico, como se ele, Protógenes, sozinho, representasse o combate à corrupção no Brasil. Tudo que ele fez na PF foi com verbas (mesmo que ele reclamasse de falta de recursos, esses existiam) públicas cedidas pelo governo federal; portanto, é incoerente e traiçoeiro ele usar esse capital acumulado para desprestigiar a própria PF.Tenho quase certeza que ele age de boa fé, com ingenuidade, abalado pela exposição midiática imensa, de um dia para outro e pelos discursos adolescentes dos parlamentares do PSOL. Mas isso não o redime.Protógenes pode até vir a se tornar um político. Mas eu não me entusiasmo facilmente com policiais que se tornam políticos. Eles tendem a ser inflexíveis. Confundem inflexibilidade com honestidade, e se tornam políticos sem jogo de cintura, isolados, sectários e, por fim, moralistas.Sua carta para Obama, cheia de acusações levianas, é uma vergonha para o Brasil, um país com instituições tão sólidas quanto os EUA. Demonstra confusão mental, paranóia absurda ou imperdoável ingenuidade. O governo americano por acaso é mais honesto e confiável do que o brasileiro? Ora, tenha dó. Vá falar de integridade ianque aos iraquianos mutilados!O próprio Protógenes declarou, diversas vezes, que o atual coordenador da Satiagraha, Ricardo Saad, é um policial íntegro e adequado à missão. Tanto que seu relatório levou o juiz federal Fausto De Sanctis a decretar a culpabilidade de Daniel Dantas e a condená-lo a dez anos de prisão. Poucas semanas atrás, no mesmo dia em que Protógenes se apresentava na CPI, a PF realizou outra devassa nos escritórios de Daniel Dantas. Quer dizer, a substituição de Protógenes e a investigação sobre a sua conduta não levaram ao esvaziamento da Satiagraha.Especialistas em segurança pública explicam que operações que mexem com figuras poderosas da política não podem ser fulanizadas, porque isso expõe os agentes a um risco excessivo: risco de corrupção, risco de vida, risco de ter sua imagem manipulada pelos meios de comunicação favoráveis àquelas figuras. Imagine o tratamento que as redes de tv de Berlusconi não dariam aos agentes policiais que pretendessem investigá-lo?As pessoas devem entender que não basta querer prender Daniel Dantas. É preciso ser capaz de fazê-lo. No caso do banqueiro, há necessidade ainda de articulação política. É preciso cercar o banqueiro por todos os lados, juridicamente, financeiramente, e politicamente.*De qualquer forma, Protógenes simboliza uma nova e promissora geração de homens públicos. Você já deve ter reparado que, por trás de todas essas grandes operações da PF contra delitos nas altas esferas da sociedade, encontramos promotores, delegados e juízes muito jovens? Pois é. Esses garotos estão transformando o país. Realizando uma limpeza mais substancial que a própria Mãos Limpas da Itália, porque não é temporária e não se volta apenas para um tipo de crime.*A operação Satiagraha é um marco do qual devemos nos orgulhar. É um feito da Polícia Federal do governo Lula, das novas gerações de policiais, promotores e juízes. Seus desdobramentos continuarão por muito tempo. A caixa de Pandora foi aberta e, apesar de toda a podridão que veio à tona, no fundo dela restou a esperança.*No debate entre Leandro Fortes, repórter da Carta Capital, com um repórter do Globo, e um mediador, na TV Senado, o repórter do Globo, embora gaguejando, visivelmente arrependido de ter aceito participar daquela conversa incômoda, admitiu uma coisa que dificilmente ele mesmo publicará no jornal para o qual escreve: que a PF, antes de 2003, apenas aparecia na TV para queimar maconha. Eram cerimônias midiáticas, com presença até do Ministro da Justiça, filmadas por helicópteros das redes de tv, onde víamos as colunas de fumaça saindo dos montões de marihuana apreendidos pela PF. A PF tinha se tornado uma agência anti-maconha, e só.
(uma foto bonita da Sophia Loren, apenas para enfeitar o blog)Sinto que as pessoas estão fazendo uma grande confusão entre política e polícia. A política é uma atividade que, embora com forte trabalho de bastidores, necessita de transparência e divulgação de seus atos. A polícia vive uma situação contrária. Precisa de segredo. O político trabalha ao sol (teoricamente, ao menos). O policial trabalha nas sombras. Por que? Porque o policial existe para prender bandidos, cujas atividades ilícitas levam-no às partes escuras do mundo.Um trabalho como o da Polícia Federal, que mexe com as altas esferas do poder, precisa ser conduzido com mais discreção ainda. Mais que isso: é obrigado a usar táticas de diversionismo, para distrair o adversário. É uma guerra, afinal. Num mundo sem grandes conflitos bélicos, o maior desafio dos estrategistas é vencer o crime organizado, cujos cérebros frequentemente ocupam poderosos cargos republicanos.As operações da PF, definitivamente, não necessitam ser acompanhadas pela imprensa ou pelos cidadãos. Ao contrário, precisam transcorrer em sigilo. Autorizados pela Justiça, policiais espionam suspeitos, grampeiam telefones, disfarçam sua identidade, enfim, fazem de tudo para pegar os vilões. Sobretudo, procedem de acordo com métodos específicos, criativos, sigilosos, surpreendentes.Portanto, os cidadãos, mesmo bem-intencionados, que continuam dando palpites sobre o que deveria ou não fazer a PF, sobre quem deveria ser ou não o seu diretor, estão fazendo-no sem ter a mínima idéia da seara em que se metem. Se os criminosos continuam sendo pegos, qual a diferença entre Paulo Lacerda ou Luiz Fernando Corrêa? A nossa democracia é representativa e hoje, pensando bem, acho ótimo que assim o seja. O brasileiro tem que votar no deputado, no senador e no presidente. Quem escolhe o diretor da PF é o ministro da Justiça, que por sua vez é designado pelo presidente da República. Com sua vaidade inflada por ter lido dois ou três jornais e lido quatro ou cinco blogues, o brasileiro se acha suficientemente informado não apenas para saber quem será o melhor técnico da seleção, como também o diretor mais preparado e honesto para a PF. Não é assim. Ele não tem informação suficiente para saber se Paulo Lacerda é realmente tão melhor que Corrêa.É como um leigo dar palpite numa conversa entre dois neuro-cirurgiões sobre a melhor forma de operar o cérebro de uma criança. O que importa, aos cidadãos, é ver as quadrilhas desbaratadas e os criminosos condenados. Isso está acontecendo e aconteceu com a Satiagraha. A PF praticamente acabou com a farra do Opportunity, iniciada pela privatização do sistema público de telefonia e permitiu que Dantas sofresse a sua primeira condenação pela Justiça Brasileira. No próximo pedido de prisão, ele não mais se beneficiará de um habeas corpus, porque não é mais réu primário - a menos que o excelentíssimo Gilmar Mendes, para proteger seu chefe, resolva mudar também esta lei.Protógenes é apenas um pião neste tabuleiro. Seu afastamento da PF talvez lhe proporcione a estabilidade emocional de que necessita, em vista de sua paranóia constante. E o que é pior: paranóia com razão de ser. Há poucos meses, o carro de Protógenes sofreu um problema em seu radiador, e o delegado assustou-se profundamente. Ao chegar em casa, escreveu em seu blog que havia sofrido um atentado. Talvez tenha sido apenas paranóia sua. Talvez não. Talvez alguém realmente haja mexido em seu carro.O que é imperdoável, no entanto, é o envolvimento de Protógenes com o PSOL. Ele está usando a notoriedade que conseguiu à frente da Satiagraha para dar prestígio a um partido de oposição. Ora, está usando o capital político da Polícia Federal contra a própria instituição. Agindo como se a Satiagraha tivesse sido a única operação importante da PF. Como se fosse a última. Como se fosse dele. Não acho legal ou ético esse envolvimento do Protógenes com a política partidária. É contra o regulamento da PF e tem um aspecto fortemente egocêntrico, como se ele, Protógenes, sozinho, representasse o combate à corrupção no Brasil. Tudo que ele fez na PF foi com verbas (mesmo que ele reclamasse de falta de recursos, esses existiam) públicas cedidas pelo governo federal; portanto, é incoerente e traiçoeiro ele usar esse capital acumulado para desprestigiar a própria PF.Tenho quase certeza que ele age de boa fé, com ingenuidade, abalado pela exposição midiática imensa, de um dia para outro e pelos discursos adolescentes dos parlamentares do PSOL. Mas isso não o redime.Protógenes pode até vir a se tornar um político. Mas eu não me entusiasmo facilmente com policiais que se tornam políticos. Eles tendem a ser inflexíveis. Confundem inflexibilidade com honestidade, e se tornam políticos sem jogo de cintura, isolados, sectários e, por fim, moralistas.Sua carta para Obama, cheia de acusações levianas, é uma vergonha para o Brasil, um país com instituições tão sólidas quanto os EUA. Demonstra confusão mental, paranóia absurda ou imperdoável ingenuidade. O governo americano por acaso é mais honesto e confiável do que o brasileiro? Ora, tenha dó. Vá falar de integridade ianque aos iraquianos mutilados!O próprio Protógenes declarou, diversas vezes, que o atual coordenador da Satiagraha, Ricardo Saad, é um policial íntegro e adequado à missão. Tanto que seu relatório levou o juiz federal Fausto De Sanctis a decretar a culpabilidade de Daniel Dantas e a condená-lo a dez anos de prisão. Poucas semanas atrás, no mesmo dia em que Protógenes se apresentava na CPI, a PF realizou outra devassa nos escritórios de Daniel Dantas. Quer dizer, a substituição de Protógenes e a investigação sobre a sua conduta não levaram ao esvaziamento da Satiagraha.Especialistas em segurança pública explicam que operações que mexem com figuras poderosas da política não podem ser fulanizadas, porque isso expõe os agentes a um risco excessivo: risco de corrupção, risco de vida, risco de ter sua imagem manipulada pelos meios de comunicação favoráveis àquelas figuras. Imagine o tratamento que as redes de tv de Berlusconi não dariam aos agentes policiais que pretendessem investigá-lo?As pessoas devem entender que não basta querer prender Daniel Dantas. É preciso ser capaz de fazê-lo. No caso do banqueiro, há necessidade ainda de articulação política. É preciso cercar o banqueiro por todos os lados, juridicamente, financeiramente, e politicamente.*De qualquer forma, Protógenes simboliza uma nova e promissora geração de homens públicos. Você já deve ter reparado que, por trás de todas essas grandes operações da PF contra delitos nas altas esferas da sociedade, encontramos promotores, delegados e juízes muito jovens? Pois é. Esses garotos estão transformando o país. Realizando uma limpeza mais substancial que a própria Mãos Limpas da Itália, porque não é temporária e não se volta apenas para um tipo de crime.*A operação Satiagraha é um marco do qual devemos nos orgulhar. É um feito da Polícia Federal do governo Lula, das novas gerações de policiais, promotores e juízes. Seus desdobramentos continuarão por muito tempo. A caixa de Pandora foi aberta e, apesar de toda a podridão que veio à tona, no fundo dela restou a esperança.*No debate entre Leandro Fortes, repórter da Carta Capital, com um repórter do Globo, e um mediador, na TV Senado, o repórter do Globo, embora gaguejando, visivelmente arrependido de ter aceito participar daquela conversa incômoda, admitiu uma coisa que dificilmente ele mesmo publicará no jornal para o qual escreve: que a PF, antes de 2003, apenas aparecia na TV para queimar maconha. Eram cerimônias midiáticas, com presença até do Ministro da Justiça, filmadas por helicópteros das redes de tv, onde víamos as colunas de fumaça saindo dos montões de marihuana apreendidos pela PF. A PF tinha se tornado uma agência anti-maconha, e só.
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