08/11/2009

A Esquerda depois do Muro

Por Emir Sader - na Carta Maior
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Não somente opor-se e resistir às políticas neoliberais, mas desmercantilizar, afirmar direitos contra a competição do mercado, construir a esfera pública contra a esfera mercantil. Na América Latina é onde a nova esquerda pós-Muro de Berlim mais se desenvolveu. É aqui onde o neoliberalismo nasceu. Aqui os governos dessa tendência mais se multiplicaram e da forma mais radical. Nossa região reagiu frente às graves consequências dessas políticas, elegendo, desde 1998, o maior número de governos progresistas da nossa história. Governos que têm diferenças em suas políticas, mas todos se caracterizam por dois elementos essenciais: todos eles privilegiam os processos de integração regional contra os Tratados de Livre Comércio com os EUA e o privilégio que dão às políticas sociais em contraposição ao privilégio dos ajustes fiscais do neoliberalismo.
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Esta nova esquerda, nascida da resistência ao neoliberalismo, tem assim diferenças no seu interior: por um lado estão os governos mais moderados, como os do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, de El Salvador, da Nicarágua; e os mais radicais, como os da Venezuela, da Bolívia, do Equador, de Cuba. Mas todos se colocam como objetivo a superação do neoliberalismo, alguns para construir modelos pós neoliberais, outros para avançar na direcao do anticapitalismo e do socialismo. Trata-se de uma esquerda que se deu conta de que não basta resistir, denunciar e protestar – tarefas indispensáveis de quem se opõem a um mundo dominado pelo poder das armas, do dinheiro e do monopólio da palavra -, mas que também é preciso construir o “outro mundo possível”, como alternativa concreta, para o que é preciso disputar hegemonia, inovar projetos e vias, se lançar a criar a esquerda do século XXI, para que os reveses tenham sido tropeços e não quedas, e as lições sirvam para avançar em lugar de seguir chorando sobre o Muro caído.
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Minha opinião
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Na Era FHC esta práxis e ideologia neoliberais foram estendidas ao ensino superior. O Ministro da Educação era Paulo Renato, hoje secretário de educação de Zé Serra. Segue link para texto sobre a situação da educação brasileira no no mês de fevereiro de 2000. Para minha surpresa, a UNIBAN, esta universidade moralista que expulsou uma aluna por ter ido à aula usando um vestido que para os moralistas era curto, já estava no meio da maracutaia. Diz este o texto A guerra do canudo que o "Ministério da Educação é acusado de montar esquema para favorecer universidades privadas, que têm 1,5 milhão de alunos e faturam R$ 5 bilhões por ano" http://www.terra.com.br/istoe/1584/brasil/1584guerradocanudo.htm
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