04/09/2018

O fim do Museu Nacional como símbolo da destruição de um pais


Video: veja como ficou o interior do Museu Nacional após o incêndio

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/video-veja-como-ficou-o-interior-do-museu-nacional-apos-incendio/

Da DESnegação ou: da Lei da Negação da Negação ou: Éramos Felizes e não sabíamos ou: O fim do Museu Nacional ou: Estava tudo aqui....


















  • Cristiano Novaes de Rezende disse, via facebook 
  • (https://www.facebook.com/cristiano.novaesderezende/posts/10217503528883182)

  • Melhor símbolo do presente, desse Brasil com teto baixo esmagando a educação, a cultura e a ciência, desse brasil minúsculo com vultuoso ódio ao amor pela sabedoria, que não sabe, não quer saber e, sobretudo, tem raiva de quem sabe.



  • Meu comentário ao post de Cristiano, no Facebook:

    ...... embora eu já tenha nascido com interesse em história, artes, antropologia, arqueologia, egiptologia, Roma e Grécia antigas e sempre busquei qualquer comentário, video ou artigo sobre isso, sinto-me constrangido em, somente agora, saber que o Brasil possui esse acervo com 20 milhões de peças que testemunhavam a história nacional e mundial....

    ......e pensar que há idas estou com a  ideia fixa de ir ao Egito para ver as as obras de Imothep...

    .....interessante: querendo ir ao Egito quando não vi nem mesmo o que se encontrava aqui perto, no Museu Nacional e que agora virou cinza....

    .....que sistema educacional é esse que esconde nosso próprio pais, sendo que, somente através da negação, do fogo, do saque e da destruição, tomamos conhecimento de nossas riquezas....

    .........isso é DESnegação,isso que o mundo vulgar chama de Lei da negação da negação: agora que perdemos, damos valor, que nem a mãe que perdemos, o celular que nos roubam, o objeto valioso que se quebra, quando um sistema educacional eficiente poderia ter-nos colocado a par disso: e olha lá que sou graduado em Artes Visuais...

    ......esse quadro que nos transforma em tábulas rasas é uma tragédia....eu mesmo só tenho aprendido através de sonhos, momentos atrás, ao acordar, como sempre faço, mantive meus olhos fechados aguardando o meu corpo normalizar para, somente então, abrir meus olhos de sem risco de morte: e neste momento vi um Homem rodeado de objetos  que me me pareceram serem restos da destruição: a princípio pensei tratar-se de um mendigo ali na Praça Botafogo: 

    .....olhei direito e vi que era uma Entidade egípcia, sendo que aquela presença tomou a cor cinza numa espécie de mimetismo que tornou da mesma cor, cinza,  os objetos e o derredor:  tudo cinza..,..perguntei àquele indivíduo o seu nome e neste momento me veio à mente Imhothep, talvez por ter pensado neste nome naquele momento...  




    Cinzas do Museu Nacional são metáfora do desprezo neoliberal pela memória
    por Tiago Barbosa

    A crônica diária de destruição do Brasil tem nos obrigado a perceber tudo como extensão simbólica da nossa falência enquanto nação.

    A tragédia do incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro é a bola da vez para a consternação coletiva em torno de uma história rotineiramente reduzida a pó.

    Tudo nela fede aos nossos tempos sombrios.

    O esqueleto de fogo exibido ao vivo pelas TVs deu forma física ao tradicional desprezo do país por memória, cultura e educação – traço exacerbardo pela agenda neoliberal recente de cortes excessivos no orçamento e de menosprezo a pautas de relevância social.
    O sumiço sob chamas do maior e mais importante acervo científico do país ocorre em meio ao congelamento, por vinte anos, dos recursos destinados à ciência, tecnologia, saúde, cultura e educação – medida endossada por uma elite cinicamente abalada, hoje, com o ocaso do museu.

    O equipamento público bicentenário agonizava com verba minúscula em 2018 e problemas estruturais no edifício denunciados há poucos meses. Chegou a suspender a visitação por falta de dinheiro.

    Mas a indiferença governamental torrou um patrimônio com mais de 20 milhões de itens catalogados – de Luzia, fóssil mais antigo das Américas, a coleções paleontológicas de valor inestimável para o conhecimento.

    A cremação pública do passado também metaforiza a tentativa contemporânea no Brasil neoliberal de enfraquecer instituições voltadas à construção e compreensão da nossa identidade.

    O governo atual tentou fundir as pastas da Cultura e da Educação para “economizar”, e um dos candidados a presidente de extrema-direita defende a extinção do Ministério da Cultura.

    Isso sem falar na crimininalização constante das políticas públicas adotadas para financiar manifestações identitárias – tidas como prática perdulária na cartilha da austeridade – e na tentativa repulsiva da linguagem neofascista de dar novo significado histórico e normalizar traumas como a ditadura militar.

    O incêndio no museu é mais um alerta à reflexão sobre o tratamento dado à nossa história. Ou abrimos os olhos de vez para o nosso passado ou seremos reduzidos a cinzas em um futuro próximo.

    Literal ou simbolicamente.







    Cecilia Cotrim disse, em sua tl no facebook: devíamos enterrar nossa arte, o que sobrou dela. tirar tudo dos museus, e enterrar fundo........

    ......penso em enterrar as matrizes de goeldi. penso em enterrar o que sobrou da casa da família-oiticica, penso em enterrar todxs os registros do rés-do-chão, toda a produção do iberê camargo, todos os escritos de artistas...... enterrar o que sobrou no mam, enterrar o que sobraria do mar, enterrar o paço imperial, enterrar a igrejinha da gloria, enterrar o predio do mec, enterrar o aterro do flamengo, enterrar o predio do mam, enterrar a casa das canoas, enterrar o que sobrou no museu do açude – o courbet maravilhoso, enterrar o que sobrou, o que sobraria...... o que não sobrará.

    ......Cecilia Cotrim Cecilia Cotrim penso em enterrar todos os livrxs de arte que adquiri, enterrar todos meus escritos e notas de aula, enterrar as partituras mais queridas de meu pai, enterrar as partituras raras de meu pai que doamos para a biblioteca da uni-rio. penso em enterrar todo sentimento que sobrou, ligado à vida e à arte, à cultura e ao mundo-comum......

    ....Giordani Maia disse: Luto...Museu Nacional: o que tinha no acervo consumido pelo fogo

    O Museu Nacional do Rio de Janeiro, consumido por um incêndio na noite deste domingo, conta com um dos maiores acervos de antropologia e história natural do país - são cerca de 20 milhões de itens.
    Localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, é o museu mais antigo e uma das instituições científicas mais importantes do Brasil.
    Fundado por Dom João 6º no dia 6 de agosto de 1818, o museu acabou de completar 200 anos.
    Atualmente, era administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, por ser universitário, tinha caráter acadêmico e científico.
    Muitas peças do acervo são exemplares únicos - de esqueletos de dinossauros a múmias egípcias, passando por milhares de utensílios produzidos por civilizações ameríndias durante a era pré-colombiana.

    1. Luzia

    Entre os itens provavelmente destruídos pelo fogo, está uma das principais atrações do museu: o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil, batizado de Luzia.
    Descoberto em 1974 pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire, em Minas Gerais, teria 11.300 anos.

    2. Sala dos dinossauros

    Um dos grandes destaques da coleção de paleontogia é o esqueleto Maxakalisaurus topai, o primeiro dinossauro de grande porte a ser montado no Brasil. A ossada também foi encontrada em Minas Gerais.
    Após um ataque de cupins na base de sustentação, em 2017, o Maxakalisaurus topai foi desmontado e guardado em caixas em um canto da sala de dinossauros, que foi fechada. O espaço foi reaberto em julho deste ano, após uma campanha de financiamento coletivo na internet.



















    Incêndio no Museu Nacional do Rio de JaneiroDireito de imagemGETTY IMAGES
    Image captionHidrantes próximos ao Museu Nacional não estavam funcionando, segundo os bombeiros

    De acordo com seus catálogos, o Museu Nacional possui uma das mais importantes coleções paleontológicas da América Latina, totalizando 56 mil exemplares e 18,9 mil registros.
    A coleção consiste principalmente de fósseis de plantas e animais, do Brasil e de outros países, além de reconstituições e réplicas.

    3. Meteorito Bendegó

    A coleção conta ainda com o meteorito Bendegó, encontrado em Monte Santo, na Bahia, em 1794. Com 5.260 kg, a peça está na instituição desde 1888.
    Por se tratar de um objeto metálico pesado, pode ser um dos poucos itens do museu que tenha sobrevivido às chamas.

    4. Caixão de Sha Amun en su

    Com mais de 700 peças, a coleção de arqueologia egípcia do Museu Nacional é considerada a maior da América Latina e a mais antiga do continente - com múmias e sarcófagos.
    O caixão de Sha Amun en su é uma das atrações mais populares da seção. Trata-se de um presente que Dom Pedro 2º recebeu, em 1876, em sua segunda visita ao Egito.

    5. Trono de Daomé

    Outra raridade do acervo é o trono do rei africano Adandozan (1718-1818), doado pelos embaixadores do rei ao príncipe regente Dom João 6º, em 1811.

    6. Coleção de arqueologia clássica

    Uma das coleções mais valiosas do museu é a de arqueologia clássica, composta por 750 peças das civilizações grega, romana e etrusca.
    Devido ao tamanho e ao valor, foi considerada o maior do gênero na América Latina.

    7. Artefatos de civilizações ameríndias

    O acervo de etnologia tinha artefatos da cultura indígena, como objetos raros do povo Tikuna, e afro-brasileira, além de itens de culturas do Pacífico. Havia pelo menos 1.800 artefatos de civilizações ameríndias da era pré-colombiana.
    Segundo a historiadora Heloísa Bertol Domingues, o museu foi concebido nos moldes de instituições europeias. Na época da inauguração, quando o local ainda se chamava "Museu Real", Dom Pedro 1º escreveu que o objetivo era "propagar os conhecimentos e estudos das ciências naturais no Reino do Brasil".

    'Tragédia para o Brasil e para o mundo'

    Em nota, o Museu Nacional afirmou que ainda está mensurando os danos ao acervo.
    "É uma enorme tragédia. A hora é de união e reconstrução. Infelizmente, ainda não conseguimos mensurar o dano total ao acervo, mas precisamos mobilizar toda a sociedade para a recuperação de uma das mais importantes instituições científicas do mundo", afirmou Alexander Keller, diretor do Museu Nacional, no texto.
    A doutora em antropologia Alba Zaluar, que estudou no museu, classificou o incêndio como "uma imensa tragédia para o Brasil e para o mundo".
    "O acervo do Museu Nacional é uma coisa única no Brasil, não tinha nada igual no país", afirmou Zaluar à BBC News Brasil.
    "O prédio foi residência da família real. Tinha uma biblioteca da área de antropologia importantíssima. Estamos arrasados."
    O presidente Michel Temer (MDB) disse, em nota, que o incêndio causou uma perda "incalculável ao Brasil".
    "Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos os brasileiros", escreveu.

    Prédio não teria alvará, segundo bombeiros

    O incêndio começou às 19h30, quando o museu estava fechado, e só havia quatro seguranças no interior. Não foram registradas vítimas.
    A reportagem da BBC News Brasil esteve no local. Em meio a um cenário de desespero, cidadãos ofereciam ajudam aos bombeiros para tentar debelar o fogo. Por volta das 23h20, o incêndio ainda não estava controlado.




















    Incêndio no Museu Nacional do Rio de JaneiroDireito de imagemREUTERS
    Image captionBombeiros disseram que os hidrantes próximos ao museu não estavam funcionando

    Segundo o coronel Roberto Bobadey, comandante-geral do Corpo de Bombeiros, membros da corporação tiveram problemas para encontrar água em hidrantes da região.
    "Os dois hidrantes mais próximos estavam sem carga. Estamos usando o lago da Quinta da Boa Vista e de carros-pipa", disse.
    O coronel também afirmou que o prédio não tinha alvará dos bombeiros para funcionar.
    As causas do incêndio ainda são desconhecidas.
    *Com reportagem de Júlia Dias Carneiro e Leandro Machado

    Museu Nacional: cientista arromba porta de prédio em chamas para recuperar peças 'insubstituíveis' Júlia Dias Carneiro Da BBC News Brasil no Rio de Janeiro

    Imagens do espaço interno mostram a destruição





    A imolação da história, por Fernando Brito

    Sem telhados e os pisos de madeira, com grande parte do seu imenso acervo em cinzas, o Museu Nacional segue, neste momento, cumprindo a sua função: a de nos mostrar que é preciso conhecer o que fomos e refletir sobre onde nos leva a trajetória humana, especialmente a brasileira. Olhar para suas ruínas é olhar para um país que está se consumindo pelo descaso com o que é seu, uma terra na qual os cupins do “corta, corta” destroem tudo para alimentar a fogueira financeira onde somos queimados e que ontem lançou suas labaredas sobre o museu, seus guardados e suas pesquisas que, teimosamente, insistiam em continuar.

    Afinal de contas, para quê, se destas pesquisas não saem softwares, gadgets, tecnologias para startups?

    Conhecimento que não gera dinheiro rápido é uma bobagem, não é? “Eu só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”, canta o hino dos tempos neoliberais. Olhar sobre o passado, para eles, não é aprendizado, é perda de tempo, quando não sentimentalismo romântico, próprio de fracassados e inúteis.

    Os pesquisadores que andavam por lá, a estudar fósseis, coleções de insetos ou esqueletos milenares não têm, afinal, SUVs, não torram em champagne nas baladas, não “agregam valor”, na visão argentária da gente míope que nos governa e, sobretudo, que domina o olhar da sociedade. Saber, mesmo, é saber ganhar dinheiro e até por isso apontam como os que devem dirigir o país o apresentador e o promoter bem-sucedidos como os mais capazes de nos dirigir, ou então os “candidatos do bilhão” que sabem tudo o que é preciso saber: ganhar dinheiro.

    Afinal, herança que interessa são fazendas, apartamentos, investimentos que se acumulam, para produzir gerações de inúteis que deles vivam, além de uma camada de executivos que disso cuidem e façam render.

    Não faltará logo quem proponha uma “parceria-público-privada”, para cuidar da velharia em troca dos ingressos, dos royalties de marcas e de souvenirs para, quem sabe, rebatizar o que sairá daquelas cinzas como “Palácio Itaú de História”.

    Não sei se, no mundo dos fatos, o fogo veio de uma emenda de fios desencapada, de uma lâmpada em curto, de um acidente, fortuito, que o descaso fez virar tragédia.

    Cá comigo acho que, no mundo dos símbolos, que usam os fatos como matéria-prima, o velho prédio imolou-se, resolveu arder em chamas contra a burrice, contra o obscurantismo, contra a estupidez dos cupins cortadores que, a esta altura, devem estar achando que aquilo ocorreu porque era um prédio antigo, ultrapassado, inútil. Como é ultrapassada e inútil a História.

    Tal e qual um budista, impávido, o velho prédio imolou-se para que todos vissem arder de súbito, em chamas e calor, a destruição fria e indiferente em que o queimamos durante décadas.

    Exatamente como fazemos com o Brasil.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/a-imolacao-da-historia/





    Alexandre Kellner criticou, ao lado do reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, falta de verbas e descaso do poder público com museu que pegou fogo
    Saiba mais


    "(...) Desmontes
    Para muitos especialistas, o incêndio no Museu Nacional representa um ápice do contexto de desmonte da cultura, da pesquisa, e da ciência brasileira, que vem sendo colocado em prática principalmente após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016. Uma das primeiras ações do presidente Michel Temer (MDB), por exemplo, foi o fechamento do Ministério da Cultura (MinC), amplamente criticado em uma grande mobilização nacional.
    Logo em dezembro de 2016, a aprovação da Emenda Constitucional 95 congelou os investimentos públicos do país pelos próximos 20 anos. Já em 2017, o orçamento para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações foi reduzido a R$ 2,8 bilhões, menos que um terço do valor destinado à pasta em 2010 e menos da metade do valor destinado em 2005.
    Há exatamente um mês, o conselho superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal e Nível Superior (Capes), principal instituição responsável pela bolsa de pesquisadores no país, afirmou que 200 mil bolsas podem ser suspensas a partir de agosto de 2019, entre as quais 93 mil de pós-graduação, caso o orçamento para o próximo ano não seja discutido.
    Na opinião de André, o incêndio no Museu Nacional foi praticamente um retrato dessa situação. "As ciências surgem no âmbito dos museus no país, e a gente ter a primeira instituição científica e museológica do país ardendo em chamas ontem é praticamente um retrato do que está sendo legado ao país em relação à pesquisa, à ciência, à tecnologia e à educação, e por conseguinte, à cultura. Perdemos 200 anos de processos científicos e museológicos, mas os acervos mais antigos ali tinham 12 mil anos. Parte da história da humanidade foi extinta ontem naquele incêndio", destacou.
    Segundo João Brant, ex-Secretário-Executivo do Ministério da Cultura no governo Dilma, não há projeto a longo prazo por trás dos cortes nos investimentos que o país vem sofrendo.
    "Os cabeças de planilha que acham que cortando o gasto público o Brasil recupera a capacidade econômica deixam de reconhecer, justamente, todos os efeitos negativos imediatos e os de longo prazo deste corte de recurso. Nós perdemos acervos de uma forma que é completamente irrecuperável. Quando a gente fala de corte de gasto, por exemplo, todos os museus têm um mínimo de manutenção que se você corta não existe de onde tirar", afirmou.
    Na opinião de Adriana Facina, a tendência é que se agrave cada vez mais a situação das pesquisa no país.
    "A gente tem uma elite que se encanta com os museus em Paris e não dá a mínima para o que tem aqui. A falta de investimentos é histórica e vem de antes da PEC. Nós vamos sentir essa PEC daqui a um tempo e a tendência é se agravar, o impacto na saúde, na educação e na ciência serão sentidos em breve. A pesquisa brasileira já faz muito com muito pouco, a pesquisa brasileira é referência internacionalmente em diversas áreas, com condições muito inferiores de recursos e estruturas que existem em outros países com nível parecido de produção científica. Aprofundar essa precariedade é matar essa produção de conhecimento. É o desmonte total", concluiu.
    A UFRJ publicou, na tarde desta segunda-feira (3), uma nota pedindo ao Governo Federal uma mudança no sistema de financiamento das universidades federais do país. "A matriz orçamentária existente no Ministério da Educação não aloca nenhum recursos para os prédios tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e para os museus universitários. Esse momento devastador deve ser um alerta para as forças democráticas do país, no sentido de preservação do patrimônio cultural da nação", afirmou o texto. 
    Em nota pública divulgada também nesta segunda-feira, o Ministério Público Federal (MPF) informou que já requisitou a instauração de um inquérito policial para apurar as causas e responsabilidades pelo dano causado ao Museu Nacional e seu acervo. Na tarde desta segunda-feira (3), ocorreu um grande ato na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em homenagem ao Museu. 
    Edição: Diego Sartorato




    O Museu da Destruição Nacional (Carta ao IPHAN)


    por Beatrice Papillon


    Corram e avisem os bombeiros para não moverem nenhuma tábua ou telha despencada! Não mexam nos destroços, nem sequer passem vassouras sobre as cinzas. Peçam à perícia que analise as causas do incêndio sem alterar a cena. Deixem tudo como está! É preciso preservar cada pedaço queimado desta história para a inauguração do primeiro "Museu da Destruição Nacional".

    Muitos povos fizeram memoriais das cinzas para contar suas tragédias. Assim os alemães construiram o memorial do holocausto. Em Nova York há um marco em memória das vítimas do World Trade Center. No mundo todo há museus que contam guerras, invasões bárbaras, escravidão, além de acervos arqueológicos que remontam os últimos dias de civilizações extintas, antes florescentes.

    Assim também ali, na Quinta da Boa Vista, onde até ontem estava exposto o mais importante acervo museológico do Brasil, se contará das cinzas o que está acontecendo no país hoje. Os visitantes passearão por cima de escombros conhecendo de que modo destruiu-se muitos dos nossos melhores projetos. Futuras civilizações saberão pelos cacos que sobrarem dos nossos dias, o que fizemos de nós, do Brasil.

    Cada salão será rebatizado com placas afixadas sobre os montes de madeiras e peças queimadas sinalizando os acontecimentos históricos que levaram a destruição do nosso sonhado desenvolvimento. 

    Haverá logo na entrada o Hall do Retrocesso, em que se verá, dispostos sobre os destroços os documentos oficiais e fotos dos momentos em que a democracia brasileira foi golpeada desde a proclamação da República. Pode-se usar também sobre as paredes queimadas projeções de vídeos com os votos de cada deputado no impeachment de Dilma Rousseff. Fiquem ali expostos os interesses e projetos que conspiram para a destruição do país.

    Em seguida, o visitante deste novo museu, passará ao salão do Desmonte Científico. Os documentos das resoluções de cortes orçamentários nas áreas de educação, ciência e tecnologia estarão expostos junto aos dados sobre os impactos sociais e o retrocesso que causaram.

    Todas as reproduções de textos devem ser feitas em material impermeável, porque o telhado, como todo o resto, não será reconstruído. Tal qual a educação e a pesquisa brasileiras hoje, esta história ficará ao relento.

    Onde antes havia documentos e peças que atestavam avanços sociológicos, crie-se a Galeria do Ódio e da Burrice. Estarão afixadas reproduções impressas de tweets e postagens sobre o projeto "Escola Sem Partido", "ideologia de gênero", discursos de ódio e declarações fascistas da extrema direita. Neste passeio fascinante os futuros visitantes perceberão como uma sociedade se empenhou arduamente para sua própria ruína.

    No lugar do Trono de Daomé, doado pelo rei africano Adandozan em 1811, crie-se o Salão da Intolerância Religiosa. Aproveite-se a atmosfera criada pelo incêndio e reproduza-se ali o cenário de depredação de templos de religiões de matriz africana, como também a perseguição a seus sacerdotes e adeptos. Este setor pode contar com ambientação sonora em que se ouça canções gospel e discursos de pastores fundamentalistas evangélicos.

    No Salão do Genocídio Indígena, para substituir as peças perdidas de acervo ameríndio, o visitante verá uma lista das tribos perseguidas e/ou dizimadas desde a chegada dos europeus até nossos dias. Mapas devem mostrar as demarcações de terras e a invasão de grileiros do agronegócio latifundiário.

    No lugar dos fósseis de dinossauros, a Ala dos Novos Meteoros informará ao público sobre nossos projetos de devastação ambiental, desmatamentos e poluição das águas. Em projeções de vídeos, voarão pelas paredes as muitas aves já extintas da nossa fauna. Esta área deve conter especial menção ao desastre de Mariana.

    No salão onde se assinou a Independência do Brasil, exponha-se os contratos de privatização das nossas empresas e da exploração dos nossos recursos naturais por estrangeiros. É o Hall do Entreguismo. Emoldure-se artigos de jornal que desqualificaram a Petrobrás, a Eletrobrás, os Correios, a Vale do Rio Doce, as telefônicas, em campanhas de sabotagem e difamação da importância de fortalecimento do Estado.

    Por fim, onde antes estava Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, a mulher que era nosso mais remoto vestígio de humanidade, exponha-se o descaso e a exclusão a que hoje está submetido o povo brasileiro. Mostremos sem dó aos visitantes o que estamos fazendo com a nossa gente. A mortalidade infantil, a violência contra as mulheres, o extermínio da população negra, o massacre contra LGBTs, a volta da fome nos sertões e periferias. Sugere-se ainda que se deposite em salão amplo os cadáveres de civis e militares mortos na guerra do Estado versus crime organizado, para que suas ossadas empilhadas dêem dimensão do saldo de morte obtido com políticas antidrogas e de criminalização dos pobres.

    Que o "Museu da Destruição Nacional" cumpra sua função de catalogação histórica a partir destes restos do incêndio para informar às próximas civilizações sobre como um povo, com vocação inegável para o desenvolvimento e a felicidade, pode sucumbir sob golpes perpetrados por inimigos de seu próprio meio.

    Fortaleza, 3/09/18
    Twt: @MolotovPapillon


    "(....)

    A gente séria e responsável do país certamente ficará aliviada de continuar a visitar o Louvre, o Metropolitan e British Museum sabendo que a gentalha não terá mais nem o gostinho de ver uma múmia ou um dinossauro por oito reais num lindo espaço público da Zona Norte.

    E o aparato político, midiático, policial e judiciário golpista já dá todos os sinais de que vai se apropriar dessa calamidade para lançar uma nova ofensiva contra as instituições públicas de ciência e tecnologia, seus servidores e dirigentes (...) Alexandre Fortes, pro-reitor da UFRJ

    https://www.facebook.com/alexandre.fortes1/posts/10212293696448548





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    Luzia Morreu


    A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, resumiu em uma frase o incêndio que consumiu o Museu Nacional: “Uma morte anunciada”. Sem conseguir esconder a tristeza, sentenciou: “Patrimônio não tem como reconstruir. Acabou, acabou.”
    Chefe do instituto responsável pela fiscalização e proteção dos bens culturais do país, ela afirmou ao Estado de S.Paulo que providências anteriores à tragédia estavam sendo tomadas, como o projeto financiado pelo BNDES, no valor de R$21,7 milhões, contrato assinado em junho de 2018, para restauração e requalificação do Museu.
    “Não tem investimento nessas áreas”, disse, referindo-se à preservação de acervos e da própria infraestrutura dos museus. “É o acervo de memória do país inteiro, mas não tem recursos. Os candidatos a presidente da República, nos programas, quase nunca falam de patrimônio e cultura. É preciso acontecer uma tragédia dessas para o Brasil ficar exposto à comunidade internacional”, disse, revoltada, Kátia Bogéa.
    .
    “A gente perdeu nossa memória, nossa história”, continuou a presidente. “A gente não vai ter mais Luzia. Luzia morreu no incêndio”, afirmou, assustada, referindo-se ao esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de 12 mil anos de idade. “Vai ver como está a situação dos nossos museus, de acervos, qual é a importância que o Brasil está dando para isso. É uma questão que terá de entrar num debate sério”, refletiu.
    Ela destacou que o Iphan está discutindo com os grupamentos de Corpo de Bombeiros de cada estado a aprovação de um texto normativo comum a todos para orientar a atuação nos prédios históricos e acervos.
    “O que o Iphan fez foi discutir para alinhar essa linguagem. E, olha que coincidência, na semana passada essa normativa estava saindo da procuradoria jurídica para ser publicada esta semana. Aí acontece essa tragédia.”
    Ela destacou que se o Museu Nacional tivesse feito a obra pleiteada, que foi aprovada há dois meses pelo BNDES, isso não teria acontecido. “Ia ter todo um sistema de prevenção e combate a incêndio, diminuiria em muito a destruição.”
    Sobre o prédio do museu, a presidente do Iphan ressaltou que será preciso analisar em que condições estará o espaço, para então se pensar a recuperação. “A gente não sabe nem as condições que o prédio vai ficar. Se ele conseguir não cair, vai ter de fazer levantamento de engenharia, escoramento, para poder depois desenvolver estudo para a recuperação dele”, observou Kátia.
    Acervo
    Um dos elementos de maior valor é o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, batizado de Luzia, parte da coleção de Antropologia Biológica. Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do país.
    Também exposto no saguão do museu está o maior meteorito já encontrado no Brasil, o Bendegó, com 5,36 toneladas. A rocha é oriunda de uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem cerca de 4,56 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, em Monte Santo, no Sertão da Bahia. Na época do achado, era o segundo maior do mundo. Atualmente, ocupa a 16ª posição. A pedra espacial integra a coleção do Museu Nacional desde 1888.
    Reprodução/Museu Nacional
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    REPRODUÇÃO/MUSEU NACIONAL
    A primeira réplica de um dinossauro de grande porte já montada no Brasil é outra das maiores atrações do Museu Nacional. Tanto assim que o Maxakalisaurus topai, um herbívoro de 9 toneladas e 13 metros de comprimento, tem uma sala só para ele. O dinossauro viveu há cerca de 80 milhões de anos na região do Triângulo Mineiro. “Sem dúvida, ele é o preferido do público”, sustenta Alex Kellner. “É o meu preferido também”, confessa o diretor, que é paleontólogo.
    As múmias também estão entre os grandes destaques do acervo. O corpo mumificado de um índio Aymara, grupo pré-colombiano que vivia junto ao Lago Titicaca, entre o Peru e a Bolívia, abre a série de múmias andinas do Museu Nacional. Trata-se de um homem, de idade entre os 30 e os 40 anos, cuja cabeça foi artificialmente deformada, uma prática comum entre alguns povos daquela região. Os mortos Aymara eram sepultados sentados, com o queixo nos joelhos e amarrados. Uma cesta era tecida em volta do defunto, deixando de fora apenas as pontas dos pés e a cabeça.
    O Museu Nacional tem a maior coleção de múmias egípcias da América Latina. A maior parte das peças foi arrematada por D. Pedro I, em 1826. São múmias de adultos, crianças e também de animais, como gatos e crocodilos. A maioria é proveniente da região de Tebas. Lápides com inscrições em hieróglifos também fazem parte da coleção.
    Os fósseis da preguiça-gigante e do tigre-de-dente-de-sabre que viveram há mais de 11 mil anos são dois expoentes do período da megafauna brasileira e encantam as crianças há décadas, muito antes das primeiras réplicas de dinossauros serem montadas no museu. Diferentemente dos dinossauros, os animais da megafauna conviveram com os homens pré-históricos. A preguiça-gigante chegava a ter o tamanho de um carro como o Fusca. “A preguiça foi, durante muito tempo, o maior organismo fóssil montado”, conta Alex Kellner. “Fiquei com o coração partido, ainda criança, quando descobri que não era um dinossauro.”
    O trono do rei de Daomé está na coleção do Museu Nacional desde 1818. O reino da África, criado no século 17, se situava onde hoje está o Benin e durou até o fim do século 19. A peça foi uma doação dos embaixadores do Rei Adandozan (1797-1818) ao príncipe regente D. João VI. O reino ficou conhecido por ter um exército formado por mulheres guerreiras.
    O Museu Nacional tem uma coleção significativa de peças indígenas, mostrando a importância desses povos na formação do país. Um dos maiores destaques são as máscaras feitas pelos índios Ticuna, que representam entidades sobrenaturais e são usados no “ritual da moça nova”, que marca a primeira menstruação das meninas e sua entrada na vida adulta.



    https://www.metropoles.com/brasil/luzia-morreu-diz-presidente-do-iphan-sobre-fossil-no-museu-nacional


    Jornal GGN - O Brasil e sua comunidade científica estão de luto. A Sociedade de Arqueologia Brasileira soltou nota sobre o episódio nefasto para a nossa história. E alerta que não só a história da arqueologia brasileira, mas tantos outros campos do conhecimento científico, se perdem neste incêndio. E perdas de valor incomensurável ali se deram.
    A Sociedade de Arqueologia aponta que todos os canais de tv e mídia ali estavam para cobrir a tragédia, mas o que se pode fazer diante de tanta perda?
    Leia a nota a seguir.
    Nota da Sociedade de Arqueologia Brasileira sobre o Incêndio no Museu Nacional
    As lágrimas correm em nossos rostos enquanto os dedos trêmulos procuram as teclas para expressar tamanha dor e indignação em poucas palavras. Não temos como manifestar o sentimento de perda e a profunda tristeza que tomam conta de todas e todos nós. Gostaríamos que as lágrimas pudessem apagar o incêndio em nossa própria casa, o endereço oficial da Sociedade de Arqueologia Brasileira, no Rio de Janeiro, ali na belíssima Quinta da Boa Vista.
    A história da Arqueologia Brasileira, e de tantos outros campos do conhecimento científico, se fundem e se confundem com a do Museu Nacional. Coleções e mais coleções, acervos e mais acervos, bibliotecas, milhões de peças etc., todos de valor incomensurável à humanidade, ardem em chamas e viram cinzas. Bombeiros tentam apagá-las. Tudo parece em vão. “Está tudo perdido”, dizem colegas do Rio de Janeiro nas redes sociais. Emissoras de TV mostram o incêndio ao vivo, jornais divulgam mais e mais matérias sobre o assunto e muitos de nós, à distância, não sabemos o que fazer para ajudar a reverter a situação.
    O que dizer sobre isso tudo isso no calor da hora? Misturas de dor, indignação e tristeza tomam conta de nossos corações. Ali foi a residência de um rei, sabemos, mas também a casa de tantas outras pessoas que por lá passaram em busca de conhecimento, formação acadêmica e tantos outros propósitos. Somos testemunhas do clamor dos colegas do Museu Nacional por apoio e recursos para restaurar o prédio e melhor salvaguardar tudo aquilo que abrigava. São duzentos anos de história. Vivenciamos ali a formação altamente qualificada de tantos profissionais e de estudos em andamento, os quais agora estão comprometidos. Luzia, um dos mais antigos esqueletos humanos encontrados nas Américas, estava lá. Múmias egípcias, fósseis, documentos escritos, artefatos de origem indígena e tudo o mais, tudo em cinzas.
    Sem mais palavras, a Sociedade de Arqueologia Brasileira, ainda profundamente abalada, entristecida e enlutada, manifesta total solidariedade à Instituição e a todos os colegas de lá, repudia toda forma de negligência por parte de autoridades governamentais, as quais desde longa data tomaram ciência da necessidade de restauração da Instituição e praticamente nada fizeram, e ainda registra a disposição inabalável para somar naquilo de estiver ao seu alcance para somar na luta do Museu Nacional.
    Um país que não valoriza sua memória e seu patrimônio cultural está fadado à desgraça, ao atraso, à dominação e o seu povo a não saber de onde veio, quem é e para onde deve caminhar rumo à construção de um país mais solidário, justo e feliz.
    Somos todas e todos Museu Nacional!
    Nota da Sociedade de Arqueologia Brasileira sobre o Incêndio no Museu Nacional


    Brasil, 03 de setembro de 2018.



    • Por Prof. Thomas de Toledo, no GGN



    Uma tragédia sem precedentes é o incêndio no Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. 
    Seu presente de 200 anos foram cortes orçamentários que levaram à completa destruição de 20 milhões de peças. 
    O museu mais antigo do país, onde funcionou a sede da Monarquia, foi abaixo pela irresponsabilidade de como as autoridades vêm tratando a memória histórica e o conhecimento. Perdemos um acervo histórico, arqueológico, antropológico, etnográfico e de História Natural respeitável internacionalmente.
    Tínhamos a maior coleção egípcia da América Latina, com múmias intactas dentro de seus sarcófagos. Acervo africano, americano pré-colombiano, grego, mediterrâneo, do Brasil pré-histórico e fósseis até mesmo da mais antiga brasileira já encontrada: Luzia.
    Havia ainda animais desde a explosão cambriana, dinossauros, a megafauna do pleistoceno, como a preguiça gigante e até mesmo milhares de borboletas. Perdemos uma biblioteca insubstituível, com obras raríssimas como os livros da expedição de Napoleão no Egito e o diário de viagem de Dom Pedro II às pirâmides e a Luxor. Pesquisas em andamento viraram pó. A memória e a ciência brasileira e mundial estão em luto. Uma dor irreparável! Que nestas eleições, haja um compromisso dos políticos com a memória, a história e a ciência. Minha solidariedade a todos os trabalhadores e pesquisadores.
    Prof. Thomas de Toledo, doutorando em Arqueologia pelo MAE/USP


    https://jornalggn.com.br/noticia/os-acervos-perdidos-no-museu-nacional

    Meu comentário ao post de Thomas:

    Repito....

    .....e isso se aplica a grande maioria dos brasileiros: o Brazil não conhece o Brasil....

    Sinto-me constrangido em dizer que,  somente agora, que tudo vira pó, fico sabendo deste acervo, .,

    ..é como se aquilo que havia se negado, agora adquire valor como uma espécie de DESnegação, isso que chamam de Lei da Negação da Negação: o que nos foi negado, quando deveriam terem nos repassado quando nos primeiros anos de escola, vem tardiamente, ou seja, depois que tudo fora destruido..

    ...e saber que eu estava planejando ir ao Egito para ver exatamente o que poderia ser visto no Brasil....meu desejo era ir ao Egito  para ver o que, agora, sei,  poderia ser visto aqui mesmo no Brasil mas, não mais....

    Edição do dia 29/09/2014 29/09/2014 14h43 - Atualizado em 29/09/2014 16h47 Brasil mantém múmia do Antigo Egito intacta em Museu Nacional Pesquisadores usam tomografia computadorizada para desvendar segredos. Relíquias do Egito Antigo foram compradas em 1826.



    Imothep - As Pirâmide de Saqqara (Egito)


    Elis Regina: "O Brazil não conhece o Brasil O Brasil nunca foi ao Brazil"



    Segue comentários colhidos na rede


    No momento em que eu estava acordado, por esquecimento, o notebook havia sido deixado ligado no playlist e rodava este video

    https://www.youtube.com/watch?v=3FqXWQdaQRs

    Sobre a lei da DESnegação ou Leia da negação da negação manifestada através da destruição, num incendio, do Museu Nacional....

    O Museu Nacional, com 20 milhões de valiosas peças, era esquecido, não sabiamos da sua existência: sabemos agora, depois da destruição com fogo....

    Veja neste link que encontra-se listado museus menores, mas não o esplêndido Museu NACIONAL...houve sim, um esforço para que a nossa memória fosse apagada e, ontem, dia 2 de setembro, isso se tornou real: através do incendio que destrui o MN...


    https://viagenscinematograficas.com.br/2015/03/top-10-melhores-museus-do-mundo.html

    Éramos felizes e não sabiamos: a partir de 2014 Dilma foi impedida de governar: eram as famosas pautas bombas e obstruções, em 2015 o orçamento foi travado pelo Congresso dominado pelo crime organizado, o que impediu de manter o repasse de verbas para ao Museu Nacional que, claro, não era o ideal mas o pais estava caminhando para atingir um patamar ideal de desenvolvimento em várias áreas, tendo sido nossa nação decepada por um golpe midiatico-parlamentar-judicial...

    Segue artigo:

    O Instituto Brasileiro de Museus divulgou o resultado de estudo sobre os investimentos realizados no campo museal entre os anos de 2001 e 2011. O levantamento revela que, no período pesquisado, os recursos destinados anualmente ao setor passaram de R$ 20 milhões para R$ 216 milhões, o que representa um aumento de 980%.
    Os dados do levantamento foram consolidados a partir de pesquisa realizada no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), contendo empenhos feitos pelo Tesouro Nacional na área cultural e pelo programa Monumenta, que utiliza recursos do Banco Interamericano (BID) e fica sob a responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também fazem parte do resultado as captações realizadas pela Lei de Incentivo Fiscal (mecenato) relativas a projetos do campo museal.
    Histórico de valorização – A valorização dos museus e o crescimento dos investimentos na área têm, em sua trajetória, alguns fatos marcantes que delineiam a formação do campo museal brasileiro. Em maio de 2003, início do primeiro mandato do governo Lula, foi lançada a Política Nacional de Museus, documento que serviu de base para definir os rumos da preservação e do desenvolvimento do patrimônio museológico brasileiro. Já naquele ano, os investimentos no campo museal subiram de R$ 24 para R$ 44 milhões.
    Em 2004, foi criado o Departamento de Museus (Demu), dentro da estrutura do Iphan. Desde então, uma nova forma de enxergar a importância dos museus brasileiros começou a ser desenhada.
    Com a criação do Ibram, instituído como uma autarquia vinculada ao MinC em 2009, o setor museológico passou a dispor de instrumento dotado de autonomia e maior orçamento para lidar com suas demandas. Os museus brasileiros também ganharam um canal direto e personalizado com o governo, o que tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento do campo.
    Além disso, o programa de capacitação empreendido pelo Ibram junto aos agentes da área auxiliou no aumento do número de projetos relativos a museus, amparados sob o regime de incentivo fiscal.
    Se analisada a série histórica, observa-se um considerável salto entre os recursos aplicados diretamente pelo Sistema MinC após a criação do Instituto. Em 2009 foram R$ 43 milhões e, em 2010, R$ 70 milhões. Em termos de incentivo fiscal, os números também são significativos: foram captados R$ 73 milhões em 2009, R$ 100 milhões em 2010 e R$ 146 milhões em 2011.
    No total de investimentos, 2011 teve recorde com R$ 216 milhões. Esses recursos são resultado de iniciativas do Sistema do Ministério da Cultura (MinC), incluindo suas autarquias e fundações vinculadas, do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e dos projetos do Programa Nacional de Cultura (Pronac), aprovados na modalidade mecenato (que viabiliza o patrocínio e apoio de empresas públicas e privadas em projetos culturais por meio de renúncia fiscal).
    Com os gráficos a seguir, é possível visualizar o investimento crescente nos museus nos últimos dez anos:
    “Antes de 2003, o déficit de investimentos na cultura e, em especial na área de museus, era enorme”, afirma José do Nascimento Jr., presidente do Instituto Brasileiro de Museus. Estamos ampliando os investimentos ano a ano para chegarmos a patamares condizentes com a dimensão do setor museal brasileiro”.
    De acordo com o presidente do Ibram, a meta a médio e longo prazo é a superação dos investimentos orçamentários em relação àqueles aportados pelas leis de incentivo para, com isso, minimizar as disparidades regionais.


    https://jornalggn.com.br/blog/josias-pires/investimento-em-museus-cresce-900-e-as-elites-continuam-a-desprezar-a-memoria-nacional-por-josias-pires

    "(...)

    Museu foi criado por D. João VI
    O Museu Nacional completou 200 anos em 2018. Ele foi criado por D. João VI, em 6 de junho de 1818 e, inicialmente, fiicava sediado no Campo de Sant'Ana.


    O local abriga um acervo de mais de 20 milhões de itens. Os desques são a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais; o mais antigo fóssil humano já encontrado no país.
    Saiba mais:

    https://extra.globo.com/noticias/rio/incendio-destroi-museu-nacional-na-quinta-da-boa-vista-em-sao-cristovao-23032684.html



    No Instagram


    • A História do Brasil lambida pelo fogo. Não sabemos a causa oficial ainda, mas, a julgar pelo estado do antigo Palácio São Cristóvão, residência de um rei e dois imperadores do Brasil, em boa coisa não iria dar. Ali nasceram D. Pedro II, a rainha Maria II de Portugal, a Princesa Isabel, sem falar nas coleções valiosíssimas abrigadas no museu, incluindo a formada pela imperatriz Teresa Cristina, que trouxe para o Brasil um verdadeiro tesouro arqueológico da Antiguidade, de Pompeia e Herculano, agora queimado. Lembro-me de meu saudoso pai me levando criança para aquele lugar, fundamental para o meu apreço por História. Estou arrasado
    • sinarasilvaLamentável como nosso país trata o patrimônio cultural. Por isso somos um país tão atrasado... o dinheiro que deveria ser investido na nossa cultura está no bolso de políticos bandidos ... o Brasil chora 😢😢😢😢
    • daher_mariaRealmente inacreditável. Retrato de um país em crise...doente.
    • abenilzarozendo😭😭😭😭
    • cris_lourencTodos arrasados...
    • patinduarteEu tb. Minha infância era quase todo final d semana na Quinta.😭😭😭
    • lubezerropereiraQue tristeza
    • mar24carvalhoQUE TRISTE 😔
    • maluhaddockloboQue tristeza
    • elaineliguoriMuito triste, lembro que visitei quando criança e me lembro até hoje ! 😫😫😫
    • divaaoficialSério?? Lamentável! 😨😔
    • fl3031Muito triste....
    • paulagoncalvesmgMuito triste!!!!!!
    • banqueteriamv😢😢😢
    • lili_campanini@ale_martinii9 INACREDITÁVEL!!!
    • euhayÉ degradante ver tudo virar fogo, é tão triste e revoltante.
    • pris_dejesusQue tristeza 😢😢😢😢
    • luh.silva.737😱😨😓
    • mluciaseifertConsequência de um estado falido sem saúde , sem educação , sem segurança e sem conservação da nossa história !!! Muito triste ....
    • limagiseudaLamentável! O Estado já está nessa decadência...!!!! Uma perda irreparável dessa.... é para chorar😓
    • belacpbQue tristeza!
    .............................................................................


    • vikmunizdisse:

    • A cinco anos atrás eu perdi temporadiamente a memória após um acidente de moto e isso me marcou profundamente . Pior do que a morte, é a plena consciência da perda. Não existe pior pavor e tristeza do que não poder se lembrar daquilo o que você já foi e amou ser, das coisas, pessoas e eventos que te fizeram ser o que é. O Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, neste momento, arde em chamas e com ele uma parte significante do nosso passado. É extremamente triste pensar que um país se constrói sobre a sua história, e que doravante o nosso futuro terá que ser erigido sobre as cinzas e os escombros precários herdados de um descaso inveterado para com o nosso patrimônio cultural e material. Vai se a memória com as cinzas numa amnésia crônica de consequências avassaladoras especialmente em um momento em que o nosso déficit com a realidade se torna algo realmente preocupante. Este é um momento de muita vergonha e tristeza para nós e para aqueles em que confiamos a custódia da nossa história.
    • ____ilhatriste...
    • jufontesphotoIsso...é tudo muito triste. Eu amo o Rio e dói ver tudo isso acontecendo.
      😓
    • ibus_2Que tristeza...
    • beazanellaEra um museu maravilhoso! Uma enorme perda pro País
    • maruziamotta😩😢
    • sandravieira1Sentimento eh de tristeza, raiva, abandono!
    • fernandomonteiroFoto O Globo !
    • carmenborgesrj😢😢😢😢😢😢😢
    • tasscardoso😢😢
    • wagsantistebanMto triste 😢
    • lulli_diasAbsurdamente lamentável... eu nem conheci o acervo.
    • andre_nevesNem me fale... não quero nem ver. Não quero ver. Sempre me chocou o abandono do palácio-museu. Qdo filmei lá a última vez, ainda comentei como o mesmo não havia desabado, tamanho o descaso.
    • winnieduarteDisse tudo @vikmuniz !!!
    • jefferson_rochhaQue tristeza
    • mundografiabymaza😢😢😢
    • elisa_cecilia_3E até agora só tem UMA escada magirus 😭
    • vvagnermarcTristeza pela perda. O Poder Público absolutamente impotente e falido.
    • juliarochakissDisse tudo @vikmuniz !!! Lágrimas saltaram deliberadamente dos meus olhos, sucei de tristeza, muita, muita
    • aninhaalves16Que triste!
    • marilianabucoIndescritíveis a tristeza e a indignação!
    • fabiolaferrazjoiasTriste Setembro
    • valeriapsperes😢😢😢
    • guilhermetessaroloDescaso ... essa é a palavra
    • aninhateiteiSão Cristóvão chora
    • mechamoantonio.jrDescaso 🤦‍♂️
    • flowp1x😔
    • qibibaO mais triste é pensar que muito provavelmente isso poderia ter sido evitado se não fosse o descaso com investimentos e manutenção.
    • bobwolfensonQue absurdo este país.
    • thatatuDésole...  





    O caráter criminoso das políticas de austeridade e a morte do Museu Nacional

    Por Alexandre Fortes
    Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação UFRRJ
    Na guerra, não há tempo para chorar.
    Estamos assistindo à destruição do maior e mais importante acervo científico do país e os golpistas já estão querendo responsabilizar a UFRJ pela tragédia de hoje.
    O Museu Nacional, além de tudo que significava como patrimônio e como instituição de pesquisa era o ponto natural de concentração das Marchas pela Ciência, o berço ao qual sempre regressava nossa maltratada e aguerrida comunidade científica. O porto seguro de todos que teimam em acreditar que esse país pode ser soberano e usar nossa imensa capacidade de produção de conhecimento para oferecer uma vida digna ao seu povo.
    A perda é imensurável e irreparável. É verdade que ela expõe nossa incapacidade de fazer investimentos estruturais mesmo nos momentos favoráveis.
    Mas, acima de tudo, escancara o caráter criminoso das políticas de "austeridade" transformadas em emenda constitucional. Para que nunca mais se repita a "aventura" de gastar com educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia. Especialmente depois que se comprovou que esses gastos podem fazer a economia girar em favor do desenvolvimento e da redução da desigualdade.
    Um país que deixa de vacinar suas crianças, que assiste ao crescimento da mortalidade infantil, que assassina 60.000 pessoas por ano, que vai colocar um psicopata imbecil que ensina crianças de colo a atirar no segundo turno, vai por acaso investir em cultura e ciência?
    A gente séria e responsável do país certamente ficará aliviada de continuar a visitar o Louvre, o Metropolitan e British Museum sabendo que a gentalha não terá mais nem o gostinho de ver uma múmia ou um dinossauro por oito reais num lindo espaço público da Zona Norte.
    E o aparato político, midiático, policial e judiciário golpista já dá todos os sinais de que vai se apropriar dessa calamidade para lançar uma nova ofensiva contra as instituições públicas de ciência e tecnologia, seus servidores e dirigentes.
    https://jornalggn.com.br/noticia/o-carater-criminoso-das-politicas-de-austeridade-e-a-morte-do-museu-nacional





    Para pró-reitor da UFRRJ, incêndio escancara o caráter criminoso das políticas de ‘austeridade’ Alexandre Fortes pergunta ainda: “Um país que vai colocar um psicopata imbecil que ensina crianças de colo a atirar no segundo turno, vai por acaso investir em cultura e ciência?”

    O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação UFRRJ, Alexandre Fortes, publicou texto em sua conta no Facebook, na noite deste domingo (02), sobre o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Ainda sob o impacto das chamas, Fortes diz que “a perda é imensurável e irreparável. “Mas”, segundo ele, “acima de tudo, escancara o caráter criminoso das políticas de ‘austeridade’ transformadas em emenda constitucional.

    Para que nunca mais se repita a ‘aventura’ de gastar com educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia”, declara de forma irônica. Fortes ainda desabafa: “Um país que deixa de vacinar suas crianças, que assiste ao crescimento da mortalidade infantil, que assassina 60.000 pessoas por ano, que vai colocar um psicopata imbecil que ensina crianças de colo a atirar no segundo turno, vai por acaso investir em cultura e ciência?”, disse.

    Na guerra, não há tempo para chorar. Estamos assistindo à destruição do maior e mais importante acervo científico do país e os golpistas já estão querendo responsabilizar a UFRJ pela tragédia de hoje. O Museu Nacional, além de tudo que significava como patrimônio e como instituição de pesquisa era o ponto natural de concentração das Marchas pela Ciência, o berço ao qual sempre regressava nossa maltratada e aguerrida comunidade científica.


    O porto seguro de todos que teimam em acreditar que esse país pode ser soberano e usar nossa imensa capacidade de produção de conhecimento para oferecer uma vida digna ao seu povo.


    A perda é imensurável e irreparável. É verdade que ela expõe nossa incapacidade de fazer investimentos estruturais mesmo nos momentos favoráveis.

    Mas, acima de tudo, escancara o caráter criminoso das políticas de "austeridade" transformadas em emenda constitucional. Para que nunca mais se repita a "aventura" de gastar com educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia. Especialmente depois que se comprovou que esses gastos podem fazer a economia girar em favor do desenvolvimento e da redução da desigualdade.
    ]

    Um país que deixa de vacinar suas crianças, que assiste ao crescimento da mortalidade infantil, que assassina 60.000 pessoas por ano, que vai colocar um psicopata imbecil que ensina crianças de colo a atirar no segundo turno, vai por acaso investir em cultura e ciência?


    A gente séria e responsável do país certamente ficará aliviada de continuar a visitar o Louvre, o Metropolitan e British Museum sabendo que a gentalha não terá mais nem o gostinho de ver uma múmia ou um dinossauro por oito reais num lindo espaço público da Zona Norte. E o aparato político, midiático, policial e judiciário golpista já dá todos os sinais de que vai se apropriar dessa calamidade para lançar uma nova ofensiva contra as instituições públicas de ciência e tecnologia, seus servidores e dirigentes.

    https://www.revistaforum.com.br/para-pro-reitor-da-ufrrj-incendio-escancara-o-carater-criminoso-das-politicas-de-austeridade/

    Fogo destruiu, na noite deste domingo, maior parte do acervo de mais de 20 milhões de itens que remontam idade da pedra no Brasil 

    Dinoprata, com 30 metros é o maior dinossauro encontrado no Brasil e estava no acervo do Museu Nacional. Reprodução Facebook
    Jornal GGN - Ainda não é possível calcular a perda que o incêndio da noite deste domingo,  2 de setembro, causou no Palácio de São Cristóvão, onde fica o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, fundado em junho de 1818, mas pela proporção, o cálculo é que perdemos a maior parte do acervo de mais de 20 milhões de itens, reunidos no prédio de 215 anos.
    Até agora não se sabe a origem do incêndio, mas a maior suspeita é falta de manutenção do prédio onde morou a família imperial brasileira e Dom Pedro I, antes que Dom João VI fundasse ali o então Museu Real, com o objetivo de estimular o conhecimento científico no país. 
    Atualmente, o Museu Nacional era administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que, por isso, deveria receber um repasse anual de 550 mil reais. A título de comparação, valor menor do que é gasto anualmente com um juiz do Supremo Tribunal Federal. Entretanto, pelo menos nos últimos três anos, era depositado na conta da instituição 60% do valor. Só em arqueologia, o Museu mantinha uma coleção de mais de 100 mil objetos, 700 deles da arqueologia egípcia - até ontem, a maior da América Latina -, além do acervo de arqueologia brasileira com cerca de 90 mil itens incluindo cultura indígena Marajoara, Santarém e Tupi-Guarani. O local também abrigava peças de etnologia africana e afro-brasileira. A história de um país, incluindo sua ancestralidade, tornando-se cinzas. 
    Segundo matéria da revista Fapesp, Edição 267, de maio, o Museu Nacional já vinha apresentando desafios para resgatar seu protagonismo na geração e disseminação de conhecimento em ciências naturais do país, apontando problemas de deterioração, infiltração das paredes, janelas com vidros quebrados e móveis com cupins. 
    Por falar em cupins, foi por causa dessa praga que o esqueleto do primeiro dinossauro de grande porte encontrado no Brasil, montado em 2006 em uma exposição que deveria ser permanente e levou um milhão de pessoas para dentro do Museu, nas semanas de inauguração, foi desmontado e guardado em caixas desde 2017. A estrutura que o sustentava, estava sendo deteriorada pelos insetos. 
    Com o objetivo de reabrir a sala do Maxakalisaurus, também chamado de Dinoprata, a UFRJ chegou a fazer uma campanha de financiamento coletivo incluindo, como meta, a interatividade de um voo do pterossauro. 

    https://jornalggn.com.br/noticia/comecando-a-contabilizar-as-perdas-do-museu-nacional

    Decerto ele vai ocupar o lugar de alguma múmia egipcia....talvez o fóssil Luzia...achado na cidade de Prata - MG

    A nota oficial emitida pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella, ainda na madrugada desta segunda-feira, sobre o incêndio no Museu Nacional, vem repercutindo mal, principalmente nas redes sociais. Em sua fala, Crivella menciona um projeto de reconstrução do palácio e recomposição de cada "detalhe" e "pintura" e "foto". Em seu texto, o prefeito ainda menciona a "lembrança da família imperial", sem citar o acervo de mais de 20 milhões de itens, que contava com um meteorito de 5 toneladas, o primeiro dinossauro montado no Brasil e Luzia, o mais antigo fóssil humano já encontrado no país 

    https://extra.globo.com/noticias/rio/em-nota-crivella-fala-em-recompor-acervo-do-museu-nacional-causa-indignacao-23033520.html

    "(...)

    Mas eram nas galerias laterais do segundo piso, que encontrava-se um impressionante acervo deste museu ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tratava-se da história dos povos indígenas que ocuparam o continente e o País.
    O sem número de adornos, trajes, utensílios e imagens dos diferentes grupos étnicos que viviam no País – ou que ainda resistem até hoje - no período colonial, descortinava o que de fato se caracterizava o Brasil quando aqui chegaram os portugueses.
    No mesmo andar, mas nas galerias do lado esquerdo, inúmeras peças ameríndias e da fase pré-colombiana também ficavam lá expostos.
    Tratava-se do trecho do Museu Nacional aos olhos dos estrangeiros do que tinha de original na instituição -  e talvez o que ele jamais tivesse conhecimento se não se dirigisse para lá, para aquela antiga edificação localizada na Zona Norte de uma das únicas cidades brasileiras onde parte expressiva dos estrangeiros que por aqui chegam, fica hospedada.
    Para os brasileiros, os relatos acompanhados aos objetos indígenas exibidos davam dimensão exata do papel do índio na formação brasileira, sua ocupação territorial, sua cultura, seu legado. Uma aula de história viva e rara.


    Esse talvez tenha sido uma das grandes perdas – dentre tantas outras - do importante acervo do Museu Nacional, em um momento em que precisamos reaprender os valores históricos do País.


    A tragédia poderia ter sido evitada, diz ministro da Cultura, que deveria estar na rua...por Kiko Nogueira, no DCM

    https://www.diariodocentrodomundo.com.br/museu-nacional-tragedia-poderia-ter-sido-evitada-diz-ministro-da-cultura-que-deveria-estar-na-rua-por-kiko-nogueira/

    Mais um alerta sobre o tratamento dado à nossa história, por Tiago Barbosa, no DCM

    https://www.diariodocentrodomundo.com.br/mais-um-alerta-a-reflexao-sobre-o-tratamento-dado-a-nossa-historia-por-tiago-barbosa/

    Fernando Horta: Cordeiros não sabem apagar incêndios

    https://jornalggn.com.br/noticia/de-quem-e-a-culpa-desta-tragedia-por-walter-falceta

    De quem é a culpa desta tragédia?, por Walter Falceta

    https://jornalggn.com.br/noticia/cordeiros-sabem-apagar-incendios-por-valter-pomar

    No Twitter, declaração de Rodrigo Maia, de "reconstução" do Museu, repercute mal

    Rodrigo Maia ‏disse:  O incêndio no Museu Nacional é uma perda irreparável não apenas para a cultura do Rio, mas para a história do nosso país.

     Vou batalhar para trazer recursos do orçamento federal e procurar grandes empresas para a reconstrução imediata deste museu, um patrimônio histórico de todos os brasileiros.

     Bia gomes ,  Em resposta a @RodrigoMaia disse:

    Vc tá ligado que perdemos cerca de 20 milhões de obras? A questão não e5 o prédio mas o que tinha dentro. A propósito vc já é deputado a muito tempo e nunca fez nada pela educação

    https://twitter.com/anabeat05826201/status/1036451987674595328?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1036451987674595328%7Ctwgr%5E373939313b73706563696669635f73706f7274735f616374696f6e&ref_url=https%3A%2F%2Fextra.globo.com%2Fnoticias%2Frio%2Fem-nota-crivella-fala-em-recompor-acervo-do-museu-nacional-causa-indignacao-23033520.html

    "O Museu nacional, uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil e que contava mais de 470.000 volumes e 2.400 obras raras, existia há 200 anos, mas não conseguiu resistir ao governo Temer que sequestra o futuro e apaga o passado."

    https://twitter.com/MarcioPochmann/status/1036550083523891200



    Link para a imagem de Latuff, que ilustra o post


    https://www.diariodocentrodomundo.com.br/aqui-jaz-o-brasil-incendio-no-museu-nacional-por-carlos-latuff/


    Continua no cantinho da mitografia


    http://spinmitografo.blogspot.com







    A título de comparação: o Museu do Cairo, que recebe milhares pessoas ao dia, tem 200 mil itens...o Museu Nacional tinha 20 milhões, sendo grande parte era do Egito antigo
     

    Conhecendo o museu do Cairo


    Conhecendo o Museu Egípcio do Cairo – Parte I

    Arte e Cultura no Egito – Conhecendo o Museu Egípcio do Cairo

    Conhecendo o Museu Egípcio do Cairo, com certeza representa para muitos visitantes do Cairo um grande prazer. Localizado na praça de Tahrir o Museu Egípcio do Cairo é um dos importantes atrativos da cidade do cairo.. cham-se também em inglês O Egyptian Museum, ou Museu Egípcio do Cairo foi criado por Aguste Mariette, um dos maiores egiptólogos franceses. O espaço foi inaugurado em 1863 e é considerado o primeiro museu nacional do Egito.
    Nas próximas semanas, vamos conhecer algumas das 120.000 peças do acervo do Egyptian Museum. Hoje você vai ver as seguintes áreas do museu:
    • Salão das Múmias Reais
    • Tesouro de Tutancâmon
    • Peças do Império Antigo

    Galeria do Tesouro de Tutancâmon

    Sem dúvidas, o orgulho do Egyptian Museum são os mais de 1.700 objetos do tesouro de Tutancâmon. As peças foram resgatadas do túmulo do rei-menino e estão expostas no segundo andar do museu (alas leste e norte). Entre as peças está a famosa máscara mortuária de ouro em tamanho natural, além de estátuas, jogos e objetos de caça. Uma grande vitrine guarda os shabits de do tesouro Tutancâmon. Os shabits são estatuetas funerárias que eram enterradas junto com os faraós para ajudá-los depois da morte.
    O trono exposto com o tesouro Tutancâmon também é espetacular: cabeças de leão foram esculpidas nas laterais do objeto feito de ouro e ébano. Também é possível conferir os detalhes de um leque finamente trabalhado e diversas outras peças.

    Salão das Múmias Reais

    Mumias Reais - O Museu Egípcio no Cairo
    Um dos espaços mais interessantes do Egyptian Museum é o Salão das Múmias Reais. Ele fica no segundo andar do museu e é necessário pagar uma entrada extra para visita-lo. Apesar de estarem mortos há mais de 3.000 anos, os corpos dos faraós Tutmés II, Seti I e Ramsés II estão em perfeito estado de conservação, graças ao trabalho cuidadoso de mumificação feito nos reis do Antigo Egito.
    Além das múmias reais, é possível ver de perto múmias de animais reverenciados pelo Antigo Egito, como o babuíno, o crocodilo e o gato.
    O Salão das Múmias Reais é uma área importante para os visitantes fascinados com a relação do Antigo Egito com a vida após a morte.

    Império Antigo

    Na sala dedicada ao Império Antigo no Egyptian Museum, você vai poder se maravilhar com as estátuas monumentais expostas. O destaque é a representação em tamanho natural do Príncipe Rahotep e sua esposa Nofret. As estátuas foram feitas em pedra calcária por volta de 2620 a.C. e até hoje são obras impressionantes. Também é possível ver a estátua dos reis Djoser e Quéfren e obras de arte que introduzem o que vai ser visto na arte do Egito Antigo nos anos seguintes.
    Outra atração do espaço do Império Antigo é a mobília do quarto de Heteferes, mãe de Quéops, que conta com cama, poltrona e até uma caixa de joias.
    Nas próximas semanas, vamos conversar sobre outras áreas do Museu Egípcio do Cairo. O que você gostaria de saber sobre o Egito? Conta pra gente aqui!


    Da importância do Rio Nilo na construção do Egito



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