09/08/2015

Todos Juntos na Quadri Cromia


Deixe-me ver como explico. O meu personagem o Spin D foi convidado para fazer uma intervenção na exposição Quadri Cromia, das artistas plásticas Patrícia Mesquita e Rochane Torres. Apreendi de Joana Penna o significado do termo "ação educativa", a ponto de não mais pronunciar a palavra obra, carregada que é de muita pompa e pouco entendimento. Agradeço em especial o Roberval Veiga Cortes, diretor cultural da Vila Cora Coralina, pela calma em momentos-limite....

Spin D e Patricia Mesquita diante dos registros da homenagem ao nosso eterno spin professor Carlos  Sena Passos que merece, com muito amor e carinho,  todas as nossas homenagens

Diálogos da arte contemporânea, por Rute Guedes, no Jornal O Popular, 4-8-205

Cores e quadrinhos são os temas das exposições dupla Quadri Cromia na Vila Cultural Cora Coralina


Obra da artista Patrícia Mesquita, goiana radicada no Rio Grande do Sul há oito anos e que retorna na mostra Quadri Cromia

As artistas plásticas goianas Rochane Torres e Patrícia Mesquita abrem o calendário do semestre na galeria da Vila Cultural Cora Coralina com as exposições individuais simultâneas Quadri Cromia, hoje à noite, às 20 horas. Apesar de individuais, as exposições dialogam entre si: enquanto Rochane apresenta telas com alusão aos quadrinhos, Patricia Mesquita desenvolve um trabalho de pesquisa cromática e com o grafite.
Nos quadros narrativos, em acrílico sobre tela, Rochane tem como cenário o contexto urbano em que personagens tentam se comunicar, sem sucesso, o que é evidenciado com balões de diálogos, numa clara evidência à cultura contemporânea através de um de seus maiores símbolos: as histórias em quadrinhos. “Os balões são vazios. Os personagens não têm nada a dizer. É uma crítica à sociedade atual, que tem informação, mas com pouco aprofundamento”, comenta a artista.
“Tenho continuado, ao longo dos anos, minha pesquisa de questionamento com a linguagem contemporânea. Defendo que é possível esse diálogo inclusive usando uma base tradicional como a tela. Ao mesmo tempo, eu me inspiro tanto nos quadrinhos quando no grafismo das crianças”, acrescenta Rochane. Expoente da geração oitentista das artes plásticas em Goiás, Rochane participa desde então de mostras e exposições individuais e coletivas, mas tem se alternado entre as artes plásticas e o cinema.
Ela está em fase de finalização do curta-metragem de ficção Morte na Madrugada e está remontando um documentário sobre a atriz Lady Francisco. Rochane também integrou o júri de seleção do 17 º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás (Fica), que começa na semana que vem.
Jung e as cores
Radicada no Rio Grande do Sul há oito anos, a premiada goiana Patrícia Mesquita volta a expor em Goiânia depois de um longo hiato. Apesar de desenvolver uma pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, em Licenciatura de Artes desde 2013 para a inclusão de pessoas esquizofrênicas na arte, há anos a artista não produzia nada individual desde que se mudou para o Sul.
O retorno aconteceu depois de um estudo acadêmico em técnicas pictóricas no começo do ano. “Então resolvi produzir telas sem bastidor, somente na lona em tamanho 1,60 x 1,10 em tinta acrílica e folha de ouro. Há uma relação com meu trabalho anterior que busca desenvolver uma linguagem em pintura contemporânea que remete às pinturas urbanas do grafite”, explica Patricia Mesquita.
Segundo a artista sua pesquisa cromática brinca com as cores opostas para fortalecer a visualidade pictórica misturando conceitos da psicanálise junguiana com a física. “É um resgate do passado e da saudade do futuro numa conexão metafísica da teoria da relatividade onde essa divisão do tempo dissolve-se em uma mesma realidade”, tenta resumir Patricia.
A abertura das exposições simultâneas, que prosseguem até o dia 30, vai contar com a participação do artista Spin D, que apresentará a performance Todos Juntos, uma homenagem ao professor e artista plástico Carlos Sena, que morreu em maio. O evento contará também com a discotecagem de François Calil.
Paulo Rezende
Quadro de Rochane Torres faz alusão aos quadrinhos



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