27/07/2018

Da ilusão do conhecimento ou: O atual Poder Verbalizador não passa de uma fábrica de uma fábrica de fake news

A Globo desinforma
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Foi a globo que inventou o verbo atribuir como prova da verdade...ai os Dalanhois da vida vieram com a famosa frase "eu tenho convicção de que o triplex é do Lula"...como assim...
Da mesma forma que a Globo atribuiu a frase do verdadeiro dono a...outro né...

Não digo nada sem provar...olha aqui a prova: da mesma forma que uma reportagem fake sobre o triplex, resultou na prisão injusta de Lula....

Vou denunciar vocês por prátia de fake, tá bom...e saber que a Globo e uma das indicadas pela PF e pelo TSE e, se não me engano, pelo Facebook, para denunciar a gente por ....fake...


Por Raquel Castanharo, Jundiaí, SP
 








Estou escrevendo essa coluna no dia 14/03, data da morte do memorável físico Stephen Hawking e, curiosamente, dia do Pi (3,14, lembram?). Entre muitos de seus ensinamentos, um me chamou mais a atenção neste dia. Ele dizia que “O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento.” E junto comigo, convido você, profissionais da saúde, a pensar um pouco sobre essa frase.
Não é difícil cair na armadilha de se acomodar e não se atualizar com informações científicas mais recentes. Acreditar que já sabemos o suficiente. A correria de um consultório, compromissos e burocracias, sufoca um tempo dedicado a continuar estudando. E assim, orientações ultrapassadas, sem embasamento científico, permanecem sendo passadas todos os dias. É uma pena. Nossos pacientes merecem muito mais do que isso.
Troca de informações com os pacientes é fundamental para o crescimento de ambos (Foto: Getty Images)Troca de informações com os pacientes é fundamental para o crescimento de ambos (Foto: Getty Images)
Troca de informações com os pacientes é fundamental para o crescimento de ambos (Foto: Getty Images)
Também é fácil ficar dentro da caixa e não aceitar evidências científicas contrárias às nossas convicções. Só querer aplicar o que nos convém. Isso não é ciência, não é tratamento baseado em evidência. É duro sim mudar de opinião, mas é saudável e necessário. Para nós e para aqueles que estamos cuidando.
Além de artigos e livros, se permitir aprender com o paciente também pode ser um ótimo exercício. Não é porque estamos usando um jaleco branco e temos um diploma na parece que somos melhores que os outros. Eu atendo um corredor que me manda várias informações maravilhosas, e ele nem é da área da saúde. Se eu não tivesse dado essa abertura, estaria perdendo conteúdos valiosos.


Stephen Hawking foi, com certeza, um exemplo para a humanidade. Nos deu ciência, bom humor, capacidade de aceitação, e essa ótima oportunidade de reflexão. Eu estou aqui pensando. Espero ter te motivado a pensar também.

Transcrição do comentário sobre o doutro sabido

Flaviano Neto
HÁ 4 MESES
Concordo plenamente com o artigo. Outro dia fui ao médico com meu filho e o Profissional não sabia diferir cloreto de sódio de clorito de sódio.....me perguntou o que era......fiquei preocupado.....outro não sabia o que era água alcalina e água ácida....não entendia o que era PH........hoje todos têm informação na palma da mão e o profissional que não se atualiza constantemente ficará para trás e passará por situações talvez vexatórias......Abraço !!
https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/licao-de-stephen-hawking-ilusao-do-conhecimento-e-o-maior-inimigo.ghtml


Stephen Hawking “O maior inimigo do conhecimento não é ignorância, mas a ilusão do conhecimento..” 



O problema é que virou moda essa coisa de "atribuida"....frase atribuida....como assim....da mesma forma que atribuiram o famigerado triplex ao Lula e, por isso, ele está preso, né...

Amigos e amigas, a frase é de outro....da mesma forma que o triplex é de outro, ou seja, da OAS....jamais do Lula,,,nunca foi dele...e muito menos da falecida, que mataram, vocês mesmo bando de criminosos mentirosos larápios que tem em poder as Instituições que deveriam servir ao povo e a democracia, SQN, sigla para Só que não...



Daniel Joseph Boorstin (AtlantaGeórgia1 de outubro de 1914 – Washington, D.C.28 de fevereiro de 2004) foi um historiador, professor, advogado e escritor norte-americano. Foi diretor da Biblioteca do Congresso Americano entre 1975 e 1987.
Boorstin teve como uma de suas obras mais importantes o livro The Image [A imagem], no qual trata das influências das mídias no comportamento social.
O autor se debruça, sobretudo, sobre a questão dos pseudo-eventos que conceitua como criações da mídia para patrocinar a imagem pública das celebridades, que por sua vez são conhecidas apenas por suas imagens e não por seus atos ou feitos.
Recebeu o Prémio Pulitzer de História em 1974 por The Americans: The Democratic Experience.

Livros[editar | editar código-fonte]

  • The Mysterious Science of the Law: An Essay on Blackstone's Commentaries (1941)
  • The Lost World of Thomas Jefferson (1948)
  • The Genius of American Politics (University of Chicago Press, 1953)
  • The Americans: The Colonial Experience (1958)
  • America and the Image of Europe: Reflections on American Thought (1960)
  • A Lady's Life In The Rocky Mountains: Introduction (1960)
  • The Image: A Guide to Pseudo-events in America (1962)
  • The Americans: The National Experience (1965)
  • The Landmark History of the American People: From Plymouth to Appomattox (1968)
  • The Decline of Radicalism: Reflections of America Today (1969)
  • The Landmark History of the American People: From Appomattox to the Moon (1970)
  • The Sociology of the Absurd: Or, the Application of Professor X (1970)
  • The Americans: The Democratic Experience (1973)
  • Democracy and Its Discontents: Reflections on Everyday America (1974)
  • The Exploring Spirit: America and the World, Then and Now (1976)
  • The Republic of Technology (1978)
  • A History of the United States with Brooks M. Kelley and Ruth Frankel (1981)
  • The Discoverers|The Discoverers: A History of Man's Search to Know His World and Himself (1983)
  • Hidden History (1987)
  • The Creators: A History of Heroes of the Imagination (1992)
  • O nariz de Cléopatra: ensaios sobre o inesperado - no original Cleopatra's Nose: Essays on the Unexpected (1994)
  • The Seekers: The story of man's continuing quest to understand his world (1998)

Referências gerais[editar | editar código-fonte]

  • BRIGGS, Asa e BURKE, Peter. Uma história social da mídia – de Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2002.
Wikiquote
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Atenção....há rolando por ai uma frase de que está sendo atribuida a 


Stephen Hawking “O maior inimigo do conhecimento não é ignorância, mas a ilusão do conhecimento..” ― Stephen Hawking - https://kdfrases.com/usuario/RIVALDO/frase/5256f


Sobre essa coisa da novilingua,,,ou seja, das palavras colcadas na boca para condenar...


Do uso da novilíngua para a manutenção do apartheid e a justificação da barbárie

Antes de tudo:  parece que está vindo por ai um novo lançamento de Ney Matogrosso, spin cantor, humano.

Curioso para saber como será a capa do DVD, o show, o figurino, o gestual...ouça  Sorte


Saindo do mundo simbólico e encantador, vamos à nossa realidade ordinária...ao final, retornamos à arte....

Antes de tudo - II - a nós se nos apresentou este video, que trata do uso da novilíngua/semântica para justificar a barbárie na área penal.......na realidade SPIN não o crime é um evento a ser curado, ou seja, é visto como doença, seja ele que crime for....na cidade spin existe o Poder Curador, isso que chamam de Judiciário (https://spincurador.blogspot.com)







Imagem: Rio...ou mar...ou vento...


Um texto da escritora Márcia Denser, intitulado "Os nomes do jogo (e o apartheid semântico), me levou a lembrar-me de um artigo do jornalista Paulo Moreira Leite sobre o uso da novilíngua(https://josecarloslima.blogspot.com/2013/12/o-uso-atraves-dos-tempos-de-palavras.html) por parte da superestrutura para justificar a barbárie e criar consensos sobre  bodes expiatórios a serem açoitados em praça pública.

Comento:

....... para verbalizar a realidade para as massas temos a superestrutura, que existe para manter inalterada a estrutura material formada, sobretudo, pelos meios de produção nas mãos de uma elite que, segundo Darcy Ribeiro, spin historiado, humano, é sovina e não deixa o país avançar(https://www.youtube.com/watch?v=SX5O-IAyO38).

Da reprodução do discurso dominante

Como parte da superestrutura temos, dentre alguns meios de geração do pensamento,  temos   o sistema educacional que diz, por exemplo, que o Brasil foi descoberto quando na verdade houve a invasão e a tomada de um território habitado por, pelo menos 5  milhões de habitantes, o que era muito para um país naquele ano de 1.500,....no momento existem menos de 500 mil de nativos....

Em 1.500 já existia a caça ao ouro, da mesma forma que hoje: empresas buscando fontes de energia, petróleo, minérios....

As empresas imperialistas ontem e hoje

Sim, fomos em 1500 este país foi invadido e tomado de assalto por empresas imperialistas "a caminho das Indias" em busca de especiarias....opa! deu ruim mas deu bom esse vento que, por engano, trouxe o vento imperialista pras bandas de cá...,bom para os "descobridores",  claro: o que mudou de lá para cá?

Nada mudou


...,...o que altera a realidade seria a superestrutura que, com suas tecnicas de lidar com o mundo simbolico...(e)vento semiótico: o Lula é o maior bandido do planeta....mas pergunte a um cidadão o que foi mesmo que o Lula roubou, que crimes ele cometeu, e ele não saberá especificar: mas nas suas entranhas há um sininho badalando a todo momento:  foi o Lula....foi o Lula... lembrete para tratar deste assunto: as empresas imperialistas, abordado por Márcia Marcia Denser no post anterior publicado em seu blog no Jornal GGN: Empresas imperialistas tomaram de assalto nossas riquezas, como se fosse pouco a isençao de mais de 1 trilhão em isencao de impostos, o fim do Fundo Sobernano, do conteudo nacional e dos 100% dos royalties para a saude e educaçao....foi para uma destas empresas imperialistas, a Shell, que Carmem Lucia prometeu prender Lula....por isso não querem #LulaLivre


Um assunto meio fora do tema mas nem tanto: a poética do vento

Bastante simbólico esse acaso provocado pelo vento: naus se perderam porque arrastada pelo vento para as bandas de cá: este país é fruto de um acidente provocado pelo: vento...

.............,,..interessante essa coisa do vento....aliás, estou como que fugindo do assunto e falando em vento - no sentido de onda - porque no momento estou focado no tema "chamando ventos" como parte de uma pesquisa que está sendo feita pelo pesquisador Marcelo Rodrigues....ele me pediu dados e aproveitei a deixa para fazer uma leitura do mundo do ponto de vista do vento....então tudo o que se me apresenta neste momento tem esse sentido de vento, de onda, de linguagem do vento.....

...............voltando ao tema da verbalização da realidade: além da educação, temos os meios de comunicação, o Judiciário e as religiões com sua visão regressista quando se trata de tradução verbalizaçao da conjuntura para as massas....estamos falando do que, nas palavras do (e)vento ou (in)vento marxista se chama chama SUPERESTRUTURA, que atua em sincronia com a ESTRUTURA, basicamente os meios de produção, para manter esse sistemão onde 5 bons moços abocanham mais da metade da riqueza nacional....acrescente-se a este grupo de bilionários mais 9% de ricos e temos 10% das empresas abocanhando 55% de toda a riqueza de um pais continental como o Brasil começado em em 1500.....,...


Últimas notícias dos veículos que compõem a superestrutura


Da falência da Abril

A Veja faz parte da superestrutura
faz parte da superestrura mantida pela banca...vai se reconfigurar para manter o cartel da verbalizacao da realidade para as massas ignaras...tenho um amigo, professor de matematica, cujo nome não cito por ser amigo, que não dorme se nào fizer 3 coisas: assistir ao Jornal Nacional e ao Fantástico, bem como ler a Veja no domingo a tarde: ele fica de plantão no portão esperando a Veja chegar.  ...de tanto buzinar na cabeça dele que a Veja é uma industria de fake news, ele me disse, dias atras, que não vai renovar a assinatura, se bem que a banca, que fatura trilhões de reais nos sugando, financiará a Veja de graça para meu amigo continuar iludido...estamos falando de cultura refinada para poucos e de besteirol e fakes para as massas....


As empresas imperialistas

Vou repetir aqui comentario que fiz momentos atras, ao post de Márcia Marcia Denser sobre o uso da semântica nesta guerra 2.0 do apartheid social. ..uma dúvida: a  linguagem, embora crie o pensamento, não cria a realidade, a nåo ser de forma mágica, ou seja, cria a fantasia, o mundo fantástico....ai entramos nessa onda de retorno aos filmes que abordam o fantastico....o Pequeno Principe toma o lugar de Vidas Secas.....certo....mas o que altera a realide? noutras palavras, o que que tem a capacidade de interferir na realidade?

Dito isso, o que sei é que, nas próximas eleições, até mesmo como forma de protesto e, sabendo que anular voto não funciona como protesto, vou votar usar meu voto como arma: votarei  chapa fechada nos candidatos do partido mais odiado, temido e combatido pelo regime golpista: votar em branco, nem pensar....#LulaLivre

Autor: José Carlos Lima

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Os nomes do jogo (e o apartheid semântico), por Marcia Denser


Com o propósito de ligar o dogma à realidade, ideologia à lógica, o neoliberalismo é o jogo que inventa novos nomes para velhas desgraças, eleva-as ao máximo e as vende de volta aos trouxas como bênçãos. Bilhões de trouxas. É bem verdade que a linguagem cria o pensamento e vice-versa, só que o mesmo não se dá com o real a não ser magicamente.
A linguagem não cria o real, embora nossa mídia pretenda precisamente isto. Sem contar que o intelecto ao manusear valores apega-se a fórmulas vazias (o neoconservadorismo é o que?), conquanto idéias vivas tenham valor e substância, logo não é necessário se apegar a elas. Infelizmente o nominalismo mais canalha é a bola da vez, relegando o universalismo ao lixo conceitual.
Desde que o antropólogo Keith Hart criou o conceito de “setor informal” em 1973, inúmeros estudos abordaram os enormes problemas teóricos e empíricos envolvendo as “estratégias de sobrevivência dos pobres urbanos” cujo papel macroeconômico atual atinge níveis catastróficos.
No final dos anos 90, 1 bilhão de trabalhadores equivalendo a um terço da força de trabalho mundial - a maioria deles no hemisfério sul - estavam desempregados ou subempregados, e apesar disso, além do formalismo infinitamente flexível, não há roteiro para a reincorporação dessa enorme massa de mão-de-obra excedente na corrente principal da economia do mundo, segundo relatório da CIA em 2002. De lá para cá, silêncio absoluto.
O contraste com a década de 60 é total: há 58 anos a guerra ideológica entre as duas potências gerou idéias para abolir a pobreza do mundo e reabrigar os favelados. E hoje, o que temos? Um Pensamento Único e Um Favelão Estratosférico no lugar do que chamávamos mundo, Emprego e Futuro Nenhum, aliás o Futuro é atualmente o lugar mais perigoso do planeta, melhor não aparecer por lá em hipótese alguma!
A terra prometida da década de 60 não está nos mapas neoliberais do futuro e o último sopro de idealismo desenvolvimentista estaria reduzido às Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDM) das Nações Unidos - mais conhecidas por Metas de Desenvolvimento Minimalista. Para Mike Davis, autor de Planeta Favela[1], o proletariado informal é uma força de trabalho invisível para a economia formal, pois é mais provável que exista uma linha contínua do que uma divisão abrupta entre o mundo do emprego formal e o abismo do setor informal.
Na verdade, o trabalhador urbano favelado está radicalmente fora da economia internacional contemporânea, pois em vez de mobilidade ascendente, parece que só existe uma escada de descida (aliás, uma escada que desce mas não sobe é invenção borgiana, um profeta neoliberal inverso) pela qual os trabalhadores supérfluos do setor formal  seguem para a economia oculta.
Os ideólogos neoliberais – também altamente borgianos, mas no pior sentido, pelo fato de aplicarem o realismo mágico discursivo mas só à vida dos outros – chegaram a dizer que essa humanidade excedente era “uma colméia frenética de protocapitalistas cobiçosos por direitos formais de propriedade e pelo espaço competitivo não-regulamentado” – não é um primor retórico? Pena que estejam longe do ramo, porque esses caras batem de longe os ficcionistas (que hoje estão todos em Hollywood escrevendo realitys).
Voltando: essa massa transbordante não é constituída de proletários legais oprimidos mas de micro empreendedores ilegais comprimidos. Comprimidos onde? Na favela, claro. Em sua versão mais absurda, os ideólogos retro e supra chegam a redefinir favela como sistema de gerenciamento urbano estratégico de baixa renda.
Afinal é preciso distinguir microacumulação de subsubsistência e não confundir sobrevidacom submorte, os estagiários de plantão há anos que o digam. Aqui Mike Davis enumera e refuta as “falácias epistemológicas” construídas em torno da idéia de informalidade, de uso corrente nos países centrais e incorporadas muito filha-da-putamente por nossas elites.
Em 1º. lugar, o emprego informal é ausência de poder de barganha, de regulamentos, direitos e contratos formais. A pequena exploração infinitamente franqueada é sua essência. A falácia da “revolução invisível” do capital informal de Hernando de Soto na verdade se refere a uma miríade de redes invisíveis de exploração caracterizadas pela  tecnologia antiquadabaixo investimento de capitalnatureza manual da produçãoelevada taxa de lucro não tributada.
Em 2º. os empregados do setor informal são tão invisíveis aos estudos do mercado de trabalho quanto os locatários favelados.
Em 3º. a informalidade garante o abuso extremo de mulheres e crianças.
Em 4º. o setor informal não gera emprego criando novas divisões de trabalho,mas sim fragmentando o trabalho existente e assim subdividindo a renda.
Em 5º. por enfrentar condições tão desesperadoras, os pobres apelam, com cega esperança, para uma “terceira economia de subsistência urbana”, que inclui o jogo, loterias e outras formas semimágicas de apropriação de riqueza. Indo no popular:aqui o nome do jogo é jogo do bicho, forma semimágica de apropriação de riqueza que no Brasil desde tempos imemoriais.
Conclusão: politicamente, o setor informal nas cidades, pela falta de respeito aos direitos trabalhistas, é um reino semifeudal de comissões, propinas, lealdades tribais e exclusão étnica. O espaço urbano jamais é gratuito.
O fato é que a retórica demonizadora das várias “guerras” internacionais/nacionais( incorporadas ao ideário pós-golpe) ao terrorismo, às drogas e ao crime são um apartheid semântico: constroem paredes epistemológicas ao redor das favelas e periferias que impossibilitam qualquer debate honesto sobre a violência cotidiana da exclusão econômica.
Quando não mandam helicópteros para exterminar com tudo logo duma vez!

[1] São Paulo, Boitempo, 2006/2007.

https://jornalggn.com.br/noticia/os-nomes-do-jogo-e-o-apartheid-semantico-por-marcia-denser

Também este texto de 2013 mas atualíssimo:

Privilegiados e perseguidos, por Paulo Moreira Leite, na Isto é

No país da novilíngua, direito assegurado em lei é tratado como privilégio

Há muito tempo nós sabemos que o uso de palavras inadequadas é uma das formas menos inocentes e mais eficazes de manipulação política.

Permite esconder a realidade, confundir o cidadão comum e estimular reações que não têm apoio nos fatos.  

Estudioso aplicado dos regimes stalinistas, a quem acusava de manipular uma ideologia igualitária criada pelo pensamento comunista para construir uma  ditadura opressiva, George Orwell criou o termo novilíngua para explicar o fenômeno.

Com isso, explicava, era possível fazer uma coisa – e fingir que se praticava seu oposto.  

Cinco décadas depois da morte de Josef Stalin, velhas técnicas stalinistas de propaganda foram despidas de sua origem primeira e servem a qualquer causa, a qualquer ideologia, mesmo a mais conservadora: esconder  fatos desagradáveis, falhas humanas, gestos incoerentes, contradições e mesmo mentiras.

É tudo retórica. Seu método, no entanto, é o mesmo. Consiste em usar uma questão real para deformá-la ao sabor de propósitos  e conveniências de momento.  

No Brasil de 2013 a novilíngua está na primeira página dos jornais.

Empregar o termo “privilegiados” para se referir aos condenados na ação penal 470 e usar a expressão “privilégios” para se referir às condições no presídio da Papuda é prestar um favor desnecessário às autoridades comandadas por Joaquim Barbosa.

Um exame criterioso dos fatos mostra que, pelo contrário, desde o início o STF tomou  um conjunto de medidas jurídicas que é adequado classificar como perseguição em vez de prestação de favor ou benefício indevido.

Já era absurdo falar em privilégio para cidadãos condenados num julgamento “exemplar” onde foram aceitas várias medidas excepcionais e nada exemplares. Para quem ainda fica surpreso quando lê isso, vamos recordar rapidamente. Quem já está cansado de ouvir os argumentos, pode pular para o final do ítem “F”.  

 A) Negou-se o direito a um duplo grau de jurisdição, garantia constitucional reservada a todo brasileiro que não tem foro privilegiado e assegurado aos mensaleiros PSDB-MG  e também no DEM do Distrito Federal.

 B) Na falta de provas capazes de demonstrar a culpa dos réus além de qualquer dúvida razoável, aceitou-se uma teoria exótica, do domínio do fato, que não tem a mais remota ligação com o caso em questão.

 C) As penas foram agravadas artificialmente, em debates onde se disse, explicitamente, que a prioridade era garantir que os réus fossem encarcerados – e não que a justiça deveria ser feita.

 D) Os réus foram acusados de desviar R$ 73,8 milhões do Banco do Brasil mas a própria instituição nega, oito anos depois da denúncia, que qualquer centavo tenha sido extraído indevidamente de seus cofres.

 E) Os petistas foram acusados de encobrir o esquema através de contratos fictícios com o Banco Rural mas a Polícia Federal garante que foram verdadeiros e envolviam empréstimos reais.  

 F) investigações que poderiam ajudar na inocência de determinados réus até hoje se encontram sob segredo de justiça. O julgamento já acabou e o segredo continua.

 Também é errado falar em privilégio na fase de execução das penas. Presos num feriado de 15 de novembro, até hoje réus com direito a cumprir pena em regime semiaberto são mantidos em regime fechado – a última novidade é avisar que mesmo quem tiver conseguido trabalho fora da prisão deverá, em nome da” igualdade,” aguardar no fim da fila pelo exame de seus pedidos. Sabemos o que isso significa, certo? Também sabemos que o fatiamento dos mandatos de prisão foi anunciado como uma medida que iria beneficiar os réus. Na prática, o que se vê é uma forma de garantir que fiquem em regime fechado – de qualquer maneira.

Os presos foram deslocados para a Papuda em dia de feriado nacional, num esforço obvio para usar seu infortúnio – a perda de liberdade é sempre um infortúnio para cidadãos convencidos de seu valor,  certo? -- como ilustração para um evento de propaganda.

Um preso como José Genoíno está proibido de dar entrevistas, o  que   atenta contra a liberdade de expressão.

Que privilégios são estes?  

Na realidade, o que se quer é negar o direito de uma pessoa pelo fato de que nem sempre ele se encontra ao alcance de todos.

Equivale a obrigar um cidadão a pagar,  como indivíduo, pelas irresponsabilidades e omissões acumuladas por gerações e gerações que estiveram a frente do Estado.

Qualquer calouro de ciência política sabe que, num país onde a distribuição de renda e a desigualdade seguem uma tragédia, a luta pela igualdade é necessária e positiva.

Mas, na situação atual, basta que os meios de comunicação, que definem o que é a opinião publicada, que muitos confundem com a opinião pública, tenham disposição de dar crédito a novilíngua quando ela convém. Pela falta de um componente indispensável a seu trabalho, o espírito críticos, eles  referendam a manipulação do “privilégio” e do “privilegiado.”

Na ficção de Orwell, a função do ministério da Verdade era divulgar mentiras, não é mesmo?

Só quem nunca abriu um gibi de sociologia acredita que a vida real é um simples decalque das planilhas de renda do IBGE.

A experiência demonstra que uma pessoa pode ser privilegiada, do ponto de vista econômico e social, mas perseguida – até com violência -- do ponto de vista político.  

Milionário, o empresário Rubens Paiva foi preso, torturado e massacrado num ritual animalesco sob o regime militar.

Mortos com um tiro na nunca, na guerrilha do Araguaia, quando estavam desarmados e dominados, dezenas de militantes do PC do B haviam saído de famílias de classe média, tinham diplomas universitários e seriam, em comparação aos demais brasileiros, cidadãos privilegiados.

E até hoje o Estado brasileiro não foi capaz de dar qualquer notícia sobre o paradeiro de Rubens Paiva nem desses estudantes do Araguaia,  situação que transforma a dor de seus familiares num sofrimento idêntico ao dos parentes de Amarildo, o humilde pedreiro torturado e morto pela PM numa favela do Rio de Janeiro em 2013.

Nenhum torturador de Rubens Paiva foi preso, nem julgado nem condenado. Idem para os estudantes do PC do B. Idem, possivelmente, para os carrascos de Amarildo.

Centenas de milhares de brasileiros são vítimas, todos os dias, da incompetência da policia para prender e controlar a violência de criminosos comuns. Milhões de mandados de prisão destinados a prender ladrões de automóvel, assaltantes de resistência, quadrilhas de sequestradores, não são cumpridos.

Vítimas de assalto e de roubo muitas vezes sequer se animam a fazer qualquer denúncia porque tem certeza de que será inútil – ou mesmo arriscado, caso tenham de identificar suspeitos.

Estrutura de classe? Privilégio?

Do playboy Doca Street ao doutor Osmany Ramos, sem falar em vários casos de médicos-monstro de nossos consultórios, e até banqueiros especialmente inescrupulosos, o inferno de nosso sistema prisional possui exemplos de habitantes dos degraus superiores que foram colocados atrás das grades.  Embora a impunidade seja grande, vez por outra até figurões do judiciário são apanhados e denunciados.

O discurso contra o privilégio dos prisioneiros da ação penal 470 também alimenta  uma operação de marketing político. É uma arma eleitoral, na realidade.

Procura associar a condição de riqueza e privilégio econômico a lideranças de um governo que tem um histórico reconhecido de combate a desigualdade na renda e na ampliação das oportunidades para os mais pobres. A tentativa é mostrar que todos os governos são iguais e que nenhum político tem valor.

É aquilo que os estudiosos chamam de desconstrução.

E assim voltamos ao período em que nasceu a novilíngua. Foi o tempo dos Grandes Expurgos, quando, através da violência e da ditadura, Josef Stalin eliminou uma geração inteira de combatentes e lideranças  da vida política da antiga União Soviética e consolidou um poder absoluto que manteve até a morte, quase vinte anos depois. 

“Morte aos cães!” gritava o procurador geral, Andrey Vichinsky. Aos condenados, punidos com a pena de morte, exigia-se que aceitassem suas penas, admitissem suas falhas, confessassem erros e, em especial, traições. Sim, esta palavra, traição, era essencial. O importante, de qualquer modo, era que morressem depois de confessar.  Não podia haver ilusão quanto a seu destino na história. Estavam condenados e precisavam admitir sua culpa, sua falha, sua fraqueza.

É assim que, 80 anos depois, em outro país, em outro contexto, sob outro regime, se fala em privilégios e privilegiados. É uma parte importante dos combatentes da ditadura, onde se encontram, e eu duvido que seja pura coincidência, os mais decididos, mais resolutos, mais corajosos, aqueles que mais estiveram comprometidos com mudanças reais e com a construção de uma democracia de conteúdo social, aliada dos mais pobres, dos excluídos, dos negros, que devem ser silenciados.

Um quarto de século depois da democratização do país, os brasileiros convivem, pela primeira vez, com um sistema plítico onde a polarização política reflete, menos remotamente do que gostariam nossos sociólogos da aristocracia, uma certa divisão de interesses de classe na sociedade. Não vamos criar fantasias nem caricaturas. Todos sabemos dos limites e falhas inesquecíveis do governo Lula-Dilma desde 2003.

Mas eu acho difícil negar que, apesar disso, os brasileiros  vivem uma situação nova na sociedade, onde as camadas inferiores obtiveram  direitos e conquistas.

Deixo para os historiadores e os eruditos verdadeiros e independentes, que não estão na folha de pagamentos da novilingua industrial, nem usam uma bola de cristal de uma cigana sobrancelhuda que só faz profecias para anunciar desastres, a tarefa de encontrar um outro governo, em nossa história, que tenha demonstrado um empenho tão profundo com a preservação do emprego, a melhoria do consumo e a distribuição de renda. Num período de capitalismo de abismo, este é o grande diferencial, a primeira fronteira, o ponto de partida, a luta inicial. É a resistência, num universo onde economistas do Estado mínimo dizem que comer bife todo dia é extravagância.  

É por causa disso que palavras fora do lugar, como “privilégio” e “privilegiados” têm tanta importância. É ali que está o alvo a ser atingido pela novilíngua.

Não são os prisioneiros, alguns competentes, outros trapalhões, outros as duas coisas. Talvez até haja corruptos entre eles, vamos admitir, até porque sabemos que podemos encontrar essas pessoas em todos os cantos de nosso universo político, em casos até mais cínicos e escancarados. Mas nós sabemos que, sem provas, isso é igual a nada.

O que se quer, muito simplesmente, é impedir o debate sereno de fatos e provas que podem mostrar o que houve – e não aquilo que se quer fazer acreditar que aconteceu no julgamento da AP 470. 


Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente.
Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco linguístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques ou aruak (Amazônia) e caraíbas ou karib (Amazônia).



Para explorar o pais, a principio os invasores tentaram usar os índios o que, não dando certo, optaram pela importação de escravos. 

Nosso pais foi submetido por vários séculos ao  regime escravista, o que deixou marcas profundas na nossa cultura e nosso modo de tratar os do andar de baixo, o que resultou nesse patriotismo que exclui as classes sociais inferiores, o que é abordado pelo cientista Jessé Souza, no livro Elite do Atraso, da Escravidão à Lava Jato..


Jessé Souza: É preciso explicar o Brasil desde o ano zero, por Amanda Massuela, na CULT


"(...)

Vê saídas para essa tendência autoritária observada na sociedade brasileira?
Não tem nenhum outro modo, os seres humanos precisam ter ideias, sem ideias não dá para ir a lugar algum. É claro que isso tudo pode ficar ainda pior, a gente pode chegar a formas fascistas, mas o que a elite quer é dinheiro, se for por uma ditadura militar, se for matando gente, não tem nenhuma importância. Fato é que nesse instante de crise estamos com as vísceras à mostra e isso é uma oportunidade de vermos a podridão desse esquema que foi montado por essa elite usando e imbecilizando não só a classe média, e retirando a possibilidade de levarmos a vida de modo reflexivo. O que esse pessoal nos tirou foi a possibilidade de aprendizado da sociedade brasileira baseado na reflexão. E isso é impagável (..."
Segue link para entrevista na íntegra


Voltando ao mundo simbólico e encantador: som na caixa

Olha só Marcelo...essa é para você...que lindo....tão lindo que nos faz cair em prantos

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