07/11/2009

Por que Lula e o povo se entendem tão bem...

Por André Balocco - no JB Online
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Foi apenas um trailer, mas o suficiente para que eu me emocionasse. Ali, na telona, diante de mim, estava a saga de um brasileiro. Nordestino, retirante, semi-analfabeto, com o pai alcoólatra, criado junto a uma multidão de irmãos pela mãe, que suava bicas para manter a dignidade da família. E aquele homem ali retratado foi, pouco a pouco, subindo na vida, desafiando o sistema e se impondo. Não, não estou falando dos milhões de Severinos que inundaram as cidades grandes com sua mão de obra barata e deram sustento ao milagre econômico da ditadura no 'Sul Maravilha', como Henfil bem denominou os 'paraíbas' e 'baianos' que por aqui aportaram. Estou falando de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Brasil.
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É inegável que sua trajetória de vida - sem entrar no mérito da política - é extremamente representativa. Senão, vejamos a identificação deste homem com o povo brasileiro.
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Seu pai aparece, no breve resumo de 'Lula, o filho do Brasil', como um alcoólatra que ignora a esposa e ameaça bater nos filhos. Qualquer semelhança com os jovens que abarrotam as senzalas modernas de hoje em dia (ou favelas, se preferirem) não é mera coincidência...
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Sua mãe tem de criar os filhos sozinhos e, guerreira que é, os enfiou num pau de arara para, em São Paulo, lavar roupa e fazer trabalho de doméstica. Se identifica? Lembra daquela 'paraíba' que sequer sabia falar e que fazia aqueles pasteizinhos maravilhosos em sua casa...
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Sua única chance de trabalho, já que sua escolaridade é baixa, reside em entrar numa das escolas que a indústria (ainda) mantém para formar mão de obra com um mínimo de especialização para manusear seus equipamentos...
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No trabalho, sofre um acidente e tem de se aposentar por invalidade. Ainda não se identificou? Lembra-se daqueles homens que ficam deitados, estirados nas ruas pedindo dinheiro? Pois é...
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Mas Lula não se acomodou com o destino medíocre. Contra tudo e contra todos, desafiou a Ditadura, pôs a cara a tapa, paralisou o ABC e fez os militares ruirem de podre. Sem pegar numa única arma!
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Estou ansioso pela estreia deste filme. Cansei de ver a saga de herois norte-americanos, louros e brancos de olhos azuis, incapazes de gerirem a fome - seja ele de alimentos, de cultura, de vida. Quero assistir a Lula, quero assitir a um brasileiro!
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Contra ‘ódio de intelectual’, obras e reconhecimento internacional
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No Blog do Planalto
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Um gesto de agradecimento ao partido político que o apoia há 20 anos. Assim o presidente Lula explicou sua presença no 12º Congresso Nacional do PC do B na noite desta sexta-feira (6/11), em São Paulo. Diante de uma plateia de cerca de 2 mil pessoas e representantes de 50 agremiações políticas de 35 países, Lula soltou o verbo.
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Recebido em coro ‘Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula’, o presidente classificou as críticas que recebeu nos últimos dias como ‘ódio de intelectual’, que se viu obrigado a assistir a um operário ser reconhecido internacionalmente. Disse ainda, sob aplausos, que “a inteligência está no caráter” e que “a vida é assim: as pessoas falam o que querem e ouvem o que não querem…” Para Lula, existem intelectuais no Brasil que acreditam ser formadores de opinião. Mas o tempo em que o cidadão brasileiro não tinha pensamento próprio, principalmente os mais humildes, acabou, afirmou o presidente.
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O presidente Lula criticou também, em seu contundente discurso, o enfoque que alguns grupos de comunicação dão a determinados assuntos. Com recortes de jornais em mãos, afirmou: “Se depender de certos meios de comunicação, vocês nunca vão saber de nada.”
Ouça o discurso de Lula no 12º Congresso Nacional do PC do B
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Lula: “Política exige mais inteligência que conhecimento” ( aqui )
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Um comentário:

lia vinhas disse...

Triste é ouvir de petistas críticas injustas, muito parecidas com aa da oposição ou dos despolitizados e, ainda por cima, dizendo taxativamente que não votarão na Dilma e que ela de qualquer maneira perderá. Aí eu pergunto, votarão em quem? Fulano ou Sicrano do PT seria melhor candidato, ela não é conhecida, etc..,etc.. Isso é ser militante? É ter convicção politica? Em lugar de estar fazendo com que as pessoas a conheçam ( o que eu, que não sou do PT) já venho fazendo há muito tempo e com ótima aceitação), vêm com esse papo personalista, de quem não está nem aí para o povo e para o futuro do país. São os tais "intelectuais" de que falou o Lula. Pra que inimigos quando se tem tais "companheiros"? O Lula foi inteligente em sua política de alianças, ele sabe que na hora H muita gente "amiga" mete o rabo entre as pernas ou simplesmente mostra a verdadeira cara.
Dilma 2010 neles!
Aliás, foi a comparação mais sensacional e ao mesmo tempo emocionante que já vi. Obrigada. Já repassei seu blog para a minha lista.