11/12/2013

Novilíngua, o uso através dos tempos de palavras mágicas para justificar a barbárie

Na Santa Inquisição a palavra "herege" foi usada para justificar atrocidades
(http://mrdiggs.wordpress.com/os-mais-terriveis-instrumentos-de-tortura-utilizados-pela-santa-inquisicao/)


NOVILÍNGUA

Incrível como a elite tupiniquim chega a este ponto de usar a prisão injusta de um tetraplégico para justificar o "privilégio" de Genoíno e, o pior, grande parte da população acha normal uma vez que, por algum motivo, uns por ignorância não percebem, outros percebem mas apoiam por má fé mesmo ou por questão de classe. Só sei que, em se comparando com o golpe militar de 64, o script é o mesmo: Da mesma forma que achava normal caçar, prender, censurar, torturar e matar jovens que lutavam contra a ditadura militar. Para isso a repressão se valia da palavra mágica "terrorista". Para o mesmo objetivo, a mesma elite usa a palavra "mensaleiro", bem como "privilégio", "privilegiado".

Sabemos que privilégio, na real, regalias mesmo foram aquelas das quais usufruíram  os réus do mensalão tucano, no STF, desde 2003, a maioria dos crimes já prescreveu, o processo foi desmembrado ficando no STF apenas os do foro privilegiado como manda a lei, e olhe lá que no mensalão tucano houve uso de recursos públicos, enriquecimento ilícito e até a morte de uma modelo, isso não é incrível. Estou citando apenas um exemplo, pois há tantos outros, que desde o Mensalão do DEM (o Roberto Arruda, com ficha limpa, será candidato a deputado federal), e uma dezena de Operações da PF que dormem em alguma gaveta do STF.


Não mexam no status quo, ai daquele que se atrever a mudar este país no sentido do combate à desigualdade social e a caça aos verdadeiramente corruptos, aqueles que roubam no atacado: talvez por isso tem carta branca por parte do sistema midiático-penal.

 A resposta dos verdadeiros mandatários, que são o 1% que detém em suas mãos o poder econômico e a mídia, será implacável. O modus operandi da nossa secularmente perversa elite é a mesma, os golpes são dados de forma sutil, de forma que parte da população, levada pela mídia pelo matadouro, demora cair a ficha. Lamentável que o ministro Joaquim Barbosa tenha se prestado a este papel de auxiliar da Casa Grande.


 A elite tupiniquim tem um antigo know-how golpista. Vejam que os personagem do Golpe do Judiciário são os mesmos do golpe militar: A mesma mídia levando para o matadouro parte da população, o mesmo Carlos Lacerda (UDN) e seu extremismo que, neste golpe, é encarnado por Joaquim Barbosa, ainda sem partido mas que, em questão de dias, no máximo até março, por exigência da lei eleitoral, ele(Barbosa) deve entrar na disputa eleitoral, é bem provável que use a vassourinha de Jânio Quadros. e o resultado todos nós sabemos, foram mais de duas décadas mergulhados numa sangrenta ditadura e agora, da mesma forma, vejo pessoas aplaudindo esse golpe do judiciário, parece-me que não percebem que os personagens são os mesmos, os presos políticos são os mesmos, a diferença é que, repito, ao invés da palavra "terrorista", o mote agora é "mensaleiro". Saiba mais sobre o processo da novilíngua.

Autor:

José Carlos Lima



Em recente artigo, Paulo Moreira Leite apontou o uso de palavras como "privilégio" e "privilegiado" ´pela superestrutura,  sendo que tais  palavras "mágicas" tem sido repetidas à exaustão para a criação de consensos perante a opinião publica(da) e assim justificar a barbárie, como se a maior barbárie  fosse, por exemplo, o fato de que , no Brasil, 5 famílias abocanham mais da metade da riqueza nacional o que, de fato, é um privilégio criminosa.

Privilegiados e perseguidos, por Paulo Moreira Leite

Da Istoé
Privilegiados e perseguidos
No país da novilíngua, direito assegurado em lei é tratado como privilégio
Há muito tempo nós sabemos que o uso de palavras inadequadas é uma das formas menos inocentes e mais eficazes de manipulação política.
Permite esconder a realidade, confundir o cidadão comum e estimular reações que não têm apoio nos fatos.  
Estudioso aplicado dos regimes stalinistas, a quem acusava de manipular uma ideologia igualitária criada pelo pensamento comunista para construir uma  ditadura opressiva, George Orwell criou o termo novilíngua para explicar o fenômeno.
Com isso, explicava, era possível fazer uma coisa – e fingir que se praticava seu oposto.  
Cinco décadas depois da morte de Josef Stalin, velhas técnicas stalinistas de propaganda foram despidas de sua origem primeira e servem a qualquer causa, a qualquer ideologia, mesmo a mais conservadora: esconder  fatos desagradáveis, falhas humanas, gestos incoerentes, contradições e mesmo mentiras.
É tudo retórica. Seu método, no entanto, é o mesmo. Consiste em usar uma questão real para deformá-la ao sabor de propósitos  e conveniências de momento.  
No Brasil de 2013 a novilíngua está na primeira página dos jornais.
Empregar o termo “privilegiados” para se referir aos condenados na ação penal 470 e usar a expressão “privilégios” para se referir às condições no presídio da Papuda é prestar um favor desnecessário às autoridades comandadas por Joaquim Barbosa.
Um exame criterioso dos fatos mostra que, pelo contrário, desde o início o STF tomou  um conjunto de medidas jurídicas que é adequado classificar como perseguição em vez de prestação de favor ou benefício indevido.
Já era absurdo falar em privilégio para cidadãos condenados num julgamento “exemplar” onde foram aceitas várias medidas excepcionais e nada exemplares. Para quem ainda fica surpreso quando lê isso, vamos recordar rapidamente. Quem já está cansado de ouvir os argumentos, pode pular para o final do ítem “F”.  
 A) Negou-se o direito a um duplo grau de jurisdição, garantia constitucional reservada a todo brasileiro que não tem foro privilegiado e assegurado aos mensaleiros PSDB-MG  e também no DEM do Distrito Federal.
 B) Na falta de provas capazes de demonstrar a culpa dos réus além de qualquer dúvida razoável, aceitou-se uma teoria exótica, do domínio do fato, que não tem a mais remota ligação com o caso em questão.
 C) As penas foram agravadas artificialmente, em debates onde se disse, explicitamente, que a prioridade era garantir que os réus fossem encarcerados – e não que a justiça deveria ser feita.
 D) Os réus foram acusados de desviar R$ 73,8 milhões do Banco do Brasil mas a própria instituição nega, oito anos depois da denúncia, que qualquer centavo tenha sido extraído indevidamente de seus cofres.
 E) Os petistas foram acusados de encobrir o esquema através de contratos fictícios com o Banco Rural mas a Polícia Federal garante que foram verdadeiros e envolviam empréstimos reais.  
 F) investigações que poderiam ajudar na inocência de determinados réus até hoje se encontram sob segredo de justiça. O julgamento já acabou e o segredo continua.
 Também é errado falar em privilégio na fase de execução das penas. Presos num feriado de 15 de novembro, até hoje réus com direito a cumprir pena em regime semiaberto são mantidos em regime fechado – a última novidade é avisar que mesmo quem tiver conseguido trabalho fora da prisão deverá, em nome da” igualdade,” aguardar no fim da fila pelo exame de seus pedidos. Sabemos o que isso significa, certo? Também sabemos que o fatiamento dos mandatos de prisão foi anunciado como uma medida que iria beneficiar os réus. Na prática, o que se vê é uma forma de garantir que fiquem em regime fechado – de qualquer maneira.
Os presos foram deslocados para a Papuda em dia de feriado nacional, num esforço obvio para usar seu infortúnio – a perda de liberdade é sempre um infortúnio para cidadãos convencidos de seu valor,  certo? -- como ilustração para um evento de propaganda.
Um preso como José Genoíno está proibido de dar entrevistas, o  que   atenta contra a liberdade de expressão.
Que privilégios são estes?  
Na realidade, o que se quer é negar o direito de uma pessoa pelo fato de que nem sempre ele se encontra ao alcance de todos.
Equivale a obrigar um cidadão a pagar,  como indivíduo, pelas irresponsabilidades e omissões acumuladas por gerações e gerações que estiveram a frente do Estado.
Qualquer calouro de ciência política sabe que, num país onde a distribuição de renda e a desigualdade seguem uma tragédia, a luta pela igualdade é necessária e positiva.
Mas, na situação atual, basta que os meios de comunicação, que definem o que é a opinião publicada, que muitos confundem com a opinião pública, tenham disposição de dar crédito a novilíngua quando ela convém. Pela falta de um componente indispensável a seu trabalho, o espírito críticos, eles  referendam a manipulação do “privilégio” e do “privilegiado.”
Na ficção de Orwell, a função do ministério da Verdade era divulgar mentiras, não é mesmo?
Só quem nunca abriu um gibi de sociologia acredita que a vida real é um simples decalque das planilhas de renda do IBGE.
A experiência demonstra que uma pessoa pode ser privilegiada, do ponto de vista econômico e social, mas perseguida – até com violência -- do ponto de vista político.  
Milionário, o empresário Rubens Paiva foi preso, torturado e massacrado num ritual animalesco sob o regime militar.
Mortos com um tiro na nunca, na guerrilha do Araguaia, quando estavam desarmados e dominados, dezenas de militantes do PC do B haviam saído de famílias de classe média, tinham diplomas universitários e seriam, em comparação aos demais brasileiros, cidadãos privilegiados.
E até hoje o Estado brasileiro não foi capaz de dar qualquer notícia sobre o paradeiro de Rubens Paiva nem desses estudantes do Araguaia,  situação que transforma a dor de seus familiares num sofrimento idêntico ao dos parentes de Amarildo, o humilde pedreiro torturado e morto pela PM numa favela do Rio de Janeiro em 2013.
Nenhum torturador de Rubens Paiva foi preso, nem julgado nem condenado. Idem para os estudantes do PC do B. Idem, possivelmente, para os carrascos de Amarildo.
Centenas de milhares de brasileiros são vítimas, todos os dias, da incompetência da policia para prender e controlar a violência de criminosos comuns. Milhões de mandados de prisão destinados a prender ladrões de automóvel, assaltantes de resistência, quadrilhas de sequestradores, não são cumpridos.
Vítimas de assalto e de roubo muitas vezes sequer se animam a fazer qualquer denúncia porque tem certeza de que será inútil – ou mesmo arriscado, caso tenham de identificar suspeitos.
Estrutura de classe? Privilégio?
Do playboy Doca Street ao doutor Osmany Ramos, sem falar em vários casos de médicos-monstro de nossos consultórios, e até banqueiros especialmente inescrupulosos, o inferno de nosso sistema prisional possui exemplos de habitantes dos degraus superiores que foram colocados atrás das grades.  Embora a impunidade seja grande, vez por outra até figurões do judiciário são apanhados e denunciados.
O discurso contra o privilégio dos prisioneiros da ação penal 470 também alimenta  uma operação de marketing político. É uma arma eleitoral, na realidade.
Procura associar a condição de riqueza e privilégio econômico a lideranças de um governo que tem um histórico reconhecido de combate a desigualdade na renda e na ampliação das oportunidades para os mais pobres. A tentativa é mostrar que todos os governos são iguais e que nenhum político tem valor.
É aquilo que os estudiosos chamam de desconstrução.
E assim voltamos ao período em que nasceu a novilíngua. Foi o tempo dos Grandes Expurgos, quando, através da violência e da ditadura, Josef Stalin eliminou uma geração inteira de combatentes e lideranças  da vida política da antiga União Soviética e consolidou um poder absoluto que manteve até a morte, quase vinte anos depois. 
“Morte aos cães!” gritava o procurador geral, Andrey Vichinsky. Aos condenados, punidos com a pena de morte, exigia-se que aceitassem suas penas, admitissem suas falhas, confessassem erros e, em especial, traições. Sim, esta palavra, traição, era essencial. O importante, de qualquer modo, era que morressem depois de confessar.  Não podia haver ilusão quanto a seu destino na história. Estavam condenados e precisavam admitir sua culpa, sua falha, sua fraqueza.
É assim que, 80 anos depois, em outro país, em outro contexto, sob outro regime, se fala em privilégios e privilegiados. É uma parte importante dos combatentes da ditadura, onde se encontram, e eu duvido que seja pura coincidência, os mais decididos, mais resolutos, mais corajosos, aqueles que mais estiveram comprometidos com mudanças reais e com a construção de uma democracia de conteúdo social, aliada dos mais pobres, dos excluídos, dos negros, que devem ser silenciados.
Um quarto de século depois da democratização do país, os brasileiros convivem, pela primeira vez, com um sistema plítico onde a polarização política reflete, menos remotamente do que gostariam nossos sociólogos da aristocracia, uma certa divisão de interesses de classe na sociedade. Não vamos criar fantasias nem caricaturas. Todos sabemos dos limites e falhas inesquecíveis do governo Lula-Dilma desde 2003.
Mas eu acho difícil negar que, apesar disso, os brasileiros  vivem uma situação nova na sociedade, onde as camadas inferiores obtiveram  direitos e conquistas.
Deixo para os historiadores e os eruditos verdadeiros e independentes, que não estão na folha de pagamentos da novilingua industrial, nem usam uma bola de cristal de uma cigana sobrancelhuda que só faz profecias para anunciar desastres, a tarefa de encontrar um outro governo, em nossa história, que tenha demonstrado um empenho tão profundo com a preservação do emprego, a melhoria do consumo e a distribuição de renda. Num período de capitalismo de abismo, este é o grande diferencial, a primeira fronteira, o ponto de partida, a luta inicial. É a resistência, num universo onde economistas do Estado mínimo dizem que comer bife todo dia é extravagância.  
É por causa disso que palavras fora do lugar, como “privilégio” e “privilegiados” têm tanta importância. É ali que está o alvo a ser atingido pela novilíngua.
Não são os prisioneiros, alguns competentes, outros trapalhões, outros as duas coisas. Talvez até haja corruptos entre eles, vamos admitir, até porque sabemos que podemos encontrar essas pessoas em todos os cantos de nosso universo político, em casos até mais cínicos e escancarados. Mas nós sabemos que, sem provas, isso é igual a nada.
O que se quer, muito simplesmente, é impedir o debate sereno de fatos e provas que podem mostrar o que houve – e não aquilo que se quer fazer acreditar que aconteceu no julgamento da AP 470. 


(http://www.jornalggn.com.br/noticia/privilegiados-e-perseguidos-por-paulo-moreira-leite)


Ainda sobre o uso da novilíngua pela superestrutura para justificar a prática da tortura, outro artigo:

O tetraplégico e a mídia carrasca, por Miguel do Rosário, em O Cafezinho


Publico abaixo dois textos sobre o mesmo tema. A tentativa escroque da Folha e de toda a mídia de usar o caso do tetraplégico preso na Papuda, que teve negado o seu pedido de prisão domiciliar, para humilhar ainda mais José Genoíno. O caso do tetraplégico é um escândalo judiciário e midiático. Do judiciário por condenar um tetraplégico a regime fechado por causa de ridículos 60 gramas de maconha e algumas pedrinhas de crack; e depois por negar a prisão domicilar. Essa juíza é um monstro, e como assim deveria ser retratada pela imprensa.

É também um escândalo midiático porque a imprensa tinha a obrigação moral de protestar contra uma arbitrariedade tão gritante contra os direitos humanos. Prender um tetraplégico na Papuda por causa de 60 gramas de maconha? Onde está o Conselho Nacional de Justiça a essa hora? Cadê o Joaquim Barbosa? Ah, está na mídia, recebendo aplausos…
Por fim, usar esse caso para prejudicar José Genoíno é o cúmulo do mau caratismo. É sadismo em dose dupla! Pelo menos agora, a nossa mídia deixou claro que ela não está ao lado dos direitos humanos, da civilização e da democracia. Como sempre, alinha-se aos torturadores e à ditadura!
*
O sadismo em dose dupla da Folha
Por Miguel do Rosário, no Tijolaço
O sadismo da mídia brasileira revela-se, dia a dia, de forma cada vez mais descarada. Confira essa notícia, publicada em página nobre da Folha de hoje. Fala que um tetraplégico teve prisão domiciliar negada. Ao invés de ser uma notícia em formato de denúncia, pois é óbvio que se trata de mais uma arbitrariedade odiosa do judiciário, a Folha usa a informação para atacar e humilhar Genoíno. Afinal, ele não é tetraplégico, certo?
A arbitrariedade do caso do tetraplégico é espantosa. Em primeiro lugar, ele nem deveria ter sido preso por tráfico: a polícia encontrou nove pedras de crack e 60 gramas de maconha em seu poder. É óbvio que não é um traficante, ainda mais sendo tetraplégico. Não tinha nem que ser preso, e se pede prisão domiciliar, tinha que recebê-la imediatamente!
Mas não. A mídia prefere que o tetraplégico fique preso na Papuda, porque isso justificaria a estadia também de Genoíno. É o sadismo em dose dupla! No caso de Genoíno, ao sadismo físico é acrescido o sadismo midiático, que é humilhá-lo diariamente, com exemplos matreiros como esse, para minar sua imagem junto à opinião pública.
E a reportagem, ao final, ainda traz um trecho descontextualizado da junta médica escolhida por Barbosa, sempre com a intenção de humilhar e massacrar José Genoíno.
*
Genoino e o tetraplégico preso em Papuda
Por Luis Nassif, em seu blog.
O preso não tem nome. O advogado pediu que não fosse divulgado e o jornal acatou. Não por respeito – e desde quando um jornal acata pedidos dessa ordem. Mas pela única razão de que é um anônimo, talvez um José de sobrenome da Silva. Não é celebridade para aguçar a curiosidade, nem classe média com o qual o leitor se identificar, nem ativista político, para despertar paixão e ódio, nem intelectual que possa ser romanceado.
É apenas um tetraplégico preso no presídio de Papuda.
Em sua casa, na periferia de Brasília, a polícia encontrou nove pedras de crack, mais de 60 gramas de maconha e R$ 900 em dinheiro. Pelas cotações de mercado, no máximo R$ 90 reais em crack, R$ 120 em maconha. O suspeito alegou que não estava sozinho em casa, que a droga não era dele, apenas parte dela, para consumo próprio.
A reportagem não detalha como um tetraplégico morava sozinho em casa e ainda tinha disponibilidade para traficar drogas. Mas informa que, mesmo antes da condenação definitiva, foi trancafiado em regime fechado na Papuda, sem direito à prisão domiciliar. Reincidente, foi condenado a 7 anos de prisão fechada.
Devido ao seu estado, o advogado pediu prisão domiciliar. O Ministério Público opinou pela aceitação. Aí a direção da Papuda garantiu que tinha condições de trata-lo e o MP voltou atrás, assim como a juíza Rejane Teixeira, da Terceira Vara de Entorpecentes, que anotou na sentença que “relatório enviado pelo presídio informou que o requerente está obtendo tratamento médico, realizando curativos nas úlceras, com bom estado geral”.
Segundo a reportagem, o tetraplégico depende de colegas para comer e se limpar. Usa fraldas e a urina fica armazenada em uma sonda que ele carrega consigo.
Mas ganhou uma relevância insuspeita. Nem se imagine o jornal, procuradores, juízes, ativistas de direita ou esquerda preocupados com as condições de um tetraplégico preso. Nem se imagine os bravos procuradores do DF envergonhando um poder que se gaba – com razão – da defesa dos direitos dos anônimos. Ou ONGs de direitos humanos levando seu caso para as cortes internacionais.
O tetraplégico anônimo ganhou a condição de álibi. Para o jornal, tornou-se álibi para destacar os “privilégios” de José Genoíno. Se um tetraplégico que precisa ser carregado pelos próprios colegas de cela permanece preso, porque um cardíaco em estado grave tem direito a prisão domiciliar?
Quando os holofotes da mídia acenderam, tornou-se álibi também para os procuradores exigirem imediatamente a isonomia, de presos políticos e presos comuns irmanados no desrespeito aos direitos individuais.
Para a direita, é álibi para desancar os “privilégios” de Genoíno; para a esquerda, o tetraplégico deve ser esquecido por não ter ficha de filiação partidária e nem uma história pregressa nobre para ser incensada.
Quando os médicos de Joaquim Barbosa admitiram que o quadro de Genoíno era sério, mas aceitaram as explicações da Papuda, de que poderia dar o atendimento necessário, os jornais celebraram. Circularam informações esparsas, de que o presídio não dispunha sequer de ambulância, ou de atendimento médico 24 horas.
Mas ninguém se habilitou a dissecar o que é o presídio. Os jornais, para não darem razão a Genoíno; os procuradores, para não expor sua falta de cuidados para com os direitos dos presos; o PT, porque o foco de interesse é apenas a cela que abriga Genoíno, Dirceu e Delúbio.
Nesses tempos de bestificação, de exacerbação do ódio e de falta de generosidade, a lembrança do tetraplégico anônimo, preso em Papuda, ainda se constituirá na prova maior de uma opinião pública que perdeu o sentimento de humanidade.
beccaria2



09/12/2013

Pelo abolicionismo penal

Vivemos numa sociedade mais punitiva do que curativa, por isso costumamos ignorar outras alternativas, como por exemplo a justiça terapêutica e o abolicionismo penal. Chegará um dia em que, ao invés do Poder Judiciário, de julgar e punir, teremos o Poder Curador, de curar. Ao invés de distritos policiais, teremos espaços cognitivos e aceitação do indivíduo para que ele possa realizar plenamente suas potencialidades, isso pode parecer patafísico e fora da realidade, mas é  através de sonhos " inalcançáveis" que a humanidade tem encontrado suas saídas na direção de um mundo melhor para todos nós e não apenas para 1% da população, estes oferecem apenas a cadeia.

O que se entende por abolicionismo penal? 
por Joice de Souza Bezerra, no Jus Brasil
É um movimento relacionado à descriminalização, que é a retirada de determinadas condutas de leis penais incriminadoras e à despenalização, entendida como a extinção de pena quando da prática de determinadas condutas. Como bem escreveu Guilherme de Souza Nucci, in Direito Penal Parte Geral 2ª parte, Ed. CPC, p. 14 e 15, trata-se de novo pensamento que vem ganhando adeptos entre penalistas especialmente na Europa, (...) fruto de estudos e artigos de Louk Hulsman (Holanda), Thomas Mathiesen e Nils Christie (Noruega) e Sebastian Scheerer (Alemanha). O autor explica que se trata de um novo método de vida posto apresentar uma nova forma de pensar o direito penal, uma vez que se questiona o verdadeiro significado das punições e das instituições, com o objetivo de construir outras formas de liberdade e justiça.
A questão é interessante e serve como um dos meios de se amenizar o caos penitenciário em que se encontra o país. Isso porque pode ser aplicada rapidamente e apresentará resultados a curto prazo, estabelecendo penas somente aos atos criminosos que atinjam, verdadeiramente, o indivíduo ou a coletividade.
Assim, para determinadas condutas, hoje criminosas, não haveria nem a tipicidade penal nem pena.
Pode-se argumentar que tal medida seria uma espécie de incentivo para que se cometessem tais condutas, vez que estas não mais seriam condutas criminosas e sim atos da conduta humana. Mas o fato de se despenalizar não incentiva a conduta, prova disso é o tratamento atribuído ao usuário drogas, ele não é criminoso, é dependente, não precisa ser encarcerado, merece ser curado, e, o fato de não mais se incriminar o usuário não resultou em aumento de usuários.
Desse modo, apenas para concluir, o abolicionismo penal, que poderia, por exemplo, ser atribuído a crimes leves patrimoniais, é instrumento de justiça e segurança social e está diretamente relacionado ao princípio da dignidade da pessoa humana.

Leia mais
IV Avatar: Os presos com transtornos mentais sem tratamento em Goiás
Abolicionismo penal
Abolicionismo penal e realidade brasileira
Manual da justiça terapêutica
http://www.tjgo.jus.br/docs/institucional/projetoseacoes/justicaterapeutica/DOC_cartilha_divulgacao.pdf


Vigiar e punir - o jornalismo e o corpo dos condenados, por Sérgio Saraiva

Tentando entender essa postura cruel para com os condenados do "mensalão" em geral e em relação a Dirceu e Genoíno em particular, publiquei, aqui, um post fazendo uma analogia entre essa postura da nossa imprensa e a obra de Foucault "Vigiar e punir".
O título é "Vigiar e punir - o jornalismo e o corpo dos condenados". 
Link abaixo,
http://jornalggn.com.br/blog/sergio-saraiva/vigiar-e-punir-%E2%80%93-o-jornalismo-e-o-corpo-dos-condenadoshttp://jornalggn.com.br/blog/sergio-saraiva/vigiar-e-punir-%E2%80%93-o-jornalismo-e-o-corpo-dos-condenados


Atualização -   14:06

Comentário

O artista Edney Antunes comentou minha obra em forma de curtida e, claro, lhe respondi

José Carlos Lima Ah Edney Antunes de vez em quando me deparo com uma obra minha como esta ai construída a partir de uma revelação de sonho, ai são 3 pequenas tiras de azulejo que achei na rua após a revelação, 3 códigos da vida, dois deles aprisionados, o 2 ao 3, o 1 livre, a saber 1 espirito, 2 sexo, 3 trabalho, mas isso, aquilo que nos é revelado quando fechamos os olhos para ver, me cobro muito por estar deixando de lado minhas revelações de lado para ajudar meus amigos na prisão mas qualquer hora eu volto, sei lá, como também posso continuar existindo como ser ordinário, isso é bom, numa outra revelação vi Bispo do Rosário como um ser comum parece-me que um chapa de caminhão pedindo dinheiro na rua, dei 1 real e ele ficou muito feliz como ser ordinário, ou seja, não-artista offline pro resto da vida, mas é a arte que nos tira da condição de ser ordinário, mas estou tendo o maior prazer em ser ordinário: "NOVILINGUA"

                                      Aperte na imagem para ampliar

P.S.- NOVILINGUA - Um outro artigo imperdível é este do jornalista Paulo Moreira Leite, onde ele diz que há por ai uma 'nova língua" que de nova tem nada, é sim um velho truque para espezinhar, torturar matar: Ele se refere à palavras "privilégio' e "privilegiado'. PML tem razão. Se na ditadura militar o status quo usava a "terrorista' para massacrar que se opunha à ditadura, hoje faz o mesmo com a palavra "mensaleiro", enfim, são palavras que soam como doce das bocas sujas que de éticas não tem nada, pelo contrário, tem vários esqueletos em seus armários, que o diga Bilhante Ustra e cia. Boa leiturahttp://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/123387/AP-470-PML-contesta-cr%C3%ADticas-a-privil%C3%A9gios.htm

06/12/2013

Sobre os Fascistas que Ameaçam Emergir de Águas Turvas



Guardei isso em Spin Regressista pois é o armário certo: O do fascismo que a todo momento ameaça emergir de águas turvas e solapar as conquistas do povo brasileiro. Noto o seguinte modus operandi nessa onda fascista: O golpe militar teve Carlos Lacerda(UDN) e o para este golpe judiciário tivemos uma figura fazendo o mesmo papel de Lacerda: Joaquim Barbosa(Sem partido, por enquanto), vejo os dois momentos tão parecidos,...a midia é a mesma de antes e agora,,,os presos politicos são os mesmos...a elite sacaneando com os presos e uma parte da população desinformada ou de má fe apoiando...o que mais...o objetivo é o mesmo o de manter o status quo...a palavra que justificativa a tortura a partir de 64 era "terrorista" e agora é 'mensaleiro",,gente cá pra nós,há algo de diferente? Não há, o script é o mesmo: Se valem de uma palavra mágica para disseminar essa onde fascista, da mesma forma que o fizeram em 64, enfim, nada de novo.

P.S.- Publiquei no facebook em resposta a este comentário de Maria Luiza Quaresma Tonelli

"A mídia está fomentando esse caldo de cultura fascista que não respeita nada e ninguém. Tem grupos nas redes sociais combinando de protestar em frente da casa do Genoino em São Paulo e na frente da casa da filha, em Brasília, onde ele cumpre prisão domiciliar provisória. Onde querem chegar? Protestar contra o quê, se o cara já foi julgado e condenado. Querem o que mais? Isso aqui é um Estado com leis ou não? "


O Show "Atento aos Sinais", de Ney Matogrosso, em Brasília



Ney Matogrosso encanta mais de 2 mil fãs com repertório de canções inéditas, por Irlam Rocha Lima, no Correio BrasilienseNey, que usou uma cadeira espelhada como apoio para a troca de figurino -- cinco ao todo --, provou que os 73 anos que ostenta não são impeditivos para se soltar no palco cheio de rebolado e muita movimentação

Durante quase duas horas, o cantor mostrou que é um artista completo (Rita Vicente/Divulgação)
Durante quase duas horas, o cantor mostrou que é um artista completo
Mais de 2 mil pessoas deixaram, encantadas, o auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na noite deste domingo (3/11), depois de assistir ao show Atento aos Sinaisprotagonizado por Ney Matogrosso. Durante quase duas horas, o cantor mostrou que é um artista completo, explorando diferentes possibilidades do uso da voz e expressão corporal em uma performance arrebatadora.

Ousado, mostrou a que veio desde a abertura do espetáculo, com Rua de Passagem (Arnaldo Antunes), Incêndio (Pedro Luis) e Vida louca vida (Lobão). O repertório, quase que totalmente de canções inéditas, foi bem assimilado pela plateia que o aplaudia com entusiasmo ao fim de cada interpretação.

Houve momentos, porém, de maior vibração, como quando ele cantou Noite torta (Itamar Assunção), Freguês da meia-noite (Crioulo), Beijos de imã (Jerry e Alzira Spíndola) e Tupi fusão (Vitor PirralhO).

A banda afiada que o acompanhou tem como destaque o baixista brasiliense Dunga, o percussionista Marco Susano e o tecladista sasha Ambach, que assinou também a direção musical.

Ney, que usou uma cadeira espelhada como apoio para a troca de figurino -- cinco ao todo --, provou que os 73 anos que ostenta não são impeditivos para se soltar no palco cheio de rebolado e muita movimentação. Em painéis eletrônicos, no fundo do palco, imagens do cantor de várias fases da sua carreira eram projetadas.

Os fãs que foram para a frente do palco no fim do show, e que registraram tudo com celulares e máquinas fotográficos, foram brindados com dois bis. No primeiro, cantou Amor, um clássico da epoca dos Secos e Molhados, e Astronauta Lírico (Vitor Ramil). E, no segundo, a balada Mensagem, de Cazuza, e o samba Eis Amor, de Martinho da Vila, deixando a cena com os admiradores em delírio.

No camarim, Ney contou que o CD com o repertorio do show vai ser lançado no próximo 13.

05/12/2013

Do golpe militar ao golpe do judiciário


Durante o julgamento do "mensalão", ministros do STF dormiram no momento em que advogados da defesa dos réus falavam. Esta situação foi retratada por Honoré Daumier( 26 fevereiro, 1808 - 10 fevereiro, 1879)na série "Les Gens de Justice"

"É um escândalo. É, efetivamente, a prática de um terrorismo virtual, de um terrorismo de ciberespaço que tem um sentido estratégico e semiótico, pois visa atacar exatamente o que há de mais fundamental na formação de consciência pública em sociedades massificadas e complexas como as atuais, que são os sistemas de comunicação. Este terrorismo semiótico visa impedir a liberdade de informação e a construção da cultura e da identidade latino-americana por fora da pasteurização estadudinense e dos valores pobres da globalização neoliberal" (Jefferson Miolla)


BOMBARDEIO MIDIÁTICO - Como ocorre em todo e qualquer golpe, as pessoas ainda não se deram conta do que ocorreu no julgamento do mensalão, de exceção, como tem apontado especialistas. As pessoas tem sido bombardeadas por argumentos jurídicos, políticos e éticos, além de muita propaganda enganosa dos meios de comunicação que desde o início conduziram este processo farsesco. Esse bombardeio tem confundido  que pretende formar uma opinião com isenção, pois desta forma torna-se impossível se diferenciar as mentiras da realidade dos fatos. A grande mídia, comprometida ideologicamente ou por troca de favores políticos, a todo momento manipula a opinião dos mais jovens com versões distorcidas sobre a AP 470.

CARLOS LACERDA PRESENTE - Só sei que, em relação que, em relação ao golpe militar, não mudou nada, os personagens são os mesmos. Criticamos Joaquim Barbosa mas sabemos que, a par da sua covardia, ele(Barbosa) não passa de um tolo a serviço da mesma elite que manteve o país por décadas sob um regime de tortura, cassações, exílio, cassações e assassinatos. Barbosa faz o papel de Carlos Lacerda(UDN) sem saber que, tal como ele(Lacerda) será também descartado tão logo cumpra sua função. Está tão claro, não falta nem mesmo aquela população aplaudindo as atrocidades até o dia em que caiu a ficha. 

ONTEM 'TERRORISTAS' E HOJE 'MENSALEIROS" - Duas palavras mágicas para justificar a humilhação, a cassação de direitos políticos e a decretação da more civil, até nisso a história se repete embora como farsa: Os presos políticos são os mesmos. Com saudade da palavra "Junta", Barbosa instalou uma Junta Médica ao convocar médicos da sua estrita confiança, tal como Henry Shibata, diagnósticos foram distorcidos, laudos foram editados.

MANTER O STATUS QUO - Não mudou o objetivo central da caça aos "terroristas" (sic, "mensaleiros): Solapar as conquistas do povo brasileiro, eis a lição: Ai daquele que se atrever a alterar o status quo desta nação mesmo que não como seria justo. Ai daquele que expulsar da cozinha do Planalto os jornalistas que trabalham para o oligopólio midiático: Não haverá trégua. É disso que se trata. 

HUMILHAÇÃO NA PRISÃO - Joaquim Barbosa deixou os "seus presos" (não presos do Estado) aos cuidados de um juiz que tem fortes relações, além de parentesco, uma vez que  é filho de um ex-secretário de Arruda, o qual  foi-lhe prestar solidariedade na prisão e mantém-se fiel até hoje, o juiz natural foi afastado, de forma ilegal, por Joaquim Barbosa. Como disse, é o mesmo script do golpe militar, não faltou nem mesmo a Constituição Federal jogada no lixo por um julgamento de exceção que se mantém neste momento de execução das penas.

A JUNTA MILITAR (SIC, MÉDICA) DO BARBOSA - Embora seja flagrante a ilegalidade da junta militar instalada para fazer os últimos arremates neste julgamento de exceção, fico me perguntando se ao ficarmos debatendo isso levaria a algum lugar, é como se, em plena ditadura militar, ficássemos debatendo a legalidade da Justiça Militar. Como ficar discutindo atos dentro de um processo injusto, ilegal e de exceção. Justiça boa é justiça justa, o que não foi o caso desse julgamento de exceção. Só sei que a mídia está repetindo o mesmo script da ditadura militar, não muda nada: Estamos diante de um golpe do judiciário, os presos políticos são os mesmos, parte da população aplaudindo os torturadores faz-se presente, o modus operandi da elite tupiniquim para solapar as conquistas do povo brasileiro e manter a ferro e fogo seu status quo é o mesmo, que tal discutirmos por aqui:

Do golpe militar às Diretas
Do golpe militar às Diretas-Já 
Do Blog do Miro
O golpe militar de 1964 serviu aos interesses – ideológicos, políticos e empresariais – dos barões da mídia. Com exceção do Última Hora, os principais jornais, revistas, emissoras de TV e rádio participaram da conspiração que derrubou João Goulart. O editorial da Folha de S.Paulo de 17 de fevereiro de 2009, que usou o neologismo “ditabranda” para qualificar a sanguinária ditadura, ajudou a reavivar esta história sinistra – além de resultar num manifesto de repúdio com 8 mil adesões de intelectuais e na perda de mais de 2 mil assinantes. Afinal, não foi apenas a Folha que clamou pelo golpe. Vários livros documentaram a participação ativa da mídia, inclusive listando veículos e jornalistas a serviço dos golpistas [9]. Os editoriais da época escancararam essa postura ilegal. 

 “Graças à decisão e heroísmo das Forças Armadas, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo a rumos contrários à sua vocação e tradições... Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares”, comemorou o jornal O Globo. “Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade... A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”, afirmou, descaradamente, o Jornal do Brasil. “Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr. João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comunos-carreiristas-negocistas-sindicalistas”, disparou o fascistóide Carlos Lacerda na Tribuna da Imprensa. 
Na sequência, alguns veículos ingeriram seu próprio veneno e sentiram a fúria dos fascistas, que prenderam, mataram, cassaram mandatos e impuseram a censura. Lacerda, que ambicionava ser presidente, foi escorraçado pelos generais. Já o Estadão, com a sua linha liberal-conservadora, discordou do rumo estatizante do regime e teve várias edições censuradas. Este não foi o caso do grupo Frias, que tornou a Folha da Tarde “uma filial da Operação Bandeirantes”, a temida Oban, e no jornal de maior “tiragem” do país devido ao grande número de “tiras” (policiais) na sua redação [10]. Também não foi o caso da Rede Globo, que ergueu seu império graças ao irrestrito apoio à ditadura [11]. 
Até quando a ditadura já dava sinais de fraqueza, a TV Globo insistiu em salvá-la. Nas eleições de 1982, a corporação de Roberto Marinho montou um esquema, através da empresa Proconsult, para fraudar a apuração dos votos e evitar a vitória do recém-anistiado Leonel Brizola. 
Acorda Brasil, leia mais

P.S. - Ministros, bom sono!

03/12/2013

Eis aqui a sociedade barbosista ou, como queiram, a "Nova República" da Globo

Barbosa poderia ter-se considerado feliz e, como tal, não ter-se alinhado a esta elite secularmente escravocrata. Ao invés disso, tomou a forma de um extremista[ou ressentido, tanto faz] e, como tel, tem procurado vingar-se de lembranças do passado presentes que ele(Barbosa) não conseguiu superar e, desta forma, entregando-se aos escravocratas,  solapar as conquistas do povo brasileiro. E tem cometido erros, e vários erros, que vão desde a proteção de seu filho Felipe num processo em que provas da inocência dos réus o seu filho(Felipe) aparece, sendo que esta e outras provas foram desentranhadas do processo e jogados num inquérito paralelo sob segredo de justiça. Erros outros foram cometidos, como por exemplo negar o direito ao duplo grau de jurisdição, bem como manter sua gaveta lotada de outros casos que envolvia seu protegidos, como por exemplo o mensalão tucano, ação iniciada em 2003, o correto teria sido juntar os dois processos, o tucano e o petista, num só julgamento. 

Como se sabe, ao contrário dos petistas, os tucanos sangraram as estatais mineiras, enriqueceram-se com a res furtiva, "molharam" a mão de todo mundo(exceto dos pobres), inclusive de um ministro do STF, e há até a morte de uma modelo como esqueleto deste armário que Barbosa manteve fechado. Ao dizer estas coisas só quero dizer que é esta a "Nova República" da Globo, proclamada neste 15 de novembro por Barbosa no JN, com aquele show do camburão aéreo com os petistas sendo motivo de escárnio e zombaria, só se esqueceram dos 80 réus do mensalão tucano, o show midiático do mensalão teria sido mais atraente mas, como sabemos, essa moeda só tem um lado, a intenção mesmo foi dar a esta elite escravocrata a oportunidade de, a partir da palavra "mensaleiro", tripudiar, humilhar, tal como fizeram com a palavra "terrorista" na ditadura militar, o mesmo modus operandi, a elite é a mesma, os presos políticos são os mesmos, a população ignara é a mesma, os mesmos que saúdam a truculência de Barbosa, aplaudem o racismo nos santuários do consumismo, não mudou nada, assim a elite mantém inalterado seu status quo enquanto que um séquito de inocentes úteis aplaudem sem saber o que estão aplaudindo, eis aqui os mesmos que continuam aplaudindo os ataques de exibicionismo de um ministro ensandecido, mas saibam que um dia isso será desmascarado, nenhuma mentira perdura por toda a eternidade:

Momento 1: VISÃO.

Neste momento o estado visionário, como isso seria visto na cidade spin, onde há harmonia entre os sócios da sociedade(leia-se cidade-estado), que são os animais, os seres humanos e as pessoas jurídicas. Não há nada além destas três forças; Lá, o Poder Curador cuida de trazer à tona as contradições que porventura exista entre estes 3 sócios da cidade-estado no sentido de eliminá-las. Estas contradições são nossos bodes que muitas vezes jogamos para debaixo do tapete, nunca chegam ao nível do cognitivo, do conhecimento, tampouco passam pelo momento forma da visualidade.


Momento 2: FORMA 
Começa aqui o momento do contraste para vermos. Iustração ou arte, tanto faz. 
Polícia abordou vários jovens no shopping. (Foto: Divulgação)

Momento 3: CONHECIMENTO
A partir de agora o momento conhecimento, a vocação. O texto abaixo é sobre o spin jornalista. Jornalista ou verbalizador, tanto faz. Uma empresa, spin jornalista, pessoa jurídica, atribui seu erro às redes sociais, a conferir:
Um jornal que acusa, em seus editoriais, as redes sociais de serem histéricas e irresponsáveis, foi ontem refém de seu próprio moralismo. Agiu como o Rei do Camarote: “é preciso agregar valor. Tem de ter Instagram, álbum no Facebook”
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Nenhuma loja depredada no Shoping Vitória. Nenhum registro de qualquer tipo de violência ou crime. Nada. E a Polícia Militar do ES manda os meninos tirarem a camisa e sentarem no chão da Praça de Alimentação do shopping, para simular a estética do cárcere, quando presos são deixados nus expressando o êxito do “Estado de Direito” em arrancá-los a liberdade em nome da santa propriedade. Depois dessa humilhação, registrada no Instagram dos “micro reis dos camarotes”, a PM levou todos eles em fila indiana para, como Tiradentes, terem suas cabeças jogadas ao racismo inacreditável dessa gente cuja cultura se resume à casquinha do Bob’s, jóias da Vivara e à massa vagabunda da Spoletto, feita do trigo da elite capixaba, expropriadora e selvagem, cujo sobrenome é Buaiz.
Mas, em grande parte, o racismo foi potencializado pelas reportagens do jornalismo de Vitorinha. A “abordagem policial” do jornalismo online foi do mesmo nível do que a do Batalhão de Missões Especiais. O jornalismo online local fez o serviço de colocar, para o “respeitável público”, a farsa espetacularizada da PM.
 [video:http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=4nnztJMYtP4]
Consumidores de casquinha de Bob’s e jóias da Vivara aplaudem ação da PM dentro do Shopping Vitória. Racismo nosso de cada dia.
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As reportagens (http://migre.me/gPx0L) de A Gazeta e de A Tribuna NÃO ESCUTARAM nenhum daqueles jovens que foram humilhados pela PM. Isso porque o jornalismo, cada vez mais, se faz sem rua. A escuta é telefônica ou via email. Contudo, a cobertura online do Gazeta Online se superou na audácia conservadora, praticando a facebookização do jornalismo online, se comportando igual a um dos trolls contidos na caixa de comentário de suas notícias. A reportagem, preguiçosa, assinada por Jaider Miranda, diz: “durante uma briga, um tiro teria sido disparado”. Teria sido? Foi ou Não? Que raios é esse tempo verbal no jornalismo? Que raios de editora, de nome Andreia Pirajá, é essa que deixou passar essa imprecisão, essa versão da Polícia? Continua a matéria: “a polícia foi chamada ao local para tentar conter um suposto arrastão”. Suposto????? Eu fico me perguntando: o jornalista fez a reportagem de onde? do telefone? Do chat do Facebook? Olhando a sua timeline comovida. Há passagens ainda mais surreais de total falta de clareza e retidão informativa: “Policiais armados entraram no shopping e fizeram várias abordagens”. Quais? Como? Por quê? O que encontraram?
Para coroar esse abordagem jornalística, criada para dar buzz aos trolls, o Gazeta Online cometeu, antes de qualquer checagem dos fatos, um ato de pura covardia. Criou um álbum de fotos no Facebook chamado Confusão no Shopping. Por que isso é covarde? Porque um álbum, desse jeito, sem contexto informativo algum, é apenas upado para que as pessoas compartilhem as imagens com suas “perspectivas”. É o estilo editorial cuja máxima é “o que rolou nas redes sociais”; e cuja mínima social se traduz em : ˜Toma aí as imagens, façam o que vocês quiserem com elas. Linchem quem vocês acharem cool. Bora curtir!”. O jornal fica omisso, jogando, de novo, para a plateia fascista fazer seus comments livremente. Um jornal que acusa, em seus editoriais, as redes sociais de  serem histéricas e irresponsáveis, foi ontem refém de seu próprio moralismo.  Agiu como o Rei do Camarote: “é preciso agregar valor. Tem de ter Instagram, álbum no Facebook”. Como um jornal de 70 anos publica imagens, sem NENHUMA informação, numa fanpage com 121 mil curtidas? Que nível de responsabilidade vocês possuem com essa fanpage? Nenhuma?
Um salve – apesar dos pesares – para o repórter Giordany Bossato, de  A Tribuna, que foi mais rápido, arrancando a confissão do secretário de segurança de Segurança Pública André “Batia”, que de modo silógico afirmou: “Durante uma abordagem houve um estampido, possivelmente provocado por uma bombinha”.  Isso teria sido a causa da correria.
E o funk continua sendo criminalizado tal como o samba era, nos anos 30, na Praça Onze.
Um bombinha. E um espetáculo racista.
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Às 21h, do domingo, o jornal A Gazeta reviu sua abordagem sobre o acontecimento no Shopping Vitória. A crítica da gente – em rede – é sempre pedagógica.  Apesar do termo “clandestino”, para se remeter ao evento/funk, a reportagem responde bem a questão do meu texto matutino. O repórter descobriu que existe até uma associação de funkeiros.

E, bem apurada, mostra:

1. Não houve arrastão no Shopping Vitória.

2. Não houve tiros.

3. O que houve foi abuso policial (testemunhado) e cerceamento da liberdade de associação daqueles que querem curtir um pancadão nas ruas da cidade de Vitória.
Polícia e Shopping Vitória causaram esse alvoroço todo.

Bom quando o jornal muda e aceita as críticas. E o repórter mostra que sabe fazer jornalismo. Leia o texto na íntegra:http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/12/noticias/cidades/1470393-lojistas-e-funkeiros-criticam-acao-da-policia-dentro-do-shopping.html


Nota do SPIN:



Este assunto começou aqui



Shopping Vitória: Corpos negros no lugar errado



Atualização - 03/12/2013 - 12:36

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De Najla Passos, spin jornalista, humana, que trabalha na Agência Carta Maior, spin verbalizadora, pessoa jurídica: "Muito bom,  José Carlos Lima Spin. colocou os pingos nos ís...."