12/08/2018

Corporotocracia – Governo das Grandes Empresa

Sou a favor da iniciativa privada, bem como de cooperativas, desde que na cidade-estado, toda e qualquer pessoa juridica, seja ela de caráter público ou privado, esteja sob estrito controle dos cidadãos e cidadãs...e não ao contrário, ou seja, como ocorre atualmente, quando elas pintam e bordam...




Corporocracia ou Corporatocracia, ou ainda “O governo das grandes empresas“, é a denominação de um governo presumível em que o poder seria transferido do Estado (ou seja, de exercido em nome do povo) para o controle por empresas privadas.

Não existe até hoje um país reconhecidamente submetido a uma corporocracia, apesar de existirem evidências de que muitos países estejam sujeitos a esse modelo. Entretanto, a United Fruit Company (que existe até hoje, sob o nome Chiquita) chegou a controlar o governo de alguns países da América Central durante o Período Mercantil.

Corporocracia é um neologismo derivado da palavra inglesa “corporatocracy” (que às vezes é grafada “corporocracy”). Esta palavra, cunhada pelo Global Justice Movement, descreve o governo de uma sociedade que é capturado por pessoas que tomam decisões favoráveis às “grandes corporações”.


Em português brasileiro, o termo que designa “corporação” é empresa de capital aberto ou sociedade anônima. Assim, em seu sentido geral, “corporatocracy” implica a existência de um governo controlado por pessoas que administram essas grandes empresas, sejam elas suas acionistas ou não.

Por este conceito, através do mecanismo de extração de renda monopolística ou extração de renda oligopolística, estas grandes empresas seriam capazes de definir a agenda política nacional dos países e o tipo de governo que as pessoas comuns o (“povo”) pensam ser uma democracia.

Como já foi dito, uma corporocracia é um governo privado. Por isso, o conceito dessa forma de governo diz que não há cobrança de impostos num governo de empresas, mas os serviços prestados pelo governo (saneamento básico, educação, saúde, etc) são pagos, já que são privados.
Muitas empresas possuem um logotipo, que é tido como o símbolo de uma corporação. Por isso, provavelmente uma corporocracia teria o logotipo da empresa que a governa em sua bandeira.
Pressuposto democrático
Existe um pressuposto de que nas democracias as pessoas que governam o Estado devem considerar todas as pessoas governadas como iguais, isto é, como dotadas de igualdade política. Como apenas pessoas ricas ou organizações dotadas de grandes recursos financeiros (como o conjunto da grande empresa de capital aberto) pode dispor de recurso monetário suficiente para influenciar as pessoas que tomam decisões governamentais, alguns teóricos argumentam que regimes de governo que são atualmente considerados regimes democráticos pela maioria das pessoas, na realidade, não o são.
Influência nos mecanismos do governo
Grandes empresas de forma geral (empresa de capital aberto ou de capital fechado) usam sua força econômica para fazer com que as decisões políticas dos governos sejam favoráveis a elas. Como as empresas de capital fechado geralmente são empresas familiares ou pertencentes a poucos sócios, e como estas pessoas geralmente são ricas, considera-se que regimes governamentais controlados por estas pessoas seriam apenas uma forma de plutocracia. Esta palavra de origem grega, registrada na maior parte das línguas, significa o governo da nação comandado pelas pessoas ricas em atendimento aos seus interesses.
No entanto, como não apenas as pessoas ricas podem se tornar acionistas das grandes empresas de capital aberto (pois pequenos e médios investidores podem se tornar proprietários de suas ações), o termo corporocracia não pode ser considerado um sinônimo de “plutocracia”.

Nas empresas de capital aberto a propriedade e a administração das empresas sofre uma cisão que possui fortes repercussões políticas. Segundo esta visão, os administradores das empresas de capital aberto – em busca de poder econômico que possam transformar em riqueza econômica pessoal – passam a tomar decisões empresariais que objetivam principalmente maximizar o seu poder político institucional na sociedade.

Alguns teóricos políticos argumentam que uma “corporocracia” verdadeira surge quando as instâncias governamentais da democracia (o poder executivo, o poder legislativo ou o poder judiciário) tornam legal, em termos jurídicos, o pagamento de propinas aos políticos para que eles defendam, nessas respectivas instâncias, as posições defendidas pelos administradores das empresas de capital aberto. Nesta situação, os políticos tendem a se tornar “marionetes políticas” dos administradores, muito mais que dos proprietários das ações das grandes empresas. Desta maneira, a palavra plutocracia não é aplicável na descrição deste tipo de poder político.

No regime de corrupção política ensejada por este jogo de interesses políticos, os políticos passam a fazer e promulgar leis adequadas aos interesses dos administradores das empresas de capital aberto e não aos interesses das pessoas que compõem a população do país como um todo, sejam eles donos de empresas de capital fechado (empresas familiares pequenas, médias ou grandes) ou trabalhadores especializados ou não especializados.

Alguns teóricos acreditam que as contribuições de campanha tornadas legais há muito tempo na maior parte das democracias ocidentais já criaram tal situação em muitos países nos quais pessoas desta parcela da população ainda acreditam que o regime governamental continua uma democracia.
Como evidência da existência dessa situação os teóricos citam, um exemplo específico recolhido nos Estados Unidos, o ‘Copyright Term Extension Act (conhecido também como Sonny Bono Copyright Term Extension Act, de 1998) e o Digital Millennium Extension Act. Estas legislações americanas estenderam o período de proteção de copyright de 50 para 70 anos após a morte do autor (se ele for uma pessoa física) e dos mesmos 50 anos para 75 anos a 95 para obras cuja propriedade pertença a uma grande corporação.

Outros estudiosos argumentam que as grandes empresas de comunicações (conhecidas pelo termo geral de “mídia”) também podem existir na forma de grandes corporações e que, desta maneira, o acesso à informação pelas pessoas do grande público tende a ser limitado apenas ao material informativo que serve aos interesses das grandes empresas de capital aberto. Eles citam, que estas grandes empresas são os verdadeiros pagantes, através dos gastos com propaganda, das grandes empresas de comunicação. Como os gastos com propaganda fazem parte do custo dos produtos e dos serviços vendidos pelas grandes empresas, cria-se um mecanismo em que os consumidores desses produtos – pelo próprio ato de comprá-los – financiam a continuidade da ignorância de sua verdadeira situação política. Para um aprofundamento desta análise veja o trabalho de Noam Chomsky e Edward S. Hermann em Teoria da Propaganda de Chomsky e Herman.
Mecanismo econômico
A natureza das grandes empresas e da especulação no mercado aberto de capitais faz com que alguns desejos, no sentido econômico, das grandes empresas, se apresentem de maneira inesperada. Por exemplo, os responsáveis por uma empresa de capital aberto que explora um determinado setor da economia ficarão menos preocupados com uma medida política governamental (uma lei ou qualquer outra regulação, como portarias ministeriais) que diminuirá seus lucros (como um aumento de impostos ou uma política econômica que provoque valorização da moeda do país, ou um aumento da taxa básica de juro dos títulos governamentais) se essa medida atingir todos os setores econômicos do que se ela afetar apenas o seu setor econômico específico. Isto acontece porque, no segundo caso, os detentores de ações da empresa em questão (seus investidores) irão vender suas ações para investir em outras áreas da economia da nação, não atingidas pela medida. A empresa seria desvalorizada pela medida, portanto.

Os que propõem a atual existência de uma corporocracia afirmam que os administradores da empresa afetada irão tentar influenciar os agentes políticos que propõem a medida para que ela não seja tomada. Da mesma maneira, se a medida a ser tomada vier a afetar um conjunto de empresas de um mesmo setor, os administradores dessas empresas, reunidos, tentarão modificar essa medida. Desta maneira, as decisões tomadas serão aquelas que tenderão a beneficiar as empresas de capital aberto capazes de se organizarem e não as pessoas, sejam proprietários de empresas de capital fechado ou trabalhadores de diferentes níveis de especialização em que participam da população como um todo.
Crítica do conceito
Os críticos do conceito da corporocracia argumentam que ele não tem um significado real em teoria política porque uma grande empresa de capital aberto nada mais é que um sistema de indivíduos administrado por um sistema de governança eleito pelos acionistas. Esse sistema de governança freqüentemente toma a forma de um conselho de administração e de uma diretoria executiva indicada pelo conselho de administração. Como tal, esses críticos argumentam que as grandes empresas de capital aberto têm tanto direito quanto qualquer outro tipo de associação de pessoas a exercerem poder político (como as pessoas que se reúnem em partidos políticos, por exemplo).

Como seu objetivo legal é atender a busca de lucro por parte do acionista, esses corpos de governança exercem tomadas de decisões que visam a atender ao interesse das empresas das quais eles são acionistas. Para isso, é natural, segundo estes críticos, que elas exerçam seu poder de mercado e seu poder financeiro de maneira a influenciar as políticas públicas implementada pelas pessoas que estão no governo.

Estes teóricos políticos também dizem que em países em que a grande parte da riqueza dos políticos é investida em ações de empresas de capital aberto, é natural que as leis e o ambiente político econômico que eles criam seja totalmente favorável a elas e não às pessoas da população como um todo, isto é, o povo.
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O fato de que grupos sem capacidade de defender seus direitos de maneira organizada – especialmente grupos de setores produtivos (como os agricultores) ou de classes sociais (como os trabalhadores não especializados) que competem entre si em regime de concorrência perfeita (ou próxima da perfeição) terem muito mais dificuldade de se expressar em termos políticos e, portanto, de influenciar as medidas governamentais, segundo estes críticos, não é importante. Estes afirmam que a mão invisível do mercado, conceito econômico originalmente cunhado por Adam Smith, corrigirá, mais cedo ou mais tarde, os erros governamentais contra esses grupos que não detém capacidade de pressão política.

Uma outra linha de raciocínio crítico ao conceito da corporocracia é baseada na sociobiologia. Em resumo, as pessoas que fazem parte de grupos que não possuem a mesma capacidade de pressão sobre o poder político que as corporações, estão sendo pressionadas pela lei da seleção natural (ou lei da sobrevivência do mais apto de Darwin, que age sobre a população humana da mesma maneira que sobre os animais). Isto é, as pessoas das classes sociais que são apenas dirigidas pelo Estado (sem o influenciar, como os trabalhadores e os proprietários das pequenas e médias empresas familiares) estariam condenadas à uma extinção diferencial pelo simples e bom fato de, ao não possuírem capacidade de pressão política, estarem demonstrando inaptidão e fraqueza em termos econômicos. Isso explica sua dificuldade de obter renda do sistema econômico, uma dificuldade se reflitiria, em seguida, na dificuldade de obter educação, e assim renda, pelas gerações seguintes (seus filhos, netos etc). As pessoas que administram as grandes empresas, ao apresentarem essa capacidade de pressão política sobre o Estado (mesmo que anti-ética) estariam apenas demonstrando uma capacidade de sobrevivência mais adequada que aqueles trabalhadores e proprietários das pequenas e médias empresas familiares.



http://www.anarquista.net/corporocracia-governo-das-grandes-empresas/

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Por Márcia Denser
No limite, o mundo globalizado caracteriza-se precisamente como uma “corporatocracia”, ou seja, é dominado pelas corporações. Então me ocorreu que ninguém melhor que Naomi Klein em seu livro, A Doutrina do Choque – a ascensão do capitalismo de desastre, para dissecar o catastrófico poder corporativo. Segundo ela, o fenômeno ocorre na intersecção entre superlucros e megadesastres: Estava claro que os desastres facilitadores estavam se tornando maiores e mais chocantes, porém o que estava acontecendo no Iraque e em New Orleans não era uma versão posterior ao 11 de setembro, pelo contrário, esses experimentos audaciosos com a exploração das crises eram o ponto culminante de três décadas de uma adesão rigorosa à doutrina do choque. 
Algumas das violações mais infames dos direitos humanos de nossa época, interpretadas erroneamente como atos sádicos perpetrados por regimes antidemocráticos, foram cometidas com a intenção clara de aterrorizar o público a fim de preparar o terreno para a introdução das “reformas” radicais de livre mercado. 
Na Argentina da década de 70, o “desaparecimento” de trinta mil pessoas sob o regime da junta militar, fez parte da imposição ao país das políticas neoliberais da Escola de Chicago, do mesmo modo que o extermínio foi parceiro da mudança econômica no Chile. Em 1989, o massacre da praça da Paz Celestial na China e as prisões de milhares de manifestantes facilitaram ao Partido a conversão de amplos setores do país a uma imensa zona de exportação, suprida com uma força de trabalho aterrorizada demais para reivindicar seus direitos. 
Na Rússia, em 1993, foi a decisão de Boris Yeltsin de enviar os tanques para bombardear o Parlamento e prender os líderes da oposição que abriu caminho para a escalada de privatizações, criando os notórios oligarcas do país. Nos anos 80, na América Latina e na África, a crise da dívida forçou os países a “privatizar ou morrer”; na Ásia, a crise financeira de 1997 dobrou os Tigres Asiáticos que por fim abriram seus mercados para “a maior liquidação de negócios falidos do mundo”, segundo o New York Times – eis como as corporações se apropriam dos valores e recursos do mundo inteiro.
Na verdade, as proezas de Bush representaram o ápice monstruoso de uma campanha de mais de cinqüenta anos pela total liberdade das corporações, compreendendo desde o agro-negócio até os conglomerados de mídia. Após o 11 de setembro, o governo Bush se apropriou rapidamente do medo gerado pelos ataques, não apenas para deslanchar a “Guerra ao Terror”, como garantir que esta fosse voltada quase completamente para o lucro, uma nova e estimulante indústria que revitalizasse a economia norte-americana já à beira do crash, que efetivamente ocorreu sete anos depois. 
Definido como um “complexo do capitalismo de desastre”, esse modelo possui tentáculos de alcance muito maior do que o complexo industrial-militar da era Eisenhower: trata-se de uma guerra global travada em todos os campos pelas empresas privadas, cuja participação é paga com dinheiro público, que se legitima indefinidamente pela necessidade de proteger o território dos Estados Unidos mediante a eliminação de todo o “mal” existente no mundo exterior.
O objetivo central das corporações que operam no centro desse complexo é trazer para o funcionamento regular dos Estados-Nação seu modelo de administração voltado para o lucro, que progride rapidamente sobretudo em circunstâncias excepcionais, reais e/ou fabricadas. 
Em síntese: trata-se de privatizar os governos. Do comércio de armas aos soldados privados, da reconstrução com fins lucrativos a industria de segurança nacional, resultou do  pós-11 de setembro uma nova economia totalmente articulada. Construída na era Bush, ela agora existe globalmente, independente de quaisquer governos, e vai continuar exercendo seu domínio absurdo e insano até que a ideologia das corporações, que a sustenta, seja identificada, isolada, questionada e colocada em cheque.
Na década de 90, muitas companhias, que tradicionalmente fabricavam seus produtos mantendo grandes equipes de operários estáveis, adotaram o “modelo Nike”, ou seja, não seja dono de indústria alguma, fabrique seus produtos por meio de uma rede de contratantes e subcontratantes e gaste seu dinheiro com projetos de design e marketing. A alternativa era optar pelo “modelo Microsoft”: manutenção de um controle central rígido por parte de empregados/acionistas, chamado “núcleo de competência”, e terceirização de todo o resto com trabalhadores temporários. Essas companhias foram apelidadas “corporações ocas”, porque são unicamente formais, com um reduzidíssimo conteúdo (pessoal)
Seguindo rigorosamente os princípios corporatistas, segundo os quais o Grande Governo une forças com os Grandes Negócios a fim de redistribuir os fundos para cima - entre os ricos - a segunda gestão Bush/Rumsfeld/Cheney, queria gastar menos com pessoal e transferir muito mais dinheiro público diretamente para os cofres das empresas privadas. Aliás, o dogma central do regime Bush era que a função do governo não é governar,isto é, cumprir as funções para as quais fora eleito, mas sim subcontratar a tarefa para o setor privado. 
Em síntese: era um governo que atuava contra os interesses da população. De forma que o comprometimento do presidente Bush com o leilão do Estado, associado à liderança do vice Dick Cheney na terceirização das forças armadas americanas e ao patenteamento de remédios destinados a prevenir epidemias, comandado pelo secretário de Estado Donald Rumsfeld, ofereceu uma visão do tipo de Estado que os três iriam construir: um “governo completamente oco”.
Então aconteceu o 11 de setembro. No relato de Naomi Klein, “ter um governo cuja missão central era a própria autodestruição não parecia boa idéia diante duma população aterrorizada, reclamando a intervenção de um governo forte e sólido”. Afinal, as falhas de segurança no 11 de setembro demonstraram as conseqüências de mais de vinte anos de sucateamento do setor público e de terceirização das funções governamentais para corporações movidas pelo lucro. 
Assim como o Katrina em New Orleans exporia as condições lastimáveis da infra-estrutura pública (e a cruel indiferença moral de seus políticos), os ataques revelaram um Estado que havia se tornado perigosamente fraco: equipamentos da polícia e bombeiros de Nova York quebraram em meio às operações de socorro, os controladores de tráfego aéreo falharam permitindo a ruptura dos circuitos de segurança dos aeroportos, uma vez que eram funcionários terceirizados cujos salários geralmente eram inferiores até aos dos garçons da praça de alimentação.
Klein observa que a desregulamentação da aviação civil começara no governo Reagan. Vinte anos depois, todo o sistema de tráfego aéreo havia sido privatizado, desregulamentado e enxugado, com a grande maioria do pessoal de segurança constituída por trabalhadores mal remunerados, mal treinados e não sindicalizados. A atitude das companhias aéreas quanto às medidas de segurança resumia-se em“aviltar, negar, adiar e reduzir custos”.
Mas tudo isso foi obliterado pela Guerra ao Terror lançada pelo equipe de Bush – construída desde o começo para ser privatizada. Embora o objetivo declarado fosse a guerra contra o terrorismo, seu efeito foi a criação do complexo do capitalismo de desastre – uma nova economia apoiada em segurança doméstica, guerra privatizada e reconstrução de desastres, encarregada de construir e administrar um Estado de segurança privatizado, dentro e fora de casa. Se durante décadas o mercado vinha sendo nutrido com os apêndices do Estado, agora ele iria devorar seu núcleo.
Como protocapitalistas do desastre, os arquitetos da Guerra ao Terror fazem parte de um ramo de políticos corporatistas diferente de seus antecessores: para eles, as guerras e outros desastres constituem os fins em si mesmos. Quando Dick Cheney e Donald Rumsfeld fundem o que é bom para empresas como Halliburton, Lockheed, Carlyle, Bechtel e Gilead com o que é bom para os Estados Unidos e para o mundo inteiro, realizam uma espécie de projeção com conseqüências extremamente perigosas. 
Porque o que é positivo para tais companhias – guerras, epidemias, enchentes, tsunamis, escassez e privatização de todos os recursos naturais – é o desastre para as populações e os países como unidade política.
Querem um exemplo? O jogo de Washington para o Iraque era “chocar e aterrorizar o país inteiro, arruinar deliberadamente sua infra-estrutura, não fazer nada diante da pilhagem da sua cultura e história, depois tornar tudo aquilo correto por meio de um suprimento ilimitado de utilidades domésticas baratas e comidas prontas importadas: todo o Iraque seria comprado com Pringles, Mcdonalds, Pizza Hut e cultura pop!
O fato é que onde quer que tenha surgido, de Santiago a Moscou, de Beijing ao Iraque, com o governo Bush a aliança entre uma pequena elite das corporações com um governo de direita passou a ser retratada como uma espécie de aberração – capitalismo de patota,  capitalismo mafioso, capitalismo-cassino. Que quebrou em outubro de 2008 e renasceu graças ao Congresso e à “generosidade do povo norte-americano” (vide o documentário de Michael Moore, “Captalism, A Love Story”, 2009).
Guy Debord escreveu não sei onde que “num mundo totalmente unificado é impossível exilar-se”, só que tal afirmação também é válida em sentido inverso: num mundo totalmente globalizado e informatizado tornou-se possível ocultar a realidade sob o manto da ideologia. Não se sabe ainda por quanto tempo.
Vide o Brasil aqui e agora, um país sem futuro!



https://jornalggn.com.br/noticia/o-dominio-das-corporacoes-ou-a-privatizacao-dos-governos-por-marcia-denser

Doutrina do Choque e Pavor, objeto de estudos de Naomi Klein

https://pt.wikipedia.org/wiki/Choque_e_pavor

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