O Supremo errou, cabe consertar
*Laurindo Lalo Leal Filho
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O Supremo Tribunal Federal cometeu um grave erro ao acabar com a exigência do diploma para o exercício profissional do jornalismo. Como guardião da Constituição brasileira, o STF entendeu que uma de suas cláusulas – a que garante a livre manifestação de pensamento – estaria sendo violada pela lei que regulamentou a profissão de jornalista.
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Os ministros que votaram contra a exigência do diploma, sob a alegação de cerceamento da liberdade, erraram. Seguiram um relator subserviente à grande mídia, certo de que esta retribuiria o seu favor, o que aliás já vem acontecendo. Mostraram em seus votos desconhecer a matéria em julgamento. Nunca houve, nos mais de quarenta anos de vigência da lei, qualquer violação da liberdade que tivesse sido decorrente de sua aplicação. Houve sim censura prévia durante a ditadura e censura empresarial depois dela, fatos sem nenhuma relação com a exigência do diploma.
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Os nobres julgadores parecem não ler jornais, ouvir rádio ou ver televisão. Neles, todos os dias opinam profissionais de todas as áreas sem nenhum obstáculo. Portanto, a exigência do diploma não fere a Constituição e esta deveria ser a singela resposta do Supremo aos autores da ação, não por acaso entidades patronais do setor.
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O que a lei derrubada garantia era a o exercício legalizado de uma profissão cujo conhecimento acumulado ao longo dos anos não pode ser transmitido senão de forma sistematizada, como se faz na academia. Foi-se o tempo em que jornalismo se aprendia nas redações. Hoje esse ensinamento é fruto da pesquisa científica desenvolvida numa área específica do conhecimento e que se transmite nas salas de aulas e nos laboratórios.
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Comentário meu
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Se não é preciso diploma para exercer o jornalismo, não é preciso graduação universitária. Sem graduação isso quer dizer que o "jornalista" não será obrigado a fazer uma monografia, pesquisar, exercitar a prática científica, o que atualmente é exigido para todos os cursos superiores. A ausência de diploma, ou seja, de não graduação para jornalistas é uma aberração e tanta.
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Os ministros do STF se comportaram como analfabetos, movidos por quais interesses é que não sei, a favor da população que merece ser atendida por bons profissionais, também na área do jornalismo, é que não foi.
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Aqui no prédio onde moro há uma figura que não terminou nem o ensino primário. Ele anda por aí dizendo que é jornalista. Com esta situação da não exigência de graduação passei a acreditar que ele pode sim, ser um jornalista. Mesmo que não saiba assinar o próprio nome.
Eu heim.
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Para jornalistas deveria ser exigido não apenas o diploma como a fiscalização da profissão, assim como já ocorre com profissionais tais como médicos, advogados, psicólogos, etc. Este grave equívoco do STF tem que ser corrigido antes que comecem a aparecer por aí os estragos provocados por esta absurda decisão.
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Hoje em dia é impossível se impor respeito sem conhecimento e isto só se consegue em academia, com uma boa grade curricular, e não em escolas caça-níqueis. A sociedade brasileira tem que acordar para este problema e começar a se movimentar no sentido da reparação deste equívoco jurídico praticado pelo STF.
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O Brasil se encontra num estágio de desenvolvimento e caminha para avançar ainda mais e, claro, precisamos de jornalistas capacitados e não de pessoas ignorantes que conseguirão a carteirinha de jornalista na base da amizade com o dono do jornal. A tal carteirinha nas mãos do(a) jornalista leigo(a) servirá para muitas coisas, como por exemplo para bisbilhotar e fofocar, bem como para ter livre acesso em boates.
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A agenda da comunicação sai da penumbra
Por Beto Almeida (*) - na Carta Maior
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Folha versus Data-Folha
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A presença e o discurso de Lula contra o monopólio da mídia na inauguração de novas instalações da Record devem ser considerados como destravamento e visibilidade desta agenda da comunicação, antes tabu. Também é significativa pesquisa feita pelo Data-Folha, apontando que já 10 por cento dos entrevistados assistem a jovem TV Brasil e que 80 por cento destes gostam do que assistem. Como também é significativo o fato de que a Folha - jornal que pediu o fechamento da TV Brasil - não tenha publicado a notícia com o resultado da pesquisa. Ou seja, a Folha sonega informação do Data-Folha.
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Também é expressiva a veiculação de matéria de 13 minutos pela TV Record revelando não apenas a queda da venda de jornais no Brasil, incluindo a Folha de São Paulo, mas também como este periódico apoiou a ditadura militar (até então desconhecido do grande público) e como ainda não deu explicações sobre a publicação de documentos adulterados da Ministra da Dilma Roussef. Já sabemos: na Venezuela o jornal “El Nacional” perdeu 90 por cento de seus leitores. Na Bolívia, o jornal “Cambio” , favorável às transformações conduzidas por Evo, já vende tanto quanto o maior jornal da oposição racista e conservadora. Como será o curso no Brasil da perda de credibilidade e de leitores dos jornais? (...)"
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