19/04/2016

O xadrez do dia da ressaca e a geopolítica mundial

Luis Nassif

Quadro de curto prazo.


Neste momento, nos círculos próximos à presidente, incumbidos da avaliação de cenário, o quadro de curto prazo que se vê é o seguinte:
1.    Baixa perspectiva de reverter o impeachment no Senado.
A esta altura, provavelmente o presidente do Senado Renan Calheiros já está em negociações com Michel Temer. É pequena a probabilidade de reverter a votação no Senado.
2.    Baixa perspectiva de reverter no STF (Supremo Tribunal Federal).
Após a demonstração de músculos de Eduardo Cunha na Câmara, é baixa a probabilidade de o Supremo tomar qualquer medida que reverta a decisão do impeachment. Não agirá se não for provocado. E, se provocado, a cautela se sobreporá a qualquer outra visão.
3.    Voz das ruas.
Há uma possibilidade pequena de reversão do impeachment dependendo exclusivamente da voz das ruas. Por vozes da rua se entenda, também, os manifestos e a indignação pelo não cumprimento dos dispositivos constitucionais no processo de impeachment.
4.    Lava Jato
Por outro lado, Lava Jato e a Procuradoria Geral da República já gastaram toda sua munição para inviabilizar o mandato de Dilma. Seu objetivo agora é inviabilizar a candidatura de Lula 2018. Provavelmente não mexerão na caixa de marimbondo do Congresso, ainda mais com Cunha armado com quase 2/3 da Câmara e com o recurso do vazamento diário de factoides já esgarçado pelo excesso de uso.
Hoje vazaram mais documentos da Andrade Gutierrez contra Lula e nada encontraram contra Aécio Neves - que o mundo sabe ser o parceiro preferencial da empresa.
Apesar do pessimismo palaciano, não minimize o problema da falta de legitimidade do processo de impeachment. O processo é tão clamorosamente ilegal, com tanta repercussão internacional, que não se deve eliminar a possibilidade de uma intervenção do STF.
O desempenho de Dilma Rousseff na entrevista coletiva de ontem – com um discurso sereno, firme e histórico – mostrou uma dimensão pública até agora imprevista da presidente, se apresentando como a defensora impávida da democracia. Um grande momento!


Nota do SPIN: continua no blog número 85, escaninho do poder executor nas mãos de Dilma por vontade do povo expressas nas urnas mas que um congresso de ladrões e ladras quer tomar na marra, de assalto, como é natural no meio do banditismo - CLIQUE AQUI




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