14/04/2016

O golpe faz parte da geopolítica americana




Do escaninho da Governança

Os americanos respiram geopolítica, daí a potência econômica que é....e sendo o que são, claro que não permitirão outro galo cantando no terreiro, daí o empenho de uma trinca de entreguistas em detonar nosso pais, bem como criminalizar uma política bem sucedida no campo da política externa e do comércio exterior. Do alto de seu analfabetismo (geo)político, o povo brasileiro não tem a mínima noção do que está perdendo com esse golpe e com essa campanha de terra arrasada contra a democracia e os interesses do povo brasileiro.

Tico Santa Cruz sobre os interesses dos EUA pelo golpe.,.ele demonstra sacar de geopolitica,  o que passa longe da turma da Lava Jato, que são analfabetos de pai e mãe neste assunto tão importante para nosso pais
https://www.facebook.com/ticosantacruz/videos/865178346948140

Alexandre Tambelli
22 min
"O plano de destruir o Estado nacional (primeiro no Oriente Médio – Iraque, Líbia, Síria… e depois na América Latina) é um método consistente que serve para melhor governar o mundo. Está em uso desde 1989, quando tombou o Muro de Berlim.
O Brasil é mais uma peça nesse xadrez mundial.
Mas o jogo não acaba domingo, seja qual for o resultado.
Lula já anuncia que não sairá das ruas. A não ser que seja arrastado e preso.
O golpe não será um passeio no parque.
Aqueles que pretendem destruir a democracia e inviabilizar um projeto de Nação encontrarão resistência." Rodrigo Vianna.
Ou resistimos, agora, ou poderá ser o fim de um Brasil desenvolvido e soberano! Não vai ter Golpe!

Avança o golpe paulista de Michel Temer: um ataque à democracia, aos direitos sociais e à ideia de Nação independente
                                                   Golpe paulista
O golpe de Temer/Cunha/Serra/Globo significa um ataque não só ao lulismo e às conquistas que vêm desde 1988; é um ataque à ideia de Estado nacional independente, que avança desde a Revolução de 1930 – quando Vargas chegou ao poder. 
por Rodrigo Vianna
Sim, o golpe avança. Isso está claro, e nem preciso apresentar aqui as contas mais realistas, que apontam hoje dificuldade para se obter os 172 votos contra o impeachment.
A reflexão que proponho é um pouco mais ampla: o que avança no Brasil hoje é um golpe paulista que tem como objetivo destruir a ideia de um Estado-Nação forte e independente, instaurando uma semi-democracia dominada pela intimidação policial.


Ah, mas se o golpe vingar é porque recebeu apoio de parlamentares de vários estados. Sim, evidentemente. Mas o golpe é paulista, em primeiro lugar, porque colocaria no centro do poder dois personagens tipicamente paulistanos: Michel Temer e José Serra (que, desde o início, tem sido o articulador do golpe, nas sombras que o alimentam).
O golpe é paulista, principalmente, porque o programa econômico que ele embute interessa sobretudo à elite financeira e à classe média (hiper numerosa em São Paulo) identificadas com um ideário “cosmopolita” – digamos assim.
A turma que adora Miami, que curte o Pateta e o dólar barato, que não se importa de viver cercada por miseráveis (afinal, o que vale é a meritocracia). Essa é a turma que empurra o golpe pra frente, sustentando Cunha/Temer. Tudo em nome (pausa para risos) do combate à corrupção!
Privatização, venda de bancos, entrega do setor petroleiro. Esse é o núcleo do programa econômico que Temer – se chegar ao poder – tentará implantar. É como se fosse um aprofundamento dos anos FHC. Com menos direitos trabalhistas, salários mais baixos, menos direitos sociais.
Muita gente diz que a derrota de Dilma significaria o fim do lulismo. Outros vão mais longe e afirmam que o ataque será à lógica de ampliação de direitos – que vem desde a Constituição de 1988 (e atenção: o PSDB histórico de Montoro e Covas apoiava esse programa que já dura quase 30 anos no Brasil, e nem FHC conseguiu desmontar).
Modestamente, eu daria um passo adiante: o golpe de Temer/Cunha/Serra/Globo significa um ataque não só ao lulismo e às conquistas que vêm desde 1988; é um ataque à ideia de Estado nacional independente, que avança desde a Revolução de 1930 – quando Vargas chegou ao poder.
Os militares em 1964 não ousaram desmontar o Estado varguista. Ao contrário: tinham um projeto nacional: autoritário e conservador. FHC anunciou que faria o desmonte. Mas não conseguiu.
Temer e os paulistas, agora, ameaçam o Brasil com um programa que significaria a regressão à condição semi-colonial que vivíamos na República Velha (não por acaso, uma “república” de fazendeiros paulistas e de bacharéis da Faculdade de Direito de São Paulo – que misturavam sua devoção ao “mercado internacional” com o palavreado vazio e bacharelesco que Temer adota em suas cartinhas e mensagens de voz).
O golpe do dia 17 de abril seria uma espécie de reedição da “revolução” paulista de 32 (claro que se trata de uma analogia, sem valor histórico ou “científico”, digamos).
Está evidente que o golpe recebe apoio de setores fora da “paulistada meritocrática e miameira”. E isso foi obtido através de um acordão. Temer assumiria, salvaria a pele de Cunha, pararia a Lava-Jato num acerto que incluiria também Janot/MPF e parte do STF (silenciosos, diante das manobras dos bandidos que conduzem o impeachment).
Sérgio Moro já anuncia que a Lava-Jato, em Curitiba, termina em dezembro. A última tarefa será prender Lula. Depois, o silêncio. A tarefa já estaria cumprida, e Moro se juntaria a Joaquim Barbosa no panteão dos heróis manipuladores da Justiça.
O programa jamais foi “combater a corrupção”. Quem (na esquerda) acreditou na história de que “vamos pegar primeiro os corruptos do PT, depois pegamos os outros” vive certamente no País de Alice.
O programa do golpe paulista é derrotar o campo de esquerda que, desde os anos 1980, se constituiu no Brasil – e serviu para ampliar direitos, reduzir a desigualdade e recuperar a capacidade do Estado (golpeada nos anos FHC).
O programa do golpe, derrotado quatro vezes nas urnas, só se consolida agora com apoio da mídia – que Lula/Dilma jamais enfrentaram pra valer.
Sim, o PT cometeu muitos erros. Mas não está sendo combatido por seus erros.
E para encerrar: reparem que a estratégia de transformar a política num campo “jurídico-policial” é a mesma em todo o continente. Na Argentina, Cristina Kirchner acaba de ser conduzida para depor. No Chile, a família de Bachelet também é fustigada pela Justiça.
Há uma estratégia comum. Daqui a 10 ou 20 anos, saberemos que essa estratégia teve apoio externo. Não resta dúvida.
O plano de destruir o Estado nacional (primeiro no Oriente Médio – Iraque, Líbia, Síria… e depois na América Latina) é um método consistente que serve aos EUA para melhor governar o mundo. Está em uso desde 1989, quando tombou o Muro de Berlim.
O Brasil é mais uma peça nesse xadrez mundial.
Mas o jogo não acaba domingo, seja qual for o resultado.
Lula já anuncia que não sairá das ruas. A não ser que seja arrastado e preso.
O golpe não será um passeio no parque.
Aqueles que pretendem destruir a democracia e inviabilizar um projeto de Nação encontrarão resistência.

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/palavra-minha/37958/

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