“Durante muito tempo, ao mesmo tempo em que admirávamos o Brasil nos frustrávamos ao ver que os líderes anteriores ao senhor nunca desperdiçavam a oportunidade de desperdiçar a oportunidade”, afirmou Lorde Robertson. EFE
Por marise - no blog do Luis Nassif
Noticia sobre o premio recebido por Lula. O último parágrafo é importante e diz tudo.
Londres, 5 nov (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje em Londres o prêmio Chatham House, concedido anualmente, como “uma homenagem ao povo brasileiro”, que para ele foi “o principal protagonista da grande transformação” do país.
No discurso de agradecimento ao prêmio, dado à figura que mais contribuiu para melhorar as relações internacionais no último ano, Lula falou das conquistas alcançadas sob sua Presidência e destacou, sobretudo, a capacidade para, pela primeira vez, redistribuir riqueza.
O presidente celebrou o fato de ter conseguido “combinar crescimento com justiça social” e de investir na fórmula de que era “necessário primeiro crescer para depois distribuir”.
Lula citou o espírito pacifista do Brasil, um país segundo ele sem armas de destruição em massa e partidário de um enfoque multilateral mais amplo na esfera internacional.
Por essa razão, voltou a defender um Conselho de Segurança da ONU “reformado e ampliado”, que “reflita a nova correlação de forças internacionais”.
“O Brasil, que ocupa pela décima vez uma cadeira no Conselho, reivindica junto a outros países uma presença permanente neste organismo que tem a grande responsabilidade de zelar pela segurança coletiva da humanidade”, frisou.
Em linhas gerais, Lula pediu novos “mecanismos de Governo estáveis, representativos e eficazes” para enfrentar o novo panorama nascido da superposição de várias crises: a financeira, a econômica, a energética, a ambiental e a alimentícia.
O prêmio foi concedido durante um jantar oferecido em honra do presidente Lula na Banqueting House, habitual nas cerimônias especiais da Whitehall, sede do Governo britânico.
O evento, que encerrou a visita de Lula à capital britânica, teve a presença do ministro da Empresa, Peter Mandelson, do Duque de Kent e de Lorde Robertson, presidente da Chatham House.
Mandelson destacou a importância da figura política e pessoal do presidente. “Não é um exagero dizer que o Brasil que conhecemos hoje é o Brasil de Lula”, afirmou.
Já o presidente da Chatham House explicou que a escolha de Lula para o prêmio teve uma razão fundamental: encontrar a fórmula para explorar com eficácia e equidade o enorme potencial que o Brasil sempre teve.
“Durante muito tempo, ao mesmo tempo em que admirávamos o Brasil nos frustrávamos ao ver que os líderes anteriores ao senhor nunca desperdiçavam a oportunidade de desperdiçar a oportunidade”, afirmou Lorde Robertson. EFE
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/11/06/lula-e-os-desperdicadores-de-oportunidades/
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Conceição Tavares detona Caetano
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Caetano Veloso ataca de novo
PorRegis Bonvicino - no Portal Ig
É bastante provável que Caetano Veloso vá votar em Marina Silva porque ela é (embora disfarce) criacionista, ou seja, não acredita na evolução das espécies, em Charles Darwin. O CD "Zii e Zie" (2009) não fez sucesso. O filme "Coração Vagabundo" (2009) idem. Veloso não produz nada digno de nota há – seguramente – duas décadas. Seu momento pós-tropicalista é desigual. Seu cancioneiro lírico-amoroso, basicamente, heterossexual, é papai-mamãe, convencional: idealiza o amor e o trata com “raiva”, cinismo e ou ironia, para posar de amante rejeitado pela musa ou “conquistador”, lirismo vazado, muitas vezes, em jargão da moda, que, em seu caso, substitui a própria ideia de letra, de lyrics.
Enumero algumas canções nessa trilha: “Eu te amo”, “Vera gata”, “Dom de iludir”, “Ela e eu” e até “Queixa”, que, para narrar uma situação de amor aberto, usa “vocábulos” kitsch, metáforas horrendas: “Princesa, surpresa, você me arrasou / Serpente, nem sente que me envenenou / Senhora, e agora me diga aonde eu vou / Senhora, serpente, princesa”. Sem falar, no caso, na assonância, musicalidade, de ouvido mouco. Veloso é abstratizante em suas letras – vago, para parecer profundo. Não há concretude de linguagem, exceto no curto período tropicalista. E, depois, aqui e acolá. Suas canções são musicalmente pobres, quadradas, sem a força primitiva das de um Jorge Ben Jor. Veloso é um anti-Sam Cooke, que fazia do simples e direto algo de extraordinário.
Como não faz mais sucesso de estima e nunca fez de massa, Veloso se vale da velha tática. Atacar alguém, para levar público ao show. Desta vez, foi Luiz Inácio Lula da Silva, chamado de “analfabeto” e “grosseiro e cafona” ao falar. Quis surfar em popularidade alheia. De fato, um dos maiores erros de Luiz Inácio Lula da Silva foi ter nomeado Gilberto Gil para ser seu Ministro da Cultura e, depois, de ter “empossado” Juca Ferreira, o discípulo do autor de “Aquele abraço”. Ao ser indagado sobre a Lei Rouanet, do qual tem se beneficiado há década, Veloso se calou, saindo-se com essa: “Não sou muito bom nesse negócio”. Imagine se fosse. Dois exemplos recentes: a turnê do medíocre "Zii e Zie" foi autorizada a captar recursos milionários por Ferreira, contra parecer da comissão do MinC que examina os casos. "Coração Vagabundo" foi igualmente em parte financiado por essa Lei.
Ou seja, ele foge do debate de assuntos culturais. Esconde sua cabeça, como sempre fez. A Lei Rouanet transformou a cultura em objeto de comunicação social de corporações: na verdade, acabou com a cultura, com o conceito de o Estado amparar a cultura e não estimulou a criação de um mercado, que é pujante no liberalismo anglo-americano, que Veloso, na mesma entrevista, declara-se admirador. A Lei Rouanet precisa ser revogada. Claude Lévi-Strauss define cultura: “Em sua acepção geral, cultura designa o enriquecimento esclarecido do juízo e da capacidade de distinção”. Veloso, como aponta Francisco Alambert, em nome da cultura, promoveu, desde os tempos do tropicalismo, a indistinção geral. O que no tropicalismo era, entretanto, abertura, tornou-se depois mero mecanismo de mercado, farsa.
Veloso incorporou do conceito de Lévi-Strauss o termo “enriquecimento esclarecido”. Por isso talvez admire políticos quatrocentões como Aécio Neves, Ciro Gomes ou Mangabeira Unger – que eu nunca soube distinguir do Professor Pardal. Em virtude de seu “enriquecimento esclarecido” talvez critique a “vulgaridade” de Luis Inácio Lula da Silva e a paulistanidade deste e de José Serra, o “italianinho” – ambos produtos da “decadente” USP. Diz, como sempre, barbaridades: “O Serra é o tipo do cara que, se tivesse ganho no lugar do Lula, em 2002, teria trazido mais problemas à economia brasileira. Ele teria feito um governo mais à esquerda e a economia talvez tivesse problemas que não está tendo porque o Lula fez a economia à direita”. E conclui do alto de sua “cátedra”: “O Lula foi mais realista do que o rei. Foi bom, a economia deslanchou”. O governo Lula tem problemas, falhas, mas Luis Inácio Lula da Silva é o presidente mais forte que o Brasil teve depois de Getúlio Vargas. É um mito, aqui e alhures, com uma trajetória política. O “literato” Sarney fala bem e, como Veloso sabe, proibiu o filme "Je vous salue Marie", de Jean-Luc Godard, quando era “presidente”.
Não votarei em Marina Silva. Ela integrou o governo Lula por seis anos e, nesse período, não executou um projeto sequer de peso. Limitou-se a “bloquear” a ação alheia, segundo divulga. Suas opiniões são as de um cidadão comum, embora tenha sido Ministra de Estado. Não se fez propositiva, não se impôs. Ela não é a soma de Lula da Silva e Barack Obama, como a “define” Veloso napoleonicamente. A senadora é evangélica. Missionária da Assembléia de Deus. Líder informal dessa bancada temática no Congresso. Uma Sarah Palin, “à esquerda”. No Partido Verde milita um Sarney. A bióloga Cláudia Magalhães denunciou (Época, 21 de maio de 2008) que, quando Ministra, promovia rezas evangélicas em seu gabinete e discriminava outras religiões. Relata que ela ganhou uma carranca no Festival Ecocultural do São Francisco, em Brasília, e se recusou a receber o presente, deixando a festa. Magalhães conclui: “Foi quando eu comecei a ver que a fé dela esbarra em sua atuação política”. Magalhães informa que a Ministra tinha “um Pastor particular”, chamado Roberto Vieira, que recebia seus honorários pela Unesco.
A República foi proclamada há cem anos: religião não pode se confundir com Estado. A fé não deve “bloquear” a ciência, embora, com diz Gil, “ela não costume faiá”. O tema do resgate do meio ambiente – central para humanidade – não qualifica por si só Marina Silva a ser presidente do Brasil. Seria interessante que Veloso tivesse estudado “direito”, nos dois sentidos. Veloso é um personagem "old fashion", que ainda se sente como “antena da raça”, que se atribui o papel de porta-voz da sociedade – parece viver congelado no espírito messiânico dos anos 1960, do qual foi, relativamente, beneficiário à revelia, como o tempo revelou. Enfim, como todos sabemos, Veloso – haja vista sua amizade com Juca Ferreira e com Gil – é chegado numa “igreja”. Cucurucu, Palomaaaaa!
Fonte: IG
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De Caetano para Caetano
Por Walter Decker - no blog do Luis Nassif
Nassif, a resposta mais contundente à Caetano Veloso veio de forma simples e também surpreendente, pois veio lá do blog do tucano Josias de Souza. Um vídeo do YouTube com Caetano cantando Calúnia, da Dalva de Oliveira :
“Quiseste ofuscar minha fama
E até jogar-me na lama
Só porque eu vivo a brilhar
Sim, mostraste ser invejoso
Viraste até mentiroso
Só para caluniar
Deixe a calúnia de lado
Se de fato és poeta
Deixe a calúnia de lado
Que ela a mim não afeta
Se me ofendes, tu serás ofendido
Pois quem com ferro fere
Com ferro será ferido
Quiseste ofuscar minha fama
E até jogar-me na lama
Só porque vivo a brilhar… ”
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Minha opinião
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Não gosto de pichar artista, e por isso defendi a Maitê Proença na polêmica na qual ela se envolveu recentemente por ter debochado da cultura de Portugal, o que provocou ira contra a atriz lá e cá. No entanto, apesar de gostar de Caetano, não vi-me confortável em defendê-lo, pois não se trata de uma pessoa fraca, que dependa da minha defesa, além do mais ele(Caetano) estava totalmente consciente das reações ao seu texto. De forma que não vi nenhum exagero em tais reações que, é claro, ocorreram dentro da civilidade, as pessoas até brincaram com a situação. Gostei sim do que vi, só mesmo sorrindo muito para aguentar esta gente, hoje a Dora Kramer aproveitou o "gancho" de Caetano para dizer que sim, que Lula é analfabeto. E assim, pelas mãos divinas de Caetano a direita achou um jeito chique prá lá de Marrakeshi para detonar Lula. Como poderíamos ficar calados? É bem provável que Caetano, assim como fizeram Marília Pera e Regina Duarte, declare à imprensa que tenha sido vitima de patrulha ideológica. Será? Não vejo assim. O que se seguiu como resposta às afirmações de Caetano foi nada mais nada menos do indignação, o que o próprio Caetano sabia que iria ocorrer. Portanto, só espero que o artista não venha agora dando uma de vítima. Esta desavença ocorre desde a época do Tropicalismo. Já naquela época Caetano pichava a esquerda. Como resposta, a esquerda pichava Caetano. Esperemos portanto os próximos capítulos. Sou fã da obra de Caetano em seu conjunto mas não de seu frenesi político-ideológico-partidário]]]]]]]]]]]]]]]]]
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